quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

51 Racing Team

Terminou o "51 International Championship". Não sei bem quem ganhou (certamente, foi o piloto sueco), mas me diverti um bocado com nossas corridas, após as disputas de kart, atrás do glorioso pint da vitória, normalmente, contendo Old Speckled Hen, quando essa incrível bebida não está em falta no pub. 
Percebi que larguei na frente em quase todas as ocasiões e cheguei atrás na maior parte das corridas. Formulei várias hipóteses para justificar esta estatística, prometi emagrecer para andar melhor e ser menos acomodado nas voltas iniciais. Mas, no fundo, não importa. Lembro-me de, há alguns anos, ter lido uma entrevista com Gerhard Berger em que o austríaco dizia que ser segundo quando Senna era o primeiro não era um mau lugar para estar. É mais ou menos assim que me sinto: se o piloto sueco está lá na frente, é como se eu estivesse também.

Largada na chuva: não é só a luz verde que pisca

Todos atrás do kart sueco nº 27

Ninguém atrás do kart  nº 21 ítalo-gordinho

Ousadia ao entrar de lado na curva

Resignação: eles vão ultrapassar

Tentativa de sabotagem para cima da ala sueca da equipe.

Proficiência

Interessantes são estas reuniões familiares. Normalmente, passam como agradáveis encontros em que bebemos, comemos e vamos embora sem grandes impactos no espírito. Ora, uma epifania não é o propósito de uma festa de aniversário. No entanto, a intimidade, escondida pela distância e a convivência rarefeita, pode trazer à tonar, por meio de uma frase bem colocada, uma aspecto interessante de sua vida. 

_ Você perdeu uma proficiência. 

Assim, secamente, um primo meu, com quem pouco converso ultimamente, dirigiu a palavra a mim. Achei graça de tal assunto surgir, justamente, na noite de meu aniversário. 
Iniciei a resposta, explicando que era assim mesmo, que apesar de ter feito duas provas de proficiência para ingresso no mestrado, apenas poderia aproveitar uma para a aprovação no doutorado, etc., etc., etc., quando fui interrompido: 

_ Não, não. Proficiência em solidão. Você perdeu a proficiência em solidão. 

E, assim, secamente, está feito bom resumo do meu ano. Perdi a proficiência em solidão. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

MEMÓRIAS - 0

Recentemente tivemos mais uma edição desse jogo de cartas marcadas que são as eleições no brasil-sil-sil.
Tenho experiência o bastante para sentir um certo asco por este período em que todos os problemas de nosso país serão resolvidos por estas pessoas tão dedicadas e preocupadas com o desenvolvimento. E, são sempre os mesmos políticos.
Quando não, os filhos e outros descendentes que tentam agarrar um cargo qualquer.
Véio Mero sempre dizia, e na época eu não entendia, que "muda o encanamento e a merda é a mesma". Agora entendo.
A primeira vez que votei foi no longínquo ano de 1974 quando completei 18 aninhos. Naquela época só "de maior" votava.
A ditadura era feroz. Até o Estadão, que pendia para a direita, era censurado.
Pois eu me encantei com um cara que, no horário político, baixou o sarrafo e soltou o verbo contra a ditadura. O horário político era ao vivo, uma falha enorme da ditadura.
Candidato a senador do MDB contra Carvalho Pinto (que nome é este?) da Arena.
Era Orestes Quércia, jovem dinâmico e com culhões.
Deu no que deu.
Graças a ele e outros sugiu em 1976 a risível e ao mesmo tempo trágica Lei Falcão.
A partir dela só "santinhos" como imagem e currículos pré gravados. Os humoristas se divertiram.
Ainda em 1976 voltei para minha terra natal (Rib's) para cursar Química na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP. Filô para os íntimos.
Caí de paraquedas num mundo totalmente diferente. Ainda em 1975 quando fazia cursinho presenciei algumas coisas esquisitas como um professor que demitiu-se repentinamente porque algum dedo duro entregou o cara para a "repra" (repressão para os menos iniciados) já que em sala de aula defendeu a ecologia e disse que o brasil não respeitava a dita cuja. Professor de Biologia. Defendendo a ecologia naquela época! Tem que prender!
Enfim, no inicio do curso fui escolhido "voluntário" para a direção do centrinho da Química (Cenequi, que existe até hoje). A diretoria passou a ser toda do pessoal do primeiro ano. Mais ou menos contra a nossa vontade. Principalmente pela falta de experiência. Os veteranos, porém, passaram para nós (da capital) a responsabilidade.
Aqui se faz necessária uma explicação.
O curso de Química passou em 1976 a oferecer além da formação em Licenciatura a formação em Bacharelado.
Minha turma foi a primeira do Bacharelado.
Então, o curso que abrigava somente gente de Ribeirão Preto e região, repentinamente foi invadido pelo pessoal de São Paulo e região.
Outras pessoas, outras cabeças, mas, o centrinho continuou alheio à política.
Em parte. Eu tinha uma pequena formação política graças ao véio Mero e suas imprecações famosas contra qualquer governo.
Foi só abrir a boca que o pessoal de outros centrinhos (biologia, psicologia e medicina, os mais radicais) vieram  me "doutrinar".
Basicamente queriam que o jornalzinho da Química publicasse assuntos políticos contra "o que aí está".
Eu topei. Meus pares não toparam e, depois de muitas rusgas, ganhei a antipatia de todos. De um lado o pessoal do Cenequi porque eu queria "comunizar" o jornal. De outro, os outros, que me chamavam de bunda mole por não ter força política dentro do centrinho.
A partir daí passei a ser uma espécie de fantasma dentro do centrinho. Participava das reuniões, assinava cheques (eram necessárias três assinaturas!) mas, só.
Nesta época eu estava na primavera de minha formação política. Romanticamente pensava que poderíamos mudar o rumo da história do brasil conscientizando os colegas em volta que, por seu turno, conscientizariam outras pessoas e finalmente transformaríamos o brasil num éden.
Mais para Gramsci do que para Marx.
Cedo, constataria que nada é tão simples assim.
Continuamos depois.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

