domingo, 26 de setembro de 2010

CHATICE NA PONTA

A corrida de hoje em Cingapura (ou Singapura, escolham) foi, no frigir dos ovos (como diria minha avó) chata.
Tentanto resumir: o vetor era o cara que chegava e não chegou. A prima dona não precisou de muito esforço para vencer. Abaixo, no entanto, uma foto e comentário sobre a largada.
As únicas atrações foram os pilotos lá de trás que bateram uns nos outros parecendo aqueles carrinhos de parquinho de diversão.
Neste quesito, o shushu se deu bem porque seu carro resistiu. O engraçado é que ele levou uma bundada de ladinho do Koba e devolveu no Heidfield, que é da mesma equipe que o japones. Desconfio que ele não percebeu que o koba havia batido.
O campeonato, no entanto, está se desenhando como minha teoria da conspiração: o vetor entrou para trocar os pneus na mesma volta que o Alonso. De duas uma: ou burrice monumental ou não queriam repetir o vexame da McLaren que fez o butão perder a posição para a prima dona após a troca na Itália.
Para encerrar. Ninguém fala nada mas a prima dona alfonsina após a largada joga o carro para cima de quem está do lado.
Não sei reproduzir o vídeo da largada e, então, vai uma foto mesmo.
Mas, percebe-se que o vetor tirou o pé para não bater.
Fica tudo por isso mesmo.

sábado, 25 de setembro de 2010

DUENDE VERMELHO

A brincadeira surgida entre os tecladores deste blog sobre o duende vermelho e sua vítima preferida parece ressurgir no atual campeonato.
Sou adepto da teoria da conspiração.
Portanto, nada mais normal para mim que o duende vermelho (não sei se o substituto do toddy, o dominguinhos) apertou o butão vremeio e o massa ficou sem carro antes mesmo de apertar o da direita.
E, para completar, pelo menos neste sábado, minha teoria está funcionando.
Eu digo que aquele banco do logotipo em forma de bosta está comprando o título para a prima dona alfonsina.
O vetor, que mandou e desmandou quando a brincadeira não era para valer, nada fez na hora de se medir o tamanho da coisa.
E, por aí vai.
Se amanhã o luís hamilton e o vetor se estranharem na primeira curva e a prima dona sair morrendo de rir, corro para jogar na megasena.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

REALIDADE?

Leio na coluna de Fábio Seixas na Folha de São Paulo que o capo di tutti capi Flavio Briatore pode assumir o lugar do Domenicali (vulgo dominguinhos (?)) na mamã Ferrari.
Seria o óbvio não é mesmo?
Já que é para promover a bandalheira vamos colocar um profissional.
Daí, o massinha voltaria para a sauber. Na minha opinião ele não deveria ter saído da Sauber para a Ferrari. A maior prova é o lemão mó sacana chamá-lo de irmão. Ou seja, mais um Irvine nas paradas. O Ihvainessa é aquele piloto que adorava ser capacho do lemão sacana.
Fróide explica......
Ah!
Diz o Flávio Seixas que o Raikkonem iria para a Renault. Uma boa notícia.
Mas, o Kubica na Ferrari nem pensar. Imaginem o xilique da prima dona quando o Robertão Kubo ganhar dele por um nariz.....

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ABANDONO

Estamos sem postagens há vários séculos se considerarmos a velocidade com que o mundo anda hoje em dia.
Um pouco porque o chefe do blog está sem internet em casa e, mais um pouco porque este colaborador anda desanimado, além de uma certa monografia por fazer.
O desanimo fica por conta do colinho dado pela F1 esta entidade abstrata e voraz comedora de grana (eu disse grana e não grama) à mamã ferrari, que, por seu lado, é uma véia fedorenta.
Mas, este episódio de deserto em relação às postagens lembra um fato que se sucedeu no século passado envolvendo este tecladista ( no sentido de teclar).
Quando eu fazia faculdade de Química na gloriosa e fascista Filô de Rib's fomos em caravana curtir uns dias de ócio etílico num rancho (na verdade uma tapera) na beira de um rio (não me perguntem qual) nas proximidades de São Carlos.
Uns oito ou nove marmanjos.
Só para ilustrar a falta de experiência do grupo digo que não havia eletrecidade no local. A água vinha do rio através de uma bomba mais barulhenta que carro de F1 com escapamento furado. Apesar disso, não levamos água. Nem refrigerante. Somente cerveja.
Mas, o interessante é que mesmo não havendo essa facilidade em se "plugar" com o mundo e suas andanças, estranhei demais o fato de, pela primeira vez na vida, ficar uns quatro dias sem ler jornal ou assistir o noticiário da TV. Porque, mesmo com a censura imposta pelo regime militar, eu tinha o hábito, herdado do véio Mero, em ler jornais e acompanhar as notícias.
Quando voltamos dessa Odisseia levei um choque anafilático com tantas informações e em saber que o mundão véio continuou andando sem minha permissão.
Ah, perdi a corrida de Monza de 1977.
Também sobrevivemos. De certa forma, fizemos parte de uma experiência científica pelo grupo ter sobrevivido ingerindo somente cerveja.
No fundo, e cá entre nós, foi horrível. No sábado a visão de uma garrafa de cerveja já causava náuseas em todo mundo.
Mas, a boa notícia é que na sexta seguinte ao nosso retorno já havíamos superado esse problema.
Bebemos em comemoração, já pensando na próxima viagem. Que, por sinal, aconteceu.

sábado, 11 de setembro de 2010

Luto

Sim, um carro vermelho fez a pole, mas estou resignado com a ausência de justiça divina.
O luto é por outro fato - de antemão já aviso que não é nada sério.
Anunciou-se, nesta última semana, que o fantástico baterista Mike Portnoy está deixando o Dream Theater para viver novas experiência por aí.
Nunca vi em banda alguma um entrosamento tão grande entre bateria, baixo e guitarra quanto no Dream Theater. Tecnicamente, era impressionante, embora 90% das pessoas não goste.
A banda, contudo, não vai terminar. Ano que vem tem disco novo e uma turnê, já batizada de "The spirit carries on".
Bom, da minha parte, vi o "espírito continuar" em todas as últimas vezes que o Dream Theater tocou em terras brasileiras. Em todas elas, houve uma catarse coletiva. Com esse espírito, tomara que continuem por muitos e muitos anos.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dear Mr. Fantasy

Música para alegrar o GP de Monza.

Fantástica versão ao vivo!


