segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Como viram a largada

Cada vez é mais raro encontrar vídeos de Fórmula-1 no YouTube, pelo menos dos mais recentes, já que a FOM (Formula One Management) dá um jeito de tirar tudo do ar por questões de copyright.
Mas, antes que eles ajam, ainda é possível ver este aqui: a largada para o GP de Spa-Francorchamps de ontem onboard com Barrichello, Raikkönen, Button e Hamilton.
A largada de Barrichello, depois que o carro anda, é muito interessante, lembrando que ele não tem KERS.
Para citar a fonte, vi o vídeo, ontem, nas dependências do blogueiro oficial Flávio Gomes.
Mais sobre Spa mais tarde.
Aí vai o vídeo:


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A carniça e os urubus

A Fórmula-1 é um ambiente podre: bastou um desempenho ruim - tudo bem, péssimo - de Luca Badoer para que pilotos em atividade, em mais ou menos atividade ou parados passassem a criticar o italiano, cobiçando seu lugar no carro vermelho.
Badoer foi muito mal, muito pior do que eu esperava. Confesso que torcia para que ele fizesse seus pontos na Fórmula-1. O italiano detém um recorde negativo: é o piloto que mais vezes largou sem marcar um ponto, tendo andado sempre com carros lentos - Lola e Minardi.
A ocasião em que esteve mais próximo de pontuar foi naquele famoso GP da Europa, em Nurbürgring, em 1999. Badoer trazia sua Minardi, bravamente, na quarta posição, quando o motor falhou e ele foi forçado a abandonar faltando poucas voltas para o fim.
Aliás, aquela foi uma de suas últimas corridas na Fórmula-1 antes de substituir Felipe Massa. Honestamente, não há muito o que dizer sobre Badoer: não competia há dez anos e é um piloto de testes em uma época em que testes estão proibidos; é certo, contudo, que a Ferrari talvez devesse ter pensado melhor a substituição de Massa, já que teve muito tempo para isso entre os GPs da Hungria e Valência. Pelo visto, eles só foram atrás de Schumacher e, como não deu certo, coloram o Badoer lá.
Uma coisa é trazer de volta o heptacampeão que não corre há três anos; outra coisa é um piloto que não compete há dez anos - dez anos! - e que não tem um ponto sequer no currículo. Um alvo ideal para os urubus.


(Badoer lamenta os pontos perdidos em Nurbürgring, 1999)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Spa-Francorchamps (que agora não é mais estrada)

