quarta-feira, 11 de março de 2015

Visão do advogado

Não é inédita (aqui, um texto do TotalRace sobre a última vez que algo parecido aconteceu, em 1991, com Alex Caffi), mas é muito estranha esta situação por que passam Giedo van der Garde e a Sauber. 
Van der Garde não é piloto pagante e obteve alguns resultados expressivos nas categorias de base. Em 2008, dominou amplamente a Renault World Series, sendo campeão por antecipação. Sua passagem pela GP2 não foi tão bem sucedida, mas, ainda assim, satisfatória. Na F-1, correndo pela fraca Caterham - scuderia de orçamento limitado e, consequentemente, poucas possibilidades de desenvolvimento -, não impressionou. 
Depois de passar um ano como piloto de testes da Sauber, alegou que tinha contrato para ser titular da equipe em 2015 - e claro que devia ter mesmo, vide o desenvolvimento da situação. Confesso que fiquei surpreso com a decisão tomada na foro australiano. Claro que não conheço a situação de perto, não conheço nem mesmo os termos da decisão da corte, mas um argumento meio óbvio é que este tipo de contrato não comporta execução específica, pois se trata, antes de tudo, de uma decisão técnica da equipe. Então, oferecer-se-ia ao piloto holandês uns milhõezinhos como indenização e toca para o GP com Nasr e o filho do Eric. 
Pode até ser que este imbróglio traga ao começo da temporada a emoção que tende a faltar no resto dela. No entanto, é um retrato interessante da atual situação da F-1: piloto que corre é piloto que paga ou que dispõe de excelentes advogados. Todos os demais requisitos podem ser fabricados.

Um comentário:

  1. Pelo que andei lendo, em verdade, Van encostou a equipe na parede para que seu sogro, dono da McGregor compre a Sauber. Coisa que tentou e não conseguiu no ano passado. Um acordo pode ser feito neste sentido. De qualquer maneira Van correria em 2015. Tendo o sogrão como patrão ou não.

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