quinta-feira, 29 de julho de 2010

MOMENTO NATIONAL GEOGRAPHIC

Sabemos que junto com os humanos uma residência abriga os mais variados seres. Desde os ácaros até os enervantes cachorrinhos afrescalhados que se tornam donos de seus donos.
Aqui nesta humilde mansão, não temos cachorros e essas coisas. Tínhamos um aquário, mas os peixes viviam fazendo o favor de morrer.
Não pensem que estamos sozinhos neste ambiente e seus arredores. Temos gambás, que mais parecem ratazanas habitantes de um clube aqui do lado e que de vez em quando resolvem atravessar a rua dando susto nos incautos. Morcegos, não o Batman, voam ao entardecer enfeitando o por do sol. Andorinhas que devem ser vegetarianas porque não comem os insetos que insistem em nos visitar. Acreditem ou não, uma chácara abandonada (vai virar um conjunto de prédios) abriga uma legião de pássaros e alguns tucanos. No riozinho que corta a avenida lá embaixo existem umas relutantes garças a se alimentarem de peixes mutantes comedores de restos de esgoto. Fora os urubus observando tudo lá de cima e torcendo para que alguém morra. Vocês também não vão acreditar, mas existem uns gaviões fajutos que vivem levando pau dos pássaros menores. Tentei filmar uma coça dessas outro dia e não consegui.
E, por falar em filmagem, temos duas habitantes da janela da cozinha. A Lagar e a Tixa (lê-se ticha). Sim, são duas lagartixas que mais parecem dois jacarés agarrados nas paredes. Tenho trauma desses bichos, mas é outra história.
Sempre disse para meus familiares que ainda iria filmar as duas em ação. Ou seja, caçando insetos nessa selva que e a janela de vidros foscos. Eles balançavam a cabeça como a dizer “pobrezinho. Não tem o que fazer...”
Outro dia elas estavam perpetuando a espécie numa cena proibida para menores. Meninos, eu vi!
Corri para pegar a máquina enquanto todos me censuravam. Onde já se viu filmar uma intimidade dessas. Elas foram mais rápidas e não cheguei a tempo do clímax.
Hoje resolvi que seria hoje. Fiquei de plantão na cozinha feito um cientista louco esperando o predador capturar a presa. Foi um sacrifício enorme. Não, ao contrário do que vocês pensam não tinha cerveja nessa história.
Perdi algumas oportunidades uma vez que elas foram mais rápidas que meus dedos no controle da máquina.
Mas, meu esforço foi recompensado. Vejam que maravilha de cena. A aproximação (na verdade a borboleta mudava de lugar e começava tudo de novo), a hipnose utilizada para paralisar a presa (sei sei), o bote infalível e o sucesso da empreitada. Tá certo que depois ela não sabia muito bem o que fazer com aquela borboleta maior que sua boca. Para evitar o vexame parei de filmar.
Vejam o filme e a natureza implacável seguindo seu curso.
Espero conseguir colocar o filme. Caso contrário, peço ajuda ao chefe do blog.
Ah, se prestarem atenção no som ao fundo vão descobrir que não é música de suspense e sim um programa da MTV (quinta categoria).

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