Continuando com o "Sinal Verde" - gostei da comparação - pré-GP da Bélgica.
Spa-Francorchamps é, muitas vezes, palco de corridas excelentes, pela dificuldade da pista e instabilidade do clima. Às vezes começa tudo molhado depois seca; às vezes, tudo seco, depois molha; e muitas outras, fica sempre molhado mesmo...
Em 2000, tivemos lá um dos episódios mais marcantes dos últimos dez anos da Fórmula-1. Foi uma ultrapassagem que entrou para a história do esporte como uma das mais belas e difíceis. O GP começou no molhado, com largada atrás do safety-car. Mika Häkkinen e Michael Schumacher lutavam equilibradamente pelo campeonato. Tal equilíbrio, contudo, não parecia estar presente em Spa-Francorchamps. Häkkinen fez a pole-position, a terceira consecutiva na pista belga, em busca de sua primeira vitória em Spa; Schumacher fez apenas o quarto tempo, atrás de Jarno Trulli, com a Jordan e o estreante Jenson Button, com a Williams.
No começo da corrida, com a pista molhada, mas já secando, Schumacher superou Button e Trulli, partindo à caça de Häkkinen.
A pista foi secando e Schumacher conseguia alguma aproximação sobre Häkkinen. O finlandês sucumbiu à pressão e rodou após o pit-stop para troca para pneus slicks, retomando o percurso aproximadamente 5 segundos atrás do alemão.
Häkkinen, contudo, tinha um stint mais longo e fez seu primeiro pit-stop estratégico bem mais tarde em relação a Schumacher. Quando parou, estava uns 16 segundos mais adiantado.
Após as trocas de pneus e reabastecimentos, Schumacher e Häkkinen estavam em primeiro e segundo, respectivamente, com o finlandês tirando a diferença para o alemão, aparentemente por ter um carro mais adaptado às condições de pista daquele momento. O asfalto já se encontrava seco por inteiro e sol iluminava certas partes do circuito.
Faltando cinco voltas para o fim, Häkkinen encostou de vez no líder. Na reta Kemmel, a vantagem de velocidade final da McLaren em relação à Ferrari estava evidente, e Häkkinen, procurou um caminho para ultrapassar Schumacher na entrada da curva Le Combes; o alemão, como de costume, forçou o finlandês para o lado de dentro, deixando-o sem passagem e obrigando-o a recolher.
A corrida estava no fim e Häkkinen, se quisesse vencer, não poderia perder muito tempo. Na volta seguinte, na mesma reta Kemmel, Häkkinen encostou muito em Schumacher na saída da Eau Rouge. Contudo, havia Ricardo Zonta, retardatário, bem no meio da pista, deixando o lado de fora do traçado para Schumacher passar. O normal seria que Häkkinen recolhesse, ultrapassasse Zonta, e tentasse de novo na próxima volta. Mas não foi assim. Mika colocou o carro por dentro de Zonta, arriscando tudo em uma manobra muito corajosa. Havia apenas um "buraquinho" entre o carro de Zonta e a grama, e Häkkinen conseguiu se encaixar ali, superando o brasileiro a tempo de colocar o carro no ponto mais adequado para a tangência da Le Combes.
Após a manobra, ao avistar Häkkinen, Schumacher move sua Ferrari bruscamente para o lado de fora, revelando, talvez, alguma surpresa com a presença do finlandês ali. Bom, a surpresa foi justificada...
Muito melhor do que minha terrível descrição, é ver as imagens.
O primeiro vídeo contém a primeira tentativa de ultrapassagem, onboard com Häkkinen, bem como a tentativa que deu certo, onboard e por fora. O narrador diz, em espanhol, "menos mal que Zonta não se moveu". Pois é.





Este segundo vídeo mostra o ponto de vista de Ricardo Zonta. Aqui, dá para perceber bem que havia pouco espaço para Mika.
Nota-se, também, que Zonta olha para o espelho esquerdo apenas uma vez. Como o próprio Zonta afirmou após a corrida, ele não percebera a aproximação de Häkkinen, já que, pelo retrovisor, só dava para ver Schumacher, que estava na frente. Realmente, não dá para ver muita coisa pelo retrovisor de um Fórmula-1 que, além de ser pequeno, tem o campo de reflexão limitado a uma fresta no aerofólio.




E para quem chegou até aqui, e tiver curiosidade, abaixo está a entrevista após a corrida, com as palavras de Häkkinen e Schumacher sobre a corrida e sobre a manobra de Mika. É engraçado ver o finlandês falar, com seu sotaque peculiar.
Interessante ver Schumacher preocupado com o campeonato, já que, com essa vitória na Bélgica, Häkkinen abrira 6 pontos de vantagem para o alemão, faltando apenas Monza, Indianápolis e Suzuka para o fim da temporada. Mas, como todos sabem, o título acabou mesmo nas mãos de Schumacher, seu tricampeonato, a respeito de que falaremos mais oportunamente.


