Mostrando postagens com marcador Comentários Temporada 2010. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Comentários Temporada 2010. Mostrar todas as postagens

domingo, 28 de novembro de 2010

Outras ironias...

Em 2006, fomos, eu e a ala patriarcal do blog, pela primeira vez a Interlagos. Naquele ano, Schuchummy fazia "sua última temporada" na F-1 e lutava, ao lado da Ferrari e com apoio da FIA, para conseguir seu oitavo título mundial.
Na corrida de Monza, como todos lembram, Alonso, o rival de Schumacher na briga pelo título, foi claramente sacaneado pelas "autoridades competentes". Pouco antes, o grande trunfo da equipe Renault, o tal amortecedor de massa, havia sido proibido. Um carro que brigava por vitórias em quase todas as etapas passou a chegar em quarto, quinto.
No treino de sábado para o GP de Monza, especificamente no Q3, Alonso teve um pneu estourado. A borracha solta detonou os apêndices aerodinâmicos de seu Renault que, claro, ficou mais lento mesmo após a troca de pneu.
Massa - o piloto, não o do amortecedor -, em sua volta rápida, encontrou no caminho aquele que seria no futuro a Prima Donna, com seus apêndices quebrados e caminhando para abrir a sua volta lançada:



Por conta deste encontro, Alonso foi punido, pois a turbulência de seu carro atrapalhou Massa na parabólica... Questionável. Na época, me pareceu um roubo absurdo. Hoje, conhecendo um pouco mais da mente doentia do asturiano, sei lá. Talvez ele tenha mesmo deixado a turbulência lá de propósito...
Mas, por conta de tais eventos, e pela natural torcida contra Ferrari e o Schuchummy, fomos para Interlagos para ver Alonso campeão. Vibramos muito com os problemas enfrentados pelo alemão oficial no sábado e no domingo. Juntamo-nos com os espanhóis vestidos de toureiros que faziam uma grande algazarra - temos, inclusive, fotos com eles. Solidarizamo-nos com um espanhol branquelo que berrava alucinado em todas as passagens "ALONSO! ALONSO!". Chegamos em casa, vermelhos e suados por causa do calor infernal no autódromo, fazendo aquele gesto Alfonsino de vitória, que até hoje não sei o que significa. Ou seja, torcemos muito por Alonso.
Mas o mundo dá voltas. Há duas semanas, sentamos em frente à televisão para torcer desesperadamente contra a Prima Donna, que, no fim das contas, contou com a colaboração de seu antigo rival Schuchummy para perder o título e, ainda, ficou atrás de um carro de sua antiga equipe, a Renault, sem esboçar uma só tentativa consistente de ultrapassagem.

Vitória do esporte. Mas sem igualdade

Com duas semanas de atraso, duas palavras sobre a decisão do campeonato mundial de F-1.
Disse-se, e com razão, que a derrota da Prima Donna Alfonsina foi boa para o esporte, em vista do comportamento cínico e sem ética dos homens vermelhos.
O comportamento da Red Bull foi enaltecido. A equipe foi alçada à condição de exemplo de esportividade por ter deixado seus pilotos brigarem até fim, palmo a palmo, pelo título. Mas será que essa é toda a história?
É difícil esquecer o episódio do GP da Inglaterra, aquele que deram a asa do Webber para o Vettel porque o Kid quebrou a dele. Qual a justificativa para tal atitude? Vettel tinha, na época, alguns pontos a mais do que Webber no campeonato, o que justificaria uma preferência ao alemão prodígio.
Quer dizer, a Red Bull, certamente, não escancarou preferência por nenhum de seus pilotos, como fez - aliás, faz e vai morrer fazendo - a Ferrari. Mas, em um esporte tão preciso ao ponto de qualquer peça com dois graus mais para lá ou mais para cá, a pressão do pneu um pouco menor ou maior, poder fazer o cara chegar em primeiro ou em vigésimo, ainda que não haja ordens de equipe, é possível, sim, privilegiar um piloto em detrimento do outro. São inúmeras as variáveis de desempenho do carro, e qualquer sutil mudança pode fazer o cara perder dois, três décimos de segundo fácil, fácil.
O blogueiro oficial Flavio Gomes, por sua paixão cega pelos alemães sapateiro e Kid , não concordaria comigo. Para ele, aliás, a Ferrari só prejudicou seu segundo piloto em duas ocasiões: Áustria 2001 e 2002. O resto se deve ao talento fora do comum de Schumacher.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Party On

Nunca tinha visto este tipo de cena. Aqui no Brasil, a transmissão é interrompida logo após o pódium.
Interessante o Vettel deixando o AC/DC falar por seu coração...
Mais, depois.