FATURANDO

Já havia comentado em "puro sangue" o destempero de Kiwi Vodkanem em relação ao seu engenheiro que entrou no rádio para falar o óbvio.
Como no mundão atual tudo é money vamos faturar sobre o fato.
Leio aqui que lançaram uma camiseta e outros bagulhos com a famosa frase.
Fico pensando se o engenheiro vai levar uma porcentagem.....
Caso contrário o chefe do blog pode entrar em contato com o sujeito e aventar uma possível ação.
Afinal, tudo é money!

a camiseta é bonita, vai

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

OS CINCO MENOS

O lado caipira do blog escolhe agora os cinco menos do campeonato de F1 de 2012.
Alguém disse que alguns pilotos  trazem para a F1 um certo ranço da GP2 que são as raladas contumazes quase sempre sem punição.
Penso que, em verdade, neste ano alguns pilotos sem noção de espaço e tempo tomaram parte do grid. Não importa de onde vieram. Mesmo porque onze entre dez pilotos da F1 atual passaram pela GP2 e nem todos concorrem ao prêmio lambão da corrida. Sim, eu sei que Kimi Raikkonen não passou pela GP2.
Na cabeça dos candidatos, no entanto, uma corrida de F1 dura uma volta. Por isso, saem em desabalada carreira assim que as luzes verdes acendem.
Vamos lá.

O PRIMEIRO MENOS: BRUNO SENNA


Para nós, brasileiros, é desagradável ter que admitir que Bruno Senna não chega nem perto do tio.
Os verdureiros viviam dizendo que era preciso um carro melhor e uma temporada inteira para que ele mostrasse serviço depois de penar com a HRT em 2010 e a Renault no ano passado.
Veio a Williams e a desculpa foi dividir o carro com Bottas o piloto reserva que o substituirá no ano que vem. No primeiro treino o preferido de um dos chefões da equipe usava o carro. Não acredito que este fato tenha sido preponderante para sua fraca campanha.
Um bom piloto se vira, nego.
Uma de suas grandes falhas, senão a maior, é a falta de velocidade em treinos. Neste aspecto seu companheiro de equipe foi melhor que ele.
Esse fator fez com que largasse quase sempre atrás e quando não se envolveu em problemas por conta própria acabava levando uma pimba por estar no lugar errado na hora errada.
Para completar as lambanças bateu em Vettel na primeira volta em Interlagos na corrida mais importante do ano. Quase tira da corrida um dos candidatos ao título numa atitude tosca.
Até os verdureiros admitiram que não tomou o devido cuidado. Eu assisti diversas vezes a batida e fiquei com a impressão de que simplesmente deixou bater. Do jeito que veio, como uma carroça desembestada, viu um carro fechando a curva e não se preocupou em evitar o toque. Depois deu declarações infelizes dizendo que Vettel é quem tinha que tomar cuidado. Diga-se que ele bateu na lateral traseira do carro do alemão. Ou seja, ligeiramente sem razão. A preferência da curva é de quem está com as rodas dianteiras à frente.
Enfim, dispensado da Williams está procurando um lugar qualquer. Dizem que pode ir para o campeonato alemão de turismo, a DTM. Lá, com as rodas cobertas vai se lambuzar de verdade.

