sexta-feira, 28 de agosto de 2020

ZONA!

Evito mas, temos que falar sobre o que aí está.
Quando preciso minutar alguma decisão na firma onde trabalho faço pesquisa jurisprudencial. Por isso o nome do atual (?) governador do Rio de Janeiro não me era estranho. Usei algumas decisões dele como paradigma.
O espanto foi em relação ao alinhamento com a violência do estado para cima seja lá de quem for. Foi eleito na esteira da direita raivosa que odeia tudo o que não é da "família". Entenderam, né?
Decepcionante, para quem deveria defender o estado de direito, as afirmações do tipo "dar tiro em quem porta arma".

Assisti seu pronunciamento nesta manhã. Suas acusações quanto à lisura da ação não devem ser consideradas bravatas de quem foi pego com a boca na botija. Sim, como cidadão e cético penso que "aí tem". E, tem em outras plagas. 

Mas, o motivo da zona é o fato da dona Globo declarar que não vai transmitir o campeonato de F-1 a partir do ano que vem. Significa, creio  eu, que nem seu braço pago (Sportv) transmitirá. Ou seja, ruim com ela, pior sem ela. Era duro aguentar o Galvão. O Leme perdeu o rumo e foi defenestrado (não falava coisa com coisa nos últimos tempos).  Hoje, assisto com um ouvido na transmissão via TV e outro no rádio. 

E agora José?
José anda dizendo que aquela estranha empresa que estranhamente diz que constrói um puta autódromo no Rio em lugar de preservação ambiental (lógico. Estamos no brasil) em tempo recorde também deterá os direitos de transmissão. 
José explicou mas não entendi. Dona Globo com toda a grana não entrou em acordo com dona Liberty. A estranha empresa deverá ter belos argumentos, em forma de alfacinhas, para conseguir os direitos de transmissão. Melhor não perguntar de onde sairá o din din. Afinal, estamos no brasil.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

COMPARANDO

Assisti quase inteiro o GP da Estíria de MotoGP em 23/08. As corridas são mais movimentadas que as de F-1 por conta das motos serem mais próximas e alguns pilotos serem mais, digamos, loucos que  os da F-1. Claro, noves Grosjean fora.

Mas, o motivo do post foi a ideia de comparar os tempos de pole position de cada categoria.
Principalmente depois que Maverick (jura?) Viñales pula da moto a mais de 200 Km/h quando sem freio na curva Remus.
A moto GP disponibiliza um sem número de câmeras para nosso deleite. Alguma são risíveis porque mostra a bunda do piloto.
Então "The Doctor" Valentino Rossi nos mostra toda sua técnica. Tente não prestar atenção no rebolado.



No acidente de Viñales a câmera poderia mostrar sua cueca borrada. Um belo susto mas, sem maiores consequências.



Com datas próximas estes dois eventos proporcionaram um comparativo em termos de velocidade por terem sido realizados no mesmo circuito.
Senão vejamos: o pole position no caso das motos fez o tempo de 1:23.580. Pol Espargano o piloto.
Na F-1 o GP da Estíria que foi aquele com data mais próxima ficou prejudicado em termos de tempo da pole por causa da pista molhada.
Mesmo assim Hamilton percorreu 1:19.273.
Voltando ao GP da Áustria em 05/07 Bottas foi o pole com 1:02.939.

Pois é. As motos parecem voar. Alcançam velocidades de mais de 300 Km/h. Então, a diferença para os F-1 está nas curvas onde o "quadrúpede" se dá melhor pelo dowforce.
Mas, estes 20 segundos entre um e outro parecem não existir quando assistimos à uma corrida de motoGP.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

500 MILHAS

Confesso que pela primeira vez em muitos anos assisti a prova das 500 milhas de Indianápolis inteira.
Foi uma corrida interessante porque as bandeiras amarelas levam as equipes a mudar a estratégia de corrida. 
Mas, desde o início ficou claro que a corrida ficaria entre Scott Dixon, Takuma Sato, Josef Newgarden, Graham Rahal, e Santino Ferruci.
Como sempre acontece, quem corre em primeiro não tem nada garantido porque consome mais combustível. A estratégia do vencedor foi ficar na moita até as voltas finais. 
Takuma Sato, como quem não quer nada, apareceu no final da corrida.
Segundo o próprio poderia ter problemas de combustível pelo longo stint final.
Mas, o acidente (feio para carai)


de Spencer Pigot faltando 4 voltas para o final salvou o piloto japonês que venceu pela segunda vez. Cruzou em bandeira amarela mas, tá valendo.