MAMÃ FERRARI

Os comentários do dono do blog sobre o episódio mamã ferrari são definitivos.
Uma análise dos vários aspectos que, em verdade, regem os homens e a F1.
Uma das questões é sobre o fato de continuar, pelo menos eu, assistindo a algo que deixou de ser esporte para ser um negócio.
O Santader comprou a equipe mamã ferrari e certamente exige que sua prima dona alfonsina ganhe um título e rápido. De preferência neste ano. Nem que seja com gol de mão.
Nada melhor para o banco que seu mimadinho erga o troféu em forma de bosta em triunfo sobre todos os outros (patrocinadores).
Eu já ameacei deixar de assistir a F1 em várias ocasiões e realmente deixei de acompanhar algumas corridas.
Dessa vez não falei nada.
Sei que não deixarei essa droga (!).
No entanto, sou famoso aqui em casa por torcer contra.
A seleção do dunga, o amado santios (ontem levou gol de um loco no último minuto)
e etc.
Portanto, daqui para a frente sai o shushu (mesmo porque é chutar cachorro morto) e entra a prima dona. Estarei na primeira fila da torcida contra o mimadinho do santander.

FIA, Ferrari, F-1 e o Duende Vermelho

No começo deste temporada, Sebastian Vettel despontava como o garoto prodígio, sério candidato ao título, e ninguém esperava que veterano Mark Webber pudesse ameaçar sua posição dentro da Red Bull. O time austríaco tem uma clara preferência pelo alemão, mas tratou Webber com dignidade ao longo da temporada - exceto no caso da asa dianteira na Inglaterra - e Webber impôs-se impiedosamente sobre Vettel, a despeito da preferência da equipe.
Na McLaren, o "dono" da equipe Lewis Hamilton esperava em seu território o campeão mundial Jenson Button. Hamilton conta com apoio do time e com imenso carinho por parte de todos de Woking. No entanto, Button venceu duas vezes, logo de cara, deixando Hamilton em uma situação de pressão. Ao longo do ano, Hamilton inverteu a situação, vencendo três provas contra duas de Jenson, dominando amplamente, a esta altura, seu companheiro de equipe.
Desde o anúncio pela Mercedes da contratação do sapateiro oficial Michael Schumacher até a corrida de abertura no Bahrein, a mídia não falou de outra coisa que não a volta do heptacampeão às pistas. "É uma questão de três, quatro corridas para Schumacão mostrar para seu companheiro Rosberg como é que faz a coisa". Apesar da nítida preferência da chefia e do apoio incondicional dispensado a Schumacher, a despeito de suas patéticas apresentações, a Dona Mercedes trata Rosberguinho com dignidade - ou, pelo menos, sem sabotagem - e o alemão mais jovem domina amplamente seu parceiro mais famoso.
Na Ferrari, a contratação de Fernando Alonso trouxe para o time o patrocínio do banco gigantesco Santander e da seguradora Mutua Madrileña. Como todos podem ver, o banco em questão está em evidência em quase todos os GPs, e sua marca serve, inclusive, de molde para os troféus entregues - ridículso e muito feios.
Alonso foi para a Ferrari para ser campeão. É o time ideal para conquistar campeonatos. E só ver as estatísticas da última década. A Ferrari contratou Alonso para ser campeão, e por isso paga tantos milhões de euros ao espanhol.
Felipe Massa resistiu nas primeiras corridas, chegando a estar na liderança do campeonato. Alonso conquistou uma vitória na abertura do ano, cometeu vários erros, mas se impôs de forma razoavelmente sólida sobre o brasileiro. Pelo menos até a largada do GP da Alemanha.
Engraçado que, no dia anterior, conversávamos eu e a ala patriarcal do blog que era bem provável que Massa assumisse a ponta da prova na primeira curva. Vettel, o pole, não vinha largando bem, fecharia para cima de Alonso, atrapalhando-o, e sobraria a ponteira para Massa. Dito e feito.
Naquela oportunidade, com Massa liderando e Alonso reclamando, o espanhol tinha - repetimos - apenas uma vitória no campeonato. Massa, nenhuma. Poderia conquistar sua primeira, equilibrar as coisas no time. Era um final de semana especial para o brasileiro: completava-se um ano do fatídico acidente na Hungria, que o deixou de fora da temporada de 2009; morrera seu tio, incentivador muito próximo. Não poderia haver melhor circunstância para uma vitória, não só para a carreira, mas também para a vida de Felipe.
Entretanto, naquele dia, a Ferrari optou por não tratar Felipe Massa com dignidade. Naquela corrida ficou claro: só o Alonso disputa o título; o papel de Massa é não atrapalhar.
Falamos, no ano passado, sob um outro contexto, que o princípio do automobilismo é muito simples: ganha quem chegar primeiro. Não importa quanto custe o carro. Pode ser um carrinho de rolimã, um kart, ou um F-1: vence quem chegar primeiro, lúdico assim mesmo.
A Ferrari decidiu, há muitos e muitos anos atrás, que a lógica interna da equipe é outra. Lá na Itália, vence quem os homens de vermelho decidem.
A lógica ferrarista motivou, após um famoso episódio no ano de 2002, mudanças nas regras da F-1. Manipulações de resultado como aquela estariam dali em diante proibidas.
Tanto em 2002, quanto este ano, na Alemanha, a Ferrari escolheu o vencedor em uma corrida qualquer. Não havia nada em jogo. Em 2002, o domínio da equipe era tamanho que ninguém a ameaçaria na briga pelo título. Schumacher já havia desaparecido lá na frente. Era a sexta corrida do ano, e ficou claro para o mundo que, na Ferrari, só Schumacher estava disputando o título, ainda que Barrichello chegasse na frente.
Em 2010, estávamos na 11ª etapa de 19. A rigor, a Ferrari não está tão dentro da briga pelo título a ponto de precisar escolher um piloto. Na verdade, entregaram a Fernando Alonso uma vitória ocasional, que pode não mais se repetir, dado o rendimento dos carros vermelhos. Então foi um fuzuê danado, um papelão, por uma vitória que aconteceu por acaso, que não pode ser repetida sistematicamente; uma vitória que poderia significar muito mais para a vida de Massa do que significou para o campeonato de Alonso, da Ferrari e do Santander.
Mas, se em 2002 regras foram elaboradas para barrar a subversão do princípio básico do esporte, em 2010, tais regras foram quebradas. Foram quebradas com a conivência da FIA, sob presidência daquele que praticamente inventou os métodos ferraristas neste mister: o duente vermelho Jean Todt, sobre quem já falamos na ocasião em que assumiu a presidência o referido órgão.
A decisão do Conselho Mundial, na última quarta-feira, significa uma mudança no princípio do próprio esporte. Regras éticas e desportivas foram quebradas e o que se fez a respeito? Uma promessa de rever a proibição da manipulação de resultado, para agora permiti-la. Trata-se, ainda, de um esporte?
Talvez, um ser humano melhor que eu parasse de acompanhar a categoria. Isso seria o certo, já que estão sendo apregoados princípios com que não concordo.
Amanhã cedinho começarão os treinos para o GP da Itália. Assistirei tudo com o entusiasmo de sempre. Assim como é lúdico o princípio norteador das corridas, continuo com a crença lúdica - ingênua e tola - de que, acima de tudo, F-1 é um esporte em que homens vestidos de super-heróis sentam em máquinas especiais e brigam entre si para ver quem chega na frente. O problemas é que... não é.