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Já levaram

O time austríaco dos touros vermelhos, com a dobradinha que conseguiram na corrida do último domingo, já levaram o caneco de construtores para casa. A Red Bull soma 469 pontos no campeonato, contra 421 da McLaren, a segunda colocada.
É um resultado justo. Os touros são, atualmente, quem mais faz pelo esporte a motor mundo a fora. Competem em tudo quanto é categoria, sempre na frente e de maneira bem humorada. Chama a atenção o fato de que a marca não está relacionada à indústria automobilística. Os caras vendem latinhas com bebida energética dentro - sabe-se lá que outras atividades obscuras são realizadas pela turma do Mateschitz - mas fazem questão de vencer corridas de carro. A marca está estampada em duas equipes do atual grid da F-1. Fora a Marlboro dos tempos de McLaren e Ferrari, não me lembro de fato semelhante, ainda mais se considerarmos que, a rigor, os touros são donos de ambas as escuderias.
Acrescente-se a isso o fato de que a Red Bull mantém um sério programa de jovens pilotos já há algum tempo, e foi deste meio que surgiu o Vettel, reconhecidamente um grande talento.
Este ano, o time perdeu um pouco da minha simpatia, pois utilizaram um discurso de igualdade entre os pilotos, para, veladamente, favorecer o Kid Vettel. Pelo menos não adotaram os odiosos métodos antidesportivos tipicamente ferraristas. Reparem na diferença: a equipe mais tradicional, mais vencedora e badalada da F-1 é uma vergonha esportiva; os sujeitos que chegaram ontem e nem vendem carros dão exemplo do que deve ser o esporte a motor.
Vou trocar minha Ferrari pelo equivalente em latinhas de Red Bull.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Semana

Semana do GP do Brasil de F-1. Nos anos em que compramos ingressos, a esta altura eu já estou sem dormir há uns três dias por ansiedade. Este ano, em princípio, o F-1 Literária não estará nenhum dia in loco no autódromo José Carlos Pace.
A maior dor no coração este ano não é perder a corrida: é perder o Emerson Fittipaldi andando com o Lotus 72 pela pista.
O bicampeão já deu o ar da graça nesta terça-feira, andando na região da Marginal Pinheiros com o carro preto e dourado. Absolutamente fantástico. Pena que não vi.
O carro utilizado no "passeio" é o Lotus 72D, com que Emerson disputou o campeonato de 1972. Ou seja, é a versão "D " do lendário modelo 72. A reportagem que vai abaixo diz que o Emerson ganhou a primeira corrida, o primeiro título e o GP do Brasil de 1973 com este carro. Não exatamente. O modelo é o mesmo, mas as versões são diferentes.
E o nosso querido Escobar, que foi xingado pelo Dunga, diz que os carros eram menores. Não é bem assim. O tamanho é quase o mesmo. Diminuiu aqui, aumentou aqui. Mas é só olhar o tamanho do pneu traseiro para desconfiar que o bólido não é tão pequeno. Mas vale pelas imagens do fabuloso Fittipaldi pelas ruas paulistanas.


domingo, 24 de outubro de 2010

Que noite, por aqui também...