Foi com motor Honda. Os carros equipados com o "empurrador" japonês deitaram e rolaram.

Abaixo alguns acidentes e o incidente com o freio dianteiro direito do carro James Davison que simplesmente pegou fogo sem mais aquela.
E, a panca de Marcus Ericsson que vinha todo assanhado entre os dez primeiros.  





Sem esquecer que Mimadon fez uma corrida ridícula. Seus fãs culpam a embreagem pela pífia apresentação. A verdade é que o espanhol não fez nem aconteceu.
Para nossa alegria.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

WILLIAMS VENDIDA

Durante um tempo na minha existência convivi com vendedores de carros. Zero bala e usados.
No caso dos usados aprendi que existe uma bela maquiagem envolvendo os negócios. Até mesmo "voltar" a quilometragem quebrando o lacre do odômetro. Hoje em dia não sei como funciona esta sacanagem porque a medição de distância é digital na maior parte dos veículos. 
Algumas atitudes são compreensíveis nos negócios. Explanar que o carro é praticamente novo apesar de dez anos de uso é muito comum. Esconder as marcas do tempo aplicando polidores que eliminam pequenos riscos mas, em contrapartida, diminuem a camada de tinta protetora também faz parte do jogo.
Até que é um pecado perdoável tendo em vista que alguns/algumas humanos também o fazem. 

Lógico é, que se alguém quer vender um produto usado, vai enaltecer o passado glorioso e o presente conservado para carai.

É o caso da equipe Williams que acaba de ser vendida para um grupo de investidores norte-americanos. Apesar da atual decadência a escuderia dispensa apresentações e maquiagem enganadora. Criada em 1977 por Frank Williams e o buldogue Patrick Head (sujeito mal humorado) atingiu seu auge nos anos 90. A famosa suspensão ativa causou espanto e ninguém conseguiu semelhante suspensão com a mesma eficiência.
Enfim, de 2000 para cá a equipe entrou numa espécie de montanha russa. Sobe e desce. Até que desceu.

Os novos donos, dizem, não vão mudar o nome (lógico) a sede (razoável) mas, quanto à direção não houve declaração. Sabemos que Frank Williams não dirige a equipe faz algum tempo. Claire Williams, que está à frente nos dias atuais, não conseguiu evitar a derrocada. Aguardemos.

O bom da história é que, pelo visto, a tendência é a preservação da equipe como entidade histórica dentro da F-1. Afinal, se compramos um carro histórico não faz sentido modificação a ponto de descaracterizá-lo.
Enfim, lá se vai a última equipe de garagem (como dizem os românticos) da categoria.   
Nós, fãs, queremos a recuperação da escuderia na pista dando calor na rapaziada da frente do grid

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

PARA CONSTAR

Voltando aos setenta. Participei de muitas atividades "contra o que aí está" nos meus tempos da Química. Já escrevi algo por aí.
Uma das coisas que me irritavam nas assembleias estudantis era a enrolação dos oradores pelos mais variados motivos. Normalmente, quando estávamos em greve, a falação sem fim tinha a função de cansar quem queria terminar o movimento. A maioria ficava de saco cheio das ladainhas e saía. O pessoal que ficava era a favor da continuidade. Havia toda a combinação. Política é política.
Acontecia assim: quando a mesa se preparava para iniciar a votação alguém erguia a mão e falava "por uma questão de ordem". Ou seja, pedi a palavra e não me foi dada. Isso depois de  'centos discursos parecidos.
Quando não dava mais (apupos gerais) o sujeito ainda vinha com o famoso "só para constar".
Que era a senha para constar na ata da assembléia que não foi dada a palavra ao chato.
Sim, meninos. Havia uma ata. Em plena ditadura militar elaborava-se uma ata da assembléia.
Lógico. Ninguém era maluco em declinar nomes e os palavrões dirigidos ao "que aí está". Mas, registrava-se o início, o número aproximado de participantes e o resultado. Maluco mesmo.