O SEGUNDO MENOS: ROMAIN GROSJEAN


 o que sobrou de seu carro em Spa
"o seguro não quer pagar?"

Nosso Romã da Granja só não foi o primeiro menos pelo fato da decepção com Bruno Senna.
O piloto da Lotus, essa não aquela, foi mestre em se meter em confusão. Uéber o colocou no bloco dos malucos da primeira volta, após levar uma bundada no GP do Japão. Com razão.
Alguns analistas disseram que foi muito dura a punição que recebeu após o incrível pega para capar que promoveu na largada do GP de Spa.
Se levarmos em consideração que seu carro quase acertou a cabeça do mimadinho de mamã Ferrari até que Romã ficou no lucro. Foi suspenso por uma corrida e não participou do GP de Monza.
Apesar de tudo subiu ao pódio 3 vezes e ficou em oitavo na temporada à frente de pilotos como Roseberg com mais experiência e calma.
Até agora não foi confirmado como piloto da Lotus, essa não aquela. Mas, é questão de suspense barato. Tem o apoio dos patrocinadores maiores e do chefão da equipe.
No ano que vem vai continuar dando trabalho para os garis da F1.

O TERCEIRO MENOS: MICHAEL SCHUMACHER

Nós adoramos detestar shushu. Talvez faça um post sobre sua carreira. Se o chefe do blog não o fizer antes. Mas, no início desta temporada sabíamos que era tudo ou nada. Ou seja, seu milionário contrato chegaria ao fim, a equipe trabalharia para ele (sobrando as sobras (ui!) para Roseberg) e, confesso, que esperava mais do nosso aposentado.
Pouco, ou nenhum brilho, para alguém que tem um caminhão de estatísticas e um bonde cheio de puxa sacos.
Sua escolha se deu pela batida à la Mr Magoo (esse é do meu tempo) na traseira do carro de Vergne no GP de Cingapura. Notem o balançar de cabeça do Ross Braw. Ali ficou decidido que o aposentado iria se aposentar.
Por esta o terceiro lugar. Sem contar o fato de ter abandonado, por diversos motivos é claro, sete vezes em vinte corridas. Ficou em 13º lugar na temporada com 49 pontos e subiu ao pódio no GP da Europa quando foi terceiro.




"agora sim. Tô de férias definitivas."

O QUARTO MENOS: PASTOR MALDONADO
Pastor tem uma enorme vantagem que é o fato de sua carreira ser bancada pelo Chaves venezuelano e não o mexicano. O verdureiro mor da dona Globo de vez em quando berra nos nossos ouvidos "como é rápido esse venezuelano".
Sim, ele é muito bom em voltas lançadas. Mas, é um desses que precisam saber que a corrida tem mais de uma volta. As vezes nem isso.  Costuma dar o ar da graça no meio da prova mesmo.
Pegou de jeito na penúltima volta nosso querido Hamilton que ficou muito feliz com a atitude de mula sem cabeça do piloto da Williams.



Na verdade ainda é uma incógnita porque quando não se envolve em acidentes consegue até mesmo vencer com um carro-carroça como a Williams. Foi assim no GP da Espanha.
Ficou em 15º na temporada com 45 pontos, mas, tem uma autoconfiança enorme. Do tamanho do cofre da estatal venezuelana de petróleo que mantem sua estada no grid.

"e ainda por cima sou lindo"

O QUINTO MENOS: SERGIO PEREZ
O amigo Chapolin Perez, esse sim mexicano, agarra o quinto lugar pela queda impressionante de desempenho quando anunciado pela McLaren para substituir Hamilton.
De uma hora para outra sentiu a pressão. Até então era uma promessa que jogou fora uma vitória para ajudar a prima dona Alfonsina no GP da Malásia quando ficou em segundo lugar. Sua equipe lembrou que o segundo lugar também era bom. Para bom entendendor bastou (nem com toda esta ajuda prima dona foi campeão!!).  Anunciado como certa sua ida para mamã Ferrari (pelos bons serviços prestados) ultrapassou prima dona em Monza tirando o segundo lugar do mimadinho que ficou em terceiro. Perdeu o futuro emprego com certeza.


pela cara de Alonso, Chapolin perdeu a chance de ir para a Ferrari em Monza

Entra para a nossa galeria dos menos pelo enrosco que provocou em Bubu Dadá tirando até mesmo Romã da Granja da corrida.