Experimenta falar para um desses caras deixar o de trás vencer... Isso aí tem mais valor do uma corrida de F-1.

domingo, 5 de setembro de 2010

Amarelo, Deus e Chuva

Lewis Hamilton venceu magnificamente o GP de Spa Francorchamps, na semana passada. Não deu chances a ninguém, assumindo a ponta na largada e ficando ali até a bandeirada final.
Houve apenas um momento em que os adversários de Hamilton efetivamente tiveram alguma chance: foi no momento em que o inglês escapou na Rivage, quando a chuva já começava a cair, e por muito pouco não acertou a barreira de pneus.
Qual a explicação de Lewis para o acontecido? Como ele conseguiu manter o carro deslizando pela brita sem ficar atolado e sem bater? Perguntas essas que demandam uma resposta técnica, obviamente. Vamos ver o que Lewis disse:

"Eu freei muito tarde e bloqueei os pneus, alargando na curva oito, e - Jesus! -, o Senhor definitivamente tinha sua mão sobre mim ali e eu pude me safar dessa. (I braked quite late and locked my wheel and went wide at turn eight and jeez, the Lord definitely had his hand over me there as I was able to get away with it)".

O inglês ainda declarou que, antes da prova, estava rezando para que tudo desse certo.
O domínio de Hamilton sob condições oscilantes e adversas e sua explicação para tudo na vontade divina me lembrou um piloto muito popular, que também correu de McLaren e que também andava por aí com um capacete amarelo.
Vejam a explicação desse piloto para seu domínio na prova de Donington, em 1993:



Não se trata tanto de comparar as pilotagens de Hamilton e Senna. Mas as semelhanças entre eles chamam a atenção. Ambos pilotos muito rápidos, ambos polêmicos entre seus pares e ambos buscando na fé a explicação para suas performances. Esta atitude era comum em Senna; não me lembro de Lewis fazê-lo antes de Spa.
Dizem alguns que esta confiança de que Deus estava ao seu lado é que fez Senna ser tudo o que foi; dizem alguns que a mesma confiança o levou a colocar seus adversários e a si próprio em perigo em muitas ocasiões. Estaria Hamilton no mesmo caminho? Não sei. Mas o inglês, pelo menos, no mesmo carro já esteve para gravação deste Top Gear especial - vídeo muito legal.



Agora é esperar e ver quais glórias o futuro reserva ao capacete amarelo mais jovem, dono de uma carreira já muito bem sucedida.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

CADÊ O ALONSO?

Domingo passado tivemos uma corrida em Spa que prometia muita emoção devido ao tempo.
Tempo no sentido aquático. Ou seja, todo mundo tinha certeza da chuva.
Ela viria em dez minutos, em cinco minutos, em vinte minutos, seria rápida, seria um dilúvio, seria, enfim, a estrela da corrida.
Veio no começo. Fraquinha, raquítica mesmo, e na primeira volta. Porém, a cena de pastelão na antiga bus-stop prometia se repetir ao longo das voltas que restavam. Mas, puseram o safety-car para acalmar os meninos e a chuva, de birra (como diria minha avó) resolveu não dar o ar da graça.
Pelo menos até as voltas finais.
Mas, o pessoal da F1 não deixou de se preocupar. Aquela nuvem negra, no entanto, não era de chuva. Era a nuvem negra que pairava sobre a prima dona alfonsina.
Largou em décimo, levou uma bordoada do rubim (comemorando em grande estilo seus centos e tantos GPs), o carro incrivelmente resistiu, foi para os boxes, colocou pneus intermediários e dançou não na chuva mas, na falta dela.
Quando vinha marcando seus pontinhos pisou na zebra que lhe desferiu um coice e pumba, finalmente seu carro entregou os pontos e a suspensão.
Confesso que vibrei (ou vibramos, já que o dono do blog estava aqui na abrasiva Rib's).
A prima dona é um pilotaço, mas é a bola de vez em termos de torcida contra.
Não esqueçam que o shushu é hour concour (acho que é assim que se escreve).
Mas, a inspiração para o post (ou bost) é o bueno da vida.
O cara que adoramos execrar quando assistimos corrida narrada por ele.
Tá certo que é ao vivo e etc, etc, etc.
Mas, o cara parece um verdureiro tamanha é a quantidade de abobrinhas.
No final da corrida começou a falar da pontuação dos pilotos.
Citou o Alonso dizendo que ele estava marcando.....
E aí soltou a abobrinha campeã: "cadê o Alonso?"
Pois a corrida estava com o safety car em cena justamente pela batida da prima dona....
O reginaldo sem leme ainda resmungou explicando o sucedido com o piloto da Ferrari.
Tudo bem. Mas, bem que poderia ter pedido desculpas, não é?
Feito a Vanusa que sempre põe a culpa nos remédios esquisitos.
Ah!
Só para clarear um pouco mais o seu bueno o Alonso está aqui.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Barrichello, 300 [7] - A Maior das Homenagens

Já em meio ao início das atividades em Spa, façamos a derradeira lembrança dos bons momentos de Barrichello na F-1 em vista de sua participação de nº 300 em finais de semana de Grandes Prêmios.
Desta vez, o texto não será meu. As palavras abaixo foram escritas pelo jornalista Reginaldo Leme por ocasião do GP da Inglaterra de 2008, publicadas em 11 de julho do mesmo ano, lá no site oficial do Flavio Gomes.
Infelizmente, o texto não está mais acessível pelo site. Neste momento, fico muito feliz por tê-lo "salvado" na ocasião em que li.
Silverstone, 2008, Barrichello chega em terceiro com aquela sofrível Honda. Todos já esperavam a aposentadoria do brasileiro naquela época e o resultado excepcional, sob forte chuva em parte da corrida, foi tido como o "canto do cisne" do piloto.





