segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Well... here we go!

Recentemente, organizei recortes de jornal e andei querendo parar o tempo (fico assustado de ver que este "recentemente" tem quase um mês). Depois disso, quis com todas as minha forças voltar atrás e fazer tudo diferente - ou, pelo menos, ver certos trechos do filme de novo. No fim, é tudo covardia, medo de uma luta que não queremos lutar. Tempo passa demolindo tudo e as mudanças não param nunca. Cada coisa é uma coisa e a vida não é um eterno deja-vu - embora às vezes pareça que ela está sempre disposta a nos tratar muito mal.
O que realmente querem de nós não é o desejo de parar ou voltar, mas que sejamos capazes de começar tudo de novo, ainda que cansados e com todos os ossinhos do corpo moídos.
Então, vamos.

BAILE DO TATU

Ah, o mundo national geographic.
Vejam o belo exemplar de tatu que caiu no que restou da piscina de uma antiga chácara vizinha aqui do prédio onde moramos.
Pelo visto este terreno ainda vai abrigar um condomínio de prédios que certamente vai tirar nosso sossego.
Por enquanto, as árvores e o mato crescente abrigam as mais diversas formas da natureza.
Outra noite fui obrigado a protagonizar um filme pastelão tentando liquidar um besouro geneticamente modificado que resolveu entrar pela porta da sacada. Quem disse que besouros são lentos errou. O lutador de sumô alado deu um baile. Mas os ogros venceram mais uma vez.
Enfim, temos desde cigarras desafinadas até gambás enormes perambulando por aí.
Agora, um tatu.
Fui pego com a bateria da máquina descarregada e quase não consegui fazer as imagens.
No filminho ele escapa do policial florestal mas, acabou fisgado sendo tirado da piscina.
O bom da história é que foi solto no terreno porque deve ter família para cuidar.



domingo, 30 de outubro de 2011

O menino mais triste do mundo

Lewis Hamilton, quando iniciou sua carreira na F-1, era a imagem do cara alegre, tranquilo e confiante no seu talento e trabalho. Tanto que quase conquistou o campeonato mundial logo no seu ano de estreia.
Os sorrisos de outros tempos sumiram completamente e, hoje, Hamilton - que ainda é tão menino -, sempre aparece na mídia com a cara fechada, a expressão tristonha. As declarações que deu após a prova deste domingo são testemunhos da péssimas fase do inglês.
"Não posso me desculpar o bastante ao meu time pela negatividade que me cerca hoje em dia. Só tenho de manter a cabeça erguida e tentar voltar na próxima corrida", disse Lewis ao TotalRace.
De onde surgiu essa tal negatividade é algo que não se pode saber. A decepção por andar atrás de Button, mesmo contando, desde sempre, com o apoio incondicional da equipe? O estremecimento de sua relação com o pai? O rompimento com a namorada Pussycat? Todas especulações que não interessam.
Seja lá o que tenha acontecido com Hamilton, certamente o está atrapalhando demais em sua carreira, que já é brilhante, mas que pode ser muito mais. No entanto, de nada adianta ter uma carreira brilhante se não houver entusiasmo, brilho nos olhos. Não são títulos mundiais que vão trazer realização para uma vida. Talvez seja essa a lição a ser aprendida por Lewis. Esses caras dedicam a vida inteira ao automobilismo, abrindo mão de muitas coisas em uma busca cega por posto na F-1 capaz de lhes proporcionar vitórias. Até se esquecem, no meio de toda pressão e dinheiro envolvido, de que tudo não passa de uma brincadeira de menino: "vamos ver quem chega primeiro?" E aí pode ser que a resposta seja negativa quando se para pensar: "vale a pena?"
Quando perguntado sobre 2012, Hamilton respondeu, simplesmente: "não sei o que estou procurando". Eu - que sou um mês menos menino do que Hamilton - não posso dar uma resposta, mas posso constatar uma obviedade: talvez, todos devamos procurar o que nos faça felizes, realizados e completos, o que não necessariamente vai estar em nossos escritórios, salas de aula, gabinetes ou pistas de corrida. O sucesso que buscamos é, às vezes, vazio. Em nome dele, deixamos de lado uma série de aspectos importantes da vida que vão, de pouco em pouco, se revoltando contra nós, até que, a certa altura, desabam em nossas cabeças fazendo tudo ficar sem sentido.
Lewis parece hoje o menino mais triste do mundo. Ou, quem sabe, o segundo.

Ah, a Dona Mercedes...

Estranho o que houve entre os carros da Mercedes na pista indiana. Schuchummy foi chamado para o boxe bem depois de Rosberg - que teve seu tempo de pit-stop significativamente mais elevado que o do alemão oficial. Claro que tudo é por acaso e, se o Sapateiro chegou a frente do alemão mais novo, é por conta de sua sempre incrível competência, sem ter havido - como nunca houve - qualquer interferência do Sr. Ross "Trabalhamos para um Carro Só" Brawn.

F-1 Literária atrás do volante - II

Neste fim de semana, o evento automobilístico mais importante não aconteceu na Índia, mas aqui em São Paulo, no Jaguaré. Uma corrida de kart no famigerado Kart In, "a maior pista de kart indoor da América Latina". O Fórmula-1 Literária enviou um dileto e pesado representante para disputar o certame.
Desde o início, tudo parecia destinado ao fracasso, já que nosso bravo piloto mal havia dormido, tem passado por sérios problemas cardíacos (em sentido figurado) e experimentava, há alguns dias, um pequeno desconforto intestinal - é nojento, mas verdadeiro. Além disso, o sábado fora passado às voltas com questões judiciais intrincadas e sem sentido.
Garrafinhas e garrafinhas d'água para hidratar, lá foram eles - nosso representante e seu amigo, antigo e até hoje parceiro em todas as peripécias da vida. No caminho, como não poderia deixar de ser, foram ameaçados por um bando de moleques pilantras que queriam... água e Coca-Cola, mas que não sabiam pedir sem chamar para a porrada.
Passado o primeiro obstáculo, pegaram metrô, ônibus e chegaram ao local da disputa, onde os aguardavam pessoas com metade de seus pesos. O pânico se instalava.
O bólido sorteado para nosso representante carregava o número 21 - da última vez, havia sido o número 12.
Apesar da característica inercial extra carregada pelos nossos bravos heróis - um, por conta da altura, o outro por contar, digamos, com lastro considerável no abdômen -, o desempenho na classificação foi bom e partiram em 2º e 3º no grid - claro, com o representante do blog a frente, como não poderia deixar de ser.
A largada é sempre um momento desastroso, já que o arrasto aerodinâmico proveniente da barriga atrapalha consideravelmente. Duas posições foram perdidas mas recuperadas ainda na primeira volta. O lastro não impediu que nosso enviado partisse para cima do primeiro colocado e já se podia ler na sua mente: "essa tá pra mim".
Quando já era estudado o ponto da pista mais adequado para assumir a ponta, surgiu um retardatário no meio do caminho. O piloto blogueiro, após sair de uma curva muito mais rápido, tomou, hesitante, a linha de dentro da pista. O rapaz retardatário viu e começou a trazer o kart para o lado de fora para dar espaço. No entanto, ansioso para passar logo a frente e retomar a disputa pela ponta, nosso pateta atrás do volante foi para o lado de fora, manobra que não foi notada pelo retardatário, que continuou em sua trajetória e acabou prensando o kart 21 contra uma pilastra. A porrada foi de frente, mas sem maiores danos, exceto pela perda da chance de vencer a prova.
A partir daí, a corrida foi muito disputada, cheia de ação e ultrapassagens. Foram tantas as manobras que é impossível relembrá-las na ordem correta. Destaca-se, no entanto, uma ferrenha disputa com um simpático rapaz oriental, com quem nosso representante disputou várias frenagens e contornou várias curvas lado a lado, no melhor estilo Senna x Alesi, sem um toque antidesportivo sequer - raridade nestas competições amadoras, ainda mais em uma pista tão estreita.
No fim, tudo o que se conseguiu foi recuperar o segundo lugar e terminar a prova satisfeito. Na última volta, era possível avistar o primeiro colocado que estava pouco mais de três segundos a frente - muito pouco, se considerarmos a porrada na pilastra e todo tempo perdido nas ultrapassagens para voltar ao segundo posto.
Ah, nosso alto e dileto amigo também terminou bem: foi o primeirão entre aqueles que chegaram uma volta atrás dos líderes.