Leio os comentários do pai do blog sobre uma noite automobilística infernal. Na outra sede do F-1 Literária não foi muito diferente.
Recebíamos a visita de um velho e estimado amigo, o que demandava celebrações. As tais celebrações começaram na sexta à noite, atravessaram o sábado e se estenderam pela madrugada. Como não poderia deixar de ser, tendo chegado em casa por volta das 3 da manhã, fiquei de pé para ver a corrida.
Não contava, contudo, que haveria quase duas horas de atraso na largada. O resultado: fui dormir, também, às sete da manhã.
Tudo bem. Não haveria grandes problemas. Ocorre que hoje, domingo, 24 de outubro, foi o dia da rave espírita anual que acontece na rua Maria Paula, endereço da sede da Federação Espírita do Estado de São Paulo. Há vários shows ao longo do dia e o palco é montado exatamente embaixo das janelas dos quartos do prédio em que moramos. As janelas tremem, o barulho invade cada cômodo do apartamento. Não é só um cara com um violãozinho, não. A coisa é pra valer mesmo.
Resultado: dormimos às 7, fomos acordados às 9. E só agora, às 20h, é que a coisa toda terminou. Ainda ouço o tilintar das ferragens sendo desmontadas e um ou outro grito de "curíntia!".
Sobre a corrida.... bem, a corrida... foi uma decepção para nós, torcedores antiferrari. Alonso é um piloto fantástico, não há dúvidas. Não acho que o Massa poderia superá-lo no campeonato. Mas, ao mesmo tempo, não suporto a política cínica dos homens de vermelho.
Voltaremos depois de dormir um pouco...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Uma possível explicação

O pater familias do blog não entendeu a estratégia de Jenson Button no GP do Japão. Eu achei que não houvesse nada a entender. Uma estratégia que não funcionou e nada mais.
Não foi a leitura que fez Christian Horner, da Red Bull, para quem Jenson foi utilizado como uma espécie de "gado de sacrifício" pela McLaren, e a coisa toda só não funcionou porque Lewis Hamilton teve um problema na caixa de câmbio. É o que noticia o F-1 News.
Explica-se. Com a pista encharcada no sábado pelo dilúvio que caiu sobre Suzuka, a McLaren esperava que, sem borracha na pista, os pilotos que largassem com pneus macios teriam problemas com desgaste de pneus bem cedo na corrida. Por isso, colocaram Jenson com pneus duros na largada, o que possibilitaria uma longa perna de corrida na liderança, ditando o ritmo e abrindo vantagem para os concorrentes.
Ocorre que com o calor de domingo, o pessoal com pneu macio não teve grandes problemas e pôde fazer um primeiro stint mais longo que o esperado, prejudicando a estratégia de Button, que teve pista limpa por menos tempo que o necessário para o plano funcionar.
Frustrada a estratégia para Jenson, Horner afirma ter a McLaren utilizado o piloto do carro nº1 para segurar os carros da Red Bull, enquanto Lewis Hamilton se aproximava do pelotão. Nas palavras do próprio Horner, formou-se uma espécie de sanduíche entre as duas McLarens. Tudo foi por água abaixo quando Hamilton perdeu a terceira marcha.
É claro que o pessoal de Woking negou, mas parece ser uma explicação razoável. E, diga-se, não há nada de ilegal nisso. Pode ser condenável, contudo, utilizar um de seus pilotos, que ainda tem chance matemática de título, em benefício do outro. Mas isso são outros quinhentos.
No fim das contas, a estratégia de Button não funcionou para ele devido à boa durabilidade dos pneus macios no início da corrida. Não funcionou para Hamilton, pois, apesar da troca da caixa de câmbio, Lewis acabou perdendo uma marcha ao longo da corrida. E, com isso, o time prateado vai ficando cada vez mais longo do título mundial.

Só pode ser piada...

Dando continuidade à programação humorística semanal, Schumacher confessou que pediu à equipe que mandasse seu companheiro Nico Rosberg lhe dar passagem. Schuchummy afirmou que estava mais rápido que Rosberguinho, que enfrentava problemas em seu carro, e que, por isso, esperava colaboração da Dona Mercedes. Está lá no Tazio.
Segundo a cartilha elaborada, publicada e divulgada pelo próprio Sapateiro, o piloto que está 587 pontos atrás do outro no campeonato não tem direito de ultrapassar. Não importa o quanto esteja mais rápido, a prioridade é sempre daquele com a pontuação maior, ainda que esteja andando atrás ao longo de todo final de semana. Em uma outra equipe em que o alemão oficial pilotou, não tinha essa, não. "Tá mais rápido? Problema é seu. O Sapateiro fica na frente".
Rosberguinho, filho do homê, tem 122 pontos no campeonato, apenas 68 a mais do que o alemão oficial, que soma 54. Diga-se de passagem que 122 é mais que o dobro de 54.
Interessante a mudança de valores do Schuchummy.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

É piada?