Em vista da habilidade de Barrichello em correr na água, recorrentemente demonstrada ao longo de sua carreira, Reginaldo Leme teceu as seguintes considerações:

"Coluna Grand Prix: A chuva e Rubinho
11/07/2008 - 07:30

Já faz um bom tempo que não falo do Rubinho aqui na coluna. O momento não tem sido de bons resultados e, mesmo as boas corridas que ele já havia feito este ano, andando lá atrás, fora dos pontos e da posição em que ele e a Honda deveriam estar, ficaram apagadas diante do equilíbrio que marca a briga pelo campeonato. Portanto, é com alegria que, desta vez, eu dedico a coluna toda a Rubinho, o melhor piloto do GP da Inglaterra de domingo passado e, certamente, um dos maiores da história das corridas com chuva.

Ainda na transmissão de TV do último fim de semana, foi lembrada a única prova de F-1 disputada em Donington, que será a nova sede do GP da Inglaterra a partir de 2010. Isso aconteceu em 1993 e, até hoje, a primeira volta do Senna naquele dia é tida como a "volta mágica" de abertura de um GP. Isso porque ele largou em quarto e já estava em primeiro quando passou diante dos boxes. Só que a volta inicial do Rubinho na mesma corrida foi melhor que a de Senna. Ele largou em 12º e completou a primeira volta em quarto, fazendo oito ultrapassagens com um carro Jordan, debaixo de chuva. Uma façanha que acabou ofuscada pela do Senna, por se tratar do líder e um tricampeão mundial. Mas jamais será esquecida pelos que acompanham a F-1.

Pois é. Choveu de novo domingo. E ninguém andou tanto quanto Rubinho Barrichello, embora o mais premiado, claro, tenha sido Lewis Hamilton, aquele que na semana anterior ao GP, toda Inglaterra perguntava se ele seria capaz de conseguir uma vitória em casa. Minutos depois da bandeirada, eu mandei uma mensagem via celular para Rubinho, dizendo da alegria que era ter visto não um brasileiro, um amigo ou companheiro, mas um piloto, seja ele de onde for, andar daquele jeito. Ele saiu do 16º lugar, fez ultrapassagens sem muita negociação, brigou com McLaren, BMW, Renault – a Ferrari não está nesta lista porque ficou logo para trás – e chegou ao pódio com um terceiro lugar porque falhou a bomba que injetou gasolina no segundo pit stop. Se a bomba tivesse feito bem o seu papel, Rubinho teria sido o segundo colocado. Na segunda-feira ele me respondeu o SMS. Contente, claro, mas consciente de que ele só fez o que a alma e o talento mandaram. Resumindo, divertiu-se como ninguém.

Eu continuo na Inglaterra e, depois de ler todos os jornais, me certifico que não exagerei ao dizer na TV que Barrichello está entre os melhores pilotos de chuva da história da F-1. Mas quantos são esses melhores? Cinco, quatro, três? Eu vi Jacky Ickx, um especialista na chuva. Assim como Ronnie Peterson, Keke Rosberg e alguns outros no decorrer de três décadas. Incluindo Michael Schumacher e Ayrton Senna. Shows inesquecíveis de Senna. Mas acredito que, se houvesse um campeonato com 18 corridas na chuva, nem para Schumacher Rubinho perderia o título. Ou seja, ele é o melhor de todos, sem exagero.

Aliás, da mesma forma como enalteceram Barrichello, os jornais europeus levantaram dúvidas a respeito da habilidade de Felipe Massa na chuva. Já falamos disso algumas vezes e ele diz que não se incomoda com pista molhada. Vi poucas vezes - algumas ruins, outras normais - e, portanto, é algo ainda a conferir. O certo é que isso não pode desqualificá-lo como candidato ao título. Nelson Piquet e Niki Lauda detestavam corrida com chuva e foram tri-campeões. Alain Prost, então, tinha verdadeiro pavor, e foi tetra".

Reginaldo Leme coloca Barrichello como o mais talentoso piloto em pista molhada da história. Melhor até do que Ayrton Senna. Para o jurista, seria como ser comparado a Savigny ou Pontes de Miranda; para o compositor, a Beethoven; o artísta plástico, a Dalí; o poeta, a Camões... e por aí vai.
O jornalista tem razão? "Ele é o melhor de todos, sem exagero"? Não sei. Mas, qualquer piloto que suscite a dúvida "é melhor que Senna?", "é melhor que Schumacher?" em qualquer situação de pista, teve uma carreira de sucesso e recebeu o maior reconhecimento que se pode receber em sua profissão.

Barrichello, 300 [6]

Ah, a juventude! Só percebemos que deixamos um monte de tempo escapar por entre os dedos quando uma simples partida de futebol ocasiona dores por meses a fio.
Exageros à parte, não parece ser esse o caso de Barrichello.
Caminhando para completar sua 18ª temporada na F-1 com 38 anos de idade, o brasileiro parece estar em excelente forma.
Prova disso, é que consegue competir com seus colegas muito mais novos de igual para igual. Já comentamos por aqui, de passagem, o GP da Europa do ano passado. Naquela ocasião, Rubens derrotou o talentoso e muito mais jovem - alguns dias mais jovens, inclusive, do que eu - Lewis Hamilton.
Não foi uma das vitórias mais espetaculares de sua carreira, como foram o GP da Alemanha de 2000 ou o da Inglaterra de 2003, mas chamou atenção, justamente, por este aspecto. Em uma disputa direta pela vitória, Barrichello teve fôlego para brigar e derrotar a estrela nascente, que já tinha, na época, um título mundial nas costas.
Por ser demonstração da boa forma de Rubens, a despeito de ser o segundo piloto mais velho do grid, recordemos o que ocorreu nas ruas de Valência no último ano.
Vitória, aliás, com sabor especial, já que foi o triunfo de número 100 do Brasil na F-1.


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Barrichello, 300 [5]