terça-feira, 25 de agosto de 2009

DEVANEIO

Devaneio sobre essa situação toda do Schumacher e a volta daquele que foi, ameaçou, mas, não voltou.
Era uma vez uma terra de vaqueiros. Algumas vezes por ano eles tinham que conduzir o gado por um riacho. Neste riacho existem piranhas (o peixe, o peixe) vorazes. Se os vaqueiros não são rápidos o suficiente com seus cavalos último tipo as piranhas (o peixe, o peixe) alcançam e almoçam os ditos com botas e tudo. Os melhores vaqueiros conduziam os famosos cavalos vermelhos nascidos no não menos famoso rancho Ferrari. Alguns vaqueiros eram destemidos, ou malucos dependendo do referencial adotado, o suficiente para conduzir toros rossos riacho adentro. Mas, essa é outra história. Pois bem, o rancho Ferrari ficou desfalcado de seu melhor vaqueiro o Felipão Massinha que levou uma ferradura no coco solta do azalão azarão de seu amigo Rubim Barrica. O barulho da ferradura no coco do pobre Felipão soou como tilintar de moedas para o mercador Free Willi. Ele estava procurando uma maneira de fazer com que o melhor vaqueiro de todos os tempos voltasse a montar e ganhasse muito dinheiro para ambos. Esse vaqueiro, Dick Schuchu, cansou de dar olé nas piranhas (o peixe, o peixe) e foi para casa cavalgar emas. Free Willi foi ter com o Dick Schuchu que condicionou sua volta a certos procedimentos sacanas, bem a seu estilo. Queria treinar com o melhor cavalo do rancho Ferrari. Os treinos estavam proibidos pelos rancheiros para não cansar a beleza dos eqüinos. Mas, Schuchu nunca seguia as regras: emprestou um cavalo aposentado, colocou ferraduras novas e foi para a pradaria mandar ver no da direita. Os outros rancheiros ficaram sabendo e acabaram com a alegria do Dick. Mas, ele já havia montado o suficiente para perceber que as coisas haviam mudado. Os cavalos não eram mais como antigamente. Avisou Free Willi que estava pensando em não voltar. O mercador ficou uma vara. Ele já negociava a volta do melhor entre os melhores até com essas revistas que publicam gente pelada. Então, fizeram uma reunião e decidiram o seguinte: Dick iria alegar que seu velho problema com hemorróidas havia voltado e que o carregador de sela Louco Vaidoer o substituiria em uma das travessias. Ele continuaria sentado no gelo aplacando as hemorróidas e, quem sabe, voltaria até o fim da temporada de travessias do riacho. E assim foi feito. Louco Vaidoer ganhou uma chance de montar um dos principais cavalos depois de trinta anos carregando sela. Achou que daria conta do recado. Pois sim. Logo de saída nos ensaios para a empreitada, Vaidoer esporeou o cavalo onde não podia e ganhou um caminhão de multas. Na hora da travessia, no domingo com barranco cheio de espectadores, ia ser o último a entrar no riacho. Ficou atrás até do burro velho Forca Indy cavalgado pelo também velho Físico Véio. O desastre se avizinhava. Louco Vaidoer, no entanto, entrou com tudo na água e rodou logo de cara, engolindo um balde de água. As piranhas estava fulas porque o Barrica estava mandando bem e ninguém iria tirar sarro dele na segunda feira. Descontaram tudo no Vaidoer. Jogaram o cara para cima, fizeram com que ele caminhasse na linha branca sendo obrigado, pela penalidade, a sentar num balde com brasas e cavalgar novamente. Além disso, riram de seu chapéu fora de moda, mastigaram seu pé direito e tudo o mais. Dick Schuchu assistiu a tudo isso sentado na carroça-home do rancho Ferrari, mastigando um ramo de grama, bebendo cachaça envelhecida vinte anos. Concluiu que se as piranhas fizessem com ele metade do que fizeram com o Louco Vaidoer sua reputação iria naufragar feito o Titanic. Então, para desespero do mercador Free Willi, anunciou que devido às implacáveis hemorróidas iria desistir de desistir da aposentadoria. Não voltaria mais a cavalgar riacho adentro. Pelo menos até Free Willi inventar alguma coisa. Desde que com emplastro de gelo.
Qualquer semelhança com a interessante desistência do Michael Schumacher é verdadeira.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A estrada entre Francorchamps, Malmedy e Stavelot