E o Schumacão reclamou que a Mercedes trabalha melhor para o Nico Rosberg do que para ele. Capaz...
Schuchummy afirmou que nem sempre os dois carros da equipe estão iguais e que o seu bólido sofre com sérios problemas de consistência. Está lá no Tazio.
Realmente, dá para perceber que o carro de Schumacher é bem mais lento que o de Rosberg. Existe um problema evidente em um composto fundamental. É uma peça que fica entre o volante e o assento do veículo, responsável por virar o volante, trocar as marchas, poupar pneus quando é necessário e, principalmente, dar um bom feedback aos engenheiros com relação ao acerto do carro. Essa é a parte defeituosa do Mercedes de Schumacher.
No Japão, Rosberguinho ficou parado na hora largada - expediente muito comum com os segundos pilotos das equipes dirigidas por Ross Brawn. Schumacher começou doidão, passou o Rubinho e o escambau. Depois do pit stop, lá estava ele, novamente atrás de seu compatriota mais novo, que havia se recuperado da má largada. Não fosse a roda traseira esquerda ser ejetada do carro de Nico, Schuchummy mais uma vez teria levado um couro de seu companheiro.
Não vou repetir tudo o que foi feito este ano para que o alemão oficial alcançasse o Rosberguinho. Cara de pau do sujeito ainda afirmar que a equipe não lhe dá os devidos préstimos.

Ode ao Koba

A F-1 de hoje é quase que um saco. Vinte e poucos meninos mimados treinados desde o berço para serem pilotos de corrida.
Uma interessante exceção é Kamui Kobayshi. Em uma entrevista recente, o piloto japonês afirmou que nunca sonhou ser piloto de F-1. Queria mesmo era ser comediante. Segundo Kamui, seus pais nem carro tinham, e não estavam interessados em automobilismo. O piloto ainda revelou que já deu dois carros a seu pai, mas que ele vendeu os dois!
Não fosse bom de kart, Koba teria se tornado sushiman, como seu pai.
É um contraste interessante em um esporte em que os pais costumam "empurrar" os filhos carreira adentro, pressionando por resultados. Eu mesmo já presenciei uma corrida de kart em que o pai ficou berrando para o filho o que ele tinha que fazer. O moleque estava botando todo mundo no chinelo. Quase uma hora depois da corrida o pai/psicopata ainda estava falando na orelha do moleque porque os tempos não tinham sido suficientemente baixos, embora ele tivesse vencido a bateria com muita folga.
Quem sabe esse desprendimento seja o diferencial de Kobayshi. Um piloto muito bom, sempre bem disposto e pronto para arriscar uma ultrapassagem por um pontinho a mais.
Em sua corrida "em casa" não foi diferente. O japonês realizou diversas ultrapassagens, levando seu carro ao 7º lugar, após largar em 14º, o que garantiu à Sauber seu melhor resultado no ano, somando dez pontos com Kamui e Nick Heidfeld.
É possível que Kobayshi nunca dispute um título mundial. É possível, até, que nunca vença uma corrida. Mas, com sorriso aberto e freando tarde pra caramba, o japonês dá à torcida aquilo que ela quer ver: um piloto combativo que mesmo aos trancos e barrancos procura avançar no pelotão; e é isso que faz sua presença ter grande valor no grid da Fórmula-1.
Confira abaixo a entrevista do japonês à tv inglesa logo após o GP do Japão. As imagens estão invertidas e as vozes distorcidas para que o YouTube não delete o vídeo.


sábado, 9 de outubro de 2010

Três caras

A madrugada foi frustrante pelo não-treino de Fórmula-1. Não faz mal. A alegria do final de semana foi garantida pelos três caras canadenses que fizeram um show em São Paulo nesta sexta-feira.
Simplesmente fantástico.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Japão