Então, em verdade o post é para constar que o piloto (um deles) que adoramos detestar Fernando "Mimadon" Alonso está pagando pela besteira em dizer, quando na F-1 que o pum Honda era de GP-2.
Tais motores (esses de verdade) dominam a Indy. Ele vai correr as 500 milhas. A fábrica japonesa vetou seu nominho. 
Daí, vai de Arrow McLaren e motor Chevrolet. Larga em 26º e admite que vai ser difícil vencer.
Nós torcemos para que não vença. "Não desejamos mal a quase ninguém..."


"DISCÓRDIO MAS CONCÓRDIO"

Essa lenga lenga pela assinatura do tal pacto da Concórdia acerca dos contratos das equipes com a F-1 lembra muito meus tempos de "horas felizes" quando cursava Química nos anos setenta.
Sexta feira era dia de afogar as horas extenuantes na tentativa de assimilar o que era um spin, fração molar e quetais. Para aliviar a eterna brincadeira "qual é o símbolo do cobre?"

O pessoal se reunia para decidir onde começar a bebelança. Uma maneira de agradar a todos envolvia uma via sacra de carro (!!!) ou a pé pelos bares preferidos de cada um. 
O problema era onde começar.
Discussões intermináveis que, o nome já diz, ainda eram presentes nas paradas. Alguém sempre dizia que deveríamos ter começado por outro bar.
Um saco. Só bebendo para aguentar.

Bom, a notícia que nos interessa é que o tal pacto foi assinado.
Ninguém sabe muito bem seu conteúdo mas, sabemos que mamã Ferrari foi coagida (mesmo ganhando rios de dinheiro a mais que a concorrência) pelos seus puns pornográficos do ano passado. Lógico que empurraram o escândalo para baixo do sofá em troca da assinatura.
Dona Mercedes estava fazendo ânus doce e algo aconteceu nas últimas semanas que ocasionou uma rápida anuência. Ah, tem o caso mal explicado (e punido) das Mercedes Rosa. Como se mexer fede mais um monte de esqueletos para baixo do sofá.
Enfim, esses pactos são muito parecidos com acordos entre mafiosos. Bem ao gosto de Berne Ecclestone. Mesmo que a dona das paradas, hoje em dia, ser a Liberdade.
De qualquer maneira as atuais equipes vão até 2025. Nós ficamos na esperança (talvez vã) de melhores corridas.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

LAMBÃO EM BARCELONA

Fim do GP da Espanha 2020 e o blog inclinado a agraciar o leitão porcamente assado de dona Gertrudes ao monogachato Leclerc. Certo que devido à antipatia que sentimos pelo dito.

Mas, não ficou muito claro porque o carro sofreu um apagão. Se antes ou depois de peitar a zebra. Noves fora o pimpolho desatou o cinto de segurança para sei lá o quê. O carro "pegou" novamente e lá foi o Carlinhos dar uma volta inteira com o cinto solto. Merecia uma multa.




podemos ouvir Vettel gargalhando


No entanto, o telefonema gargalhante de dona Gertrudes resolveu a questão. 
Ela lembrou, com propriedade, que Romain Grosjean (o Romã da Granja) estava por merecer o leitão desde as atitudes grosseiras para cima dos pilotos que vão ultrapassá-lo. Em Silverstone, por exemplo, olhou para Ricardo e mudou a trajetória na zona de frenagem em atitude que demanda punição. Havia feito o mesmo com Carlos Sainz (noção). Mereceu apenas uma advertência. Depois da corrida soltou uma pérola/explicação sobre as infrações. Disse que se Verstappen faz e não é punido "porque eu seria"? 

Em Barcelona, mais uma vez, o francês se empenhou em merecer o premio para melhor maldonadice da corrida. Primeiro veio para cima de Kimi Raikkonen que não é um cara bem humorado.
Depois, ao ser ultrapassado por Nicholas Latife com sua gloriosa Williams engrossou saindo da pista e largando um pedaço de seu carro que quase estraga a corrida de Hamilton.
Não satisfeito rodou na última volta.