ÍNDIA



Sobre o GP da Índia de F1 ocorrido neste domingo.
Em primeiro lugar a poluição fez com que a corrida tomasse um ar (com trocadilho) familiar. Nesta abrasiva Rib’s e suas queimadas de cana a atmosfera fica muito parecida com essa que vimos nesta manhã de domingo.
Aqui, gostaria de abrir parênteses (não um parente, bem entendido). As queimadas de cana são sempre são criminosas literalmente falando. Estou sendo irônico. Essa é a desculpa dos responsáveis. Até parece que tem gente que adora colocar fogo na cana e correr o risco de ser queimado junto.
Voltando à corrida.
Canso em dizer que o massa não entende a corrida como um todo, entrando em brigas sem glórias ao invés de pensar que sofrer uma ultrapassagem pode não significar que não vá recuperar a posição mais para a frente.
Hoje, mais uma vez, ele se envolveu com o nosso adorável trapalhão Hamilton.
Houve uma tentativa de se culpar o sempre culpado Hamilton e até mesmo que os dois fossem punidos. Seria risível.
Na verdade, penso que ninguém deveria ser punido. Foi coisa de corrida. O massinha fingiu que não viu o Hamilton que não tirou o pé. Deu no que deu. Até o Mr Bean fez suas caretas.
Vejam no vídeo da batida que o massa deu uma olhadinha no espelho procurando o piloto inglês.
Desta vez a punição foi para ele. De resto até que vinha andando bem acompanhando a prima dona alfonsina.
Agora vejam o segundo vídeo:



Massa é um felino à procura de sua presa. Mais precisamente uma zebra.
Procura de um lado procura de outro e pimba: leva um coice que quebrou sua pata dianteira.
A zebra venceu. Aliás, os outros felinos nem se importaram com as zebras. Estavam correndo atrás da glória, aquela gostosa.
O pior no caso do nosso estabanado felino é que ele já havia levado um coice desta mesma zebra nos treinos com o mesmo resultado.
É um felino precisando de óculos.

sábado, 29 de outubro de 2011

13

Então, fiéis admiradores das corridas de carrinho, acordamos às 6h30 para assistir o treino de classificação para o GP da Índia. Afinal de contas, dormir é coisa despicienda.
Mais uma vez, o show ficou por conta de Vettel, que conquistou, com aparente, facilidade sua 13ª pole position no ano, igualando, assim, o que conseguiu Ayrton Senna em 1988 e 1989.
Embora o número absoluto seja o mesmo - 13 -, as poles do Kid neste ano não têm exatamente a mesma significação que as de Senna. Em 1988 e 1989, Senna corria na McLaren ao lado, justamente, do segundo melhor piloto - ou do melhor piloto, conforme alguns - da F-1 da época: Alain Prost. Os dois competiram abertamente, Prost tinha exatamente o mesmo equipamento e, ainda assim, não fez frente ao brasileiro nos treinos de classificação.
Em 1992 e 1993, Mansell e Prost fizeram, respectivamente, 14 poles cada um. Mas, aí, o carro era um foguete e seus companheiros de equipe, embora talentosos, não eram Sennas.
Outro dado importante é que, quando o recorde foi estabelecido, corria-se 16 vezes por ano, e não 19 como hoje. O Kid tem 13 poles em 17 classificações e conta, ainda, com mais duas chances para igualar o recorde de Mansell e Prost.
Mesmo assim, o jovem alemão faz miséria quando se trata de andar mais rápido que os outros. É, sem dúvida alguma, o novo rei da pole.

Indiana Jones

Quem vai acordar às 6h30 amanhã para ver o treino da F1? Isso deveria ser proibido.
Hoje, Senninha entre os dez primeiros, o que não chega a ser surpresa; Hamilton punido, o que não é surpresa de forma alguma; Massa em primeirão, com a Prima Dona Alfonsina parando na pista, a mais absoluta surpresa.
Quem acordar às 6h30, me conte o desfecho.

Mais flores, menos vazio

Depois de uma semana absurda, hoje, instalou-se o caos de repente por aqui. Atrasei imperdoavelmente para a banca de uma aluna , enfrentei um trânsito tipicamente paulistano, fiz grandes peripécias no metrô - ainda não contei, mas acho que recebi vários reais em moedas de dez centavos na bilheteria e me equilibrei na ponta do dedão do pé esquerdo no vagão lotado.
O dia parecia destinado a um fim caótico. Mas - vejam só - ao voltar para o centro, recebi flores. Desta vez, juro que não fui eu quem comprou.
É bom saber que há flores que se preocupam com o que causam seus espinhos. E é bom ver flores.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Preenchendo o vazio


Por falar em primavera, olha só que bacana: eu e a Edna ganhamos flores hoje!

De volta ao escuro

Lembram quando, há uns dois meses atrás, teci algumas observações sobre folhas caindo das árvores e deixando o quarto mais claro?
Pois bem, acabou o inverno, que este ano foi tão quentinho, as folhas estão de volta tapando a luz do poste.


Agora, o verde nem deixa que se veja o poste, outrora todo serelepe. Que venham as flores da primavera.

Cura

Igor Rossello, um dos médicos responsáveis pelo acompanhamento de Robert Kubica, informou que o piloto já dirige um carro de rua e, em breve, poderá sentar em um bólido de corrida. A notícia está aqui.
Rossello, no entanto, admite que não há certeza quanto à recuperação total da mobilidade da mão do piloto, que ainda será submetido a uma nova cirurgia.
Após a grave pancada do polonês, a eventualidade de ele não poder dirigir um carro de Fórmula-1 tão rápido quanto antes é um detalhe. Pode ser frustrante para ele e seus fãs - eu, inclusive - não tê-lo disputando as primeiras posições na principal categoria do automobilismo. Não se deve, entretanto, deixar de destacar que a volta a uma vida normal já é uma vitória absurdamente grande, considerando que a amputação foi considerada no caso.
Para mim, até o acidente, Kubica era o mais completo piloto da nova geração. Rápido, consistente, inteligente em termos de conservação do equipamento e estratégia, além de ousado quando necessário. Seria uma pena que ele não pudesse mais disputar um título mundial. Mas o indivíduo já passou por, pelo menos, duas porradas homéricas, voltou e colocou todo mundo no chinelo. Torçamos para que seja assim de novo.
Se não for, não tem problema: "olho para ele e não posso deixar de lembrar como tudo correu bem, todas as fraturas e feridas foram curadas (...)", disse Rossello. Não é assim que todos nós queremos sair de nossas pancadas?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

ORA DIREIS OUVIR BOATOS

Rubim estaria fora da Williams cedendo seu posto para nada mais nada menos que Kimi Raikkonen que conta com a simpatia deste blog na forma do chefe e desse que tecla.
O cara é um tipo rockeiro das pistas: anda muito, não dá bola para a torcida e bebe todas.
Quem anunciou, no entanto, foi um tablóide nórdico que reproduziu uma informação dada no passarinho (um tal de twitter) por um japonês que já correu na F1. O Taki Inoue.
Sinto uma vontade enorme de tripudiar com o nome do informante, mas, de fato sinto apreensão pelo Kiwi que vai entrar numa fria com essa equipe de terceira que se transformou a Williams.
Como nada está confirmado, rubim vai continuar dizendo que tem esperança de surpreender na próxima corrida lá nas Índias.
Eu disse corrida de F1 na Índia?
O fim do mundo realmente está próximo.....