No próximo domingo, ocorrerá o Grande Prêmio da Bélgica de Fórmula-1. Para mim, um dos eventos mais esperados do ano.
Originalmente, a pista tinha praticamente 15 km, percorridos em velocidades altíssimas. Esse percurso recebeu corridas de 1924 a 1939. Após a guerra, as corridas voltaram ao circuito, agora um pouco modificado, mas ainda enorme para os padrões atuais: 14,120 km.
A partir de 1979, contudo, a pista foi encurtada, e tal traçado abriga, praticamente intacto, as corridas de Fórmula-1 na Bélgica até hoje.
O moderno Spa-Francorchamps ainda é bem maior que a maioria das pistas, com aproximadamente 7 km por volta. Monza, por exemplo, que também é um dos maiores, tem 5,7 km. A pista, apesar de ter metade da distância dos tempos áureos, conserva grandes desafios para carros e pilotos, como os trechos da Eau Rouge e de Blanchimont.
Vencer em Spa-Francorchamps é uma honra que nem todos os pilotos, ainda que campeões, conseguem. A Prima Donna Fernando Alonso, por exemplo, ainda não venceu em terras belgas na Fórmula-1. Dos pilotos em atividade, apenas Kimi Raikkönen, especialista no circuito, e Felipe Massa venceram o GP da Bélgica. Raikkönen, aliás, já venceu 3 vezes por lá em seqüência, e se tivesse vencido no ano passado, como quase o fez, teria igualado Ayrton Senna, que venceu o GP consecutivamente entre 1988 e 1991. O maior vencedor do GP, contudo, é Michael Schumacher, com 6 vitórias no bolso; Senna vem logo depois com 5; Jim Clark tem 4 triunfos.
Para finalizar, vejam o vídeo abaixo: fantástica filmagem feita para o não menos fantástico filme Grand Prix, do diretor John Frankemheimer. O filme tem as melhores tomadas onboard que já vi, feitas usando técnicas interessantíssimas. Frankernheimer, inclusive, fez com que os atores aprendessem a pilotar, para que as tomadas fossem as mais reais possíveis. Eles não dirigiram carros de Fórmula-1, mas de Fórmula-3; há, também, tomadas feitas durante as corridas, o que confere ao filme um realismo fora do comum.
As imagens abaixo foram feitas durante o GP de 1966, no traçado de 14,120 km, e na segunda-feira seguinte ao GP, que foi vencido por John Surtees, da Ferrari. Realmente choveu durante as filmagens, e algumas das rodadas que se vêem foram protagonizadas pelos atores/pilotos.
Impressiona ver a proximidade com que os carros passam em relação às casas. Eram os padrões de segurança de outros tempos...
Sem mais palavras, aproveitem o vídeo! E aproveitemos a corrida no domingo.


domingo, 23 de agosto de 2009

Atualizando Barrichello

Talvez Barrichello deixe a Fórmula-1 sem um título mundial, mas, certamente, teve uma carreira excelente, contruída com muito esforço.
Alguns números de Rubens após sua décima vitória na categoria máxima do automobilismo:

10 vitórias, o que o coloca ao lado de Ronnie Peterson, James Hunt e Gerhard Berger na história da Fórmula-1;

67 pódios, quarto maior número da história, atrás apenas de Michael Schumacher (154), Alain Prost (106) e Ayrton Senna (80);

584 pontos na carreira, também quarto maior, atrás de Michael Schumacher (1.368), Alain Prost (798,5) e Ayrton Senna (614).

A fonte dos números é o site Portal Brasil - tomara que esteja tudo certo!
Vê-se que Rubens tem sólidos números na Fórmula-1, colocando-se, em alguns quesitos, em uma posição realmente boa, atrás apenas dos três maiores monstros da história da categoria. Desejamos que ainda haja mais por vir!

O número é 100

Minhas colocações podem ser repetitivas em relação àquelas já feitas por meu pai, mas acho que valem a pena algumas palavras.
Rubens Barrichello conquistou a centésima vitória de um piloto brasileiro na Fórmula-1 em um GP cercado por algumas curiosidades.
A primeira delas é que o GP da Europa foi o que, nesta temporada, menos chances ofereceu, em termos de probabilidade, para que pilotos brasileiros vencessem. Isso porque dos habituais três representantes verde-amarelos, apenas Barrichello alinhou no grid em Valência.
Outro dado interessante, como já chamou atenção meu pai, nas duas edições da prova de rua espanhola (européia?) venceu um brasileiro: em 2008, Felipe Massa, e este ano, Rubens Barrichello. Mas, de certa forma, Massa esteve na ponta nas duas provas: no ano passado porque venceu, e este ano pela bonita homenagem que lhe prestou Barichello, que pintou o topo do seu capacete com a frase "Felipe, see you on track soon" (te vejo na pista em breve).
Por fim, a vitória brasileira de número 100 aconteceu pelas mãos daquele que reiniciou os triunfos nacionais após a era Senna. Em 2000, quando Rubens venceu sua primeira corrida na Fórmula-1, naquele memorável GP da Alemanha, o Brasil estava estagnado havia 7 anos nas 79 vitórias. A última havia sido, justamente, a vitória de Ayrton Senna no GP da Austrália de 1993. Nove anos depois, Barrichello crava sua décima vitória, que, somada às 14 de Emerson Fittipaldi, à única de José Carlos Pace, às 23 de Nelson Piquet, às 41 de Senna, às 11 de Felipe Massa e às outras 9 do próprio Barrichello, colocam o Brasil entre os países cujos pilotos atingiram cem vitórias. Creio, pelo conjunto da obra e pela corrida de hoje em si, que a marca está em boas mãos.