Conseguiu assim duas proezas. A primeira ser ultrapassado por uma Williams que não a do Russel.
A segunda levar o leitão porcamente assado de dona Gertrudes.
Como, dizem, ser um cozinheiro gourmet o leitão vai cheio de iguarias exóticas como grama do jardim da casa de dona Gertrudes que é regado com xixi de cavalo manco. Para acompanhar um vinho chileno que virou vinagre. Mas, como diz nossa cozinheira favorita, um detalhe. 
Por sinal, algum detalhe que não entendemos é o que mantém a dupla de pilotos da Haas.
O leitão vai ser enviado para a residência de Grosjean uma vez que corrida que é bom só no fim do mês. 











quarta-feira, 12 de agosto de 2020

"PARA O ALTO E AVANTE"

A frase do título é do Super-Homem. Alguns dizem que os pilotos são quase isso.
Sabemos que não. A maioria um monte de meninos mimados.

Mas, as fotos lembram a frase.




Para encerrar alguém tira uma foto de alguém que tira uma foto.


DANDO UMA PASSADINHA

Um tempão atrás morava em sampa e entrei na facu em Rib's. No início era um troço louco com relação às roupas. Ia para sampa todo fim de semana com uma mala de roupa suja e voltava com a mesma mala porém, com roupas limpas.
Dona Alzira resolveu me ensinar a passar roupa. Porque as ditas chegavam ligeiramente amassadas pela viagem. Como se eu me importasse. Mas, mãe é mãe. Queria ver seu filho todo mauricinho.

Mas, aconteceu um fenômeno estranhíssimo. Ao passar uma camisa/camiseta uma da mangas restava amassada. Ao passar a amassada a outra amassava. E, por aí vai.
Até hoje não consigo passar roupa decentemente. Pelo menos aprendi a dobrar.
Então, "dar uma passadinha" desperta o lado defeituoso em termos de afazeres domésticos. Traumas, traumas.

Mas, o título do post é sobre algo que o universo sabe e dona Ferrari finge que não sabe.
Eles estão sabotando Vettel.
Tanto que, depois de duas corridas sofríveis, descobriram um problema no chassi do lemão. Claro, causado por um impacto em uma zebra qualquer. Como as zebras são gente boa e não dão coices sem serem provocadas, jogaram a culpa pelo chassi capenga no colo de Sebastian.

Vamos ver em Barcelona como o carro se comporta porque a pista é semelhante ao circuito de Silverstone: rápida e o clima vai estar (literalmente) quente.

Tem muita gente apostando que o piloto lemão sai de mamã Ferrari antes do final do campeonato. 
Eu acredito que, dependendo das negociações pela quebra do contrato, tal fato ocorra. 

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

VEM CÁ!

Quando mais jovem que hoje a expressão "vem cá!" tinha significados os mais variados.
Normalmente o frio na barriga, quando ouvia a expressão , era justificado.
Dona Alzira, por mais benevolente que fosse, usava muito esta frase quando a mostrar uma defecada qualquer de seu primogênito.
E, meninos, eu aprontava. Lógico, tantos anos depois, não lembro de nada. Juro. Era um anjo em forma de criança.
Lembro, no entanto, de uma ocasião em que a frase poderia significar chibatadas amarrado ao mastro principal da nau Onofri.
Em uma brincadeira inocente com meu inocente irmão (ah ah) arremessei uma almofada em direção ao cabeção. Época natalina. Sim, já adivinharam.
O cabeção desviou do bólido ultra/atômico/nuclear que atingiu a árvore de natal tão "mimadamente" decorada por dona Alzira.
Foi uma catástrofe. A árvore explodiu em milhões de caquinhos.
Bolas natalinas voando. Papai Noel espatifado. Uns enfeites em forma de foguetinhos que lançados (ué!) explodiram por defeitos de fabricação. E, pior, tudo espalhado no chão da sala. Lá na Djalma Forjaz, em sampa.


onde está o carro é onde morávamos. Imagem de 2010. (ave google)


Dona Alzira surgiu do além. Sim, toda mãe surge do além quando nós tentamos ir ao dito. Os zóiões (dois!) arregalados e a indagação sem precisar indagar: quem?
Meu irmão, sem pestanejar, entregou seu amado (ah ah) irmão.
E, o que veio a seguir, foi pior que tortura. Tipo comer jiló (adoro jiló. Mas, sou o único no universo. Então...) 