Para não ficar no chororô antiferrarista, é interessante lembrar um momento marcante da pista que vai sediar o próximo GP de Fórmula-1: o fantástico Suzuka.
Para os brasileiros, o traçado é especial. Ayrton Senna conquistou seus três campeonatos lá, viveu um grande drama em 1989, com a coisa toda entre ele, Prost e o saudoso Ballestre. Nelson Piquet venceu em terras nipônicas o campeonato de 1987, com a batida de Mansell nos treinos. Barrichello obteve uma maravilhosa vitória em 2003, o que, no fim das contas, deu uma mãozinha para o título do alemão oficial.
Mas vamos lembrar de um outro momento mais recente da história do autódromo. Trata-se da vitória de Kimi Raikkönen em 2005. O finlandês partiu da 17ª colocação para a vitória, ultrapassando Giancarlo Fisichella na abertura da última volta.
O pole position na ocasião foi Ralf Schumacher; o grid foi todo bagunçado por causa da forte chuva nos treinos.
Alonso e Raikkönen partiram lá de trás e fizeram corridas memoráveis. A vitória de Kimi merece entrar na galeria das maiores. Kimi Raikkönen, um sujeito diferenciado, que hoje em dia - e talvez mesmo naqueles dias de 2005 - está dando bananas para a Fórmula-1.
Relembre, na narração dos frustrados italianos.

De volta

Como já explicado pela ala patriarcal do blog, uma de nossas suntuosas sedes teve sérios problemas técnicos ao longo do mês de setembro. Faz poucos dias que a situação se regularizou.
Se está tudo bem com a conexão, é o "blogueiro" que anda meio desconectado.
Também pudera. Duas vitórias em sequência dos homens de vermelho. Está parecendo eleição no Brasil.
Alonso andou como um verdadeiro campeão, principalmente em Cingapura. Mas uma eventual conquista do espanhol neste ano já está manchada. Já tem o gosto de marmelada. Primeiro, pelo que fizeram com o Massa; segundo, pelo que fez a FIA, que jogou o regulamento no lixo.
Eu nunca vi um julgamento como aquele. Imagine só ajuizar uma ação que não vira em nada e ainda te prometem alterar a legislação vigente. Danem-se as regras do jogo.
Mas isso é assunto velho.
O que nos deixa ainda mais intrigados é o fato de a FIA ter resolvido não testar as asas da Ferrari, como a enquente ao lado faz irônica menção.
Quando surgiram as dúvidas quanto à regularidade dos equipamentos da Red Bull, a bola foi levantada também contra a Ferrari. A FIA testou todo mundo menos os italianos. O comentarísta oficial Reginaldo Leme disse algumas palavras sobre isso na transmissão do GP da Itália, alegando que "não sabia porque não foram atrás da Ferrari". E, para variar, ficou tudo por isso mesmo.
A temporada 2010 começou maravilhosa, cheia de disputas e corridas excelentes. Agora, já voltou à chatisse. O campeonato será marcado pela "fantástica" arrancada de Alonso rumo ao título. Mas nós sempre teremos a pulga atrás da orelha quanto a isso.
E eu torço para o Webber desde criancinha.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