Barrichello em Interlagos sempre significou emoção, para bem ou para o mal. Algumas excelentes corridas com final trágico, algumas alegrias e várias frustrações.
Ayrton Senna demorou alguns anos para conseguir vencer em terras brasileiras. Mas, por outro lado, venceu duas vezes em São Paulo de forma épica. Barrichello luta, todos os anos, por uma vitória em casa que ainda não veio.
Uma dessas frustrações aconteceu, justamente, numa das melhores e mais maduras corridas do brasileiro na F-1: o GP do Brasil de 2003.
A corrida ficou marcada pela confusão: a chuva atrapalhou todo mundo, uns sete carros rodaram na saída do Sol - inclusive, o alemão oficial Michael Schumacher -, Webber se estrepou na subida do café e Alonso veio como doido atrás, estrepando-se ainda mais.
O incidente provocou o fim prematuro da corrida, sob bandeira vermelha. A confusão foi tanta que o troféu de vencedor foi entregue ao piloto errado. Kimi Raikkönen, que liderava a prova no momento da interrupção, foi tido como vencedor, mas, quando há bandeira vermelha, o resultado final é dado pela posição dos pilotos na volta anterior. E, na volta anterior, Giancarlo Fisichella, com sua Jordan amarela, havia cruzado em primeiro. O bólido vencedor desse Grande Prêmio, aliás, está na casa do bon vivant Otávio Mesquita.
Mas, quando tudo isso ocorreu, o protagonista da prova já estava fora do certame há um bom tempo. Após um início de corrida difícil devido a problemas com o pneu intermediário da Bridgestone, Barrichello ficou para trás. O brasileiro largara na pole e perdeu posições, uma a uma, porque não podia resistir muito a seus concorrentes melhores calçados.
Conforme a pista foi secando, os pneus passaram a aquecer mais e a funcionar melhor. Com isso, Rubens pôde avançar no pelotão. Quando já estava em segundo, perseguiu Coulthard por algumas voltas, até que o escocês cometeu um erro na freada do "S" do Senna, permitindo que Barrichello avançasse para a primeira colocação.
Schumacher estava fora, a Ferrari nº 2 rendia bem - tão bem que, após a ultrapassagem sobre Coulthard, Barrichello abriu aproximadamente 2, 5 por duas voltas consecutivas. Parecia que, desta vez, era dele.
Antes de prosseguir com um desfecho que todos já conhecem, este GP ficou marcado para mim por outras razões que não a atuação de Barrichello e das emoções da corrida em si.
O ano era 2003, eu contava com 18 anos e cumpria meu dever constitucional perante as Forças Armadas do país. Para variar, no final de semana da corrida, estávamos - os atiradores - todos punidos não sei bem por qual razão. Sábado, o sargento dispensou alguns de nós de irmos ao quartel no domingo, em razão do bom comportamento... sempre fui bonzinho.
Pode parecer uma bobagem, mas não ter acordar às 4h30min da manhã no domingo, naquela conjuntura, era um alívio imensurável. Significava, também, que eu poderia ficar ligado na televisão desde a manhã, para acompanhar os andamentos no autódromo.
Mas, havia uma razão ainda mais forte e íntima para a corrida se tornar inesquecível. O colaborador patriarcal deste blog passou 5 anos trabalhando em outra cidade - trabalhava em São Paulo e todos os outros morávamos em Ribeirão Preto. Desde o GP de Silverstone de 1999, aquela era a primeira corrida que assistiríamos juntos, sabendo que na segunda-feira ainda estaríamos todos reunidos.
Algumas palavras sobre este fato foram ditas na hora do almoço, lembrando que nem sempre foi fácil enfrentar a distância. Naquele momento, este que vos escreve, lembrando que poderia ter ido para o quartel naquele dia, que meu pai, em outro final de semana qualquer, teria que ir embora em algumas horas, e sentindo-se bem que tudo correra da melhor forma, pronunciou a seguinte frase: "Agora só falta o Rubim!".
Então Barrichello ultrapassou David Coulthard, abriu 5 ou 6 segundos em duas voltas, em um ritmo impressionante, e, na descida do lago, deu para ouvir quando o motor apagou. Apagou subtamente, sem fumaça, sem barulho estranho, sem perder rendimento. Pane seca? Pareceu pane seca...
Depois, os panacas de vermelho disseram que houve um erro de cálculo, ou coisa que o valha, e por isso não chamaram Barrichello para o reabastecimento.
Na verdade, pareceu coisa do duende vermelho Jean Todt. Como todos sabem, ele mantinha um botão vermelho para quebrar os carros conforme a conveniência da equipe...
Só para fomentar a teoria da conspiração, Schumacher ainda não havia vencido naquela temporada. Barrichello, vencendo o GP do Brasil, abria a temporada de vitórias para a Ferrari, ficando dez pontos a frente do alemão oficial.
Depois, veio toda a confusão. Fisichella saiu vitorioso, mas só recebeu o troféu na corrida seguinte, das mãos do próprio Kimi Raikkönen.
Confesso que fiquei triste naquele dia. Normal ficar triste quando nossas torcidas são frustradas. Mas, realmente importava? Ah, claro que não. Importava é que na segunda estaríamos ainda todos ali.
O mundo gira. Hoje em dia, sou eu quem vai embora às segundas-feiras.


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Barrichello, 300 [4]

A coisa andou um pouco abandonada por aqui. Mas sem problemas, nenhum patrocinador vai deixar o barco.
Voltando com as memórias barrichellianas a propósito da GP 300 da carreira do brasileiro.
Após sua saída na Jordan, Barrichello viu-se sem muitas alternativas para continuar na F-1. A porta que se abriu foi de uma escuderia iniciante, que ascendera da F-3 inglesa até a F-1, mas que pertencia a um homem com nome forte e um passado consistente no automobilismo: era a Stewart, do tricampeão mundial Jackie Stewart.
Foi um passo que poderia significar um fim de carreira prematuro para Rubens. É muito difícil mostrar serviço em uma equipe nova. No entanto, para Barrichello a situação foi exatamente a oposta. Ele teve oportunidade de obter bons resultados em três anos na equipe e, com isso, pôde dirigir pela Ferrari.
A trajetória da equipe Stewart, com Barrichello, é muito interessante. Estreantes em 1997, já em 1999 venceram uma corrida - o conturbado GP da Europa, vencido por Johnny Herbert, companheiro de Barrichello. E deve ter sido a única vez no ano todo que Herbert chegou a frente de Barrichello...
A equipe prometia figurar, pelo menos, entre as equipes médias. Mas, para a temporada de 2000, foi adquirida pela Ford e tornou-se equipe Jaguar, um projeto frustrado. Se a Stewart, em 3 temporadas conseguiu sair do zero para vitória, a Jaguar saiu de onde estava a Stewart para o zero muito rapidamente, com Eddie Irvine no volante - meu piloto favorito de todos os tempos; um talento mal compreendido, um gênio que venceu 4 corridas apenas, mas, em duas delas, foi o companheiro de equipe que o deixou ganhar e, ainda pior, em uma dessas oportunidades o companheiro fazia sua primeira corrida pela Ferrari e abriu mão do que seria sua única vitória na categoria para dá-la ao brilhante Irvine! Muito bem, Salo!
(Claro que a história não acaba aí, a Jaguar teve seus momentos, até com as grandes voltas de classificação de Mark Webber, mas eu tinha que falar mal do Irvine. Que me perdoem os irlandeses).
Divagações à parte, uma das ocasiões em que Barrichello, pela Stewart, mostrou serviço, foi o GP de Mônaco de 1997. Na ocasião, chegou em segundo, atrás de Michael Schumacher, de Ferrari.



