quinta-feira, 29 de julho de 2010

MOMENTO NATIONAL GEOGRAPHIC

Sabemos que junto com os humanos uma residência abriga os mais variados seres. Desde os ácaros até os enervantes cachorrinhos afrescalhados que se tornam donos de seus donos.
Aqui nesta humilde mansão, não temos cachorros e essas coisas. Tínhamos um aquário, mas os peixes viviam fazendo o favor de morrer.
Não pensem que estamos sozinhos neste ambiente e seus arredores. Temos gambás, que mais parecem ratazanas habitantes de um clube aqui do lado e que de vez em quando resolvem atravessar a rua dando susto nos incautos. Morcegos, não o Batman, voam ao entardecer enfeitando o por do sol. Andorinhas que devem ser vegetarianas porque não comem os insetos que insistem em nos visitar. Acreditem ou não, uma chácara abandonada (vai virar um conjunto de prédios) abriga uma legião de pássaros e alguns tucanos. No riozinho que corta a avenida lá embaixo existem umas relutantes garças a se alimentarem de peixes mutantes comedores de restos de esgoto. Fora os urubus observando tudo lá de cima e torcendo para que alguém morra. Vocês também não vão acreditar, mas existem uns gaviões fajutos que vivem levando pau dos pássaros menores. Tentei filmar uma coça dessas outro dia e não consegui.
E, por falar em filmagem, temos duas habitantes da janela da cozinha. A Lagar e a Tixa (lê-se ticha). Sim, são duas lagartixas que mais parecem dois jacarés agarrados nas paredes. Tenho trauma desses bichos, mas é outra história.
Sempre disse para meus familiares que ainda iria filmar as duas em ação. Ou seja, caçando insetos nessa selva que e a janela de vidros foscos. Eles balançavam a cabeça como a dizer “pobrezinho. Não tem o que fazer...”
Outro dia elas estavam perpetuando a espécie numa cena proibida para menores. Meninos, eu vi!
Corri para pegar a máquina enquanto todos me censuravam. Onde já se viu filmar uma intimidade dessas. Elas foram mais rápidas e não cheguei a tempo do clímax.
Hoje resolvi que seria hoje. Fiquei de plantão na cozinha feito um cientista louco esperando o predador capturar a presa. Foi um sacrifício enorme. Não, ao contrário do que vocês pensam não tinha cerveja nessa história.
Perdi algumas oportunidades uma vez que elas foram mais rápidas que meus dedos no controle da máquina.
Mas, meu esforço foi recompensado. Vejam que maravilha de cena. A aproximação (na verdade a borboleta mudava de lugar e começava tudo de novo), a hipnose utilizada para paralisar a presa (sei sei), o bote infalível e o sucesso da empreitada. Tá certo que depois ela não sabia muito bem o que fazer com aquela borboleta maior que sua boca. Para evitar o vexame parei de filmar.
Vejam o filme e a natureza implacável seguindo seu curso.
Espero conseguir colocar o filme. Caso contrário, peço ajuda ao chefe do blog.
Ah, se prestarem atenção no som ao fundo vão descobrir que não é música de suspense e sim um programa da MTV (quinta categoria).

DAY AFTER

Ainda sobre a polemica pseudo ultrapassagem da prima dona alfonsina sobre o massa na Alemanha.
Leio que o massa declarou que não é o segundo piloto, que está ali para ganhar e que recebeu garantias de apoio para brigar por vitórias etc, etc, etc.
Se trocarem a plaquinha de massa para rubim nada vai ser diferente.
Rubim dizia tudo isso.
Na prática rubim era o segundo piloto da mamã Ferrari.
Hoje, massa é o segundo piloto e pronto.
Se não fosse não teria aberto as pernas, digo dado passagem.
Seria melhor não falar mais sobre o assunto do que pagar esse mico todo.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

PAUSA PARA OS COMERCIAIS

Neste mês de julho curtimos alguns dias de férias. Só os veteranos.
Fomos até Monte Verde em Minas Gerais curtir a Campos do Jordão genérica.
Bom, nada de frio congelante e preços altos como a prima paulista.
Mas, aconteceu algo interessante. Em 2008 fomos para Florianópolis (os veteranos e os juniores) e nós veteranos não aguentamos subir o costão do Santinho. As pessoas em volta diziam que era uma subida íngreme e difícil. Os juniores subiram, tiraram zilhões de fotos e lamentei por não ter um helicóptero para ajudar na subida.
Vejam uma das fotos. Lááááá embaixo, do lado esquerdo a praia dos Ingleses e do lado direito a praia onde fica o hotel famoso por não respeitar a ecologia.


Desta vez em Monte Verde resolvemos subir um dos picos da região. O mais fácil, segundo o guia da cidade. Tem uma estradinha que chega até a caixa d'água e a partir daí uma subidinha a pé.
Fizemos o trajeto e começamos a subir.
Meninos! Não sabia se o caminho enganava ou se meu peso extra decorrente de um depósito de gordura (para a época de vacas magras) que carrego na linha da cintura atrapalhava. Perdi o fôlego várias vezes mas, muito esperto parava para tirar fotos.
Do nada, naturalmente.
Lembramos então dessa subida anterior em Floripa e concluímos que dessa vez não.
Não cederíamos a passagem para nenhum mimadinho espanhol, desistindo da subida no meio do caminho.
Então, chegamos lá. Como dizem os nativos a vista é de perder o fôlego. Como eu já havia perdido o fôlego digo que é de cair o queixo.
Vejam a foto.
Ah, ia esquecendo. Descobrimos depois que fizemos outra subida e não a mais fácil.
Acontece que existem duas caixa d'água no mapinha. Eu, famoso por errar caminhos, peguei a estradinha da subida mais difícil.
Conclusão. Se em Floripa alguém falasse que a subida era moleza teríamos subido na maior tranquilidade porque mais fácil que esta que fizemos em Monte Verde.
Não é verdade?
Vejam esta foto tirada lááááá de cima. Dizem que dá para avistar 'centas cidades do Vale do Ribeira. Vimos uma ou outra....