Dona Alzira perpetrou o que de pior poderia esperar. Informaria ao véio Mero o autor da destruição de metade da árvore natalina. O terror se apoderou deste que vos tecla. Véio Mero era imprevisível. Poderia morrer de rir (besteira o gordo Noel) mas, poderia incorporar o espírito natalino e exigir, via sapatadas na bunda (ou algo assim) o resgate dos símbolos natalinos destruídos.

Chorando pedi anistia/perdão/ alforria, sei lá. Iria limpar a lambança, imaginando enfiar os restos  goela abaixo do irmão sacana.
Bom, limpar era o óbvio.
Limpei.
Fiquei o resto do dia imaginando quem aceitaria o renegado. Seria expulso da família. Chutado porta afora. Afinal, cometi um pecado capital contra aquele gordo sacana (nunca trazia o que pedia) chamado Noel ( o espírito natalino).
Úlceras, gastrites, visões tenebrosas, santas na janelas (lembram?) com o dedo do meio.  Depois, desta tortura mental, entra em cena véio Mero.

Eu, cagando o que restava de medo. Ele entrou, foi para a cozinha cheirar a janta e etc.
Dona Alzira (a santa) nada falou sobre a catástrofe . Depois do que me pareceu horas, véio Mero jantou, tomou banho, vestiu o famoso pijama (ainda faço um post sobre) e foi para a sala pramó de assistir TV.
Lá estava eu, pronto para ser esganado.
Entrou, sentou.
Colocou a TV, em preto e branco, em sei lá qual canal e entrou naquela sonolência característica de espectador  insatisfeito com o que é oferecido.
Eu, escaneando o chão em busca  de cacos esquecidos. Meu irmão não lembro mas, deveria estar amarrado e amordaçado no quintal.

Um tempo depois véio Mero levanta. Gelei porque deu uma olhada na árvore.
Nem pestanejou. Continuou seu caminho em direção ao quarto.
Não percebeu o desastre dos símbolos natalinos sumidos. Mesmo porque não dava bola para os mesmos.
O que interessava para ele era a confraternização. Nem que houvesse a concessão comercial que sempre acompanhou o Natal.
Lembro que, até hoje, meus melhores natais foram aqueles de "ajuntação" da primaiada e bebedeiras (dos adultos) e festividades independentes de presentes e árvores.
Ah, lógico que dona Alzira, a benevolente, nunca entregou a destruição da árvore.
Afinal, mãe é mãe.

E, o "vem cá" do título "postal" se perdeu em reminiscências da infância deste que vos tecla.

LAMBÃO EM SILVERSTONE - 70 ANOS

Como sabem o blog torce descaradamente por Sebastian Vettel, o defenestrado.
Por esse motivo não levará o leitão porcamente assado por dona Gertrudes pela maldonadice na primeira curva do GP dos 70 anos da F-1, em Silverstone. Rodou, caiu para último e ficou no mimimi ao longo da corrida.
Podemos pensar que o cara não se ajuda. Sofrendo uma fritura descarada comete erros infantis para um tetra.
Mas, está perdoado justamente pela fritura que tira a concentração de qualquer um.

E, lógico, uma maldonadice maior se revelou. 
Dona Mercedes e sua soberba. 
Um carro que anda um segundo ou mais do que toda a concorrência levou uma tijolada e tanta dos Toro Seniores na pele do holandês Mad (cada vez menos) Max. Louve-se a rebeldia do garoto (22 anos) ao se negar diminuir o ritmo em relação às Mercedes antes do primeiro pit stop. Diante dos pneus indo para o espaço de seus concorrentes apertou o pé. Levou, merecidamente, o caneco de primeirão no aniversário de 70.

Dona Mercedes diz que sabia do sofrimento em relação aos pneus com alta temperatura. Só não resolveram a questão. 

Então, de dona do pedaço, vencendo corridas com três rodas e tudo mais, a lemã ficou com cara de tacho, como dizia minha avó.
Assim, o leitão porcamente assado de dona Gertrudes vai ser enviado, via Tartarudex, para o capo da equipe Toto Wolf (nosso Totó Lôbão) lá para Barcelona, palco do próximo GP já neste fim de semana.
Mas, a nossa cozinheira anda mais maternal nestes meses estranhos.
Junto com o leitão vai enviar algumas caixas de cerveja Heineken. A ironia é que a iguaria é holandesa como o piloto que deu um baile na equipe Mercedes em Silverstone "70 anos".

por debaixo da máscara a cara de tacho




quinta-feira, 6 de agosto de 2020

HAMILTON X RECORDES

Então é assim.