Mas, para mim, a melhor corrida - ou, pelo menos, uma das corridas de Rubens que mais me marcou na época da Stewart - foi o GP da França de 1999. Uma autêntica aula de pilotagem.
Os resumos daquela corrida que se encontram nos demoníacos tubes não dão conta do que realmente foi aquele Grande Prêmio: uma daquelas corridas especiais, que muito raramente acontecem.
Tenho certeza que os mais apaixonados lembram com clareza daquele dia. Os que não lembram e estiveram curiosos, podem baixar a corrida toda neste site aqui, o Downloads de Formula - 1. Mas não contem para ninguém, senão a Fom fica brava.
Para os que não tem tempo para desperdiçar com essas bobagens, vai aí o resuminho. Pelo menos não tem musiquinha de fundo...



segunda-feira, 23 de agosto de 2010

APELOU PERDEU

O título refere-se a um verdadeiro bordão que é repetido "ad nauseam" por um colega de faculdade.
Leio que a Ferrari vai entrar até com ação interestelar caso seja mais punida do que já foi pela marmelada alemã.
Aquela em que o massa indiretamente oficializou sua condição de segundo piloto.
Não sabemos como ocorrem as negociações que antecedem esses julgamentos.
Sabemos que a Ferrari sempre faz o que quer e ainda sai como coitadinha.
Para se garantir mamã Ferrari como de "buena famiglia" (sei lá se é assim que se escreve) ameaça para afastar a ameaça de uma punição que, de resto, deveria ser exemplar e já viria com atraso.
Pelo trotar do cavalinho rampante a mamã apelou mas, quem vai perder é o esporte.....

sábado, 14 de agosto de 2010

DONA GERTRUDES - 3

Dona Gertrudes ligou para mim. Disse que deu uma olhada no blog e viu o filminho de Nivelles de 1972. “eu estou lá” Gritou no telefone.
Veja em 0,13 s. Sou eu fazendo pesquisa de campo na cozinha alheia.
“Veja que serviço de quinta categoria. Uma bandejinha na mureta, sem higiene alguma. O pão, da padaria do Alfonso, em saco plástico. Mas, perceba que o prato é carpaccio de alce real com cebolas al dente. Quem elaborou foi aquela mocréia da Estefânia. Dizia que era cozinheira, mas queria mesmo era agarrar um piloto. Acabou com um borracheiro da Pirelli”
Vale dizer que nesta época Dona Gertrudes ainda pensava em revolucionar a cozinha da F1.
Dizia que pilotava um fogão como ninguém. “Tinha um italiano metido a suíço (Clay Regazzoni) que se vangloriava dos ovos mexidos com bacon. Mas, eu melhorei o prato colocando a panela na boca do escapamento da Ferrari 12 cilindros. Saía defumado com gosto de benzeno, que era proibido, mas a Ferrari já fazia o que bem entendia sem punição alguma”.
Em Nivelles, Dona Gertrudes descobriu o segredo das cozinheiras da F1 daquele tempo.
“Elas aproveitavam os restos dos animais atropelados pelos malucos. Eu usei a idéia e conquistei mentes e estômagos. Nada se comparava a coelho amassado no radiador. E cervos despedaçados pela asa dianteira. Difícil era tirar os restos dos carros, mas a gente dava um jeito.”
Antes de desligar ainda brincou: “uma vez alguém entrou pelos boxes gritando que tinham atropelado um veado. Corri para aproveitar a carne e descobri que o atropelado era uma bichinha fã de um piloto. Ele havia pulado na frente da bicicleta deste piloto para pedir um autógrafo. Machucou o joelhinho e levou uma bifa na orelha desferida por mim pelo tempo que perdi. Ah, em compensação ganhou o autógrafo.”

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Barrichello, 300 [3]

No post abaixo, falamos do primeiro pódium de Barrichello na F-1, em 1994, no GP de Aida, segunda etapa do ano.
O sucesso daquele final de semana contrastaria com as tragédias que estavam por vir na corrida seguinte. Rubens foi o primeiro a testemunhar que a bruxa estava solta em Ímola.
A foto abaixo é impressionante. Está lá no F-1 Nostalgia. É o momento exato do impacto da Jordan com a barreira de pneus. Felizmente, nada de mais grave aconteceu, nem com o piloto, nem com o público.
Reparem nas mãos de Rubens, protegendo a cabeça. É uma imagem e tanto.



quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Barrichello, 300 [2]

Aproximando-se da participação de nº 300 de Rubens Barrichello em GPs de F-1, vamos procurar lembrar, por aqui, alguns momentos marcantes da carreira do piloto.
O que é um momento marcante? Sei lá... essas coisas sempre têm critérios subjetivos. Vamos tentar puxar de memória as lembranças que temos de Rubens na F-1, desde o comecinho.
Barrichello chegou chutando a porta naquele GP de Donington de 1993. Mas uma das primeiras lembranças que carrego é do GP Pacífico de 1994, realizado em Aida. Na abertura da temporada, Senna havia abandonado a prova no Brasil, rodando na Junção. Havia sido um balde de água fria na torcida brasileira, que esperava muito de Ayrton, agora na Williams.
Esperava-se que a redenção viesse em Aida. Não veio. Senna sofreu um acidente na primeira curva após a largada, quando Mika Häkkinen o acertou por trás. Nesta corrida, Barrichello chegou em terceiro lugar, conseguindo seu primeiro pódium na carreira, com um carro certamente não muito competitivo.
Para completar, o quarto colocado na ocasião, com um carro inferior ao de Barrichello, foi Christian Fittipaldi, neto, sobrinho e filho dos homê, respectivamente.
Lembro-me de alguns "convivas" que, diante da decepção com os dois resultados de Senna e o êxito precoce de Barrichello na F-1, afirmavam que o tricampeão já era e que o jovem estreante, este sim, era bom - sempre dentro daquele espírito imediatista do torcedor brasileiro.
O resto da história já é bem conhecida por todos e qualquer comparação entre Senna e Barrichello, hoje em dia, está fora de questão.
Alguns anos depois, como todos também já sabem, Barrichello tornou-se a decepção e Felipe Massa a esperança. Há pouco mais de três semanas, Massa, na Alemanha, também virou decepção para alguns; na semana seguinte, Barrichello, na Hungria, virou esperança e redenção de novo.
As carros dão voltas em torno dos circuitos e o mundo, em volta de si mesmo.


