segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Ten years gone

Podemos esquadrinhar incontáveis modelos teóricos sem nunca ter certeza sobre a forma e natureza do tempo. A física, contudo, não pode teorizar apontamento nenhum sobre a experiência humana na temporalidade. 
Este humilde espaço virtual foi iniciado por um menino recém-saído da graduação que achava que perdia muito tempo comentando os textos de outros blogs e que seria, então, mais apropriado criar o próprio.
Como precisar, no entanto, a noção de muito tempo? Veja-se o automobilismo, que nos encantou e levou-nos, justamente, a perder muito tempo no blog dos outros. Nele, os grandes feitos que se eternizam duram pouco mais de um minuto, em uma volta ao redor de um circuito qualquer.
Passei estes dez últimos anos quase integralmente na escola, deram-me mais dois diplomas que, sejamos francos, pouco me servem porque ninguém efetivamente entende qual a função deles; mudei de casa, casei, visitei outras partes do globo, quis não voltar de muitas delas.
A narrativa breve que dá sentido aos dez últimos anos deixa também entrever que uma década, como uma volta em torno de um circuito qualquer, passa em pouco mais de minuto e meio. Tão rápido que quase não dá para ver. 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

DEZ ANOS!

Este blog completa dez anos em 30/12/2018.
O chefe lançava o primeiro post com, vamos assim dizer, as propostas a nortear o blog.

Propostas são como leis. Estão aí para serem vilipendiadas.

O tempo passou e o chefe do blog resolveu que eu deveria passar para o lado de dentro do balcão.
Minha primeira participação está aqui nos comentários. 

Meu primeiro post aqui

No começo a gente tenta ser sério, escrever soluções para as aflições do mundão véio. Textos elucidativos acerca do automobilismo mundial tal e coisas. Depois, se instala a putaria.

Andei relendo alguma coisa aí atrás e descobri algumas coerências. Como não engolir Michael Shumacher, por ex. E a descida na escala de admiração de Fernando Alonso.

Algumas ideias para incrementar o blog como um filósofo de sala de espera que anda sumido porque foi fazer meditação em Osasco.
A sempre presente dona Gertrudes, uma faz-tudo da F1 do passado que abandonou (mais ou menos) a categoria para se tornar uma cozinheira mundialmente conhecida e temida. 

Enfim, tem sido gratificante buscar notícias que viram postagem ou ter um lampejo de ideia que se transforma em post. Desde que comecei a batucar na velha e amada máquina de escrever portátil, que Véio Mero adotou do serviço porque ia para o lixo, acostumei a sentar, começar o texto que acaba por adquirir vida própria, usando este que vos tecla como meio para um final que nunca é entregue pronto.
Este prazer em deixar a imaginação fluir faz com que eu continue a batucar as teclas com textos praticamente anônimos apesar de estarem no éter (ou internet, se preferirem).
Como disse uma pessoa, é uma terapia.

Enfim, para comemorar o aniversário do blog algumas providências vão ser tomadas. Como por exemplo pedir ao chefe do blog que dê uma passadinha de vez em quando. Ah ah.

Tenho que intimar a família a ler algum texto. Dizem, as mulheres, que não entendem de F1. Mariana, desde que Jasão Butão parou, não quer dar seu número de telefone para outro piloto. Henrique reclama que "vovô, você só faz post!"

Dona Gertrudes ligou informando que dez anos não podem passar incólumes. 
Disse que fará não um jantar mas, uma efeméride. 
Conseguiu, através do puto Putin (que estranhamente tornou-se seu amigo) um mamute siberiano que estava num museu lá em Moscou. 
Vai perpetrar um mamute no rolete com ajuda de um guindaste e cinco dias na brasa. 
A beberagem fica por conta de alguns tonéis de cerveja viking descoberta recente de um naufrágio no mar do Norte. 
"Tudo retrô como a ocasião merece", diz ela.
Então, tá.


quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

LAMBÃO EM ABU DHABI - 2010!

Com algum atraso, mas com muito prazer, o blog presenteia o piloto que fez maldonadice (antes mesmo da estréia do venezuelano na F-1) no GP de Abu Dhabi.

Calma que vamos explicar. Naquele tempo dona Gertrudes andava desgostosa com a categoria e não aceitava o desafio de perpetrar um leitão porcamente assado para ser entregue ao lambão da corrida.

O canal Sportv anda reprisando algumas corridas e, entre elas, o GP de Abu Dhabi de 2010 que decidiu a parada em favor de Tião Vetor. Venceu e levou seu primeiro título.

Fizemos um post que está aqui http://f1literaria.blogspot.com/2010/11/domingao-de-corrida.html

Revendo a corrida decidimos por um leitão extraordinário.
Senão vejamos.