Com a F-1 "congelada" até o final da temporada de 2021 dona Mercedes vai fazer e acontecer.

Ninguém, em condições normais de temperatura e pressão, tem carro para vencer a escuderia que mais soube trabalhar o pum atômico nas regras atuais. Noves fora soluções, se não inovadoras, inovadoras como  o DED (no rabo da concorrência) que altera o ângulo das rodas dianteiras de maneira a otimizar a temperatura dos pneus.

O que nos resta?

Lewis Hamilton e os recordes prestes a serem batidos. Nem acompanho de perto os números porque a F-1 é um esporte mutante. De ano para ano. Mudam pistas, formato das corridas, número de corridas por temporadas, e por aí vai. Como comparar pilotos da década de cinquenta com os atuais? Quem é melhor?

Na minha opinião, não importa. Todos os destaques de seu tempo merecem o topo. 

Mas, Hamilton está aí para quebrar os recordes de Dick Vigarista em números brutos. Só pelo fato de não haver óbices acerca de sua carreira eu torço por ele. Schumacher foi um piloto "sujo" no sentido de bater propositalmente, fingir despiste para interromper a classificação, e não ter pudor em pilotar carros fora do regulamento (Britadore e Benetton e Ferrari...).

Joguemos tudo isso no liquidificador e temos o resultado: dona Mercedes quer fazer parte da bagaça dos recordes e da história. E, acontecendo, vai fazer por merecer pela trajetória extremamente profissional desde a mudança do espírito das engrenagens que empurram os carros.

 E, o anúncio da renovação de Valtery Bottas vem corroborar a intenção de fazer a história. Lewis Hamilton, bem ao seu estilo, não diz que sim nem que não em relação à renovação de contrato com a Mercedes. Dinheiro, nesta altura do campeonato não faz diferença. E, por mais que negue, os recordes são o desafio. Já ganhou tudo e mais um pouco. O que o impulsiona são as metas além da realidade da categoria nos tempos atuais. Se não renovar com a escuderia mais fodona para onde iria?

Sabemos que Bottas é o companheiro ideal para suas pretensões. Mesmo porque, toda vez que se assanha leva uma lambada a mostrar o seu lugar de segundo piloto.

Portanto, aguardemos os recordes a serem abatidos e batidos. E, cá entre nós, torcemos para tanto.

 


 

A INTEGRAÇÃO

Voltando ao CEDOM comento sobre a integração periferia/burguesia.
Não houve o conflito que muitos esperavam no ano de 1972, o primeiro após o vestibulinho. Pelo menos no período noturno.
Muitos trabalhavam e não estavam interessados em atritos de classe.
Mas, lembro bem que os maiores bagunceiros eram aqueles do bairro que já frequentavam a escola.
Neste ponto, a bem da verdade, a integração foi total.

Lembro bem de um sujeito mucho lôco. O Alemão. Era alto e chamava a atenção pelo cabelão. Mas, o lance dele era imitar ambulância no corredor abarrotado de alunos. Na primeira vez muita gente saiu da frente imaginando uma tresloucada viatura avançando pelo corredor. Uma véia funcionária (tadinha) tentava por ordem na turba. Penso que sabia que era o alemão a ambulância mas, nunca o pegou.

A diretorona só aparecia no período noturno quando era para ferrar geral. Quando ela surgia com aquele ar de superioridade a gente sabia que o bicho iria pegar.
Então, quem "diretorava" noturnamente era uma auxiliar com mestrado em sadismo.
Havia uma peculiaridade na figura. Ela ganhou o apelido de Elton John porque usava uns seiscentos e extravagantes óculos. As meninas juravam que ela nunca repetia. Cada dia um. Para riso (interno) geral.
Pompa e circunstância até o dia em que pagou mico. Ou melhor, noite.

Numa ocasião a diretona estava na nossa classe preparando uma suspensão geral. Eram tantas que não lembro o motivo.
Mas, perguntou o porquê de estarmos indignados com a escola. Era, um dos assuntos em pauta.
Tínhamos vários alunos de nível intelectual acima da média.
Não conta um (antigo do GESI) que era um tremendo gozador. Toda noite vinha com uma palavra diferente que enfiava assim que possível nas nossas conversas. Ninguém entendia e ficou com a fama de sabichão. Até o dia (noite) que confessou olhar no dicionário e pegar palavras difíceis só para zoar geral.