FIA, Ferrari, F-1 e o Duende Vermelho

No começo deste temporada, Sebastian Vettel despontava como o garoto prodígio, sério candidato ao título, e ninguém esperava que veterano Mark Webber pudesse ameaçar sua posição dentro da Red Bull. O time austríaco tem uma clara preferência pelo alemão, mas tratou Webber com dignidade ao longo da temporada - exceto no caso da asa dianteira na Inglaterra - e Webber impôs-se impiedosamente sobre Vettel, a despeito da preferência da equipe.
Na McLaren, o "dono" da equipe Lewis Hamilton esperava em seu território o campeão mundial Jenson Button. Hamilton conta com apoio do time e com imenso carinho por parte de todos de Woking. No entanto, Button venceu duas vezes, logo de cara, deixando Hamilton em uma situação de pressão. Ao longo do ano, Hamilton inverteu a situação, vencendo três provas contra duas de Jenson, dominando amplamente, a esta altura, seu companheiro de equipe.
Desde o anúncio pela Mercedes da contratação do sapateiro oficial Michael Schumacher até a corrida de abertura no Bahrein, a mídia não falou de outra coisa que não a volta do heptacampeão às pistas. "É uma questão de três, quatro corridas para Schumacão mostrar para seu companheiro Rosberg como é que faz a coisa". Apesar da nítida preferência da chefia e do apoio incondicional dispensado a Schumacher, a despeito de suas patéticas apresentações, a Dona Mercedes trata Rosberguinho com dignidade - ou, pelo menos, sem sabotagem - e o alemão mais jovem domina amplamente seu parceiro mais famoso.
Na Ferrari, a contratação de Fernando Alonso trouxe para o time o patrocínio do banco gigantesco Santander e da seguradora Mutua Madrileña. Como todos podem ver, o banco em questão está em evidência em quase todos os GPs, e sua marca serve, inclusive, de molde para os troféus entregues - ridículso e muito feios.
Alonso foi para a Ferrari para ser campeão. É o time ideal para conquistar campeonatos. E só ver as estatísticas da última década. A Ferrari contratou Alonso para ser campeão, e por isso paga tantos milhões de euros ao espanhol.
Felipe Massa resistiu nas primeiras corridas, chegando a estar na liderança do campeonato. Alonso conquistou uma vitória na abertura do ano, cometeu vários erros, mas se impôs de forma razoavelmente sólida sobre o brasileiro. Pelo menos até a largada do GP da Alemanha.
Engraçado que, no dia anterior, conversávamos eu e a ala patriarcal do blog que era bem provável que Massa assumisse a ponta da prova na primeira curva. Vettel, o pole, não vinha largando bem, fecharia para cima de Alonso, atrapalhando-o, e sobraria a ponteira para Massa. Dito e feito.
Naquela oportunidade, com Massa liderando e Alonso reclamando, o espanhol tinha - repetimos - apenas uma vitória no campeonato. Massa, nenhuma. Poderia conquistar sua primeira, equilibrar as coisas no time. Era um final de semana especial para o brasileiro: completava-se um ano do fatídico acidente na Hungria, que o deixou de fora da temporada de 2009; morrera seu tio, incentivador muito próximo. Não poderia haver melhor circunstância para uma vitória, não só para a carreira, mas também para a vida de Felipe.
Entretanto, naquele dia, a Ferrari optou por não tratar Felipe Massa com dignidade. Naquela corrida ficou claro: só o Alonso disputa o título; o papel de Massa é não atrapalhar.
Falamos, no ano passado, sob um outro contexto, que o princípio do automobilismo é muito simples: ganha quem chegar primeiro. Não importa quanto custe o carro. Pode ser um carrinho de rolimã, um kart, ou um F-1: vence quem chegar primeiro, lúdico assim mesmo.
A Ferrari decidiu, há muitos e muitos anos atrás, que a lógica interna da equipe é outra. Lá na Itália, vence quem os homens de vermelho decidem.
A lógica ferrarista motivou, após um famoso episódio no ano de 2002, mudanças nas regras da F-1. Manipulações de resultado como aquela estariam dali em diante proibidas.
Tanto em 2002, quanto este ano, na Alemanha, a Ferrari escolheu o vencedor em uma corrida qualquer. Não havia nada em jogo. Em 2002, o domínio da equipe era tamanho que ninguém a ameaçaria na briga pelo título. Schumacher já havia desaparecido lá na frente. Era a sexta corrida do ano, e ficou claro para o mundo que, na Ferrari, só Schumacher estava disputando o título, ainda que Barrichello chegasse na frente.
Em 2010, estávamos na 11ª etapa de 19. A rigor, a Ferrari não está tão dentro da briga pelo título a ponto de precisar escolher um piloto. Na verdade, entregaram a Fernando Alonso uma vitória ocasional, que pode não mais se repetir, dado o rendimento dos carros vermelhos. Então foi um fuzuê danado, um papelão, por uma vitória que aconteceu por acaso, que não pode ser repetida sistematicamente; uma vitória que poderia significar muito mais para a vida de Massa do que significou para o campeonato de Alonso, da Ferrari e do Santander.
Mas, se em 2002 regras foram elaboradas para barrar a subversão do princípio básico do esporte, em 2010, tais regras foram quebradas. Foram quebradas com a conivência da FIA, sob presidência daquele que praticamente inventou os métodos ferraristas neste mister: o duente vermelho Jean Todt, sobre quem já falamos na ocasião em que assumiu a presidência o referido órgão.
A decisão do Conselho Mundial, na última quarta-feira, significa uma mudança no princípio do próprio esporte. Regras éticas e desportivas foram quebradas e o que se fez a respeito? Uma promessa de rever a proibição da manipulação de resultado, para agora permiti-la. Trata-se, ainda, de um esporte?
Talvez, um ser humano melhor que eu parasse de acompanhar a categoria. Isso seria o certo, já que estão sendo apregoados princípios com que não concordo.
Amanhã cedinho começarão os treinos para o GP da Itália. Assistirei tudo com o entusiasmo de sempre. Assim como é lúdico o princípio norteador das corridas, continuo com a crença lúdica - ingênua e tola - de que, acima de tudo, F-1 é um esporte em que homens vestidos de super-heróis sentam em máquinas especiais e brigam entre si para ver quem chega na frente. O problemas é que... não é.