terça-feira, 27 de julho de 2010

ALEMANHA 2010

Voltei das mini férias pensando num outro tipo de post.
Mas, quero dar meu pitaco nesse imbróglio típico de máfia calabresa que foi a abertura das pernas massais.
Lembro que o rubim no fatídico GP da Áustria em 2002 disse, após a corrida, que passou um tempão “negociando” a vitória. Não queria entregar o primeiro lugar e acabou, digamos, convencido pelo cappo João Duende Vremeio a entregar a rapadura. Quem assistia a corrida só soube da palhaçada pelo famoso “hoje sim, hoje sim” do narrador global Kleber Machado. A TV não mostrou indícios do que estava para ocorrer.
Dessa vez a geração de imagens (e sons) colocou tudo tim-tim por tim-tim no ar e tivemos uma lição de manipulação de corridas.
Senão vejamos: A FIA, ou quem representa a F1, estava com a prima dona do Alfonso (como eu o chamo) atravessado na garganta. Por conta daquelas declarações ridículas depois do GP de Valência quando queria que jogassem um míssil no carro do Luiz Hamilton. Disse que a corrida foi manipulada, esquecendo de Cingapura em 2008. Agora vai ter que engolir a manipulação mal disfarçada que foi a vitória sem graça na Alemanha.
Por seu lado a prima dona chegou na Ferrari para ser o primeirão. Ele é um mimadinho dono dos melhores brinquedos e quer ser o centro do mundo. Caso contrário leva a bola embora. Andou aprontando barbaridades para quem acha ser o melhor. Tocou no carro do massa em Silverstone e outras bobagens dignas de um motoqueiro paulistano. Resolveu não arriscar a fazer mais besteiras na Alemanha, disse que a situação era “ridícula” e conseguiu que a mamã Ferrari ouvisse seus apelos.
Agora o massa. Domingo era um dia especial para ele por vários motivos. A morte do tio, o aniversário da mola na cuca coisa e tal. Largou do jeito que muita gente previu, ou seja, o Vetor peitando o Alfonso e ele catando o primeiro lugar sorrateiramente. Essa corrida não decidia nada e ele deveria ter dito pelo rádio para a equipe se foder. Tipo “sou piloto para carai e se o mimado quiser passar que venha sentir o fio de minha espada.” Lindo, né? Provavelmente bateriam os carros e iriam levar umas palmadas da mamã Ferrari. Mas, pensem no lucro. O massa não está andando bem. Leva pau do Alfonso o tempo todo. Continuaria andando atrás, mas poderia dizer que a equipe estava se vingando dele porque não cedeu aos choramingos da prima dona. Poderia ter o contrato rasgado, mas certamente encontraria lugar em outra equipe de ponta. Fora o escândalo que seria um pé na buzanfa por não obedecer uma ordem dessas. Além de tudo e para entrar o clima dos fazedores desse blog poderia mover uma ação de indenização contra a mamã Ferrari por assédio moral.
Mas, na verdade o massa é o “funcionário do mês” que é a gozação mais em voga.
Como bem disse o Eddie Jordan (um cara safado que conhece as safadezas) o massa é um bom rapaz. Sendo assim não tem culhões para ser campeão do mundo.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Massa, Brasil e Automobilismo

Bastou que uma ordem da Ferrari se dirigisse a um brasileiro para surgirem opiniões indignadas de todos os lados. Pessoas que se sentiram traídas por Felipe Massa, que se decepcionaram eternamente com o piloto, que nunca mais torcerão por ele e etc.
Dá até impressão que o brasileiro gosta e entende muito de automobilismo. Não é o caso.
Em geral, o público brasileiro não gosta de verdade de corrida de carros. Quantas pessoas nós conhecemos que frequentam algum autódromo? Não estou dizendo para ver F-1. Para ver F-1 vai até gente que não sabe quantas rodas tem no carro.
Quantas horas semanais a televisão dedica ao automobilismo? Quantas notícias são veiculadas sobre pilotos que não correm na F-1?
A maioria de nós só acompanha F-1. Não temos a menor ideia do que ocorre sobre rodas fora dela. Nosso próprio blog aqui não tem lá muitas notas sobre outras categorias.
Mas, mexeu com "um dos nossos", todos se tornam entendidos e tem alguma opinião a dar.
O problema do automobilismo brasileiro não é Felipe Massa, não é Rubens Barrichello, nem Bruno Senna, nem Lucas di Grassi. Esses são os maiores sucessos que o automobilismo brasileiro produziu nos últimos anos. O que virá depois deles é uma incógnita.
Há pouco investimento no esporte a motor no país. Não há lá uma grande organização. A principal categoria que corre em pistas nacionais - a Stock Car - é uma verdadeira piada em diversos aspectos. Não há nenhuma categoria de base consolidada no país. Quem sai do kart e quer andar de monoposto tem que ir para a Europa, o que requer muito investimento e sacrifício, fazendo com que muitos de nossos pilotos se voltem para os Estados Unidos.
Recentemente, criou-se aqui no Brasil a F-Future, com apoio da Fiat e apadrinhada por Felipe Massa. A categoria pretende ser uma categoria escola, algo que falta entre nós. Só que, até agora, conta com apenas nove carros. É um grid muito magro.
A F-3 sul americana agoniza já há algum tempo. Conta com apenas 13 pilotos e, segundo consta, apenas um deles não é brasileiro. Quer dizer, deixou de ser uma categoria que efetivamente prepara os pilotos.
E os autódromos? Quantos autódromos nós temos que podem receber competições de alto nível? Contem comigo: Interlagos... hã... Santa Cruz... Londrina....Brasília... hum... Guaporé, Tarumã... ah! Jacarepaguá! Ah, esqueci, esse já demoliram...
Agora, pelo menos, há o Velopark, que parece ser um projeto interessante. Mas, ainda assim é muito pouco.
O automobilismo brasileiro está acabando porque não tem investimento, não tem mídia e, principalmente, não tem o interesse do grande público.
Talvez muitas das vozes que se erguem para mostrar a indignação contra Massa nem saibam que abrir caminho para Alonso é o menor dos problemas e que o piloto brasileiro é um dos poucos que tem feito algo para enfrentar a decadência em nossas pistas.

Ferrari, Ferrari...

