segunda-feira, 29 de março de 2010

TADINHO DO LEMÃO

Quem diria que eu iria escrever para dizer que as críticas sobre a corrida do lemão schuchu foram cruéis. Sim, a imprensa européia tirou uma da cara dele por conta de sua apagada corrida. Ainda levou um pedala robinho (ou rubim) de uma virgem.
Acho que, apesar de toda a experiência, o cara tem que se readaptar. Pelo visto não é fácil parar, ir brincar de moto, e voltar competitivo.
Ainda por cima, pelo menos até agora, a equipe está deixando o roseberg andar sem o breque de mão puxado. Ou seja, está dando a mó canseira no companheirão que não consegue acompanhá-lo.
Se bem que, algo me diz, que a hora de tirar uma do lemão é agora. Quando ele tomar gosto pela coisa vou se obrigado a secá-lo como antigamente. O chefe do blog deve lembar do "seca, seca, seca" quando ele parava nos boxes. O único jeito dele se dar mal era um mané travestido de mecânico colocar a roda dianteira no lugar da traseira.....

Dica

Para os aficionados que lêem o blog (se é que há algum além de mim e meu pai), vai uma dica interessante. No site oficial da F-1, está disponível um serviço que entrega mensagens em seu celular nos finais de semana de corrida. São coisas como as classificações de todos os treinos, o grid de largada, alguns comentários durante a corrida, a atualização da pontuação dos mundiais de pilotos e construtores, speed traps e maiores velocidades em cada trecho do circuito.
Enfim, é coisa para doidão, mesmo, mas eu achei bem legal o serviço, principalmente porque é gratuito. É interessante, também, para quem não vai assistir à corrida, já que as informações vêm em tempo real.
O único problema é que, mesmo quando as corridas são de manhã aqui para nós, no Brasil, há treinos que ocorrem de madrugada pelo horário de Brasília. Para evitar sustos na madrugada, é melhor desligar o celular ou cancelar a assinatura do produto - que, cá entre nós, não faz falta alguma...

GP2

Já comentamos, aqui, sobre os carros de GP2 que estão povoando o grid da F-1 neste ano.
Karun Chandock, companheiro de Senna na equipe Hispania, completou a corrida 4 voltas atrás dos líderes, o que significa que terminou muito, muito atrás.
Contudo, isso não é o fim do mundo. Carros que chegavam a 4, 5 voltas atrás do líder sempre houve. Ocorre que, nos últimos anos, as coisas foram bem diferentes. Principalmente no ano passado, quase não se via pilotos tomando volta dos líderes. Os grids de largada eram formados com quase todos os pilotos andando no mesmo segundo. Um equilíbrio assim é que era, realmente, inédito na F-1.
Este ano, como as coisas, digamos, "voltaram ao normal", estamos todos estranhando.
Dias desses, estava assistindo ao GP da Inglaterra de 1985. O líder era Senna, de Lotus, e antes da metade da corrida, Stephan Bellof, de Tyrrel, já estava 4 voltas atrás do líder.
No fim das contas, quando Senna abandonou sem combustível, faltando apenas 5 voltas para a bandeirada, somente ele e Alain Prost estavam na mesma volta. No fim, Prost foi o único a completar as 65 voltas previstas, já que o segundo colocado, Michele Alboreto, completou a prova uma volta atrás.
Senna, apesar do abandono, estava tão na frente que quase pontuou...
Quer dizer, carros mais lentos, retardatários, sempre existiram e sempre existirão - e a F-1 não vai acabar por isso. Os dois últimos anos, especialmente o último ano, é que foram exceções.
De todo modo, ser mais lento é uma coisa; prejudicar a segurança de todos na pista é que é complicado. Na primeira volta do GP da Austrália, houve um acidente forte envolvendo Nico Hulkenberg, Sebastian Buemi e Kamui Kobayashi. Minha primeira impressão foi "esse japonês é louco". Mas, na repetição, ficou claro que caiu a asa dianteira de seu carro, e o piloto nada pôde fazer para evitar o acidente, como ele próprio confirmou, após a corrida.
Esse tipo de acidente não é brincadeira. Foi algo assim que matou Roland Ratzenberger, em 1994. E o que é pior, a Sauber não é, nem de longe, uma equipe "nova".
Assim, o que preocupa não é ter que ultrapassar meia dúzia de retardatários por corrida, algo que sempre existiu, mas ter carros desmanchando no grid. Isso, sim, é que deve preocupar.