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Intervalo

Muito tempo até o GP da Bélgica. Terrível a espera. Terrível, porque a prova se realiza no mais desafiador e belo circuito do ano, o lendário Spa-Francorchamps, que, como já dito outrora, hoje não é mais estrada.
Não deixa de ser interessante notar, contudo, que o GP da Bélgica já se realizou em uma pista que, para os pilotos, era o oposto de Spa. Estamos falando de Nivelles, perto de Bruxelas. Traçado tido por alguns como "sem sal".
Realmente, a pista de Nivelles foi concebida para ser uma "alternativa segura" a Spa-Francorchamps, mas, mais do que segura, acabou se tornando uma pista sem graça para guiar.
De todo modo, a pista traz recordações interessantes para os torcedores brasileiros. Ali, Emerson Fittipaldi venceu duas vezes. Em 1972, ano da conquista de seu primeiro título, venceu com folga sobre François Cevert, que chegou quase 30 segundos atrás do brasileiro.
Já em 1974, Emerson venceu novamente, mas agora com apenas meio segundo de distância para Nick Lauda. A vitória, embora apertada, significou um passo importante para a conquista de seu bicampeonato mundial.




terça-feira, 10 de agosto de 2010

Barrichello, 300

Na próxima corrida, em Spa-Francorchamps, Rubens Barrichello viverá seu fim de semana nº 300 na F-1.
É um número muito expressivo, que só foi possível porque Barrichello foi um piloto precoce na F-1 - estreou com 20 anos, em um tempo em que isso não era moda - que conseguiu se manter em forma e andando bem por muito tempo.
Aliás, isto é algo que impressiona: com 38 anos, Rubens consegue andar pau a pau com os moleques. Prova disso foi o GP da Europa (Valência) no ano passado, quando o brasileiro derrotou Lewis Hamilton, 13 anos mais jovem, obtendo, com isso, a vitória de número 100 dos pilotos brasileiros.
É interessante observar, contudo, que as estatísticas oficiais da FIA apontam que Barrichello tem 296 corridas no currículo. Por que essa diferença?
A FIA computa, apenas, as largadas realizadas pelos pilotos. Houve quatro ocasiões em que Barrichello iniciou sua participação no fim de semana de competições, mas não largou para a corrida.
Estas quatro ocasiões foram o GP de Ímola de 1994, quando ele se arrebentou no treino de sexta:




O GP da Bélgica de 1998, quando acidente truculento tirou metade dos carros da prova. Houve bandeira vermelha, e Barrichello ficou sem carro reserva para a relargada:




As outras duas ocasiões foram em 2002. Uma, no GP da Espanha, quando o brasileiro não largou por problemas no câmbio. A outra, na França. Barrichello ficou em cima do macaco porque era o único que podia impedir que Schumacher fosse campeão naquela ocasião - aliás, Barrichello saiu dando banana para todo mundo depois do acontecimento. Infelizmente, a política cruel da Fom em relação aos tubes não nos permite ver novamente aquelas imagens.
Em breve, voltaremos com mais sobre os 300 GPs de Barrichello.

domingo, 8 de agosto de 2010

"If I were a good man..."

Assisti este filme hoje. Sempre faz pensar.


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Temos que ir!

Olha só que interessante.
A notícia vem do Luís Fernando Ramos.
Emersão guiará o Lotus-72 no GP do Brasil deste ano! Como homenagem aos 40 da estreia e da primeira vitória de Emerson na F-1, a organização do GP o colocará para dar uma volta com o bólido que o fez campeão no dia da corrida.
Para o público, vai ser fantástico.

Dá para perder?


"How do you sleep?"

Recapeamento da rua. 587 máquinas trabalhando ao mesmo tempo. Metade colocando asfalto de onde tiraram ontem, a outra metade tirando o que vai ser colocado amanhã. A barulheira é insuportável.
Ouçam um pouquinho da janela tremendo:



Tudo isso, a esta hora da noite, me faz pensar em duas canções do John Lennon, uma com os Beatles, a outra, dizem, sobre um ex-beatle .








Pelo menos duas coisas boas que vieram de todo o barulho.

Talvez o caminho seja dormir na sala...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Já que falamos dele...

Na enquete ao lado - cujo grande número de votos comprova a imensa audiência de nosso blog - mencionamos o saudoso Thierry Boutsen, um dos dois amigos que Ayrton Senna teve na F-1.
Uma das vitórias do belga ocorreu, justamente, em Hungaroring, em 1990. Essa talvez tem sido a melhor corrida naquela pista.
Boutsen largou na frente e se manteve ali mesmo com a pressão de Senna sobre ele na parte final da prova. O brasileiro vinha embalado em uma ótima corrida de recuperação até acertar Nannini e jogá-lo para fora da pista, ficando com o segundo lugar e partindo para a perseguição a Boutsen.
Thierry resistiu bem e ficou com a vitória; Senna em segundo e Piquet em terceiro.
A manobra de Ayrton sobre o Nannini foi polêmica. Não é para menos. A tentativa de ultrapassagem foi desastrosa e o italiano levou a pior.
De todo modo, a corrida foi muita agitada e, por isso, vale a lembrança.


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Homem do Ano

Ainda não vi a corrida de ontem, Mas a vitória de ontem deixa claro que Mark Webber é o piloto do ano na F-1.
Pode ser que não conquiste o título, mas o australiano tem sido, se não brilhante, pelo menos muito rápido e consistente ao longo da temporada.
Webber, vez ou outra, comete erros que não se esperaria de um piloto com sua experiência. Em 2010, ele conseguiu diminuir sua margem de erros e, ainda, tem contado com a fortuna para ajuda-lo. Tem dado tudo certo para ele.
A vitória de ontem foi fundamental. Webber esmagou Vettelzinho a partir do GP de Barcelona. O prodígio alemão ficou zangado, a equipe demonstrou suas preferências em mais de um episódio, e mesmo assim, Mark ficou firme.
Vettel começou a esboçar uma reação desde o GP da Europa, quando Mark deu seu looping sobre Kovalainnen. Inglaterra, com toda encrenca da asa, Webber ficou mordido e venceu magistralmente. Alemanha, Vettel em 3º, e Webber não deu nem para o cheiro, não ameaçou ninguém. Ontem, uma vitória de Vettel com Webber bem atrás poderia selar a preferência da Red Bull pelo Kid. Mas as forças da natureza - e um regulamento muito estranho - ajudaram Webber a vencer, barrando, com isso, a reação de Kid Vettel no campeonato. Foram 25 pontos no momento certo, quando parecia que o alemão deslancharia no campeonato.
Claro que tudo pode acontecer, mas é como na Libertadores: o time não precisa ser brilhante; basta vencer em casa, empatar fora e já tem cara de campeão. Na F-1, quem está com cara de campeão é Mark Webber.