É difícil acreditar que a Ferrari conseguiu estragar a beleza de uma competição automobilística mais uma vez. Parecia que, depois da Áustria em 2002, a coisa nunca mais aconteceria de forma escancarada. Até porque esse tipo de troca explícita de posições foi proibida e o rádio das equipe é aberto para todo mundo ouvir. Nem assim a Ferrari se preocupou em disfarçar muito.
Não dá para dizer que tirou a vitória de Felipe Massa, pois não há garantias de que o brasileiro aguentaria na frente de Alonso. Mas, pode-se dizer que tirou qualquer possibilidade de que ele brigasse pela vitória. E, na verdade, esse é o problema. O esportista entra em campo para fazer o seu melhor, ainda que não seja vencer. O melhor, ontem, para Massa, era lutar para vencer. A partir do momento em que o esportista deve pensar no "melhor para a empresa" e não em seu desempenho, deixamos de ter uma competição esportiva.
O que a Ferrari pratica não é jogo de equipe, é manipulação de resultado. Jogo de equipe é uma outra coisa. A palavra jogo tem implícita uma carga de álea; o aleatoriedade tem que estar presente, pode dar certo ou não. O que a Ferrari faz é colocar um piloto na frente do outro deliberadamente, por razões internas ao time não compreensíveis ao público e que não dizem respeito necessariamente ao desempenho de seus atletas.
Para mim, um exemplo de um típico jogo de equipe é o que houve no GP do Japão de 1991, quando Ayrton Senna conquistou seu terceiro título mundial. A McLaren precisava evitar que Nigel Mansell vencesse a corrida. Tinha no grid de largada Gerhard Berger, companheiro de Senna, na pole position, o brasileiro em segundo e o inglês apenas em terceiro. Com isso, estipularam uma estratégia em que Senna ficaria em segundo, andando em ritmo mais lento, segurando Mansell, enquanto Berger iria lá para a frente, abrindo uma vantagem segura para Mansell, procurando dificultar a briga do inglês pela vitória e pelo título. Isso é um jogo de equipe.
A Ferrari, muitas vezes, simplesmente escolhe quem será o vencedor, o que não significa que o time "jogou" pelo melhor resultado. Simplesmente entregou-se uma vitória a algum dos pilotos.
O caso da Áustria em 2002 talvez tenha sido ainda pior do que o de ontem. Em 2002, a Ferrari não tinha adversários. Em nenhum momento do campeonato o time italiano foi ameaçado. Então não havia nenhuma necessidade de garantir "mais quatro pontos" para Schumacher, que, aliás, naquele ponto do certame, tinha 42 pontos contra 6 de Barrichello.
Por outro lado, este ano, a Ferrari não é favorita ao título. A briga está acirrada e o time de Maranello está bem atrás na tabela, o que poderia justificar a escolha de um primeiro piloto. Contudo, em vista da superioridade técnica de outras equipes, a vitória na Alemanha pode ter sido meramente ocasional e a Ferrari pode ter se comprometido, novamente, por causa de uma corrida que em nada vai mudar o resultado do campeonato em favor de Fernando Alonso.
São situações muito diferentes, por exemplo, do que houve em 2007, quando Massa teve de ceder a vitória a Kimi Raikönen no Brasil, pois, vencendo, o finlandês sagrar-se-ia campeão, enquanto Massa não tinha mais chance. Ou em 2008, quando o próprio Raikkönen cedeu o segundo lugar para Massa no GP da China para que o brasileiro pudesse chegar em Interlagos em condições de brigar pelo título. Nessas condições, não é ideal que aconteça a troca de posições, mas é, pelo menos, aceitável.
Muitas bobagens são ditas em momentos como este: pelo povo brasileiro, o Massa não devia ter permitido a ultrapassagem; agora será visto como um segundo Barrichello; perdeu o respeito de seus torcedores e mais uma dúzia de pensamentos absolutamente estúpidos. O problema não é com Massa, nem com Barrichello, , nem com Mika Salo , nem com Nigel Mansell, nem com Gilles Villeneuve, nem com Didier Pironi e por aí vai. O problema é a Ferrari. O problema é como a Ferrari lida com as coisas, e isso vem desde os tempos do Comendador.
Diz a lenda que, 1979, ano do último título dos italianos antes da "era Schumacher", o Comendador Enzo Ferrari em pessoa teria chamado Gilles Villeneuve - o sujeito mais pirado que já sentou em um carro de F-1 e, até hoje, um dos maiores ídolos ferraristas - para uma conversa. No diálogo, o Comendador teria pedido ao canadense que abrisse mão da luta pelo título da temporada em favor de Jody Schekter, sul africano, companheiro de Gilles, que teria assentido sob a promessa de que 1980 seria seu ano na equipe.
Essa política faz parte da cultura automobilística deles. Agora, o tiro pode sair pela culatra. Com toda essa repercussão em torno do resultado de ontem, todo mundo vai estar de olho, e qualquer manobra de Alonso sobre Massa será suspeita. Pode ser que em qualquer situação em que Massa esteja a frente do espanhol, o espanhol tenha de ficar ali mesmo para evitar outros escândalos. Em 2002, após o GP da Áustria, Barrichello venceu quatro corridas, pois a Ferrari não tinha mais como tirá-lo da frente. É esperar para ver.

sábado, 24 de julho de 2010

E por falar nisso...

E já que falamos da corrida de 10 anos atrás, não dá para fingir que nada mudou em Hockenheimring. A pista onde ocorreu a primeira vitória de Barrichello tinha mais de 6km de extensão no meio da Floresta Negra. Pouquíssima pressão aerodinâmica, o carro leve, leve nas freadas, muitas ultrapassagens e, na chuva, era um salve-se quem puder.
O mapa abaixo dá uma ideia de como era a coisa. É impressionante ver as retas do circuito no meio da Floresta.

View Larger Map

A pista foi mutilada para atender aos (chatos) padrões da F-1 moderna. Não acho que o traçado atual seja de todo ruim. Logo em sua primeira corrida, proporcionou um duelo impressionante entre Juan Pablo Montoya e Kimi Raikkönen:



De todo modo, a pista em que ocorrerá o GP da Alemanha de amanhã não deixa de ser um "puxadinho" burocrático do majestoso traçado de outrora.
Com modificações aqui e ali, novas chincanes para quebrar a velocidade dos carros, itens de segurança que foram sendo insertos, a pista de Hockenheim foi praticamente a mesma por 40 anos até a reforma de 2001.
Talvez um dos momentos mais trágicos do circuito tenha ocorrido quando esse ainda não recebia a F-1: em 1968, em uma corrida de F-2, ocorreu naquela pista a morte de Jim Clark, após o bólido pilotado pelo escocês se chocar contra uma árvore.
Apenas a partir de 1977 o circuito passou a receber a F-1 regularmente, com exceção de 1985. A despeito disso, a primeira prova da categoria em Hockenheim foi em 1970, com a vitória de Jochen Rindt, que sagrar-se-ia campeão póstumo naquela temporada.
A pista alemã sempre foi palco de bons espetáculos. Vamos esperar que o "puxadinho" proporcione mais um amanhã.