Enfim, um dos intelectuais raiz desandou a fazer um discurso coerente para espanto da diretoria lá na frente.
Num dado momento falou que nós, os alunos, tínhamos que ser autodidatas porque o nível dos professores deixava a desejar. Principalmente pelo pouco interesse em ministrar aulas decentes.
Mas, o "autodidata" pegou a "Elton John" no contrapé.
Não sei o que ela pensou. Interrompeu o aluno e disse que ele nem sabia do que falava. E disse "nem sei o que esta palavra significa".
Confesso que também não sabia.
A diretorona explicou, quase gritando, o que significava para uma perplexa professora e encerrou o assunto. Até esqueceu da suspensão geral.
Sei que a "Elton John" ficou sumida um bom tempo.

E, eu enriqueci meu vocabulário.


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

LAMBÃO EM SILVERSTONE - CORRIDA 1

De vez em quando assistimos um filme que prometia ser bom e revela ser monótono.
Então, à medida em que o filme se desenrola, vem aquele sono que tira nossa atenção. Tentamos ficar despertos entre um cochilo e outro. O que nos faz sair do torpor é uma cena mais forte, um tiro, um grito, um escorregada do roteiro (adoro criticar roteiros), e quetais. Em alguns casos, no final da película, vem tudo o que se prometeu no início. Perseguições, revelações bombásticas (tipo o assassino é o mordomo), a salvação da terra porque o botão vermelho era o que desarmava a bomba interestelar e não o que a acionava e por aí vai. Bom, acordamos no final sem saber muito bem o que se passava no meio. Marcamos na folhinha para uma reprise..... 

O GP de Silverstone deste fim de semana foi mais ou menos assim. Começo prometendo. Nós do blog torcendo para um enrosco entre o monochato e o holandês pentelho. Mas, apesar de andarem lado a lado no início nada aconteceu.
Uma batida aqui (injustiça a punição de Albon. Batida de corrida) uma esfregada ali e o sono veio junto com a chatice que se tornou a disputa. 
No final, a esperada parada de Verstappen na tentativa da melhor volta.
E, a pneuzada furada. Até imagino que a Pirelli sacaneou entregando compostos com furos programados. 
Mas, despertos pela chegada em três rodas de Hamilton restava escolher o lambão. 
O homem da maldonadice do dia.
Dona Gertrudes veio com a solução. Ela anda ligeiramente "soviética" desde que se entendeu com o puto Putin. Mas, não perdoou o russo Daniil Kvyat pela falta de educação após o despiste por culpa própria. Subiu demais na zebra, levou um coice, estampou o gradil. Até aí ele entraria no rol dos possíveis ganhadores do leitão porcamente assado por dona Gertrudes.




Mas, a atitude infantil dando um tapa na câmera (ou seja, em nós telespectadores) fez com que fosse o agraciado do domingo. Maldonadice a gente perdoa. Falta de educação não.



Desta forma, o leitão porcamente assado por dona Gertrudes vai para o russo desprovido de educação. Ela explicou que vai enviar o prêmio direto para Silverstone mesmo sem saber se os pilotos ficaram de castigo (queremos dizer) acampados por lá esperando a próxima corrida no fim de semana que vem.



sábado, 1 de agosto de 2020

PAULADA NA BURGUESIA

O título é exagerado mas, o ocorrido tem significado especial para este que vos tecla tantos anos depois.

Estudava, o antigo ginásio, no inesquecível Ginásio Estadual de Santa Inês. Hoje não consigo "ver" no maps porque o complexo de salas, que era da Polícia Militar (uáu!) foi devolvido.

Mas, o que importa é o que relato.
Naqueles tempos (ditadura militar e conservadorismo muito parecido com o que temos hoje) o sujeito estudava onde o aceitassem. Não recordo os requisitos para ser aceito em uma escola. Mas, meu tio Mário era inspetor de ensino, e explicou para nós (os Onofris) que eu, saindo do ginásio, iria estudar numa escola que oferecia o curso colegial no "bairro" onde morasse. Se fosse aceito. Caso contrário haveria uma peregrinação por vaga onde houvesse.