Foto: Uol

domingo, 1 de agosto de 2010

Mais uma vez

Ainda sobre a ultrapassagem de Barrichello, muito boa a entrevista concedida por ele aos jornalistas brasileiros lá na Hungria.
Barrichello em um tom sóbrio e muito lúcido em suas colocações. É engraçado que quando se lê as declarações de Barrichello por aí, nos "meios oficiais", sempre fica uma impressão um pouco errada sobre o que ele está dizendo. Veja-se, por exemplo, o episódio em que pegaram uma conversa dele com o di Grassi e o Massa para insinuar que ele estava criticando a equipe.
É melhor ouvir para fazer um juízo mais imparcial.

O áudio da entrevista está aqui, no Tazio. Vale a pena.

Webber, depois

Como já dito, não assisti à corrida. Enquanto não assisto, limitemo-nos a falar mal do Schumacher.
A ultrapassagem - muito boa, aliás - de Barrichello sobre o alemão oficial me fez pensar em um detalhe curioso: a pista da Hungria é travada, não tem pontos de ultrapassagem e costuma proporcionar corridas muito chatas.
Contudo, talvez por causa dessa dificuldade em ultrapassar causada pela pista, algumas das mais interessantes e belas manobras da F-1 tenham ocorrido, justamente, em Hungaroring.
Eu consigo lembrar, de cabeça, de umas quatro
Primeiro, Mansell em cima de Senna, em 1989:





Tivemos, também, a fantástica largada de Felipe Massa, em 2008, ultrapassando Lewis Hamilton por fora na freada da primeira curva. Aliás, foi neste exato momento que comecei a torcer por Massa naquela temporada:




Teve a própria ultrapassagem de Barrichello, hoje. Coragem para passar muito, muito perto do muro sem tirar o pé:





E, por fim, como não poderia deixar de ser, aquela que talvez seja a mais bela ultrapassagem da história da F-1. Ocorreu logo no primeiro GP de F1 na Hungria, em 1986. Uma manobra magnífica de Nelson Piquet, tomando a liderança de Ayrton Senna para vencer na estreia da categoria dentro da cortina de ferro:

Agora eu vi - e estou indignado!

Este é Michael Schumacher. Um sujeito que aos 41 anos de vida e 16 e pouquinhos de F-1 ainda não aprendeu a dividir uma freada de forma limpa.
É simplesmente absurdo.

Não vou falar mais nada. Vejam o vídeo abaixo - e rápido antes que a Fom tire do ar. Schumacher ainda teve a cara de pau de dizer que foi para dentro tentando deixar o caminho aberto para que Rubens ultrapassasse do lado de fora. Oh, pobre Schumacher! Ele estava tentando dar passagem a um carro mais rápido, mas o ignorantes comissários da FIA não estiveram à altura de sua bondade!




Diante do ocorrido e da cara de pau do queixudo oficial, concordo com o Joe Saward: ficou barato. Merecia um gancho de 296 corridas.

Não vi, mas já sei

Compromissos profissionais ontem e um concurso hoje me impediram de ver a F-1. Uma pena, até porque o resultado do concurso tende a ser lastimável.
Não obstante, acabo de ler no Joe Saward que Schumacher perderá dez posições no grid de largada para a próxima corrida devido a seu comportamento antidesportivo na disputa com Rubens Barrichello hoje, no GP da Hungria.
E, palavra de Saward, "a perda de dez posições no grid, nessas circunstância, talvez não seja uma punição tão rigorosa quanto poderia ter sido".

Agora estou doido para ver.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

MOMENTO NATIONAL GEOGRAPHIC

Sabemos que junto com os humanos uma residência abriga os mais variados seres. Desde os ácaros até os enervantes cachorrinhos afrescalhados que se tornam donos de seus donos.
Aqui nesta humilde mansão, não temos cachorros e essas coisas. Tínhamos um aquário, mas os peixes viviam fazendo o favor de morrer.
Não pensem que estamos sozinhos neste ambiente e seus arredores. Temos gambás, que mais parecem ratazanas habitantes de um clube aqui do lado e que de vez em quando resolvem atravessar a rua dando susto nos incautos. Morcegos, não o Batman, voam ao entardecer enfeitando o por do sol. Andorinhas que devem ser vegetarianas porque não comem os insetos que insistem em nos visitar. Acreditem ou não, uma chácara abandonada (vai virar um conjunto de prédios) abriga uma legião de pássaros e alguns tucanos. No riozinho que corta a avenida lá embaixo existem umas relutantes garças a se alimentarem de peixes mutantes comedores de restos de esgoto. Fora os urubus observando tudo lá de cima e torcendo para que alguém morra. Vocês também não vão acreditar, mas existem uns gaviões fajutos que vivem levando pau dos pássaros menores. Tentei filmar uma coça dessas outro dia e não consegui.
E, por falar em filmagem, temos duas habitantes da janela da cozinha. A Lagar e a Tixa (lê-se ticha). Sim, são duas lagartixas que mais parecem dois jacarés agarrados nas paredes. Tenho trauma desses bichos, mas é outra história.
Sempre disse para meus familiares que ainda iria filmar as duas em ação. Ou seja, caçando insetos nessa selva que e a janela de vidros foscos. Eles balançavam a cabeça como a dizer “pobrezinho. Não tem o que fazer...”
Outro dia elas estavam perpetuando a espécie numa cena proibida para menores. Meninos, eu vi!
Corri para pegar a máquina enquanto todos me censuravam. Onde já se viu filmar uma intimidade dessas. Elas foram mais rápidas e não cheguei a tempo do clímax.
Hoje resolvi que seria hoje. Fiquei de plantão na cozinha feito um cientista louco esperando o predador capturar a presa. Foi um sacrifício enorme. Não, ao contrário do que vocês pensam não tinha cerveja nessa história.
Perdi algumas oportunidades uma vez que elas foram mais rápidas que meus dedos no controle da máquina.
Mas, meu esforço foi recompensado. Vejam que maravilha de cena. A aproximação (na verdade a borboleta mudava de lugar e começava tudo de novo), a hipnose utilizada para paralisar a presa (sei sei), o bote infalível e o sucesso da empreitada. Tá certo que depois ela não sabia muito bem o que fazer com aquela borboleta maior que sua boca. Para evitar o vexame parei de filmar.
Vejam o filme e a natureza implacável seguindo seu curso.
Espero conseguir colocar o filme. Caso contrário, peço ajuda ao chefe do blog.
Ah, se prestarem atenção no som ao fundo vão descobrir que não é música de suspense e sim um programa da MTV (quinta categoria).