ENSAIO

Bem, o mundo não acabou dia 21 de outubro.
Mas, hoje 25 de outubro o ensaio geral foi bem assustador.
Vejam o filminho.
Na verdade foi um anticlímax.
Já tivemos um tornado por aqui em maio de 1994 com destruição nunca vista.
Desde então quando arma um tempo desses todo mundo lembra do ocorrido arrepiando geral.
Apesar do céu carrancudo o ensaio de hoje terminou em uma chuva daquelas normais.
Tsc, tsc.

domingo, 23 de outubro de 2011

LOCO MUNDO LOCO

O chefe do blog postou um monte de coisas.
Como diria um dos primos dele "é uma atrás da outra".
Aliás, assim é a vida. Uma atrás da outra.
Enfim, vamos aos 20 de outubro de 1991.
Eu não deixava o pequeno Renato assistir corridas pela madrugada pela sua pouca idade.
Mal sabia o Luizão que, anos mais tarde, o pequeno Renato iria, como o pai, arrastar correntes pelo castelo nessas madrugadas da vida.
Enfim, lembro que vibrei nesta corrida quando o Nigel deu uma de Mansell e saiu da pista indo parar na empoeirada brita. Gritei de alegria por dentro para não acordar ninguém.
Peruadas. Aqui em Rib's também temos peruada. Hoje, se não me engano ela é confinada nestes lugares onde a petizada bebe até não mais poder.
Nos anos setenta do século passado a petizada bebia até não mais poder desfilando no centro da cidade.
As pessoas normais ficavam na calçada admirando o bando de malucos numa espécie de procissão.
Bem, procissão não é bem o termo que devo usar.
A coisa estava mais para escola de samba no sambódromo.
Lembro que um amigo meu que cursava odonto foi, certa vez, de surfista do asfalto. Calção e prancha.
Depois de algumas goladas numa garrafa suspeita ele literalmente surfava no asfalto. Jogava a prancha e subia como se cavalgasse uma baita onda no Havaí. Conseguiu várias manchas roxas e um monte de arranhões.
Para encerrar, leio no UOL que bruxas e zumbis brigam nos Estados Unidos. Por sinal, onde mais não é mesmo?
A noticia está aqui.
Na verdade, e por isso tinha que ser nos EUA, a briga é por dinheiro. Uns querem a freguesia dos outros.
Mas, se existissem de fato as duas categorias iriam brigar pela freguesia do mesmo jeito. Ainda enfrentariam a forte categoria dos vampiros, os eternos chupadores de sangue.

Quatro pessoas em volta do café

Hoje aconteceu na porta da sede paulistana do F-1 Literária a já tradicional festa típica em homenagem ao Allan Kardec. O palco é montado bem em frente ao prédio e há bandas tocando o dia inteiro em altíssimo volume. As janelas tremem, caem coisas do vão que um dia abrigou o encanamento de gás e, no meio disso tudo, é impossível dormir, ver TV, ler e etc.
Todos os anos, no fim de semana designado, sou acordado por esta festa. Este ano, como tudo esteve diferente, não acordei com o barulho, pois é impossível ser acordado quando não se dormiu.
Como não dormi, não senti necessidade de tomar café da manhã. Substitui o desjejum por uma ligeira caminhada até à Avenida Paulista, subindo pela Brigadeiro Luís Antônio e descendo, na volta, pela Rua Augusta, já com ar moribundo de manhã de domingo. Passei na banca e comprei o jornal.
Não tomar café me fez lembrar de quanto gosto de cafés da manhã. Fui lembrado, principalmente, das minhas constantes incursões ao interior paulista para visitar meus pais, irmã e família. Um dos momentos por que mais tenho apreço nestas ocasiões é o café da manhã de sábado. Todos reunidos, sentamos, conversamos, tomamos o café - vício de todos nós -, tudo sem pressa, com calma, com exceção do meu pai, que rompe da mesa rumo ao computador em busca de qualquer joguinho para aplacar a crise de abstinência.
Eventos da vida, às vezes, colocam o café da manhã à prova. Olhamos para as três pessoas em volta de nós e vemos cada um com um drama interno, compartilhado ou não, e parece faltar sintonia. Só parece, pois, ainda que estejamos absortos cada qual com um pensamento estranho, sabemos que a mesa estará sempre ali, com aquelas outras três pessoas esperando para sentarmos juntos.
Um recente evento inesperado vai mudar significativamente nossas vidas. Até o substantivo vai ser alterado - de irmão, serei tio, meus pais, serão avós e minha irmã, ainda tão filha, vai ser mãe. Parece que a mesa diminuiu e agora sentamos mais perto uns dos outros.
Aquela mesa de café, com quatro pessoas em volta, é tudo o que nós temos neste mundo de vapor. Agora, seremos cinco. O novo menino ainda não chegou, mas, a julgar pela mãe, tenho certeza que vai ser assim:

De novo?

Hoje foi Marco Simoncelli quem deixou a vida em uma pista de corridas. O segundo acidente fatal em dois domingos, desta vez sobre duas rodas.
O que se pode dizer sobre o Simoncelli é que, no mínimo, era um cara bacana, cabeludo e de alto astral. Meio doido na pista, talvez. Deixa a vida ainda menino, aos 24 anos.
As imagens do acidente são absolutamente horríveis. Só recomendo para quem tiver coração e estômagos fortes.

A terceira sexta-feira do mês de outubro

A terceira sexta-feira do mês de outubro, nos últimos 7 anos, foi sempre um dia muito alegre, mesmo quando se perdiam máquinas fotográficas, celulares caros e o caminho de casa.

Este ano, vi tudo de longe, não sem uma dose de nostalgia por tempos em que dias não eram perdidos para o cansaço. Lembrei, de novo, do John Lennon e sentei aqui, vendo tudo passar e ir embora.


Há vinte anos

Não foi só o primeiro título de Piquetzão que aniversariou nesta última semana. No dia 20 de outubro de 1991, Ayrton Senna conquistava seu terceiro e último título de F-1.
Um dia que me lembro muito bem. No alto dos meus 6 anos de idade, eu não pude ficar acordado para assistir a corrida. Eu acordei e vi a gravação com meu pai. E foi tão bonito.


E agora?

Há mais ou menos um ano, choviam pedras por aqui. Cada uma delas atingiu em cheio o ponto mais dolorido do corpo humano.
Dias, semanas, meses passam e as varrem embora. Ficam só as cicatrizes que doem um bocado sempre que cutucadas. Apesar disso, o tempo parece fazer crer que pedras não vão atingir exatamente os mesmos pontos de outrora, afinal, qual seria a razão para isso? Aquelas pedras já nos ensinaram o que deveria ser ensinado. Ou não?
Parece que não. Pedras caem de novo e, de novo, fica-se a espreita, procurando se, em alguma delas, não está gravada lição a ser aprendida.
Eu sou só um menino pobre do interior sozinho em um apartamento assustador, cercado por uma cidade assustadora cheia de pessoas assustadoras. Por alguma razão, aparentemente, me cobram ser mais que isso e, mesmo as coisas mais simples da vida, não acontecem sem uma ponta de dor. A vida não dá trégua em nenhum aspecto.
A oração não foi atendida. O vazio, que prometia ir embora, parece que vai ser, agora, permanente. Melhor dizendo, o vazio está preenchido com as pedras. Com o tempo, vamos ajeitando-as, colocando-as nos cantinhos, jogando-as lá para fora - torcendo para que não caiam na cabeça de alguém - e aí fica só o vazio.
E o vazio, na certa, não é tão desconfortável. Desconfortáveis mesmo são as pedras, cheias de pontas duras que espetam e nos lembram das ausências sentidas. "Sentir" falta não é só uma construção linguística. Há faltas que, efetivamente, sentimos em cada osso de nosso corpo. Construamos, então, de novo, o vazio.
Machucado, cheio de dores, é impossível não pensar que seria melhor não acordar amanhã. Hoje, amanhã, depois de amanhã, por semanas, meses, não vai haver força para ir adiante. Mas é preciso ir adiante, não é? Há prazos, trabalhos a serem finalizados, e todos querem ver seu sorriso, todos querem ver seu otimismo, todos querem dizer "é assim mesmo" e você quer, desesperadamente, aceitar que sim, é assim mesmo.
Hoje, é difícil saber o que fazer com a dor - então, tento fazer um texto bonito e triste. Amanhã, meus pais vão me ligar preocupados, eu não vou saber explicar. Então, deixo aqui uma explicação que não foi dada por mim, mas por uns caras que eu abri mão de conhecer neste fim de semana, na esperança de que já conhecia o suficiente para mim:



Amanhã, além de não saber explicar, eu vou ajudar minha irmã com afazeres acadêmicos, vou, com coração aberto, comprar o jornal - mesmo que nele escrevam pessoas descuidadas, bem ao estilo Buchanan, que conseguem coisas lindas, jogam-nas impunemente fora e a respeito das quais falamos mal aqui, sem ninguém entender. Pessoas descuidadas que deixam os Pachecos com coração partido, Pachecos que tentaram e que nunca vão ter o que tiveram os Buchanans.
Amanhã, apesar de não saber explicar, será o primeiro dia de recolher pedras, será o primeiro dia sem esperança de que o silêncio seja quebrado, será o primeiro dia da certeza de que é no vazio que devemos ficar.
Amanhã, vou, sim, corajosamente, comprar o jornal. Vou com o peito aberto, tentando assimilar as lições a serem aprendidas. Vou com dor imensa, mas com esperança que se repitam dias assim e assim.
Amanhã, meu único desejo vai ser que o dia acabe. Mas há prazos para cumprir, trabalhos a serem acabados - tomara que eles não acabem comigo - e, de um jeito ou de outro, o passo a frente tem que ser dado.
Amanhã, vou olhar para mim mesmo e lembrar dos dias que vi estrelas no céu, mesmo em uma cidade tão cheia de luzes artificiais. Amanhã, vou olhar para mim mesmo e lembrar a razão por quê fiz tudo isso. Vou saber que é a única razão possível.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

FIM DO MUNDO



Estou lendo que um pastor cristão evangélico dos Estados Unidos previu o fim do mundo e fez a maior confusão com datas.
Agora, corrigindo suas previsões, diz que o mundo acaba em 21 de outubro deste ano.
Sem entrar no mérito do fim do mundo, desde criança ouço essas previsões e já fiquei apavorado certa vez quando um jornaleiro com banca em frente minha casa em sampa garantia o fim do mundo em certa data.
Na minha visão de menino, o cara tinha respaldo porque era um jornaleiro e eu pensava que os dessa profissão liam tudo aquilo que vendiam nas bancas. Portanto, o cara era uma espécie de intelectual.
Resumindo, o mundo não acabou.
Vamos ver o que acontece no dia 21.
Como seria?
Um bom começo é o céu se tingir de vermelho.
Vejam a foto do horizonte aqui da sacada de nosso apê.
É um belo e diferente por do sol.
A foto não fez jus à beleza proporcionada pela natureza.
Mas, se o tal pastor tivesse previsto o fim do mundo para o dia 16 de outubro eu entraria em pânico.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Há trinta anos

Há exatos trinta anos, dia 17 de outubro de 1981, Nelson Piquet conquistava, pela lendária e extinta equipe Brabham, na época chefiada pelo lendário, mas ainda longe de extinção Bernie Ecclestone, o seu primeiro campeonato mundial de Fórmula-1.
Piquetzão não era brincadeira e provocou a "primeira aposentadoria" de Lauda da F-1. Em 1981, corria ao lado - ou melhor, na frente - de Hector Rebaque e sagrou-se campeão na última corrida do ano, em uma prova disputada no circuito de rua de Las Vegas.
O brasileiro tinha El Lole Carlos Reutemann como principal rival na disputa pelo título. O argentino estava um ponto a frente de Piquet quando o GP dos EUA começou, mas chegou em oitavo e não marcou nenhum ponto, enquanto Piquet, com um 5º lugar, somou dois e venceu o campeonato com apenas um ponto de vantagem.
O vencedor foi Alan Jones, australiano, que havia sido campeão em 1980, justamente, em cima de Piquet.
Na ocasião, a derrota de Reutemann significou que a argentina permaneceria com apenas um campeão em toda a história da Fórmula-1: o lendário Juan Manuel Fangio, até hoje o único campeão argentino. Por outro lado, o Brasil conheceu seu segundo campeão na categoria, após Emerson Fittipaldi. Outros 5 títulos brasileiros ainda estariam por vir, dois com o próprio Piquet e três com Ayrton Senna.
O vídeo abaixo traz um resumo do GP das Las Vegas. Dois detalhes interessantes: 1) reparem no acidente de Patrick Tambay, aproximadamente com 1 minuto de vídeo; 2) vejam Piquet sendo carregado para fora do carro após a disputa da corrida, após ter, digamos, se sujado um pouco nas voltas finais do grande prêmio.


Dan Wheldon

Wheldon é mais um piloto que se vai em um carro de corrida. Bem sucedido, campeão da Indy em 2005, vencedor de duas edições das 500 Milhas de Indianápolis - a última, neste ano -, o inglês, provavelmente, não teve nem tempo de imaginar onde seu carro iria aterrissar após colidir com a traseira de sabe-se-lá-quem - acho que era um carro da KV -, na pista de Las Vegas na corrida de ontem.
Qualquer piloto sabe que está se expondo a riscos. Ninguém é forçado a ter uma profissão como esta, no estilo "a vida não me deu escolha". Estes caras têm paixão pelo que fazem e a perseguem, apesar de todo perigo.
Correr de automóvel, seja ele qual for, é sempre perigoso. Na pista de Las Vegas, a média horária é de aproximadamente 360km. Um impacto em qualquer coisa a esta velocidade pode ser fatal. O que se faz, adicionando itens de segurança, é minimizar perigo.
Se um cara, em uma estrada, está a 180 km/h com um carro popular e se esborracha em um poste, não há ninguém para se culpar, exceto o cara que estava se expondo a um risco enorme por razão alguma. Nas corridas, o raciocínio não é muito diferente.
No entanto, as circunstâncias do acidente de Dan Wheldon deixam margem a alguma revolta contra os deuses. O piloto não estava participando regularmente do campeonato. Fez apenas duas corridas: as 500 milhas - a prova mais importante e tradicional do calendário -, por ele vencidas; a outra foi, justamente, a do último domingo. Wheldon, convidado especial da organização, iria largar na última colocação e, caso vencesse a prova, receberia uma bolada de US$ 5 milhões, que seria dividida com um fã.
Mas, a mesma organização que pensou nesta firula bem bolada, não pensou nos riscos de enfiar 34 carros em uma pista absurdamente rápida com pouco mais de 2km de extensão. Qualquer pista de kart indoor, em que correm, normalmente, amadores, tem regras bastante rígidas quanto à quantidade de competidores dividindo o traçado. Quem assistiu o GP de Las Vegas, todavia, viu um amontoado de carros disputando pequenos espaços de pista. Parecia que os pilotos estavam competindo em uma avenida movimentada.
É claro que Wheldon quis estar ali, estava sendo remunerado para correr, concorria a um prêmio milionário. Mas não é possível fechar os olhos para as bobagens que se faz na organização da Indy, às vezes com resultados catastróficos.
A batida de ontem não é algo normal, não é um evento que, simplesmente, "acontece". Quantas vezes se vê, em corridas de monoposto, quase metade dos carros envolvida em um único acidente? Foram 15 dos 34 carros de uma vez só. Três deles decolaram, literalmente: o de Wheldon, o da Pippa Mann e o de Will Power. Todos, esses três, e os outros 11 que se safaram, contaram com uma sorte absurda. As imagens do acidente não deixam dúvidas de que apenas uma vítima fatal foi pouco, dadas as proporções da batida.
Quem sabe, com isso, não haja um fortalecimento da união entre os pilotos da Indy, que bem poderiam planejar uma greve ou, simplesmente, se recusar a correr em muquifos de rua, ovais apertados, circunstâncias medonhas, como a chuva torrencial na corrida do Brasil deste ano, e a superlotação na pista de Las Vegas, ontem.
Essas atitudes seriam muito positivas para o aumento da segurança no automobilismo de forma geral. No entanto, já custaram muito para Wheldon e vão pesar para sempre em Susie, Sebastian, de 2 anos, e Oliver, de apenas 7 meses, que perderam o marido e o pai para as corridas de carrinho.
Para eles, hoje, é como se o mundo estivesse deslizando sobre uma trilha de vapor.


sábado, 15 de outubro de 2011

Tião

No último dia 9, John Lennon faria 71 anos de idade, se um imbecil não tivesse feito o favor de interromper a vida deste indivíduo fantástico.
Nos meses dos aniversários dos quatro integrantes dos Beatles, a banda cover ZoomBeatles monta um repertório especial com músicas das respectivas carreiras solo, além dos clássicos gravados pelos quatro juntos, para comemorar as datas. Sempre lá, no glorioso Café Piu-Piu.
No dia 13, quinta-feira última, foi a vez do tributo ao John Lennon. O Fórmula-1 literária enviou um representante para acompanhar o evento. Segundo ele, a chuva torrencial não atrapalhou - exceto pelo fato de que o rapaz foi obrigado a ficar segurando um guarda-chuva de 1,70m ao longo de toda apresentação, pois a chapelaria do estabelecimento estava fechada.
Nosso enviado colocou-se em um cantinho, acompanhado de seu guarda-chuva e seu copo de chopp, para ouvir e ver o tal Tião, que, na verdade, chama Tiago, ou Thiago, mas que, naquela noite, parecia ser o próprio John Lennon, e quase levou todo mundo às lágrimas com interpretações beirando à perfeição, como em Mother, e outras tantas belas canções.
Esta aqui me lembrou do tempo em que eu era pequeno e ficava impressionado quando meu pai colocava os discos de vinil para rodar na eletrola. Tempo em que jealous era uma palavra bem estranha.