Há 10 anos...

No GP da Alemanha de 2000, Rubens Barrichello conquistava sua primeira vitória na F-1. Uma das corridas mais impressionantes de um piloto na categoria. É estranho pensar que um sujeito que consegue pilotar daquele jeito nunca tenha sido campeão mundial: largou em 18º, foi para frente realizando muitas ultrapassagens e, quanto parecia que não alcançaria as McLarens, veio a chuva no Stadium. Häkkinen e Coulthard pararam para colocar pneus de chuva, mas Barrichello não. Apesar da aguaceira no Stadium, Barrichello conseguiu manter um ritmo rápido o suficiente para se manter a frente da concorrência, obtendo uma vitória magnífica.
Naquela época, Rubens tinha sete anos de F-1 e fazia sua primeira temporada na Ferrari. Hoje, Barrichello está na briga há 17 anos, soma, além daquela, mais dez vitórias no currículo e acumula 294 (295 amanhã) corridas em uma carreira respeitável.
Aos 38 anos, o brasileiro dá sinais de que há mais por vir.


0.002

Dois milésimos de segundo foi o tempo que garantiu Vettel na pole position de seu GP de casa na Alemanha. Estava com pinta de Alonso, mas o Kid mandou ver e sai na frente amanhã.
Todas as poles, com exceção de uma, foram conquistadas por pilotos da Red Bull. A exceção foi Lewis Hamilton, no GP do Canadá.
Pelo menos em termos de qualificações, o desempenho da dupla Webber-Vettel, lembra a de Senna-Prost, em 1988. Claro que há um abismo separando as duplas, mas, há 22 anos, Senna e Prost conquistaram 15 das 16 poles, sendo 13 delas de Ayrton Senna. Este ano, até aqui, de 11 poles disputadas, 10 ficaram com a Red Bull. A equipe austríaca não tende a igualar a McLaren de 88, já que cada vez mais a McLaren deste ano e, agora, a Ferrari, estão se aproximando. De todo modo, não deixa de ser um desempenho digno de nota.
Seco ou molhado, tendência para uma boa corrida amanhã.

domingo, 18 de julho de 2010

Not bad for a number 2 driver!

Com muito atraso, só para lembrar que Webber fez uma corrida muito boa, excelente, ainda que ele fosse um number 1 driver.
No ano passado, o primeiro piloto Kid Vettel foi absoluto em Silverstone. Arrisco-me a dizer que Webber, neste ano, foi ainda mais brilhante, dadas as circunstâncias internas de sua equipe - a história da asa dianteira já foi repetida 487 vezes, não preciso contar de novo; basta ler o sempre oportuno Joe Saward.
E agora, depois disso tudo, estão dizendo que Webber iniciou uma guerra psicológica para desestabilizar Vettel. É a mais pura bobagem.
Depois do GP da Turquia, quando o menino prodígio alemão fez sinais insinuando que Webber estaria louco, o australiano reagiu da maneira mais elegante, sem carnaval nenhum, embora soubesse que a única loucura havia sido feita pelo seu companheiro de equipe. Aí vem a equipe e dá a entender que a culpa de Webber. Por que a culpa seria dele na visão da equipe? Porque eles esperavam que as coisas fossem facilitadas para a ultrapassagem de Vettel, o que não aconteceu.
Então chega o GP da Inglaterra, a Red Bull tem um novo componente aerodinâmico - a famosa asa dianteira - e dá um para cada de seus pilotos. A de Vettel quebra; eles tiram a de Webber e dão para Vettel. Ridículo. A pior decisão administrativa que se poderia tomar.
Então, o australiano fica puto, sai falando que está sendo tratado como segundo piloto da equipe e aquela coisa toda - tudo verdade, diga-se - e ele é que está movendo uma guerra psicológica contra Vettel?
Na verdade, Webber não precisa fazer nada para desestabilizar Vettel. O alemãozinho já está meio estranho pelo menos desde o GP da Turquia. Está desequilibrado por andar atrás de Webber. Não é preciso nenhuma declaração de ninguém para gerar pressão. Andar atrás é pressão suficiente, e Vettel está sentindo o peso em seus ombros como nunca.
O alemão é um canditado a gênio no futuro, mas está demonstrando falta de habilidade para driblar as intempéries que cercam a briga pelo título de F-1. Está faltando a ele poder de reação, mesmo com a equipe o apoiando.
Isto aqui foi escrito sobre Vettel, no último ano. O brilhantismo de sua pilotagem foi repetido este ano, mas por Mark Webber. E, como há um ano servimo-nos de um verso de George Harrison para ilustrar o que foi o GP da Inglaterra, este ano vamos usar a música inteira. Afinal, nada combina mais com GP da Inglaterra do que George Harrison!




Enquanto isso, lá de Woking, Lewis Hamilton, alheio a qualquer confusão e de bem com a vida, vai liderando o campeonato, com 145 pontos...

sábado, 17 de julho de 2010

DONA GERTRUDES - 2

Dona Gertrudes desde logo fazia parte de muitas atividades dentro da F1. Suas ocupações não cabiam apenas na equipe Tyrrel, onde se tornou uma espécie de palpiteira oficial.
Sua fama de chefe de cozinha (subiu de posto) avançou no paddock e todos queriam experimentar suas obras.
Criou um prato rápido com receita secreta que só agora veio ao conhecimento do mundo. Batatinhas fritas com raspas de condimento preto que era disputado a tapa pelos comensais. “tem gosto de Fórmula 1”, diziam todos. Não é à toa: na verdade as batatas eram fritas em óleo de motor usado. “Era o melhor para manter a temperatura”, escreveu. Os condimentos pretos? Raspas de pneu. Usado, naturalmente. “Os melhores eram os que sobravam do Gilles Villeneuve. Ele sabia judiar de um pneu como ninguém”.
Em uma corrida no México, vocês devem lembrar, por pouco o Ricardo Patrese não corre por conta de um suposto “mal de Montezuma”. Comeu algo que provocou um piriri. Mas, não foi comida mexicana como disseram.
Ele bebeu, na véspera, uma batida inventada por Dona Gertrudes. Era batizada de “batida de Scania cara-chata”. A receita se perdeu com o tempo. Ela escreveu “fazia de cabeça com o que tinha na mão. Lembro que, neste caso, coloquei uma mistura daquela cachaça feita em casa, completando com gasolina da Ferrari, que era batizada. Subi na torre de cronometragem e joguei a coqueteleira escada abaixo. Como não explodiu dei para o italiano narigudo beber. Ele disse que só bebendo para agüentar o inglês maluco que corria na mesma equipe. Eu avisei que para dar barato era preciso beber tudo. Um litro mais ou menos. Sobrou uma colher de sopa..... Por isso, precisaram instalar uma privada química no carro dele.”
Mais tarde tem mais de Dona Gertrudes....