Valeu 2


Pódium do GP da Austrália de 2010 - a ausência sentida é, novamente, Sebastian Vettel (Fonte da foto: crash.net)

Foi, realmente, um grande corrida a que ocorreu no último final de semana. E não foi só por causa da chuva.
Claro que as gostas que caíram pouco antes da largada ajudaram a mexer no grid e fazer com que carros mais rápidos (Alonso, Hamilton, Webber e Schumacher) tivessem que avançar pelo pelotão, proporcionando uma quantidade absurda de ultrapassagens.
Mas a emoção da corrida se deu mais por conta das estratégias de pneus. Como já disse meu dileto progenitor, "quem pode
mais, pára menos". E, no domingo, puderam mais os quatro primeiros: Button, Kubica, Massa e Alonso.
Claro que o Hamilton deu espetáculo e foi atropelado pelo Webber duas vezes. Mas, com pneus mais novos, andando 2s ou 2,5s mais rápido que os carros da frente, ele não conseguiu ultrapassar o Alonso e partir para frente. Por que ele não tentou com mais ímpeto, é difícil dizer. Eu prefiro dizer que foi mérito dos carros a frente, que, mesmo com pneus mais desgastados, conseguiram manter uma boa velocidade a frente, impedindo o progresso de Lewis e Mark.
A F-1 sem reabastecimentos vai proporcionar corridas mais bonitas, em que não basta ao piloto acelerar como um doido até a próxima parada de boxes. As corridas vão ser mais bem pensadas (mais pelo piloto e menos pela equipe); vai se sair melhor aquele que souber dosar na hora certa e acelerar feito doido na hora certa.
A corrida de Alonso foi exemplar, caindo para o fim do grid na primeira volta e se recuperando para chegar em quarto, encostado na caixa de câmbio de Massa.
O brasileiro fez uma bela corrida, depois de uma largada excepcional e um carro menos adaptado às condições de pista que o de seu companheiro de equipe - ter um carro mais bem acertado, todavia, não deixa de ser mérito de Alonso.
Não ter cedido o pódium ao asturiano foi essencial para Massa na disputa interna da Ferrari. De certa forma, foi um troco pela largada no Bahrein. Agora, eles estão tecnicamente empatados. Alonso tem 4 pontos a mais que Felipe, mas, em um contexto em que a vitória vale 25 pontos, 4 são muito pouco.
Para mim, o nome da corrida foi Robert Kubica. Um sujeito bacana, que anda demais. Ele carregou o carro nas costas, ontem; verdadeiramente, tirou leite de pedra. Kubica corre de Renault que, embora seja equipada com motores - obviamente - Renault, os mesmos da Red Bull, é um carro muito mais lento e desequilibrado que a Ferrari ou McLaren.
Claro que o polonês contou com alguma sorte na largada, quando Alonso, Schumacher e Button tiveram uns "esbarrões", permitindo com que ele avançasse. Mas ter segurado Massa e Alonso atrás - lembrando que as Ferraris, por serem mais equilibradas, desgastam, teoricamente, menos os pneus - foi um feito digno de nota.
Pena que, dificilmente, o resultado será repetido ao longo do ano.
Button venceu pelo segundo ano consecutivo na Austrália. Fez uma corrida muito boa, ousando em sua primeira troca de pneus, calçando seu carro com slicks com uma pista ainda não totalmente seca. No fim das contas, quando todos ainda estava com intermediários, ele conseguia virar quase 2s mais rápido que o resto. O tempo que ele ganhou nesse período da corrida foi fundamental para sua vitória.
O resultado de Button é muito importante para ele. A estrela da McLaren é Lewis Hamilton, mas quem conseguiu a primeira vitória da equipe no ano foi Button. Isso joga alguma pressão sobre o piloto do capacete amarelo, que não gosta de andar atrás e não se dá muito bem com a pressão. Vamos ver como Hamilton reage.
Quanto aos demais brasileiros, Rubens Barrichello fez uma corrida correta, pontuando novamente, o que é muito importante para a Williams. Infelizmente, para nós, seu carro não permite brigar mais a frente. Segundo consta, os motores Cosworth contam com aproximadamente 25 cv a menos que os motores de ponta. Isso é uma pena, também, porque quase não teremos a oportunidade de ver como se comporta Hulkenberg, companheiro de Rubens, lutando por pontos.
Lucas di Grassi foi até onde seu carro permitiu - já não me lembro a volta em que abandonou. Mas deu um "X" no Schumacher. É algo para se colocar no currículo, já que o Schumacher anda de Mercedes e o di Grassi de Virgin.
Bruno Senna sequer apareceu, abandonou com 3 voltas completadas. Seu companheiro de equipe, Karun Chandock, conseguiu completar a prova 4 voltas atrás do líder - voltaremos a falar disso mais tarde.
Por fim, diga-se que o abandono de Vettel foi uma pena. O alemão, não fossem falhas mecânicas, poderia ter vencido as duas corridas. Infelizmente, para ele e para a Red Bull, não foi assim. Eles tem, certamente, o melhor conjunto carro/motor/piloto. Mas os abandonos permitem que os outros times, em especial a Ferrari, tenham tempo para se "ajeitar", ir pontuando, sem que a Red Bull dispare na liderança da tabela.