Porrada!

Como bem observou o pai do blog, as coisas por aqui andam meio sensíveis demais. Então, para acabar com isso, vamos ver batida de carro.
Ano passado, em meio a uma chuva torrencial, o título de pilotos começava a cair no colo da Prima Dona Afonsina, justamente, no GP da Coréia. O carro do Kid, um dos que disputavam o caneco, quebrou, e Mark Webber, que contava com nossa torcida para o título, fez o favor de se porrar e, ainda, levar o Rosberg junto.
Alfonso, a Prima Dona, tinha tudo para levar o campeonato, mas não andou o suficiente no Brasil, que assistiu a dobradinha de Kid e Webber e, na última corrida, em Abu Dhabi, não conseguiu ultrapassar o russo Petrov para começar a pensar em garantir o tri.
Abaixo, a porrada de Webber no muro e o perigoso impacto com Rosberg.

No nível dos olhos

Lucas di Grassi substitui Luciano Burti nos comentários da Rede Globo para o GP da Coréia neste fim de semana. Como disse o próprio Bueno, queríamos ver o brasileiro nas pistas, já que é piloto dos mais talentos.
Enquanto isso não é possível, vejamos, abaixo, esta volta de Grassi em Barcelona, em um teste para a Pirelli. Uma câmera instalada sabe-se-lá-onde no capacete de Lucas dá uma boa ideia da visibilidade que tem o piloto dentro do cockpit de um carro de Formula-1. Muito interessante, vale uma conferida.


POLE

Tivemos nesta madrugada o treino que definiu o grid de largada para o GP da Coréia do Sul de F1.
O autódromo estava meio vazio (ou meio cheio, como diriam os otimistas) talvez pelo fato de ficar longe da Capital, Seul. Fica na cidade de Yeongam distante 400 km da capital.
Não gosto do circuito cheio de “esses” com muro pertinho louco para passar o pé em algum piloto incauto. A entrada dos boxes bem como a saída tem tudo para resultar em acidentes.
A corrida vai ter um horário maluco. Três de la matina. Mas, como teremos o início dessa merda de horário de verão serão quatro de la matina.
Bom, o hamiltão quebrou a rotina dos treinos classificatórios fazendo a pole. Mesmo assim ficou carrancudo e nem levantou a viseira do capacete na hora da pesagem oficial.
Vetor sai em segundo e massa sai na frente da prima dona alfonsina. O que não quer dizer muita coisa porque na corrida o espanhol nem toma conhecimento do brasileiro.
Quem sabe na Coréia as coisas mudam.
A foto que ilustra o post é da Getty images


JOGO

Vejam esta foto de hoje sábado 15 de outubro com chuva nesta infernal cidade.
É do campo do Botafogo que mereceu um post recente.
O motivo não é o prédio que continua subindo, mas sim o jogo que estava para começar.
Já imaginaram o Corinthians mandando um jogo no campo do Palmeiras?
Pois é mais ou menos o que acontece nesta noite. O Comercial o outro time da cidade, eterno rival do Botafogo, manda o jogo contra o visitante Internacional de Bebedouro.
Não consegui descobrir porque o Comercial manda o jogo no estádio do rival. Talvez porque sou muito ligado no futebol de primeira que é jogado aqui em Rib’s.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

ORIGENS

Após uma conferência via satélite a equipe do blog concluiu que tudo bem quanto alguns escapismos, mas a boiolagem explícita deve ser contida.
“Toelhinho” exige uma retratação. Afinal, somos ogros.
Então, voltando ao tema primeiro do blog tomei a liberdade de emprestar esta imagem do blog “f1 Nostalgia”. Trata-se de um Lotus 18 de 1960. Melhor dizendo do cockpit.
Fazendo um paralelo, trabalho em um prédio “moderníssimo”. Deveria ser.
Hoje em dia tudo deve ser projetado para que os postos de trabalho tenham acesso à internet e tomadas elétricas em profusão. Os projetos deveriam levar em consideração que fios expostos trazem os mais variados problemas. No local que trabalho os fios que tratam da parafernália moderna ocupam os mais variados lugares transformando-se em armadilhas. De vez em quando perpetro a versão moderna de chutar o balde. Chuto, sem querer, os fios de meu computador que sai do ar fazendo com que perca todo o trabalho não salvo.
Como dizem por aí, uma beleza.
Se repararem bem a bateria deste carro de F1 fica no meio das pernas do piloto. Se lembrarmos de alguns pilotos lambões que apertam botões atabalhoadamente esse carro é um prato cheio para desastres anunciados. Imaginem um Nigel Mansell ou nosso querido Gerhard Berger num bólido desses. Iriam literalmente chutar a bateria.


MOMENTO CHUCK-CHUCK



Vejam que beleza de "toelhinho" tirada na famosa chácara. É do antigo caseiro. Tão fofinho e ligeirinho. Para bater esta foto tive que me disfarçar de grama. Notem o olhar desconfiado.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Black clouds and silver linings

Interessante o último post do pai do blog. Realmente, aquele lugar tem histórias fantásticas, atuações fantásticas em jogos de futebol e vários chiliques também.
Sem mais delongas, da última vez que desci lá, no campinho de futebol, saiu esta foto aí embaixo:


Vejam os senhores. Ao contrário de todas as evidências, silver linings, realmente, existem. Eis aí a prova.

PEQUENA



Este blog vem, nos últimos tempos, escapando de seu motivo primeiro, a F1.
Eu diria que é um sinal de amadurecimento (do blog) que considero salutar.
Afinal, nem só de F1 vive o mundo.
Nesta linha resolvi fazer um post sobre a passagem do tempo em nossas vidas.
A famosa chácara do Carlito esteve sempre na vida familiar do chefe do blog.
Desde quando ele se entende, se é que se entende (eh, eh), como gente, as grandes e pequenas datas são passadas ali. Aniversários, natais, páscoas, passagem de ano, passagem do cometa Halley (é sério!), visualização de satélites ao pôr do sol quando são refletidos mais intensamente e etc.
Lógico que grandes bebedeiras e vaga-lumes confundidos com óvnis. Tudo faz parte da história da chácara.
Hoje, o Carlitão não está mais entre nós. Tem um post sobre ele chamado
“Carlitão”. Não sei “linkar” para o post. Procurem, se for o caso.
Mas, continuamos a freqüentar a chácara como sempre.
Na foto nós vemos o que restou do campo de futebol.
Grandes caneladas perpetradas nesta arena hoje tomada pelas formigas.
Lembro que os melhores jogos foram aqueles em que Rib’s enfrentou Sampa. Mais ou menos como casados e solteiros. Normalmente, quando as canelas estavam doloridas e o jogo empatava alguém gritava “acabou”. E, todos iam repor energias tomando uma cervejinha.
O fato é nos tempos atuais os jogos de futebol estão mais para os vídeos games do que para os perna de pau.
O que eu queria dizer é que sempre toda vez que desço até o campo as lembranças atacam firme. Penso na vida que passou e o pouco que resta (cruzes!).
Hoje, rememorei aqueles documentários que falam sobre a efemeridade e insignificância da vida diante da grandiosidade do universo.
Se nós, os humanos, tivéssemos noção desse fato o mundo seria bem melhor.
Chegamos até o videozinho. Vejam a formiguinha e sua luta épica para levar o pedaço de folha até sua cidade, o formigueiro. Faz parte de uma sociedade primitiva anterior à do homem e desde os primórdios só tem o propósito de manter o formigueiro vivo e abastecido. Não sei se elas jogam futebol contra o formigueiro vizinho. Sei que elas vão estar aqui neste mundão véio quando nós humanos tivermos destruído tudo. Inclusive nossa passagem.
Tudo com o universo, que paira acima das nuvens, como testemunha.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Vazio