O bacana é que uns duzentos pilotos tinham chances de levantar o caneco. Mimadon, Vetor, Markão Uéber e Hamiltão. Dependiam das famosas combinações que o gavião mais chato do planeta adora repetir até a gente vomitar.
Não importa. O que importa é que Mimadon precisava de um quarto lugar se Vetor vencesse. E, na largada Tião saiu em primeiro e primeiro ficou. O espanhol perdeu a posição para Jasão Butão e caiu para quarto. Ótimo.

Aí começam as emoções.

Um acidente feio tirou Shushu e Vitantonio Liuzzi da corrida logo na primeira volta.
Alguns pilotos trocaram pneus para ir até o final da prova. Pasmem, uma corrida de 55 voltas.
Entre eles o russo Vitaly Petrov (vulgo Vital Petrão) correndo pela Renault. 
Até o gavião mais chato do planeta já berrava que a situação poderia ficar preta para o espanhol xiliquento porque, quando fosse trocar pneus, voltaria atrás do russo e outros carinhas. Ou seja, Mimadon estava marcando o cara errado. Tinha que focar no quarto lugar e a cabeça estava em Vetor.  

Deu no que deu. Mimadon trocou na vigésima volta e ficou atrás de Petrão a eternidade. Todo o resto da corrida cheirando o escapamento de Vital. 
Correu mal para carai. Saiu da pista umas cinco vezes atrás do soviético (ave Temer). Se a pista fosse raiz, e não para viadinhos, atolaria em uma brita qualquer. Então é assim: se conseguisse, num esforço, emparelhar com o russo alguém imaginaria que Petrão iria bater? Claro que não. Sem nada a ver com a decisão deixaria o espanhol ser feliz lá na frente. Mas, Mimadon nem chegou perto de ficar lado a lado e dar aquele tchauzinho.

Tá certo que, atrás dele, Markão Uéber com chances reais ao título (mais que seu companheiro Vetor) fez uma corrida de amigo sem tentar atacar o espanhol. Mais tarde descobrimos que os dois dividiam um sorvete. Vergonhoso para o australiano.

Bom, Mimadon cruzou em sétimo e ainda viu Robertão Kudebico cruzar em quinto. Não ia dar mesmo.

Levou o leitão porcamente assado pelo gesto feio no final da prova. Petrão não estendeu o tapete vermelho para sua majestade. Não deu moleza e recebeu o "carinho" em troca.

Dona Gertrudes vai exumar um leitão que foi reprovado pela vigilância sanitária e enviar ao aposentado (má ou mê) via Tartarudex. Tem vários leitões enterrados no quintal para emergências como esta. Para disfarçar o cheiro defuntal vai encher o dito com desodorante Rexona recebido de brinde por estarem vencidos.



quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

BULLYING

 Alguns dias atrás quando entramos no banheiro lá onde trabalho fomos surpreendidos por um ser a nos espionar com olhinhos curiosos e ao mesmo tempo assustados.

Pela segunda temporada consecutiva  mamãe pomba faz ninho na janela do banheiro. A gente entra distraído e leva um susto quando percebemos mamãe de olho em nossos movimentos.
Puro bullying.

"lava a mão..."

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

MICO

O automobilismo de competição tem ligação com o reino animal.
Véio Mero adorava me atazanar dizendo que o "Emersão Fintinpaldi parece uma tartaruga".
Um tempo atrás a imprensa italiana dizia que o desenho da Ferrari de um campeonato dos anos 90 lembrava um tubarão. 

Então, para pagar mico basta apenas um passo.
A Fórmula chocante já correu contra um guepardo com João Louco Verme.
Recentemente Massinha de modelar deu sua inestimável contribuição correndo contra um falcão peregrino lá na Arábia Saudita (toc, toc, na madeira, se me entendem).
Fez pose com o adversário, cagando de medo pelo visto.
Deveria ter aproveitado e cortado as asas do bicho garantindo a vitória.

"se esse papagaio me bica......"

Bom, colocaram uma isca na traseira do carro e tome polca (que é uma dança oriunda da Boêmia, que por seu lado é uma cerveja mais ou menos).

Claro que o passarinho iria ganhar a parada porque voa a trezentos e qualquer coisa contra uma barata (para ficarmos no reino animal) que chega no máximo a uns duzentos e oitenta km/h.