domingo, 28 de março de 2010

VALEU

Afinal, valeu ficar acordado. Ninguém pode reclamar da falta de emoção no GP da Austrália neste ano. Algumas sensações que senti. A prima dona afonsina não tentou passar o massa que, de sua parte, largou divinamente mas andou cometendo alguns erros. Pelo bom ambiente tal e coisa senti que o Alonso tirou o pé. Shuchu levou uma cotovelada, trocou o bico e sumiu da corrida. Não se falou mais nele. Esquisito o cara não ter se recuperado como o Alonso, por ex. O carro pode não ser uma brastemp, mas ele perdeu a oportunidade de dar um show. Que de resto foi dado pelo Hamilton. Típico, como diz o luizão. Andou, passou todo mundo, saiu da pista, passou todo mundo, parou para ir ao toalete, passou todo mundo, parou na lanchonete, passou todo mundo, levou uma barrigada do Webber e chegou em sexto. Assim é o Lewis. Pelo menos a gente se diverte com ele.
E, por aí vai. O butão está de parabéns. O locutor oficial (o distribuidor de abobrinhas) disse que o dito trocou prematuramente de pneus (chegou da dar uma escapada). Era o que ele tinha que fazer na situação em que se encontrava. Agiu certo e levou o caneco. O distribuidor de abobrinhas nem se desculpou pela bobagem dita voltas antes. Aliás, a TV dava o Senninha fora da corrida e ele falava como se o Bruno ainda estivesse na pista. Ô lôco.
Depois a gente volta.