Nos 3min02s do filme, dá para ver o efeito da batida de Dona Gertrudes no aparelho digestório de Patrese.
No fim das contas, os gases da digestão devem ter garantido um empuxo extra à Williams do italiano, que venceu o GP do México de 1991.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

SILVERSTONE

Não podemos negar que o GP da Inglaterra neste fim de semana foi movimentado e, por que não(?), divertido.
Na largada sobrou para o vetor. Naqueles segundos do “deixa que eu chuto” ele perdeu a posição para seu “companheiro” de equipe o canguru (quase) perneta Weber e ainda por cima sentiu o gosto da lâmina do sempre presente Hamilton rasgando seu pneu traseiro. A prima dona alfonsina e o apagado massa fizeram aquela dança em que se bate traseiro com traseiro e, claro, sobrou para o massa.
Eu penso que a prima dona perdeu um pouco o foco nas corridas. Chegou na Ferrari mostrando quem é que manda e tem a preferência da equipe, sem dúvidas. Mesmo porque é melhor piloto que o massa. O problema é que, por estar na Ferrari, quer pompas e circunstâncias durante as corridas. Ou seja, Schuschu sou eu. Então, perde o rebolado porque ninguém dá muita bola para ele. Na corrida de ontem forçou a barra para cima do Kubica que por seu turno mostrou que preferia bater a ceder a posição, obrigando a prima dona a cortar caminho, ganhando a posição. Daí veio a vigarice. Ao invés de, imediatamente, devolver a posição e resolver a questão em outro duelo preferiu ir para a frente reclamando pelo rádio que foi jogado fora da pista.
Como o nome dele não é Dick foi punido. Teve todo o problema quando o carro madrinha entrou tal e coisa. Foi lá para trás.
Ironias: andou atrás do massa e na briga com uma Nãoforça Índia sentiu a lâmina da asa do italiano santoantonio luiz cortando seu pneu. Bye, bye Alfonsinho. Massa dever ter morrido de rir.
Que dizer do Dick Vigarista original? Estamos, o chefe do blog e seu assistente, adorando o desempenho do lemão. Neste GP de Silverstone nem rimos muito porque começamos a acostumar com o citado piloto e seus vexames dominicais. Quem diria.....
Ah! Falta o rubim!!!!
Grande corrida. Mas, já desandou a profetizar coisas que só na cabeça dele. O rubim é um eterno otimista.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

DONA GERTRUDES - 1

Como vimos anteriormente, Dona Gertrudes conseguiu seu primeiro emprego na F1 como cozinheira da equipe Tyrrel. Mas, nunca foi de seu espírito acomodar-se em uma só função. Sempre irrequieta procurava ajudar onde precisavam ou dava palpites sem pé nem cabeça mesmo quando não era chamada. Algumas vezes, no entanto, suas opiniões resultavam em algo positivo. Devido à insistência dela, por exemplo, que Jackie Stewart passou a usar óculos escuros quase do tamanho de seu rosto. “Para esconder a feiúra”, escreveu.

Diz a lenda que ela estava nos boxes quando ouviu um piloto reclamando de um pneu furado. Os carros tinham problemas de durabilidade em relação aos pneus dianteiros.

Dona Gertrudes, que já falava um inglês macarrônico, desandou a defender um carro com quatro pneus na frente. Nada de coeficiente aerodinâmicos e coisas do gênero. A explicação foi singela. Escreveu “com quatro pneus na frente um deles poderá furar que os outros darão conta do recado...”

O fato é que um dos engenheiros da Tyrrel acabou por desenvolver, de fato, um carro com quatro pneus na frente, com relativo sucesso.
Ela nunca recebeu os créditos pela idéia, mas não se importou. “A vida é assim mesmo. Enquanto uns recebem os créditos, outros recebem os débitos....”


Vemos acima Patrick Depailler e Ronnie Peterson, em Interlagos, com o carro concebido por Dona Gertrudes.

Voltaremos depois com mais memórias de Dona Gertrudes.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Outra novidade (não confirmada) em Silverstone

Joe Saward divulgou em seu blog a notícia de que Bruno Senna não corre na Inglaterra pela Hispania.
O brasileiro, de acordo com Saward, pode ser substituído pelo piloto japonês Sakon Yamamoto. A razão da substituição seria a busca da equipe por dinheiro, já que Yamamoto é um piloto pagante.
Vamos esperar para ver se a história se confirma.
O piloto japonês tem 19 corridas no currículo, entre 2005 e 2007, andando por Spyker e Super Aguri. Seu melhor resultado é um 12º lugar no GP da China de 2007. Não alinha para um corrida de F-1 desde o GP do Brasil de 2007.
Sem muita experiência e estando parado há tanto tempo, Sakon não tende a melhorar o rendimento do carro Hispania, caso venha a pilota-lo. É só grana mesmo.

A nota de Joe Saward está aqui.