Pelo que entendi, assistindo o vídeo massinha ganhou. Sacaneou o pobre bichinho balançando o rabo impedindo a ave em agarrar a isca. 
Discípulo de Dick Vigarista......


sábado, 8 de dezembro de 2018

O CARA

O blog ficaria triste com Kiwi Vodkanem fora da F-1. Ele é o cara e não está nem aí para o protocolo vamos assim dizer. Já apareceu segurando uma garrafa de cerveja para a foto com a equipe após uma vitória pela Lotus (essa).


Agora, em São Petersburgo, na Rússia, mostrou que estava à vontade na terra da vodka. Tomou todas antes da premiação e se tornou a atração.
Mais do que o bigode ridículo de Tião Vetor.
O evento era uma premiação qualquer mas, ninguém quer saber. 
O que vale é a festa.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

MARTELANDO

As notícias que pipocaram sobre as declarações não indicam o porquê, mas Helmut "hammer" Markão já começou a botar pressão em Pedrinho Galinha dizendo que ele precisa de disciplina para 2019. Penso que o recado é para ficar quietinho e não atrapalhar Mad Max andando na frente dele.

Alguém deveria dizer ao austríaco malucão que a temporada 2018 ainda não esfriou e que o francês nem andou no brinquedo novo. 
Essas marteladas fora de contexto sugerem uma pessoa intratável. Como dizem pelos cantinhos quem o conhece. 
Como Britadore o cara quer resultados antes mesmo da corrida começar. E, não tem paciência em esperar a fruta amadurecer. 

Outro ponto é a conturbada relação de Galinha com Brandão "cometa" Halley que acabou defenestrado dos Mirins. 
Halley deu declarações no sentido de que a equipe favorecia seu "companheiro". Ao realizar boas corridas, no final do campeonato, já com a corda no pescoço, disse que finalmente ajustaram o carro ao seu gosto. Ou seja, com fritas e chopp gelado. Os Mirins não gostaram, via Frango Tostado, o capo. Mas, ......

Pedrinho, por seu lado, antes de conseguir o lugar na equipe, cobrou via imprensa a promessa de ser elevado. Levou a primeira martelada pública de Markão.
Não é, pelo visto, um sujeito catequizado.

Enfim, o que esperamos é o circo pegar fogo. Esperamos que Pedrinho não dê ouvidos ao chefe doidão e que brigue muito com seu "companheiro" Mad Max. Dentro e fora das pistas.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

RALA O HALO

Restou uma certa polêmica acerca do acidente de Kiko "incrível" Hulk lá em Abu Dhabi.
Muita gente se apressou em dizer que o halo (famigerado) salvou a vida do indivíduo. Pelo menos Leme teve a audácia de discordar do chato sabetudo dizendo que mais importante foi o santo Antonio (o desprezado). De fato o santo foi o responsável pela integridade do piloto.

Baixada a poeira veio a constatação tétrica pelas imagens e desespero de Hulk ao avisar sobre o fogo.
O tal halo impedia sua saída do carro. Essa é a verdade. Se o fogo se alastrasse teriam que encher o sujeito com aquele talco corta fogo. Talvez ele não saísse ileso como saiu.
Lembrando que, mesmo com toda a tecnologia, ensaios e propaganda enganosa, os fiscais pelo mundo afora deixam a desejar. Demoram para chegar e, muitas vezes, parecem baratas tontas.

Num acidente recente na Austrália Mimadon, após uma barbeiragem sua, para no muro igualzinho Kiko.


Porém, a exemplo de Senna no México, saiu todo pimpão do carro porque não havia o obstáculo halo a atrapalhar.


Para tentar amenizar o óbvio leio que uma investigação que durou séculos concluiu que  o halo salvou Lacraia de um impacto maior naquele acidente na Bélgica onde o protagonista foi (quem, quem?) Kiko "incrível" Hulk (o cegueta). Mais ou menos assim: o halo matou o pneu do carro da McLaren no peito e mandou um chutão jogando o carro para longe. Lendo a matéria vemos que tem muito "se" na investigação. 

Quer saber?
Vão cagá. O halo é uma bosta feia para carai e não vai ser protagonista em acidentes nos carros fórmula. Somos fãs do santo antonio e do santo onofre (não onofri).

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

BUROCRACIA

Sou do tempo em que necessitar de algum documento oficial era coisa para seguidores do Dalai Lama.
Exigências das mais difíceis, inexplicáveis e irritantes. Normalmente sem orientação ou, como hoje, tutorial para clarear os caminhos espinhosos. Tudo com autenticação em cartório, o que significava mais exigência do software paciência. 

Mais ou menos assim: a gente saía da frigideira (serviços do governo) e caía no fogo (os cartórios).