sábado, 27 de março de 2010

SONO

Fim de semana com corrida da F1 de madrugada acaba trazendo para nós, que assistimos ao vivo, algumas dúvidas. Dormir antes do treino/corrida?
Bom, vai depender do horário. Lá na Austrália o martelo bateu em não dormir. Três de la matina é cruel. Se vou dormir antes, nem levanto para assistir. Portanto, vigília completa. E tome sono fora de hora.
Neste ano o chefe do blog não veio para rib's e tenho que assistir sozinho. Meio chato porque adoro xingar algum piloto e é sempre bom alguém ouvir.
O treino?
Legal a observação do chefe do blog sobre carros da GP2. É uma prova de que não basta aumentar o número de carros. Tem que haver qualidade. Infelizmente, tem brasileiro bom de braço sendo xicane ambulante por conta da carroça sem cavalo que dirige.
Para encerrar: já começou a ladainha ferrarista (com certeza) no sentido de se proibir a suspensão da Red Bull. Eles sossegaram o facho em relação à tubulação do ar condicionado da McLaren porque não funcionou como deveria. Senão, estariam dando a grita até hoje.
Afinal, não levaram a prima dona Afonsina para andar atrás da plebe. Ele custou caro e vai ter que ser campeão neste ano. Com gol de mão ou penalti arrumado.....

Pitacos

Breves pitacos sobre a classificação na Austrália:
1) Schuchumy encostou no Rosberguinho. Já era de se esperar;
2) Alonso, seja lá porque razão, deu um coro forte no Massa;
3) Vettel é o cara, mas o Webber também está andando bem. Não é igual ao Vettel, mas correndo em casa pode ser que surpreenda;
Aliás, acabo de ler no blog oficial do Flavio Gomes que já estão desconfiados em relação à suspensão da Red Bull. Isso parece aquela história da suspensão de massa da Renault, em 2006 - que não era bem uma questão na suspensão propriamente dita. O que é parecido é quererem proibir alguma coisa que faz alguém andar mais que os outros.
Outra coisa é que o Schuchumy andou reclamando do comportamento de outros pilotos na pista. Não vi nada. Só vi, no Q1, um emaranhado de carros atrapalhando uns aos outros.
Isso porque tem carros da GP2 andando no meio dos da F-1.

quarta-feira, 24 de março de 2010

SENNA

Muito foi falado sobre as qualidades e humanidades, vamos assim dizer, do Ayrton Senna. Prefiro falar sobre o lado pessoal. Meu lado pessoal. Ele começou a carreira como tantos outros brasileiros e sempre com nossa torcida para que tudo desse certo e que fosse mais um brasileiro a chacoalhar a jaqueira dos gringos. Lembro que, no início de sua carreira, eu o achava meio, digamos, ansioso demais. Para não dizer meio doido. Houve uma corrida na Austrália em 1985 quando ele corria com Lotus em que só não bateu na própria sombra. Naquela época eu era mais o Piquet (ezão). Senna sempre carregou uma teimosia teimosa (ai!) que o levava a tomar certas decisões que significavam um tiro no pé, ou no pneu. Por falar em pneu, muitas vezes, e teimosamente não trocava pneus quando já não conseguia parar na pista. Foi mais ou menos o que acontceu na Hungria em 1987 quando levou aquele drible do Piquet (ezão): não tinha mais pneus e não abria mão em ferrar o outro brasileiro de quem já era desafeto e que disputava o título. Porém, o tempo passou e o jeitão dele foi sendo incorporado ao jeitão brasileiro de gostar dos que se destacam. Tinha um ar de menino desconsolado. Pagou um mico indo ao programa da Xuxa (arghhhh!) quase se declarando ao vivo para a dita. Ao lado disso tudo, corridas memoráveis. Na Tolleman, Lotus (preta principalmente). Conquistou a torcida de vez. Começou a fazer parte da família. Não importava quem tinha razão. Mas, aprendemos a odiar o Prost, o Ballestre, e por aí vai. Essa relação da qual participei intensamente até mesmo escrevendo para jornais espinafrando jornalistas esportivos, transcedeu a esfera esportiva. Senna era nosso irmão e maior amigo. Mas, no fundo é algo inexplicável. O que levou a nação a gostar tanto assim de um piloto de F1? Num país, ainda hoje, de torcedores de futebol. Conversando com aqueles que vem comentar comigo corridas e quetais percebo que não conseguem captar a corrida por detrás da corrida. O rubim sofre com isso. Enfim, o Senna falou a todos. Não importava a classe social, ou o grau de conhecimento do esporte que praticava. A torcida era dele. Daí, veio aquela estranha corrida em Ímola. Passamos o resto do domingo torcendo para tudo não fosse um susto. Mas, eu lembro da enorme mancha de sangue quando o puseram na ambulância. Ela ficou no chão denunciando algo mais grave. Depois, soubemos que foi feita uma traqueostomia ali no chão mesmo. O desconsolo de quem o atendeu na pista era visível. Eu já havia perdido entes queridos, mas o nó na garganta em relação ao Senna não se desmanchou. Ainda hoje, quando a gente vê alguma reportagem as lágrimas aparecem. Acredito que são essas coisas que escapam da nossa compreensão. Dizem que ele acreditava ser um predestinado. Que veio cumprir uma missão. Pois conseguiu. Tornou-se um ícone e uma referência. Por mais que o tempo passe ninguém vai pilotar como ele. Nós acreditamos nisso e, portanto, é fato. Para encerrar: ele tinha dois grandes defeitos. Corintiano e malufista. Ninguém é perfeito.