Experimenta falar para um desses caras deixar o de trás vencer... Isso aí tem mais valor do uma corrida de F-1.

domingo, 5 de setembro de 2010

Amarelo, Deus e Chuva

Lewis Hamilton venceu magnificamente o GP de Spa Francorchamps, na semana passada. Não deu chances a ninguém, assumindo a ponta na largada e ficando ali até a bandeirada final.
Houve apenas um momento em que os adversários de Hamilton efetivamente tiveram alguma chance: foi no momento em que o inglês escapou na Rivage, quando a chuva já começava a cair, e por muito pouco não acertou a barreira de pneus.
Qual a explicação de Lewis para o acontecido? Como ele conseguiu manter o carro deslizando pela brita sem ficar atolado e sem bater? Perguntas essas que demandam uma resposta técnica, obviamente. Vamos ver o que Lewis disse:

"Eu freei muito tarde e bloqueei os pneus, alargando na curva oito, e - Jesus! -, o Senhor definitivamente tinha sua mão sobre mim ali e eu pude me safar dessa. (I braked quite late and locked my wheel and went wide at turn eight and jeez, the Lord definitely had his hand over me there as I was able to get away with it)".

O inglês ainda declarou que, antes da prova, estava rezando para que tudo desse certo.
O domínio de Hamilton sob condições oscilantes e adversas e sua explicação para tudo na vontade divina me lembrou um piloto muito popular, que também correu de McLaren e que também andava por aí com um capacete amarelo.
Vejam a explicação desse piloto para seu domínio na prova de Donington, em 1993:



Não se trata tanto de comparar as pilotagens de Hamilton e Senna. Mas as semelhanças entre eles chamam a atenção. Ambos pilotos muito rápidos, ambos polêmicos entre seus pares e ambos buscando na fé a explicação para suas performances. Esta atitude era comum em Senna; não me lembro de Lewis fazê-lo antes de Spa.
Dizem alguns que esta confiança de que Deus estava ao seu lado é que fez Senna ser tudo o que foi; dizem alguns que a mesma confiança o levou a colocar seus adversários e a si próprio em perigo em muitas ocasiões. Estaria Hamilton no mesmo caminho? Não sei. Mas o inglês, pelo menos, no mesmo carro já esteve para gravação deste Top Gear especial - vídeo muito legal.



Agora é esperar e ver quais glórias o futuro reserva ao capacete amarelo mais jovem, dono de uma carreira já muito bem sucedida.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Barrichello, 300

Na próxima corrida, em Spa-Francorchamps, Rubens Barrichello viverá seu fim de semana nº 300 na F-1.
É um número muito expressivo, que só foi possível porque Barrichello foi um piloto precoce na F-1 - estreou com 20 anos, em um tempo em que isso não era moda - que conseguiu se manter em forma e andando bem por muito tempo.
Aliás, isto é algo que impressiona: com 38 anos, Rubens consegue andar pau a pau com os moleques. Prova disso foi o GP da Europa (Valência) no ano passado, quando o brasileiro derrotou Lewis Hamilton, 13 anos mais jovem, obtendo, com isso, a vitória de número 100 dos pilotos brasileiros.
É interessante observar, contudo, que as estatísticas oficiais da FIA apontam que Barrichello tem 296 corridas no currículo. Por que essa diferença?
A FIA computa, apenas, as largadas realizadas pelos pilotos. Houve quatro ocasiões em que Barrichello iniciou sua participação no fim de semana de competições, mas não largou para a corrida.
Estas quatro ocasiões foram o GP de Ímola de 1994, quando ele se arrebentou no treino de sexta:




O GP da Bélgica de 1998, quando acidente truculento tirou metade dos carros da prova. Houve bandeira vermelha, e Barrichello ficou sem carro reserva para a relargada:




As outras duas ocasiões foram em 2002. Uma, no GP da Espanha, quando o brasileiro não largou por problemas no câmbio. A outra, na França. Barrichello ficou em cima do macaco porque era o único que podia impedir que Schumacher fosse campeão naquela ocasião - aliás, Barrichello saiu dando banana para todo mundo depois do acontecimento. Infelizmente, a política cruel da Fom em relação aos tubes não nos permite ver novamente aquelas imagens.
Em breve, voltaremos com mais sobre os 300 GPs de Barrichello.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Temos que ir!