Lá em 1979 foi criado o Ministério da Desburocratização no governo do ditador João Figueiredo.
Para desburocratizar criaram um ministério com cargos, funções e o diabo a quatro. É o brasil-sil-sil.
O primeiro Ministro foi Hélio Beltão, um burocrata. 
Na minha opinião as mudanças não foram tão profundas a ponto de se criar um Ministério para facilitar, por ex, a criação de empresas e etc.

Pelo menos a autenticação em cartório de qualquer cópia necessária para a papelada em órgãos governamentais foi abolida.

Meus últimos embates tem sido, de certo modo exasperantes. Estou tentando uma certidão de tempo trabalhado para fins de aposentadoria na (in) justiça. Não que pense em parar tão cedo, menino que sou.
Mas, sabendo, devido ao meu trabalho, como funciona a máquina do INSS quanto mais cedo melhor.
Pois bem. Meu tempo trabalhado fora da (in) justiça está lá nas entranhas do CNIS (Centro Nausebundeante de Informações Sacais). O que é incrível dada a, digamos, dificuldade em registrar tantos dados.

Fui, com o pé atrás, até a agência mais próxima com agendamento via internet. Mó modernidade. Qual o quê. Passou a hora agendada, fui falar com a informação mais próxima que era o "guarda" terceirizado. Ele, com ar de enfado, explicou que o agendamento não serve para porra nenhuma. Quem chega antes é atendido antes. Simples.
Descobri, com o queixo caído, que meu tempo de professor (toc, toc, na madeira) que está todo lá não serve. O próprio órgão que cuida dessa informação disse que preciso de uma certidão da Secretaria da porra da Educação comprovando meu tempo de professor (toc, toc, na madeira).
É isso? Tem certeza? Não estou biruta?

Descobri que espernear só piora a situação. Alguns olhares de "estou te marcando, babaca" e lá fui eu atrás da prova que a Autarquia, zureta que é, reluta em aceitar.

Fui na Secretaria da porra da Educação (regional) e, ora ora ora, fui muito tem atendido. Mas, lá vem a burocracia de novo. Quem fornece a certidão é a escola onde dei aula. Virge Santa!
Encarei meus fantasmas da época e lá fui eu. A escola não mudou muito. Mais grades e um portão dentro da entrada dos professores para evitar os pais malucos que assombravam eu e meus colegas dos anos 1990 (de 95 em diante, para ser mais exato). Meninos, várias vezes assisti parentes dos mais variados (desde pais até primos) dos pentelhos partirem para a ignorância. Bastava colocar o futuro meliante para fora da classe que era briga na certa.

Nesta altura é melhor resumir. Dentre todos os documentos (inclusive certidão de casamento, se houver!) havia um tal de extrato de PIS/PASEP. Quem fornece?
O banco onde tenho conta.
Nesta altura do campeonato estava prestes a entrar na faca (como diziam antigamente) e desanimei de vez. Os médicos tiraram mais um pedaço de meu corpitcho e a vontade de zanzar de balcão em balcão.

Mas, não pensem que me livrei. Há um ano a escola manda e-mails dizendo que tenho que ir lá resolver as paradas. Respondo que vou e não vou.
Um belo dia, aproveitando uma ida ao banco pedi a porra do extrato. Agora sim.
Continuei não indo.

Pois bem. Semana passada recebi um telefonema aflito de um funcionário da porra da Secretaria dizendo que meu processo havia sido enviado para lá e que deveria comparecer para normalizar. Mamma mia. "Estou causando", pensei.
E, estava de posse de tudo o que é necessário para ..... o que mesmo?
Ah, a certidão do tempo de professor (toc, toc, na madeira).
Lá fui eu na Secretaria. Depois de rodar uns vinte minutos porque não há lugar para estacionar no entorno (Rib's é metrópole!) entrei no prédio com o software paciência no máximo.

A pessoa que me atendeu no ano passado já aposentou (hummm).
Meu processo é um processo mesmo. Com capa e recheado com aquelas folhas com palavras burocráticas que tanto conheço.
O funcionário foi solicito. Explicou que não sabia o destino do processo quando juntasse a documentação faltante. Perguntou para alguém que falou em algo como "Núcleo de Pagamento Final". Pelo menos foi o que entendi. Fiz uma brincadeira na hora errada. Herdei essa virtude do Véio Mero. Disse que tinha alguma coisa a receber. Todos olharam para mim com cara de "Cê tá loco?"

Descobri, também, que o tal processo saiu da escola, foi para esse núcleo que enviou para a secretaria que me chamou. Não desistiram de mim, por algum motivo. Agora não sabemos os finalmente.
O funcionário, tão perdido quanto eu, disse que liga assim que tiver notícias.

Já na rua me senti num conto de Franz Kafka. Não eu mas, o brasil-sil-sil.