domingo, 21 de março de 2010

Cinquentão e ainda em forma

Ayrton Senna faria, hoje, como de conhecimento geral, 50 anos de idade.
Eu fiquei até espantado com a repercussão desse fato na mídia especializada. Não imaginei que fariam especiais, homenagens etc. Pensei que seria apenas uma data a ser lembrada.
O próprio blogueiro oficial Flavio Gomes fez uma série em lembrando alguns momentos pouco conhecidos da carreira do piloto brasileiro lá no seu blog.
O Grande Prêmio também fez um especial, mostrando como Senna ainda é referência entre outros pilotos e esportistas brasileiros.
Na verdade, é difícil de entender e explicar como, mesmo depois de tantos anos de sua morte, Senna continua sendo lembrado com uma certa comoção pelas pessoas. Até porque automobilismo não é um esporte tão fácil de entender e acompanhar. Tanto é assim que muitas pessoas não entendem nada do esporte, mas amam Ayrton Senna.
Exemplo disso são os mais de 2 mil comentário ao post do Flavio Gomes em que o blogueio oficial tentou expor seu ponto de vista no sentido de que Senna não era um deus nem um santo, e que deveria ser lembrado pelo que fez na pista. Quando olhei a última vez, tinha 2.304 comentários, quase todos espinafrando o jornalista. No Brasil, dizer qualquer coisa sobre o Senna que não seja um um elogio é mexer em um vespeiro.
Hoje em dia, quase 16 anos após sua morte, Senna é mais do que um piloto que faleceu em atividade. Sua memória invoca um sem número de outras coisas: projeto social, com o Instituto Ayrton Senna; atividades empreenderas de sucesso, com a marca Senna; invoca uma série de emoções que foram associadas à sua imagem, quisesse ele ou não, antes e depois de sua morte.
Para a "equipe" aqui do blog, é sempre complicado falar de Senna, pois somos, inegavelmente, fãs do piloto. É só olhar a "capa" do site. Em alguma medida, a própria existência do blog deve-se a Senna.
Entretanto, Senna foi, antes de tudo, um piloto de corridas profissional. Era o que ele fazia, era para isso que vivia e, consequentemente, moldava seu comportamento para ter sucesso em sua profissão. E ter sucesso no automobilismo, especialmente na F-1, não implica, de modo algum, ser "bonzinho". Muito pelo contrário, há quem afirme que o sucesso na categoria depende de uma dose de desumanização. Senna não fugiu a essa regra, tanto que o único companheiro de equipe do brasileiro que se tornou seu amigo foi Gerhard Berger.
O próprio Senna explica que o ambiente da F-1 implica "ser durão":