ATUALIZANDO (18:33): Foi a confirmada a substituição de Senna por Yamamoto. Em princípio, confirmou-se apenas a presença do japonês neste próximo final de semana, estando a situação para o resto da temporada, pelo menos oficialmente, em aberto, embora haja uma clara tendência para a saída definitiva de Bruno.
Sobre a sujeira de trocar um piloto por outro sem que nem o substituído tivesse sido avisado, nada mais precisa ser dito além do que já disse o Luís Fernando Ramos.
Agora, cabe a lembrança de que Bruno Senna não é o primeiro piloto brasileiro a ser "despedido" na véspera dos treinos para um GP. Em 1991, antes do GP de Monza, Roberto Moreno foi mandado pastar por Flavio Briatore para dar lugar a um certo alemão. Voltemos a isso mais tarde.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Novidades no velho Silverstone

A próxima corrida da temporada de F-1 ocorrerá no velho, mas sempre renovado, circuito de Silverstone.
Como sabido, o traçado foi construído em uma antiga base aerea da Royal Air Force utilizada durante a Segunda Guerra Mundial.
Como sabido parte 2, a pista abrigou a primeira corrida do mundial de F-1, em 1950.
De lá para cá, diversas modificações foram feitas no traçado para adequá-lo às necessidades da F-1 moderna.
Mesmo com toda tradição, a pista vem sofrendo, nos últimos anos, diversas tentativas de eliminação do calendário do mundial. Tanto que, para 2010, estava programado que Donington Park sediaria o GP da Inglaterra.
O fato é que a categoria não pode abrir mão de Silverstone, que é um de seus berços. Assim como Mônaco, Monza, Spa-Francorchamps, Silverstone é uma das pistas que faz parte do DNA da F-1. E, deve-se dizer, tem feito grandes esforços com muita competência para se renovar e se manter no calendário, apesar das pretensões do Senhor Ecclestone de trocá-la por um beco qualquer, mas que pague bem, no Oriente.
Há um ambicioso projeto para um novo padock, como conta o Luiz Fernando Ramos, em seu blog.
Para este ano, modificações foram inseridas no traçado. Ficou mais longo e talvez tenha ficado mais rápido, mas suprimiu-se um ponto de ultrapassagem na chincane antes da curva da ponte. Vamos ver no que vai dar.
O mais interessante é que, apesar do novo traçado, o antigo não foi extinto. Aliás, todos os traçados mais antigos estão lá. É possível trabalhar com variações conforme a categoria que vai correr. É exemplo que poderia - e se tem tentado - seguir em Interlagos.
Enquanto não chega o fim de semana, recordemos um dos mais empolgantes duelos que se passaram em Silverstone. Três grandes nomes do automobilismo se pegando para valer.



terça-feira, 6 de julho de 2010

200

Só para constar: o post do pai do blog com o título "Dona Gertrudes", personagem da próxima novela do F-1 Literária, cuja leitura é altamente recomendada , foi a postagem de número 200 deste que é melhor sítio sobre Fórmula-1 em língua portuguesa, depois do Bandeira Verde, do Última Volta, do Dentro e Fora da Pista, do Blog do Ico, do Tazio, do Blog do Capelli, do F-1 Nostalgia, do Blog do Fábio Seixas, do Voando Baixo, do Grande Prêmio e, é claro, do blog oficial do blogueiro oficial Flavio Gomes.

Observação: se o seu site sobre F-1 é melhor que este e não consta na lista acima, pedimos desculpas. Informe-nos e acrescentaremos.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

DONA GERTRUDES

Este blog, num esforço de reportagem, conseguiu acesso a um acervo das mais ricas histórias da F1. As memórias inéditas de Dona Gertrudes. Ela é um desses personagens ligeiramente ocultos que permeiam o mundo dos famosos. No caso a F1. Suas histórias, que talvez rendam um livro ou um processo, fazem parte do rico folclore que envolve esse esporte. Pelo visto, nunca saberemos se reais ou não.
Mas, vamos publicar parte dessas memórias pingando postagens aqui e ali.
Dona Gertrudes não revela a idade. Só diz que nasceu. E, se diz brasileira, com um pé na França e outro na Alemanha. “O jeitinho brasileiro com educação francesa e o estilo deixa que eu chuto alemão”, como sempre repete.
Seu envolvimento na F1 se deu quando, não agüentando mais a aporrinhação que era viver com seu então marido, subiu na mesa de jantar num domingão qualquer, catou uma vassoura como se fosse uma espada e gritou algo como “fui”. Não lembra muito bem porque havia tomado uns goles de uma cachaça feita em casa por ela mesma. Envelhecida por longos dois meses numa garrafa pet embaixo do tanque, junto com produtos de limpeza. “É para dar um gostinho especial” escreveu em suas memórias. Mas, lembra que, ao bater a porta, disse que ia se juntar a um circo.
Na verdade foi para a casa de seus pais. Mas, o projeto de se juntar a um circo estava em pé. Resolveu procurar um. Pegou o jornal de seu pai e leu uma manchete sobre o circo da F1.
Não deu outra: apareceu numa quarta feira em Interlagos procurando emprego. Pulou o muro, apesar da entrada estar franqueada ao público. Estranhou o ambiente. Onde estavam os elefantes, os palhaços, os trapezistas? E, que circo era aquele sem lona nenhuma?
Passando em frente a um dos boxes viu o que pensou ser um astronauta. Um sujeito vestido com um macacão colorido e um capacete estranho. “Achei um palhaço”, pensou.
Na verdade era o Jackie Stewart experimentando o macacão e capacete. Ela não teve dúvidas. Entrou nos boxes pedindo emprego para aquele ser estranho.
Resumindo: vários jornalistas intercederam com pena de Dona Gertrudes e o chefe da poderosa equipe Tyrrel, Ken Tyrrel, perguntou a ela, através de um intérprete, se sabia cozinhar .
“Porra!!!!! Claro que sei” respondeu indo atrás de um livro de culinária. Assim começa a história de Dona Gertrudes dentro do circo de F1.
Ah! Em suas memórias ela relata esse encontro com o piloto Jackie Stewart. Ele tirou o capacete e foi simpático com ela, apesar de não se entenderem por falarem línguas diferentes. Mas, Dona Gertrudes não perdoou. Comentou em suas memórias que o cara era muito feio. “Vesgo, narigudo e com voz esganiçada. Entendi na hora porque usar capacete.”
Depois a gente volta.

God Damn, Fom!

Na madrugada de sábado para domingo, editei, inseri legendas, fiz upload para o YouTube e incorporei a este humilde blog, um trecho do GP da Austrália de 1994. Na verdade, apenas um trecho das "preliminares" da corrida exibidas pela ESPN americana.
A equipe do blog não recebe um tostão com isso aqui, fazemos tudo como um hobby despretensioso. E não é que nossa queria Formula One Management bloqueou o vídeo "com base em direitos autorais"? Direitos autorais? Hum...
Sem maiores delongas técnicas, este blog, repetimos, não rende nada aos seus autores, tem, em média, o acesso de três a cinco pessoas por dia, que nos visitam mais por amizade aos autores que por gosto pelo automobilismo. Todos os vídeos que colocamos no YouTube tiveram a finalidade de figurar neste blog. Nosso "recorde" de audiência no site de videos do Google é de 326 exibições em um ano, um mês e doze dias.
As imagens que são reproduzidas no vídeo, compiladas pela ESPN, encontram-se a rodo no próprio YouTube. Além de que, trata-se de um evento que foi transmitido para o mundo todo, de graça, com grande difusão.