Olha só que interessante.
A notícia vem do Luís Fernando Ramos.
Emersão guiará o Lotus-72 no GP do Brasil deste ano! Como homenagem aos 40 da estreia e da primeira vitória de Emerson na F-1, a organização do GP o colocará para dar uma volta com o bólido que o fez campeão no dia da corrida.
Para o público, vai ser fantástico.

Dá para perder?


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Homem do Ano

Ainda não vi a corrida de ontem, Mas a vitória de ontem deixa claro que Mark Webber é o piloto do ano na F-1.
Pode ser que não conquiste o título, mas o australiano tem sido, se não brilhante, pelo menos muito rápido e consistente ao longo da temporada.
Webber, vez ou outra, comete erros que não se esperaria de um piloto com sua experiência. Em 2010, ele conseguiu diminuir sua margem de erros e, ainda, tem contado com a fortuna para ajuda-lo. Tem dado tudo certo para ele.
A vitória de ontem foi fundamental. Webber esmagou Vettelzinho a partir do GP de Barcelona. O prodígio alemão ficou zangado, a equipe demonstrou suas preferências em mais de um episódio, e mesmo assim, Mark ficou firme.
Vettel começou a esboçar uma reação desde o GP da Europa, quando Mark deu seu looping sobre Kovalainnen. Inglaterra, com toda encrenca da asa, Webber ficou mordido e venceu magistralmente. Alemanha, Vettel em 3º, e Webber não deu nem para o cheiro, não ameaçou ninguém. Ontem, uma vitória de Vettel com Webber bem atrás poderia selar a preferência da Red Bull pelo Kid. Mas as forças da natureza - e um regulamento muito estranho - ajudaram Webber a vencer, barrando, com isso, a reação de Kid Vettel no campeonato. Foram 25 pontos no momento certo, quando parecia que o alemão deslancharia no campeonato.
Claro que tudo pode acontecer, mas é como na Libertadores: o time não precisa ser brilhante; basta vencer em casa, empatar fora e já tem cara de campeão. Na F-1, quem está com cara de campeão é Mark Webber.

Foto: Uol

domingo, 1 de agosto de 2010

Mais uma vez

Ainda sobre a ultrapassagem de Barrichello, muito boa a entrevista concedida por ele aos jornalistas brasileiros lá na Hungria.
Barrichello em um tom sóbrio e muito lúcido em suas colocações. É engraçado que quando se lê as declarações de Barrichello por aí, nos "meios oficiais", sempre fica uma impressão um pouco errada sobre o que ele está dizendo. Veja-se, por exemplo, o episódio em que pegaram uma conversa dele com o di Grassi e o Massa para insinuar que ele estava criticando a equipe.
É melhor ouvir para fazer um juízo mais imparcial.

O áudio da entrevista está aqui, no Tazio. Vale a pena.

Agora eu vi - e estou indignado!

Este é Michael Schumacher. Um sujeito que aos 41 anos de vida e 16 e pouquinhos de F-1 ainda não aprendeu a dividir uma freada de forma limpa.
É simplesmente absurdo.

Não vou falar mais nada. Vejam o vídeo abaixo - e rápido antes que a Fom tire do ar. Schumacher ainda teve a cara de pau de dizer que foi para dentro tentando deixar o caminho aberto para que Rubens ultrapassasse do lado de fora. Oh, pobre Schumacher! Ele estava tentando dar passagem a um carro mais rápido, mas o ignorantes comissários da FIA não estiveram à altura de sua bondade!




Diante do ocorrido e da cara de pau do queixudo oficial, concordo com o Joe Saward: ficou barato. Merecia um gancho de 296 corridas.