De qualquer modo, isso não significa que Senna fosse "mal caráter", ou coisa que o valha. Muito pelo contrário, ele apenas se adaptou às condições de sua profissão e por isso foi muito bem sucedido, tão bem sucedido que é lembrando ainda hoje pelas marcas que deixou no esporte a motor.
Por fim, como forma de homenagem, deixo abaixo o depoimento de David Crabtree, segundo mecânico do carro de Senna em 1993. O depoimento de Crabtree é interessante porque é um homem que trabalhou diretamente com Senna nos tempos de McLaren, mantendo com ele uma relação profissional. Pode-se dizer, então, que Crabtree conheceu muito bem o piloto Ayrton Senna. Suas palavras, pronunciadas antes da morte do brasileiro, não estão contaminadas pela comoção das condições de seu falecimento.
A frieza britânica deixa entrever a admiração do mecânico por seu piloto:




Em seu quinquagésimo aniversário, é assim que gosto de lembrar de Senna: como o melhor piloto de sua geração, que encantava por sua perícia, bravura e determinação pelas pistas mundo afora.

terça-feira, 16 de março de 2010

ULTRAPASSAGENS

Por uma feliz coincidência assistimos, no sábado dia 13, uma corrida de F-1 de 1980 lá em Brands Hatch, Inglaterra, puxada da infernal inter pelo chefe deste blog. Como neste ano, não havia paradas para reabastecimento, somente permitida a troca de pneus.
Nesta corrida os carros Ligier eram os mais rápidos (muito mais rápidos, por sinal), mas tiveram problemas e abandonaram. Problemas com furos de pneu. Para constar, Alan Jones (Williams) em primeiro, Piquet(ezão) (Brabham) segundo e o Carlos Reutemann (Williams) em terceiro.
A corrida não teve grandes ultrapassagens, mas, foi emocionante pelas quebras, paradas de boxes e os carros andando relativamente juntos. Infelizmente, o Emersão levou 'centas voltas dos líderes por conta de seu carro ser movido a pedal.
Tudo para dizer que já andam reclamando do novo regulamento da F1. Onde estão as ultrapassagens?
Oras, a graça em corrida sem reabastecimento é justamente a tática que o piloto tem que adotar em função do carro estar muito mais pesado no início da corrida. Sou contra a parada obrigatória em função do uso de dois tipos de pneus.
Penso que a troca deveria ser livre. Quem pode mais gasta menos pneu e, numa dessa, leva o troféu para casa.
As ultrapassagens ocorrem mais pela diferença dos carros (uns mais velozes e confiáveis) do que em função do regulamento. Domingo, naquele país desértico, distante, com petróleo saindo pelas torneiras aconteceu mais ou menos a mesma coisa. O Vetor dançou em função do motor. E, o Afonso disse a que veio. Já vou adiantando que torço pelo Vetor e em segundo lugar pela prima dona do Afonso. Ele é um chato, mas manda bem no da direita.
Querem ver ultrapassagens?
Coloquem o grid de ponta cabeça. O Senninha largaria em primeiro e em meia volta já teríamos mais ultrapassagens que em todo o campeonato passado.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Pelo menos a publicidade...

Muito boa a campanha publicitária para o GP do Brasil de 2010. Mas, será que vai ter assento na arquibancada este ano?




Já era sem nunca ter sido

E a USF1 foi para o saco. Conforme anunciado pela Autosport, os funcionários do time que restaram foram todos demitidos nesta terça-feira, dia 2 de março.
Estava meio na cara que isso aconteceria. Um dos sócios, Peter Windsor, é (ou foi, não sei bem) jornalista - era editor da F1 Racing, revista inglesa. Os EUA não têm o menor interesse por F-1 e pescar patrocínio por lá seria difícil. Nem mesmo os pilotos norte-americanos têm interesse na F-1. Danica Patrick chegou a declarar que não correria na categoria, pois não queria mudar para a Europa.
Aliás, eu desdenhei quando Peter Windsor falou que Danica era muito para correr na USF1. Para mim, na época, a mocinha deveria agradecer qualquer oportunidade de sentar em um carro de F-1.
Parece que eu errei nessa. Danica é infinitamente maior do que a USF1 foi... sem nunca ter sido.