Então, Fom, precisava?



Somos insistentes.

domingo, 4 de julho de 2010

ACIDENTES PENSADOS

As polêmicas envolvendo alguns fatos na f1. Desde cedo, acompanhava a F1 com olhos de menino deslumbrado mas também despontava em mim o lado cético herdado do véio Mero. Sim, meu pai era aquele cara que reclamava até de falta a favor. Lembro que certa vez ele nos levou (“los três hermanos”) ao “jardim suspenso”, o Parque Antártica para assistir ao parmera jogar contra alguém. Nem lembro mais o resultado muito menos o adversário. Lembro que o véio Mero, mesmo com o parmera ganhando desandou a xingar o Dudu e o Ademir da Ghia, craques do time. Tudo isso no meio dos “amigáveis” torcedores parmerenses. Lembrando que as torcidas em campo de futebol sempre viveram na idade da pedra, ou seja, na porrada. Meu pai teve que arrefecer as críticas devido aos olhares e comentários pouco amáveis de seus pares.
Este ceticismo continua me acompanhando. Nem assisto futebol com os familiares. Quero dizer, nesta copa do mundo assisti e quase apanhei porque torci contra o Dunga e seus anões.
Na F1 não é muito diferente. Procuro olhar os fatos por detrás dos fatos. Complicado? Nem tanto. Senão vejamos. Em 1973, estou assistindo o Emersão em primeiro no GP da Áustria. Ele precisava ganhar para tentar aproximar-se do líder do campeonato, o chato do Jackie Stwart. A Lotus mandava ver. Numa certa altura Emersão liderava seguido do Peterson, seu companheiro de equipe, e o chato Stwart em terceiro. Para meu desespero pouco antes do final da corrida o carro do brasileiro encosta na beira da pista, abandonando a corrida. Com os meus comentários no volume máximo o véio Mero não perde a oportunidade e passa pela sala soltando o seu famoso “o Fintinpaldi já quebrou?”
Não havia sinal de motor quebrado nem nada. O “Fintinpaldi” dá uma olhada no motor e vai para casa. Mais tarde ficamos sabendo que ele ficou sem combustível. Duzentas teorias da conspiração se levantaram. Uma delas: o parafuso do cano de combustível estava mezzo solto mezzo preso. Pelo sim pelo não o “Fintinpaldi” prometeu contar tudo isso e mais um pouco quando encerrasse sua carreira. Pelo visto, ainda não encerrou uma vez que nunca contou nada.
De lá para cá, vivo aos berros explicando, por exemplo, porque o schumaquinho não tentou ultrapassar o shumacão no Canadá em 2003 e coisas afins. O chefe do blog é testemunha.
Mas, algumas coisas devem ser pensadas. Vejam o famoso, ou famosos, acidentes envolvendo Prost e Senna. O primeiro em 1989. Eu acabei de assistir um vídeo sobre o acidente e fico com uma dúvida. Porque um piloto com o título na mão, como o Prost, joga o carro sobre seu companheiro de equipe da maneira como o narigudo jogou? As chances de Senna continuariam na Austrália, mas conquistar o título de campeão do mundo seria muito difícil. No entanto, naquela fração de segundo Prost escolheu ser um humano qualquer. Nada de ser um exemplo de esportista ou coisas assim. Simplesmente jogou o carro para cima daquele brasileiro filho da puta e melhor piloto que ele. Em minha opinião o que se seguiu moldou o Senna maquiavélico que veio a seguir nos anos seguintes. Ganhou a corrida, foi desclassificado, ganhou um inimigo declarado na pele do nazista Balestre e tornou-se um piloto obstinado e calculista. Em 1990 avisou: largando do lado sujo a coisa iria sujar como sujou.
Cheguei, enfim aonde eu queria. Senna em 89, Prost em 90, Damon Hill em 94 e etc, etc etc.
O que se seguiria se esses pilotos tivessem um tiquinho a mais de paciência? Será que tudo terminaria da maneira como terminou? Em 90 a situação era um pouco diferente porque era evidente que Senna iria bater em Prost.No entento,se o francês deixasse o brasileiro ir para a frente a corrida poderia ter outros contornos?
Pois é. Eu não sei. E, de certa forma pensar um universo em fração de segundo não é coisa para qualquer um. Nenhum desses pilotos conseguiu o resultado para esta equação.

Pelas madrugadas afora...

Já passa da 1 da manhã e eu começo a me perguntar: "por que é que não estou dormindo?". A pergunta, sem graça em princípio, me faz pensar de onde vem meu terrível gosto pelas madrugadas.
Talvez haja alguma razão fisiológica para isso. Pode ser que meu corpo só comece a trabalhar de verdade muito tarde e só termine o expediente com a hora já adiantada. Será?
Mas minhas primeiras lembranças agradáveis das madrugadas da vida se relacionam com o nome deste singelo blog.
Lembro-me de desenvolver o hábito de ler antes de dormir. Passava muito tempo lendo algum livro antes de apagar a luz e pegar no sono.
Depois - ou antes? - vieram as corridas de madrugada. Ah, as corridas de madrugada! Quase sempre, boas lembranças.
Durante algum tempo, eu não tinha autorização para ver corridas fora do horário convencional. Meus pais tinham razão: se eu começasse a desprezar a necessidade de um sono adequado desde tão cedo, eu sequer teria sido aprovado no vestibular. Minha capacidade mental deve ter diminuído algo em torno de 70% nos últimos anos graças à minha indisciplina com o horário de dormir.
Nos GPs que ocorriam de madrugada, meu pai assistia e gravava em VHS. Na manhã seguinte, eu acordava, assistia a corrida - normalmente, meu pai assistia de novo - e, se o Senna tivesse ganhado, ainda víamos o VT da Globo, logo em seguida.
Mas, no ano de 1993, recebi a autorização para assistir ao GP da Austrália, último do ano, que ocorreria sabe-se lá que hora. Muita empolgação. Senna havia vencido o GP do Japão, também transmitido de madrugada para nós aqui no Brasil. Seria sua última corrida pela McLaren e, por alguma razão, eu achava que ele venceria também.
A condição era que eu dormisse antes da corrida. Meu pai me acordaria na hora da largada. Sem problemas.
Lá pelas tantas, desperto, cheio de excitação. Nem precisaram me acordar! Olho em volta e percebo que algo deu errado. O dia já estava claro. Não assistira a corrida.
Levantei revoltado, me senti traído. Como ousaram não me acordar?
A justificativa: meu pai tentou me acordar, mas eu é que não me mexi quando ele chamou. Com pena da criança que dormia como pedra, a " Missão GP da Austrália 1993" foi abortada. E, assim, vi a última vitória de Senna por VHS.
No ano seguinte, contudo, assisti as duas corridas - naquele tempo eram só duas, mesmo - de madrugada. Japão, uma das melhores corridas de Damon Hill, que ficava, agora, a apenas um ponto de Schumacher.
E, então, veio o GP da Austrália.
Ontem - de madrugada, para variar - assisti um trecho dessa corrida. A versão que está gravada no computador tem a narração da ESPN americana. No início da transmissão, o ex-piloto Dereck Dally, que comentou a corrida para a emissora, afirmou que aquele ponto de Schumacher sobre Hill seria uma tentação para que o campeonato terminasse de forma pouco esportiva, como já havia ocorrido com Prost e Senna em 1989 e 1990.