É interessante morar só. É uma experiência que pode ser, sem dúvida, libertadora. Não há regras, senão aquelas que você mesmo cria; não há horários, exceto aqueles que você mesmo impõe; não há satisfações, explicações a serem dadas, nada disso.
Mais importante, quando se convive muito tempo consigo mesmo, há uma oportunidade excelente de conhecer a si próprio. Com seus pensamentos e nada mais, aprende-se - ou, pelo menos, tenta-se aprender - sobre quem se é.
A combinação desses fatores leva a resultados interessantes, como, por exemplo, perceber quais são as coisas que fazem bem, conviver só com as raras pessoas que te fazem melhor. A percepção de quão raras são essas pessoas - e do quão mais raros são os encontros com elas - criam repúdio a conexões vazias e, com isso, é dissolvido o estereótipo do cara antes dos trinta morando sozinho.
Ocorre, todavia, que, vez ou outra, o silêncio dos próprios pensamentos é quebrado. Visitam-se pessoas importantes para sua vida, pessoas importantes vêm visitar. Mas você vai embora, as pessoas vão embora. O silêncio volta exatamente como era antes.
Não só ele retoma o seu lugar como tudo em volta continua igual: os mesmos móveis, as mesmas manchas na parede, o mesmo prato sujo que você não quis lavar, a garrafa d'água que ficou esquecida em cima do porta-copos. Está tudo lá, do jeitinho que estava antes. Por que será, então, que, às vezes, dá impressão que levaram tudo embora? Ficou tudo vazio. E o silêncio repete a todo tempo: a vida é uma constante saudade.

FINAL DESMENTE

Finalmente ficamos livres do bueno nosso de cada dia e suas contas para o final do campeonato. Em um momento da corrida ele dizia que o vetor precisava passar alguém e ficar com o décimo lugar para garantir o título. Diga-se que o lemão havia trocado pneus e estava de volta à pista. Pois, enquanto nosso oráculo fazia suas previsões, dois carros foram para o pit e o vetor passou pela reta duas posições à frente e com o campeonato garantido. E, ele fazendo contas.
O cara é dose.
Sobre a corrida em si, devo dizer que a equipe dos toros vremeios mostrou a sua verdadeira face. O final do campeonato desmente a imagem que a equipe tenta passar.
No ano passado quando o uéber estava quase chegando à tal glória a equipe disse que era diferente e o vetor não iria ajudar o australiano a ganhar a dona glória. Não havia jogo de equipe e eles eram liberais e o que importa é o esporte tal e coisa. Me engana que eu gosto.
Ontem, o vetor fez uma mudança de pneus no tempo errado e voltou atrás do tráfego perdendo a posição para nosso contrariado Alfonsinho. Veio para cima do espanhol com um carro bem mais veloz e ganharia a posição se não fosse a equipe jogar água no seu energético.
Mandaram o rapaz tirar o pé deixando nosso bueno em êxtase porque ele, bueno, é a favor de se deixar o espetáculo de lado em nome de um título que viria de qualquer maneira. Em conseqüência, avisaram o uéber que vinha em quarto atrás do vetor que o lemão não iria atacar o Alonso. Ou seja, fique quietinho aí meu filho. Então, ficou um gosto de quero mais. Penso que deveriam deixar os pilotos resolverem as coisas dentro da pista.
Por outro lado, o massa continua ladeira abaixo. Chegou atrás do Dick Vigarista numa corrida em que nada mostrou. Ainda levou uma bundada do Hamilton que teve a cara de pau em dizer que não enxerga o que vem atrás por causa do espelho sem vergonha que tem no carro.
Agora, vejam o vídeo. De vez em quando algum apêndice voa de um carro e muita gente duvida que faça falta porque o desempenho não muda. Não foi diferente com o massa. Algo saiu voando do carro dele na hora do chega para lá que levou do Hamilton.
Ficou uma discussão interessante na transmissão global sobre o que seria a peça e de qual carro foi defenestrada. Também não sei o que seria o objeto voador não identificado.
Meu palpite é que seja a marmita do massa. Ou o lap-top. Sei lá.

O menino e o sapateiro

O amplo domínio de Vettel ao longo deste ano leva a comparação, quase inevitável, com Michael Schumacher. Ambos são alemães, ambos são talentosos, ambos trucidaram seus companheiros de equipe.
A comparação ainda é prematura, acho. Schuchummy e a Ferrari dominaram a F-1 por 5 anos consecutivos. Cinco título é um absurdo; cinco título em sequência é algo quase inimaginável. Mas aconteceu.
A diferença entre o Kid e o Sapateiro, para mim, está, principalmente, no fato de que os sucessos de Schumacher, desde a manobra altamente questionável em cima de Hill em 1994, as suspeitas que pairam até hoje a respeito da Benetton de 1995, aquelas Ferraris com asas móveis que nunca foram seriamente testadas pela FIA, além, é claro, das ordens de "fique aí mesmo" para o companheiro de equipe, deixam uma sombra de possível ilicitude sobre tudo o que ele conquistou.
O Kid não tem essa nuvem negra, pelo contrário. Suspeitas de trapaça passam longe de Vettel, ficando mais próximos de outros pilotos, como o próprio Schuchummy e a Prima Dona Fernando Alonso.
O menino, por enquanto - e espero que sempre seja assim -, não faz jus ao apelido de seu compatriota, o Dick Vigarista. É um menino melhor.

ATUALIZANDO (11/10, 10:06): vejam só o texto da Julianne Cerasoli, sobre quase o mesmo tema, aqui.

Sehr schön, Seb!

E o fantástico Kid levou, mais uma vez, o título mundial de pilotos da aclamada categoria máxima do automobilismo.
Apesar da monocórdia das vitórias e pole-positions, a temporada - que ainda não acabou - está longe de ter sido chata. Pelo contrário, foi das emocionantes dos últimos anos.
O domínio kidiano e dos carros rubro taurinos, como gosta de dizer o blogueiro oficial Flavio Gomes, foi muito grande, mas não foi absoluto, como já comentamos por aqui em outra ocasião. Webber não conseguiu acompanhar seu companheiro mais novo e as dobradinhas, até aqui, foram só duas.
Vettel teve que demonstrar não ser um piloto qualquer em várias ocasiões ao longo do ano - a última delas, no último sábado, na espetacular volta da pole.
A corrida morna da madrugada de domingo não tira o brilho da conquista, que colocou a Alemanha über alles como o país com o maior número de títulos conquistados na Fórmula-1. Se o Kid não foi exatamente brilhante no Japão - pelo menos no que se refere ao domingo -, certamente, foi muito mais do que brilhante ao longo do resto da temporada. Por isso, merece que coloquemos, pela 1197º vez, a musiquinha do George Harrison, dedicada àqueles que são muito, muito rápidos.
Depois, tem mais.


domingo, 9 de outubro de 2011

A volta mais linda do ano

A volta que deu a Sebastian Vettel a pole-position para a largada do GP do Japão, que ocorre daqui a pouco, foi emocionante. O Kid, mais uma vez, demonstrou que, apesar da larguíssima vantagem que tem na tabela de pontuação do campeonato, não está a fim de cozinhar o galo. Foi lá, mostrou e chacoalhou, como dizíamos outrora.
O menino andou exatamente em cima da linha que separa a perfeição do erro. Vale ver de novo, neste link aqui.
Dá para dizer que o bicampeonato vem só por causa do melhor carro?

sábado, 8 de outubro de 2011

PAISAGEM

Sempre gostei de lugares altos. De cima é possível ver a cidade como um ser pulsante. As ruas são as artérias e os veículos a gordura do mal que as entopem. Cidadãos são vírus que trazem as doenças terminais não só da cidade, mas também do mundão véio.
O começo é meio tétrico, mas o que gostaria de escrever é justamente sobre o pulsar da cidade onde moro.
Viemos morar, em 2002, no sexto andar de um prédio aqui em Rib’s com uma vista da sacada da sala como a da foto. O ponto de vista é de quem olha para a esquerda.
Interessante notar que a foto é de 2009. Até então a paisagem não havia sofrido a drástica mudança que pretendo mostrar em alguns posts.
A avenida é a Maurílio Biaggi, continuação da gloriosa avenida Francisco Junqueira.
Aquela edificação no centro da foto é o campo do nosso time do coração aqui da abrasiva cidade. Lógico que o nome é apropriado: Botafogo.
Na verdade, faz uns dez anos que não entro no campo para assistir futebol.
Houve um tempo em que a gente ia ao campo senão pelo futebol, mas para praticar exorcismo da alma tanto que a gente xingava qualquer coisa que nos desagradasse.
A freqüência é familiar. O patriarca da casa, a madame e os pirralhos, todos proferem os mais variados palavrões. Tudo é tão engraçado que certa vez alguém xingou um repórter de campo ligado ao outro time da cidade, o Comercial, de gordo. Ele não ouviu, ou fingiu que não ouviu. Agora, o “fulano, seu gordo” a plenos pulmões fez todo mundo rir.




