domingo, 4 de julho de 2010

ACIDENTES PENSADOS

As polêmicas envolvendo alguns fatos na f1. Desde cedo, acompanhava a F1 com olhos de menino deslumbrado mas também despontava em mim o lado cético herdado do véio Mero. Sim, meu pai era aquele cara que reclamava até de falta a favor. Lembro que certa vez ele nos levou (“los três hermanos”) ao “jardim suspenso”, o Parque Antártica para assistir ao parmera jogar contra alguém. Nem lembro mais o resultado muito menos o adversário. Lembro que o véio Mero, mesmo com o parmera ganhando desandou a xingar o Dudu e o Ademir da Ghia, craques do time. Tudo isso no meio dos “amigáveis” torcedores parmerenses. Lembrando que as torcidas em campo de futebol sempre viveram na idade da pedra, ou seja, na porrada. Meu pai teve que arrefecer as críticas devido aos olhares e comentários pouco amáveis de seus pares.
Este ceticismo continua me acompanhando. Nem assisto futebol com os familiares. Quero dizer, nesta copa do mundo assisti e quase apanhei porque torci contra o Dunga e seus anões.
Na F1 não é muito diferente. Procuro olhar os fatos por detrás dos fatos. Complicado? Nem tanto. Senão vejamos. Em 1973, estou assistindo o Emersão em primeiro no GP da Áustria. Ele precisava ganhar para tentar aproximar-se do líder do campeonato, o chato do Jackie Stwart. A Lotus mandava ver. Numa certa altura Emersão liderava seguido do Peterson, seu companheiro de equipe, e o chato Stwart em terceiro. Para meu desespero pouco antes do final da corrida o carro do brasileiro encosta na beira da pista, abandonando a corrida. Com os meus comentários no volume máximo o véio Mero não perde a oportunidade e passa pela sala soltando o seu famoso “o Fintinpaldi já quebrou?”
Não havia sinal de motor quebrado nem nada. O “Fintinpaldi” dá uma olhada no motor e vai para casa. Mais tarde ficamos sabendo que ele ficou sem combustível. Duzentas teorias da conspiração se levantaram. Uma delas: o parafuso do cano de combustível estava mezzo solto mezzo preso. Pelo sim pelo não o “Fintinpaldi” prometeu contar tudo isso e mais um pouco quando encerrasse sua carreira. Pelo visto, ainda não encerrou uma vez que nunca contou nada.
De lá para cá, vivo aos berros explicando, por exemplo, porque o schumaquinho não tentou ultrapassar o shumacão no Canadá em 2003 e coisas afins. O chefe do blog é testemunha.
Mas, algumas coisas devem ser pensadas. Vejam o famoso, ou famosos, acidentes envolvendo Prost e Senna. O primeiro em 1989. Eu acabei de assistir um vídeo sobre o acidente e fico com uma dúvida. Porque um piloto com o título na mão, como o Prost, joga o carro sobre seu companheiro de equipe da maneira como o narigudo jogou? As chances de Senna continuariam na Austrália, mas conquistar o título de campeão do mundo seria muito difícil. No entanto, naquela fração de segundo Prost escolheu ser um humano qualquer. Nada de ser um exemplo de esportista ou coisas assim. Simplesmente jogou o carro para cima daquele brasileiro filho da puta e melhor piloto que ele. Em minha opinião o que se seguiu moldou o Senna maquiavélico que veio a seguir nos anos seguintes. Ganhou a corrida, foi desclassificado, ganhou um inimigo declarado na pele do nazista Balestre e tornou-se um piloto obstinado e calculista. Em 1990 avisou: largando do lado sujo a coisa iria sujar como sujou.
Cheguei, enfim aonde eu queria. Senna em 89, Prost em 90, Damon Hill em 94 e etc, etc etc.
O que se seguiria se esses pilotos tivessem um tiquinho a mais de paciência? Será que tudo terminaria da maneira como terminou? Em 90 a situação era um pouco diferente porque era evidente que Senna iria bater em Prost.No entento,se o francês deixasse o brasileiro ir para a frente a corrida poderia ter outros contornos?
Pois é. Eu não sei. E, de certa forma pensar um universo em fração de segundo não é coisa para qualquer um. Nenhum desses pilotos conseguiu o resultado para esta equação.

2 comentários:

  1. É isso aí. Realmente, em 89, dificilmente o Senna seria campeão, até por causa de algumas outras cagadas, como bater no Mansell, já desclassificado, em Portugal. Outro exemplo de batida que se pode classificar de, no mínimo, estranha.

    Aliás, acho que em 2003, foi o Schumacão que não quis passar o Schumaquinho no Canadá, não foi?

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  2. No Canadá em 2003 o shumaquinho não tentou ultrapassar o shumakão. Até levou uma bronca da equipe.
    Ele chegou em 2º com cara de tacho.

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