A corrida de hoje não foi das mais emocionantes, mas não deixou de ser interessante por isso: havia dois "novatos" para observar - Badoer não é, exatamente, novato, mas não alinhava no grid desde 1999, enquanto Grosjean não havia testado o carro da Reunault este ano -, Red Bull e Brawn continuariam se pegando pelo campeonato, e a McLaren em uma ascensão até surpreendente, despontando como favorita para o final de semana.
Badoer não foi muito melhor do que havia sido nos treinos; foi até penalizado com um drive through por ter "queimado" a linha branca na saída dos boxes. Foi até pior do que os realmente novatos Grosjean e Alguersuari. Esses, por outro lado, não sofrem a pressão de estar em uma Ferrari, possivelmente na última chance da carreira de mostrar serviço.
Grosjean não prejudicou, mas não andou mais do que andaria Nelsinho Piquet. Cometeu um erro em uma freada, mas corrigiu de forma até bonita para não bater no muro. Não dá para dizer muita coisa ainda, já que fez apenas sua primeira corrida e só havia andado em linha reta com o carro até este fim de semana.
Se houve alguma emoção, foi no momento da "disputa" entre Rubens Barrichello e Lewis Hamilton. Tudo bem, não houve disputa de freadas, manobras de ultrapassam, nada nem perto disso. Mas foi bonito a maneira como alternaram voltas rápidas até a parada desastrosa do inglês para seu segundo pit-stop.
Não tenho certeza de que o erro da McLaren tenha sido determinante no resultado final da corrida. Claro que foi uma grande mão para Rubens assumir a ponta. Mas é possível que ficasse em primeiro mesmo sem o atraso de Hamilton. Barrichello perdeu 20s972 em seu primeiro pit-stop, enquanto Lewis perdeu 22s218; no segundo, Barrichello perdeu 19s021, enquanto Hamilton perdeu 25s599. Como parou antes de Barrichello as duas vezes, talvez Hamilton tivesse de fazer um segundo pit-stop mais longo que o brasileiro, ainda que sem o erro da equipe, fato que poderia ser suficiente para que Rubens tomasse a ponta. Mas é chute; não dá para saber e, certamente, teria sido muito mais apertado sem o erro da McLaren.
De todo modo, Barrichello foi muito feliz ao longo de todo final de semana, a começar pela pintura em homenagem ao Felipe Massa em seu capacete. No sábado, botou tempo em Jenson Button, mesmo tendo mais combustível no carro; abdicou da briga pela pole conscientemente, já que sabia do maior potencial de largada da McLaren em relação à Brawn, pela utilização do KERS. Largou com mais peso, fez tudo certo até assumir a ponta e administrar a vantagem construída.
Button, para mim, foi o ponto negativo da corrida, juntamente com Mark Webber. Os dois principais postulantes ao título se apagaram nas posições intermediárias. Button ainda conseguiu dois pontinhos de refresco, enquanto Webber não obteve nenhum.
Vettel, o quarto postulante, sofreu com uma quebra de motor, mas, ainda sim, foi muito elegante ao parar o carro exatamente na abertura do muro, para que o carro fosse imediatamente retirado do caminho dos demais. Seu rendimento anda muito irregular e o alemãozinho vai ter que acertar a mão para continuar na briga pelo campeonato.
Já o inglês da Brawn vai para a Bélgica enfrentando uma certa pressão: andou muito mal nas últimas corridas e teve um desempenho muito apagado diante de uma corrida praticamente perfeita de Barrichello. Vai ter que se impor em Spa-Framcochamps para impedir um eventual progresso do brasileiro na tabela do campeonato.
Destaque, também para Kimi Raikkönen, em mais um pódium para a Ferrari, em uma atuação discreta, mas muito eficiente, após uma excelente largada, pulando de sexto para quarto, chegando a ameaçar Barrichello pelo terceiro.
Por fim, sem me alongar muito mais, um último destaque: foi particularmente interessante o duelo entre Hamilton e Barrichello pela circunstância de o brasileiro ser o "decano" do grid da Fórmula-1, com 37 anos e 280 largadas nas costas, enquanto Hamilton, com apenas 24 anos, já tem um título na carreira com apenas 46 largadas. Chama a atenção o preparo físico de Barrichello, já que o calor em Valência estava forte, a pista de rua é razoavelmente exigente, e ele aguentou realmente bem.