Profético... profético.




Difícil ao ser humano resistir às tentações. Schumacher, após acertar o muro e ver o título escapar de suas mãos, atira seu bólido contra a Williams de Hill.
Lembro bem daquela madrugada. A imagem onboard na Benetton. Meu pai, na hora: "é o Schumacher!"
Terrível. De um lado, pelo caráter que falhou; de outro, pela afobação de querer decidir sem esperar a próxima freada. Pode-se culpar um e outro?
No fim das contas, foi um término apropriado para uma temporada muito sombria. E uma das primeiras de muitas madrugadas em vigília.


sexta-feira, 2 de julho de 2010

Bola Cruzada

Das últimas quatro Copas, o Brasil venceu uma, em 2002. Nas outras três, fomos derrotados e eliminados tomando gols que surgiram de cruzamentos realizados a partir de bolas paradas.
Com exceção do terceiro da França na final de 1998, todos os gols que o Brasil tomou nas partidas decisivas em que foi eliminado aconteceram a partir de faltas ou escanteios em que a defesa brasileira não conseguiu afastar o perigo.

Coincidência?




Afinal, é só um jogo...

E bola para frente, com muito cuidado para não ultrapassar o safety car.

E, sem Seleção, cantemos para nós mesmos, que precisamos mais do que eles.




Ah, eu também não sei qual a razão de o clipe ter sido gravado em um ferro velho...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dia do apito

De forma impressionante, os principais eventos esportivos do último domingo foram decididos com ajuda das autoridades competentes.
Estamos acostumados a ver os erros de arbitragem definirem campeões e perdedores no futebol. Na Formula-1, os exemplos também se multiplicam, claro que não na medida do futebol. Mas no domingo a coisa foi mesmo impressionante. O gol não gol da Inglaterra, o impedimento absurdo de Tevez... e não parou por aí.
O GP da Europa teve um total de 9 carros punidos. Nove carros! Procurei no maravilhoso GPGuide e não há estatísticas sobre corridas com maior número de punições. Mas, se houvesse, a do último fim de semana estaria entre as primeiras da lista.
Oito competidores foram punidos após a corrida, tendo acrescido 5 segundos aos seus respectivos tempos de corrida. No fim das contas, as punições foram apenas para europeu ver, pois as alterações no resultado final foram poucas, pelo menos nas posições mais a frente.
Durante o certame, Lewis Hamilton foi punido por ter ultrapassado o safety car. Pode-se argumentar o que quer que seja: ele não viu a linha do safety car, não fez de má fé, seja lá o que for; o fato é que uma regra foi descumprida e o piloto e sua equipe devem pagar por isso, assim como aconteceu com Schumacher, este ano mesmo, em Mônaco, quando ultrapassou Fernando Alonso sob regime de bandeira amarela, com a regra especial da última volta.
No caso de Hamilton, a punição não foi tão efetiva, já que a única coisa o que ele perdeu foi a chance de brigar com Vettel pela vitória, já que estava em segundo quando foi chamado para cumprir o drive thru e voltou para pista ainda na mesma posição.
Pelo menos na Formula-1, as decisões dos "árbitros" parecem ter sido acertadas, ao contrário do que houve no futebol naquele dia.
Mas, falando da corrida em si, que é o que interessa, além de Vettel, que fez uma corrida muito correta, sem cometer erros lá na frente, a prova teve outros três destaques.
O primeiro deles, Kamui Kobayashi, que, após estrear como gente grande no Brasil no fim do ano passado, andou meio apagado ao longo de 2010. Em Valência, andou na frente, aproveitando-se do safety car e do fato de ter largado com pneus duros. Aguentou firme na frente de Button que, na verdade, sequer o ameaçou. Ultrapassou Fernando Alonso e Sébastien Buemi, esse na última curva da última volta, chegando, assim na 7ª colocação.
O segundo destaque é de Rubens Barrichello e a evolução da Williams. O time que vinha lutando para chegar nos pontos fez um ótimo final de semana em Valência, colocando os dois carros no Q3 no sábado, e chegando ao quarto lugar com Barrichello, no domingo. O piloto brasileiro soma, agora, 19 pontos no mundial, 15 menos que Michael Schumacher, por enquanto...
O último destaque, infelizmente, é o acidente de Mark Webber com Heikki Kovalainen. A pancada de Webber foi impressionante. O carro aterrissou de cabeça para baixo e sem a segurança dos bólidos atuais, talvez o australiano tivesse se dado muito mal.
É bem conhecido o caso de Philippe Streiff, que capotou seu carro devido a uma falha na suspensão em Jacarepagua, nos testes para a temporada de 1989, ficando tetraplégico. O santo antônio de seu carro era preso por parafusos ao chassis e não resistiu ao impacto, provocando sérias lesões no francês. Além disso, naquele tempo não se o usava o HANS.
Felizmente, a época é outra, e Mark Webber pôde sair do seu carro apenas "enjoado" e pronto para outra.