Complicado? Até que não. Até hoje pais acampam defronte escolas tentando vagas para seus rebentos.

Mas, algo diferente ocorreu em 1971 (faz tempo, nhein?).
Alguém determinou que haveria um vestibulinho nas escolas que ofereciam o curso colegial. Todos os habitantes do planeta participariam. E, quem obtivesse nota entrava. 
Até aí, como sempre digo, Ulisses está numa ilha cercado de beldades. Tancredo morreu.
Perguntamos para meu tio Mário que explicou.
Vai lá e participe do vestibulinho na escola que lhe aprouver.
Se passar vão ter que te aguentar (rimou).
Bão, as escolas: Havia uma, no sentido do Horto Florestal, que era novinha em folha. Problema: longe, sem ônibus e caminhos ideais para ataques de zumbis sedentos de sangue (e carne) de branquelinhos gordinhos (eu).
Outra opção era o famoso Grupão 

"Grupão hoje (2019)"
Era relativamente perto, morávamos na Av. Santa Inês, e não dependeria de ônibus. Problema. A fama de alunos baderneiros. Tinha medo de levar surras diárias.

Então surgiu o motivo do post. A escola da burguesia. O famoso Cedom.

"que fizeram com você, Otávio"

Era, na época o Instituto de Educação Dr. Otávio Mendes. Na Voluntários da Pátria. Defronte à caixa d'água referência da região. Tipo "vai em qual endereço? Ah, duas ruas para baixo da caixa d'água".
Enfim, uma escola para os patricinhos e patricinhas do bairro São Paulo na parte nobre da zona norte.
Problema. Os pobres não eram, até então, aceitos. E, dependeria de ônibus. 

Corta para o Gesi. (Ginásio Estadual de Santa Inês).
Enquanto lá em casa a discussão girava em torno do longe e do problemático, mesmo porque queria estudar à noite, dois professores entram para revolucionar a bagaça. 
Eram prôfes (como meus alunos me chamavam) de matemática. Eram jovens estudantes da Poli-USP.
Eram "cabeças". Eram antenados. E, queriam fazer história. 
No sentido de nos ajudar a entrar na escola dos burguesinhos.
Reuniram os alunos e apresentaram um plano. Dariam aula aos sábados à tarde para nos preparar para o vestibulinho.
Aulas grátis. De graça. Sem custos.
Lindo.
E, assim foi.
Eu, apesar de ser um cuzão, resolvi entrar nessa batalha contra "o que ali estava". Eh, eh.

Confesso que foi legal uma vez que eram verdadeiras aulas particulares. A matemática que era algo inatingível virou algo que não entendia mas, dava para quebrar um galho. Não lembro quantos alunos participavam. Lembro que os dois sempre falavam que seria uma paulada nossa entrada numa escola de burgueses. O vestibulinho consistia numa prova de matemática, português e conhecimentos gerais.

E, sim. Entramos. Quero dizer, a maioria. Fui com Dona Alzira olhar a lista dos aprovados lá no CEDOM.
Meu nominho estava entre os primeiros.
Pela primeira vez na vida me senti um vitorioso. Como muitos de meus colegas.
Naquela altura do campeonato não havia mais contato com os meninos que dedicaram muitos sábados de suas vidas a nos preparar. Lógico que estavam orgulhosos. Lógico que, se pudesse, daria um abraço nos dois. Infelizmente não houve esta oportunidade. Mas, sempre lembro e dedico muita energia boa.

Primeiro dia de aula. Nós, os suburbanos, estávamos em sua maioria. à noite.
Mas, o que seria uma humilhação para os da periferia, foi uma consagração.
A diretora da época (não vou dizer o nome porque o chefe do blog tem medinho de ação) foi de classe em classe no primeiro dia de aula.
Fez questão de citar os antigos alunos do ginásio (do bairro) que, agora, estavam no colegial. Todos cheirando talquinho de mamã apavorados com a "perifa".
E, para completar, disse que a escola era obrigada a aceitar alunos vindos da periferia. Palavras dela.
Se fosse pela vontade da diretoria estaríamos fora. Palavras dela.
Por dentro, eu e meus "revolucionários" colegas bradávamos "chupa véia"!