domingo, 4 de setembro de 2011

Audiência

Por alguma misteriosa razão, a audiência deste humilde espaço cibernético, dedicado ao automobilismo e outras grandes bobagens, teve um aumento nos últimos meses.
Quando tudo começou, no último dia de 2008, tínhamos apenas um leitor, que era eu mesmo. Em 2009, subimos para três leitores, quando obriguei meu pai e minha mãe a ler um texto sobre o 1º de maio. Desde então, acrescentaram-se um amigo, que protagonizou este dia aqui, e uma amiga que nos lê por ser nossa amiga - ainda que automobilismo seja uma tortura para ela, o que pode ser inferido pelos comentários deixados por aqui.
Tudo mudou, no entanto, recentemente. Assim o indica o Google Analytics. Mas, a prova cabal do imenso sucesso deste blog é a enquete encerrada, ali no canto direito. Tivemos nada menos do que cinco votos. Cinco votos, sim! É um número astronômico, se considerarmos que as outras 678 enquetes terminaram, quase sempre, com a média oscilando entre zero e um voto.
Certo, temos de considerar que um daqueles cinco votos é meu. Provavelmente, um outro é da equipe da ala patriarcal do blog, o que deixa três do público em geral. Destes três, um é, sabidamente, de alguém com especial interesse no Gatsby. Portanto, é um voto parcial.
Seja como for, embora não possa tomar as respostas como indicativos do que fazer na vida - acabar o livro, afundar no álcool, etc. -, está claro que os três votos que não são dos autores do blog provam, definitivamente, que viramos best seller no mundo virtual.
Sem dúvida que, com tantos leitores, temos que dar uma especial atenção à qualidade dos textos aqui publicados. Eles podem significar uma enorme perda de tempo na vida de alguém, pois os dois minutos que se despendem para ler cada post poderiam, muito bem, ser utilizados na execução de tarefas úteis. Mais do que isso, os muitos minutos gastos para escrever porcarias poderiam ser melhor aproveitados por nós deste lado também. Mas a ideia disto aqui é que seja, mesmo, inútil, no melhor sentido pieperiano. Escrevemos, apenas, para que nos sintamos mais humanos. Não há qualquer compromisso ou dinheiro envolvido: o leitor pode perder tempo, mas não vai perder grana conosco.
Além disso, lembro-me, agora, de um velho professor que, prevenindo os leitores do seu próprio livro, afirmou que a melhor defesa que tem aquele que lê contra o texto ruim é, simplesmente, fechá-lo. Aqui, não se fecha o livro, mas fecha-se a aba ou a janela. Não ficaremos ofendidos - palavra! Não somos pessoas ilustres - ou ilustríssimas, se preferirem - que não andam de ônibus. Eu, que tomo pela primeira vez o mesmo ônibus todos os dias, sem procurar a vulgaridade das ruas, fecho os livros, fecho as janelas e as abas. Volto, quem sabe, anos depois, quando tiverem diminuído em mim as deficiências que impediram a compreensão do que ficou não lido. Aos domingos, no entanto, prefiro fechar o jornal. É fácil perceber que, ali, os defeitos de compreensão não estão em quem lê.

2 comentários:

  1. Hummm!
    melhorar a qualidade dos textos não significa deixar os palavrões de lado.
    E, confesso, sempre voto nas enquetes. Vendo pelo lado jurídico da coisa, deveria me declarar impedido.
    Mas, o comentário foi provocado pelo horário do post.
    Renatão estava arrastando correntes pelo castelo...

    ResponderExcluir
  2. Acho (se posso "achar" =) que não tem que mudar nada. Por quê (se não sei do assunto)? Pois -por exemplo- um dE meus pretendentes tem um blog de coisas que manjo e gosto, me implora pra ler, e eu fecho a aba mesmo. Porque o cara não é interessante.

    Mas já os doutores aqui são. Por isso não fecho nem dobro folha ou página alguma.

    Só às vezes fica a frustração (não tortura!) de não entender o que é dito. Mas garanto que frustração muito maior é querer falar com você e seu amigo ver que sou eu e desligar pra não ter que falar comigo e me fornecer seu número - que perdi. E pra afastar essa maldita frustração volto à sua aba, aqui.

    ResponderExcluir