Na segunda foto um desses empreendimentos que brotam da noite para o dia. Neste caso, vai obstruir a visão do campo do nosso time do coração. A subida do prédio é de uma pressa alucinante. Podemos ver os operários como formigas a construir o formigueiro. Nem toda visão do campo vai ser obstruída, mas essa interferência na paisagem que nos é familiar traz um pouco de insegurança. Amanhã vão construir um prédio bem ao lado de minha sacada.
É verdade. Vai num outro post.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

POR UMA QUESTÃO DE ORDEM

Cursei minha primeira faculdade nos anos 1970. Química aqui em Rib’s. Aliás, o motivo da minha volta a este forno a céu aberto.
Havia a ditadura militar e nós estudantes vivíamos às turras com a “ordem”.
Existe até uma passagem sobre o movimento estudantil aqui de rib’s em um dos livros do Elio Gaspari sobre esses anos difíceis.
Estou com preguiça de pesquisar em qual deles. Mas, orgulhosamente, tenho uma titica de participação. Com muito medo, por sinal.
Lembro que fui contemporâneo de duas personalidades que se tornaram conhecidas de todos.
Um deles o Dr. Sócrates que fazia medicina e jogava um bolão pelos times da facu de medicina (futebol de campo e salão).
Outro, que cunhou o bordão do título, tem a língua presa e também fazia medicina. Sempre muito discreto, mas, já um dos líderes. Pelo menos mais conciliador que a maioria.
Nas assembléias, quando o pau comia solto ele sempre dizia o que se tornou um bordão entre nós “presidente, por uma questão de ordem”. Ele acabou na política e não sei se a política acabou com ele.
Enfim, depois do último post do “presidente” do blog, sobre habilidades domésticas, é o caso desse humilde colaborador levantar a mão e proferir a famosa frase “presidente, por uma questão de ordem. Estamos focando mais os chuveiros e baratas e menos a F1”?
Brincadeiras à parte, chuveiros são aquelas peças que, quando menos se espera, pregam peças nos incautos usuários.
E, sempre quando estamos despreparados para correr rua afora sem ordem de prisão por atentado ao pudor.
Já aconteceu do dito cujo explodir sobre minha cabecinha. Em outra ocasião, tomei choque com a energia desligada. Claro que foi um choque psicológico. Mas, que doeu, doeu.
Enfim, hoje, nosso chuveiro (um de última geração, cheio de frescuras) insiste em ficar só na temperatura “verão”.
Não faz muita diferença nesta terra abrasiva, mas, a tal da ordem tem que ser obedecida. Todas as seiscentas possibilidades de temperatura têm que estar disponíveis. Já dei muitas pancadas na “barbuleta” que regula a temperatura sem resultado a não ser a dor na mão.
Mas, se o “presidente” do blog enfrentou e venceu o tal do caninho estou animado em fazer uma operação em busca da temperatura perdida.
Qualquer coisa, faço post do hospital.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Simples


Quartas-feiras deveriam ser dias simples. Minha única atividade seria ficar em casa, pensando na influência do jusracionalismo no direito comercial brasileiro - se é que há alguma.
Que graça teria isso?
Então, quartas-feiras sempre reservam surpresas, coisas a serem resolvidas pelo homem simples.
Hoje, na sede maria pauliana deste humilde blog, o chuveiro caiu. O caninho que o sustentava não aguentou o tranco e veio abaixo. Ouvi o barulho e a fantástica Edna chamando em seguida. Honestamente, eu esperava algo mais sério, mas só havia caído o chuveiro.
E fomos nós aprender a trocar o tal caninho.
Na loja de caninhos, várias dúvidas sobre tamanho, sobre se eu saberia instalar a coisa, se aguentaria o peso do chuveiro, todas cuidadosamente respondidas pelo menino responsável pela venda de caninhos e tantos outros apetrechos domésticos encantadores como escadas de todos os tamanhos, fios, ferramentas maravilhosas, assentos de privada, tijolos, telhas e secadores de cabelo.
O novo caninho é todo moderno, muito diferente deste aí de cima. Em primeiro lugar, ele se divide em duas partes, para que você possa guardar a fiação do chuveiro dentro do próprio caninho. Esse pequeno detalhe me fez gastar 70% a mais de tempo para instalar a coisa toda e, no fim, a maior parte da fiação continua a mostra.
Descobrimos, por conta disso, que o espelho do buraco de onde saem os fios sequer tem lugar para ser encaixado. Todos os dias eu olhava para aquilo e me perguntava por que eu não arrumava. Este problema acabou, pois agora sei que não tem como arrumar.


O novo caninho, moderno, sustentando o chuveiro, com os fios expostos e o espelho que não tem onde ser encaixado.
Uma salva de palmas ao antigo que resistiu bravamente a vários anos de trabalho forçado imposto por um chuveiro que não o tratava com carinho.
E uma salva de palmas aos caninhos que ouviram suas mães:

MAIS NATIONAL GEOGRAPHIC

Sempre gostei dos chamados animais domésticos.
Desde cachorros até peixes sem noção.
Os gatos têm um capítulo à parte porque tivemos um lá no século passado em sampa e fiquei devendo algumas sacanagens que fazia com o bichano.
Só uma: A gente morava numa casa com janelas altas. Eu adorava colocar o Frajola (sim um nome previsível para um gato) do lado de fora, fechar o vidro da janela e apreciar seu desespero pela altura. Dói na consciência.
Enfim, esse gato desmentiu a velha máxima segundo a qual os gatos adotam a casa e não o dono.
Quando a gente mudou para um apartamento veio a dúvida: deixar o gato?
Nosso enorme pequinês (gordo GGG) iria de boa. Mas, o Frajola...
Tínhamos um vizinho cheio de saber de tudo.
Ele disse para deixarmos o gato porque iria fazer um trabalho de “esquecimento” do lar antigo.
Daí, o infeliz “nasceria” no novo lar.
Coisas de psicólogo de periferia penso eu.
Enfim, depois de um tempo ele apareceu com o Frajola num saco. Soltou o bicho que saiu em desabalada carreira “beijando” tudo o que era familiar. Até eu.
Na verdade o cara quase mata o gato. Pegou o felino, colocou no tal saco e encheu de alho. Para que ele não cheirasse o caminho de volta para o antigo lar.
Lógico que nosso amigo Frajola nem cogitou em voltar para a casa antiga e conviver com o vizinho maluco.
Depois dessa vida tortuosa o Frajola não resistiu muito tempo. Já andava debilitado e partiu para um mundo certamente melhor.
Tem mais histórias de gatos em minha vida. Mas, o post sairia muito grande.
Talvez, mais tarde eu volte ao assunto
Na verdade, esse post é uma homenagem a esse gatinho que estava na rua onde mora meu cunhado.
Ele estava embaixo do nosso carro e quando o espantamos saiu correndo pela rua e percebi que começou a interagir com uma barata.
Sim, gato tem disso. As orcas não brincam com as foquinhas?
Jogam as foquinhas para lá e para cá como os pais fazem com os filhos na piscina.
O problema é que as pentelhas foquinhas acabam morrendo estragando a brincadeira. Daí, pensando na preservação do planeta, as orcas comem o cadáver para evitar contaminação da água.
O mesmo estava fazendo este simpático gatinho. Brincando com sua amiguinha barata.
Interessante é que eu não sei o destino da barata. Já havia dado conta de uma, do tamanho de um T. Rex, e esqueci desta menor. Penso que o gatinho a acolheu em seu lar.