(Foto enviada por Rubens Barrichello via Twitter)

100% VALÊNCIA

A corrida de Valência valeu pela décima do rubim e centésima vitória do Brasil na F1.
Mas, a corrida foi chata. Não entendi o erro da McLaren na primeira troca do Hamilton.
Aparentemente ele entrou antes e pegou o pessoal no bar tomando umazinha. Considerando que a bráu já ferrou o rubim este ano, tudo bem. Empatou.
O rubim desta vez fez tudo direitinho e mandou bem no da direita. Mereceu.
Os torcedores de futebol devem estar putos da vida com a vitória dele e a má corrida do butão. Não podem tripudiar neste fim de semana.
Ah, cem por cento porque o próprio Massa lembrou que no ano passado ele venceu.
Duas corridas em Valência duas vitórias de pilotos brasileiros.

100 X 10

Décima vitória de rubim e centésima do Brasil-sil na F1.
Creio que assisti a maioria delas. Desde o Emersão. Pela TV, lógico.
Algumas eram óbvias pela categoria do piloto e superioridade dos carros.
Outras foram na marra. Mas, todas deram aquele gostinho de ser do terceiro mundo e ver um de nós vencer numa categoria onde a tecnologia é tudo. Como diriam alguns “é nóis”.
Depois a gente volta para comentar a corrida de hoje.

sábado, 22 de agosto de 2009

PESOS E MEDIDAS

Interessante a tabela de pesos dos carros no treino de hoje para o GP de Valência.
O rubim é o mais pesado dentre os seis primeiros (662,5). Sei lá se isso adianta muito. Dois kg para cá ou para lá dissovem-se numa largada amadora. E, rubim, é mestre em falar que “é hoje”, e depois da corrida falar em conspirações astrais. Mas, vamos torcer para que ele, finalmente, alegre o fim de semana global com a tal centésima vitória brasileira num GP de F1. Daí, ficaremos livres da gritaria sobre o acontecimento a cada GP com a participação de um brasileiro......

LÁ VAI BADOER

Dois comentários sobre a classificação de hoje para o GP de Valência de F1.
Hamilton em primeiro até que não é novidade dada a recuperação da McLaren. Já o Kovalein em segundo merece destaque. Foi só o chefão da equipe lamentar a saída de Alonso e prever a volta do Raikonem que o Kovas andou bonito. Imaginem os próximos comentários....
Esse regulamento amalucado onde ninguém pode treinar entre os GPs acertou uma vítima inocente. Enquanto o Dick Vigarista treinava fazendo de conta que não treinava, o Badoer realmente não andou com o carro deste ano. O primeiro sentiu o pescocinho e resolveu não dar o esperado vexame. Já o Badoer, coitado, não tinha opção.
Ficou centos anos sem andar num GP e deve estar com saudade de casa, como diria o Edgar de Mello Filho.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

LÁ VEM BADOER

Leio que Luca Badoer, o piloto italiano que vai correr em Valência no lugar do Massa, excedeu o limite de velocidade nos boxes incríveis quatro vezes. Como os carros são equipados com limitadores ele deve ter esquecido de ligar o dispositivo quando entrou.
Deve significar que ele está animadíssimo em relação à corrida. Acho que os muros vão aconchegá-lo. Vamos ver no que dá. Quantos pontos será que ele perdeu na carteira com as multas que recebeu?