Vai ter algum tempo para esfriar a cabeça e se adaptar ao novo mundo que é a McLaren.
Segue o bonde.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

CINCO MAIS

Terminado o campeonato de 2012, depois do chororô ferrarista, tivemos um período de ressaca aqui no blog.
Mas, como no futebol, todos tem uma escalação dos "melhores do ano".
Então, resolvi fazer uma lista dos melhores do ano do ponto de vista do lado caipira do blog.
Então, vamos aos cinco melhores.

PRIMEIRO LUGAR: KIMI RAIKKONEN

Devo dizer que o estilo "deixa que eu chuto" do piloto finlandês agrada não só a mim como uma imensa parte da torcida.
Tenho até uma certa desconfiança que seu estilo é estudado para diferenciá-lo dos engomadinhos que dividem as pistas com ele. Apesar de seu ar "blasê" quando acelera não é brincadeira.
Sua volta às F1 foi comemorada aqui no blog na certeza que não passaria em branco. Conduziu um carro improvável apresentando problemas em velocidade para ultrapassagens.
Mas, mostrou muita força, venceu em Bubu Dadá e esperamos que em 2013 vença mais vezes. Na minha opinião é um candidato ao título do ano que entra.


SEGUNDO LUGAR: SEBASTIAN VETTEL

 Esse dedo em riste significando "é nóis nas frita, mano!" parece não agradar os outros pilotos.
Talvez, por isso poucos disseram que merecia o título de 2012. Até Mickey Lauda andou dando opinião a favor do mimadinho. Ainda bem que Lauda quase nunca acerta....
Vetor caminhou por estradas esburacadas, ao contrário de seu maior rival pelo título. Teve em mãos um carro não muito confiável com falhas em um tal de alternador, além de punições estranhas para ajudar.
Na reta final, no entanto, suportou a pressão venceu três corridas em sequência e soube administrar a enorme pressão sobre ele.
Em Interlagos fez uma corrida fantástica. Dessa vez o carro resistiu à barbeiragem de Senna, esse não aquele, e apesar de avariado, soltando peças ao longo da corrida proporcionou uma corrida fantástica ao alemão que mereceu o título mais que ninguém.
Tricampeão aos 25 anos e com muita lenha para queimar. Vai longe.

TERCEIRO LUGAR: LEWIS HAMILTON

Hamilton é um piloto em transição. Deixa o ninho onde nasceu para reinventar-se. Dizem que deixou a McLaren por dinheiro mas, eu penso que a longa vivência, desde a adolescência, tenha pesado. O título de 2008 já está distante e Hamilton passou por anos difíceis com pilotagens inseguras ou mesmo temerosas (os envolvimentos com massa, por ex).
Neste ano apesar do carro ter altos e baixos disputaria o título (e penso que poderia vencer) se não fossem algumas estranhas quebras, quando já em negociação com dona Mercedes. Até comentei no blog.
Acredito que vai impulsionar dona Mercedes, engolir seu companheiro de equipe e forçar a equipe alemã a ser mais do que escada para volta de aposentados.

QUARTO LUGAR: FERNANDO ALONSO


Essa língua mostrada pode ser em relação à ética e a esportividade.
Prima dona Alfonsina gastou energia demais com planos e atitudes dignas do Dick Vigarista.
É piloto como poucos e sabe tirar tudo do carro. Mas, usa destes artifícios que deveriam estar em desuso com a aposentadoria de shushu.
Usou seu companheiro de equipe como capacho em diversas ocasiões e, em entrevistas tentava de modo pouco elegante abalar seus adversários psicologicamente falando.
Também não penso que seu carro era tão ruim assim. Sempre andou na frente ao longo do campeonato.
A Ferrari não andou bem em diversos treinos mas, tinha cacife para chegar entre os três primeiros. Tanto que chegou 13 vezes entre os três primeiros.
Talvez mude de atitude no ano que vem. Eu duvido.

QUINTO LUGAR: JENSON BUTTON

Jenson Button é o único piloto que faz a Mariana olhar a TV quando assistimos corrida. Vive dizendo que o único defeito dele é não ter o telefone dela.
Enfim, é um desses pilotos que a gente não nota e quando percebemos ganhou a corrida. Principalmente essas corridas complicadas como a do Brasil, quando venceu com certa facilidade depois que incrível Hulk tirou Hamilton da disputa.
Vai ter mais uma chance de liderar uma equipe no ano que vem. De certo modo era o líder da Brawn quando foi campeção em 2009. Esperamos que consiga conduzir as coisas na McLaren e que faça um ano melhor que 2012 sem o peso de ter um companheiro como Hamilton.

São esses, na minha opinião, os cinco destaques do ano. 
Estou pensando nos cinco destaques negativos. E, a briga é feroz.