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

TORCEDOR COM PODER

Estou lendo no site “totalrace” que a FOM publicou em seu vídeo oficial sobre o GP de Cingapura ordens do chefe de Massa, Rod Smedley para que o brasileiro destruísse a corrida de Lewis Hamilton.
Eu assisti ao vídeo e de fato aconteceu.
Independente da ordem vir antes da batida entre os dois ou não, o fato é que seria bom os chefões investigarem até que ponto estas ordens são, digamos, “de brincadeirinha”.
Ou seja, a destruição não seria física. Massa deveria segurar o inglês o máximo possível.
De qualquer maneira, os dois protagonizaram um toque que resultou na destruição da corrida de ambos.
Várias são as conjecturas a respeito.
Primeiro, a FOM novamente tornar pública as comunicações entre os boxes e os carros da Ferrari.
De outra vez foi para o Massa sair da frente da prima dona.
Agora, coloca um engenheiro que mais parece um hooligan tresloucado berrando na grade de um estádio de futebol.
A FOM parece não morrer de amores pelo estilo mamã mafiosa.
A ordem, porque assim deve entender o piloto mesmo a se considerar as conversas cifradas, não é cabível num esporte onde os bólidos andam rápido o suficiente para que qualquer toque se transforme num acidente feio.
Outro ponto. Mais importante que a ordem foi o fato dela ser passada ao piloto. Não dá para imaginar algum engenheiro dando uma ordem dessas ao Fernando Alonso.
Por mais que não goste de seu estilo “madrinha santander comprou a F1 para mim” ele é um piloto que receberia uma ordem de tal envergadura mandando todo mundo para aquele lugar.
Podemos dizer o mesmo da maioria dos pilotos que ocupam carros um tanto quanto competitivos.
No entanto, o piloto brasileiro desceu alguns degraus na carreira e acaba por contentar-se com a rabeira dentro da equipe. Notamos até pelas desleixadas trocas de pneus nos pit stop que a equipe não se importa muito em acertar com ele.
Além disso, tem um estilo de pilotagem que, como já comentei, não leva em consideração a corrida como um todo e sim como se ela se limitasse a cinco voltas no máximo.
É muito triste que sua corrida em Cingapura se resumisse a atrapalhar a corrida de outro piloto.
Espero que esta revelação tenha desdobramentos e explicações para o bem do esporte.
Caso contrário a F1 pode voltar aos tempos das bigas.

Hit instantâneo

O post abaixo, com o título Formula 1 Ilustrada, se tornou um hit logo de cara. Vinte e nove visualizações em um dia. Pode parecer piada, mas é muito para as humildes pretensões deste blog.
O recorde ainda é do texto escrito no dia do acidente de Robert Kubica, que o mantém afastado das competições automobilísticas até hoje. Na ocasião, foram trinta visualizações. Hoje, ficamos pertinho.

domingo, 2 de outubro de 2011

Recortes de jornal

Entre as atividades deste empolgante domingo chuvoso na capital paulista, me vi organizando recortes de jornal.
Era essa uma atividade muito comum e, antes de qualquer coisa, acho que nela está a gênese deste humilde blog.
Não havia, como há hoje, cento e setenta e nove sites sobre F-1 que disponibilizam um conteúdo imenso dez minutos após a bandeirada final da corrida. A gente assistia o GP pela manhã, com sorte víamos o que passava a respeito dele no Esporte Espetacular, aguardávamos passar alguma coisa no Fantástico e só iríamos ler a respeito do evento no dia seguinte, quando comprávamos o jornal, ou o jornal chegava em casa.
Eram dias de glória aquelas segundas-feiras, após uma corrida mais emocionante, em que comprávamos a Folha e também o Estadão, e longos minutos eram gastos para ler, lembrar e saborear de novo aquele GP visto no dia anterior ao lado do meu pai.
Depois, tudo era cuidadosamente arquivado: separavam-se as páginas que interessavam do resto e elas eram atiradas no fundo de uma gaveta embaixo da cama, e lá estão até hoje, mais ou menos amareladas ou despedaçadas pela ação do tempo.
Houve uma época - vejam só -, quando era bem menino, que os recortes eram, efetivamente, arquivados com cuidado. Eram grudados a uma folha de sulfite e anexados a um fichário. Não bastasse, havia comentários pessoais deste indivíduo aqui, que ficaram conhecidos na história como dicta Renatoni, em evidente paralelismo aos dicta Gratiani.
Os tempos são outros e não se compra mais jornal. Existem tantas coisas para ler que ler ficou desinteressante. A primeira vítima foi o jornal impresso.
Os livros guardam seu encanto. Agora mesmo estava lendo um volume de uns 150 anos - meu nariz só vai para de coçar lá pela quinta-feira - e só imaginar por onde andaram essas páginas ao longo deste tempo todo torna a obra atrativa.
O jornal de hoje, por sua vez, será o jornal de ontem amanhã. E o jornal de amanhã, talvez, desdiga o que disse o jornal de hoje, e o que foi dito hoje ficará reservado ao passado até que algum historiador resolva que estas páginas são importantes para recriar um presente que não é o dele. Ou que alguém resolva lembrar um presente que, um dia, foi seu.
Esse último propósito, no entanto, guarda lá seus riscos. Tenho, por exemplo, jogado naquela mencionada gaveta, o jornal do dia seguinte ao do GP da Bélgica de 2000. Foi a ocasião em que Mika Häkkinen fez aquela maravilhosa ultrapassagem sobre o Schuchummy, já comentada aqui.
O jornal da segunda veio ilustrado com uma foto de Häkkinen no pódium e um texto grande ao lado: "Rumo ao tri". Quando li isso, pensei: "se ele não for tri, ler isto, daqui um tempo, vai doer". Dito e feito, o finlandês não levou o título - que ficou com o Dick - e até hoje me causa uma estranha nostalgia ler aquela manchete.
Agora, voltei a comprar jornais. Só aos domingos. Primeiro, porque é um bem acabado exemplo de compra e venda manual - "toma-lá-dá-cá", como diria o velho Chiquinho -, excelente para usar em salas de aula, sempre acompanhado de uma anedota, algo como "fui comprar o jornal e, no caminho, parei para tomar cerveja com um mendigo que demonstrava interesse pela lírica camoniana". Segundo, organizar recortes é uma boa atividade, a gente se distrai e areja a cabeça - por mais idiota que isso possa parecer. Terceiro, é possível que, amanhã, eu queira saborear, de novo, as experiência do hoje; um papel impresso com a data de algo escrito ontem pode ajudar a lembrar do tempo e das experiências que escorrem pelos dedos hoje.
Não dá vontade de pedir para parar só um pouquinho?

Formula 1 Ilustrada

Para quem possa interessar, hoje, na Folha de São Paulo, sai um dos melhores textos sobre F-1 já escritos desde que Colin Chapman inventou a asa invertida. Ou, simplesmente, invertou a asa que já existia para pregar seus carros no chão.
Ah, não é no caderno de esportes, mas na "Ilustrada".

sábado, 1 de outubro de 2011

Mais pressão

Este Eric Boullier é um cara do mal. Fritou o pobre Heidfeld, trouxe Bruno Senna e, agora, já começa a testar os nervos do endinheirado Vitaly Petrov.
No último dia 28, o chefão da Lotus-Renault disse que o russo está indo bem, mas que tem se preocupado demais com o fato de Bruno Senna estar se encaixando muito bem na equipe. A coisa está aqui.
É claro que o Senna sobrinho está botando pressão no Petrov. Em três qualificações juntos, Senninha largou na frente em duas e, nestas duas , foram décimos de segundo consideráveis sobre o companheiro.
No entanto, sair para a imprensa dizendo que o cara está sentindo a pressão não vai ajudá-lo a andar mais. Eu acho. Mas do que eu entendo?
Como se não bastasse, Gerard Lopez declarou que há, pelo menos, cinco nomes brigando pelos assentos Lotus-Renault para o ano que vem. Isso sem contar a sombra de Robert Kubica, que tem lugar garantido na equipe.
Isto, sim, é pressão: ter um emprego que todo mundo quer e que não basta ser competente para mantê-lo.