TREINOS DE SEXTA

Hoje tivemos um treino para o GP da Valência. Esses treinos de sexta andam mais divertidos que os oficiais. Mas, uma coisa chamou minha atenção. Primeiro o desespero do Alonso para fazer o melhor tempo. Como a dizer “Ferrari, cá estou”.
E, a batida do próprio Alonso no Nicki Heidfield da BMW. Ele veio fritando tudo e, como um torpedo, acertou a BMW à meia nau. Na casa das máquinas, se navio fosse um F1. Engraçado mesmo foi o comentário de um dos locutores (sim locutor e não entendido de F1) que na prática colocou a culpa na vítima, dizendo que Nicki Heidfield estava muito lento. Lógico que estava lento. Contornava uma curva. Nada como ser a prima dona. Tudo pode. A melhor imagem, porém, foi a do alemão que sabe apertar o da direita morrendo de rir, como a pensar “do que escapei”.


CHAMPÃ NA BUZANFA

Esta foto dos pilotos da moto GP comemorando o final da corrida no pódio trazendo para a cena a buzunfa da motogirl demonstra que pode haver vida nesses oficiais momentos. Lembro que desde o início das transmissões da F1 para o Brasil víamos alguns micos pagos pelos vencedores. As coroas de louros eram famosas por teimarem em escorregar da cabeça. Não sei de quem foi a brilhante idéia de passar a imagem de deuses da velocidade. Como se Mercúrio enfiasse um capacete na cabeça e saísse em disparada com um F1. Certamente, a pé ele seria mais rápido. Os pódios eram freqüentados por meninas bonitas que entregavam troféus ou ficavam de bobeira chamando mais a atenção que os feiosos de macacão. No Brasil, se não me engano em 1979, uma delas catou o Jackie Lafitte, vencedor do GP e tascou-lhe um beijão de língua (pelo menos eu pensei que fosse). Depois disso saiu pelada na Playboy (ela, bem entendido). Hoje em dia os pilotos desempenham um papel que beira o ridículo. Saem do carro e uma câmera vai atrás deles na preparação para a ida ao pódio. Não podem nem dar um pulinho no banheiro. Lá no pódio ouvem hinos, agüentam veios que entregam troféus que lembram o logotipo do patrocinador, sorriem para os desafetos, tiram fotos com os desafetos e etc. Nem assisto mais a entrega da premiação. Sei o script de cor. Por tudo isso adorei a champã na buzanfa. É pena que o Valentino Rossi não encare um F1. A diversão estaria garantida.



Pequena (mas importante) pausa

Peço desculpas, pois o assunto agora não é automobilismo.
O fato de me propor a escrever sobre corridas, principalmente sobre Fórmula-1, como forma de hobby, não exclui, aliás, infelizmente, que haja outras preocupações.
Aqui está o link para o texto de um amigo meu que mantém um excelente site. Eu não preciso dizer mais do que está lá. Basta ler.
É uma questão que nos angustia há alguns anos: uma instituição privada aproveita-se do espaço de uma universidade pública altamente qualificada e qualificadora para realizar seu marketing, suas contratações, angariar alunos de graduação a preço de banana para trabalhar em suas reedições e pesquisas, além - e o que é pior - de detratar a Facvldade dentro de seu próprio espaço.

“Perdoai-me, leitor, se até agora
Nada vos tenho dito a meu respeito,
Quando esta história passa-se era moço
E estudava a ciência do direito.

Pode bem ser que o livro não abrisse,
Que não votasse amor à sábia casta,
Mas tinha o nome inscrito entre os alunos
Da Escola de São Paulo e é quanto basta.“

(Fagundes Varela, Parêntesis – Arcadas, década de 1860)


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Boas Novas!

A FIA divulgou nesta quarta-feira as regras para o campeonato de Fórmula-1 do ano que vem.
As alterações não são radicais, mas terão grande relevância. Vamos às duas principais:

1) Não haverá mais reabastecimento ao longo da corrida. O piloto deverá largar com o combustível suficiente para chegar; como nos velhos tempos;
2) Os treinos de qualificação ainda serão divididos em três partes. Contudo, a última delas, o Q3, não exigirá que se faça a volta rápida com o combustível da corrida. Então, é tanque vazio e pé na tábua.

O sistema de pontuação foi mantido, assim como a possibilidade de se usar o KERS e a proibição dos testes intra-temporada.
Muito positivas as alteraçõs com relação ao reabastecimento e ao Q3. Qualificação serve, justamente, para que o piloto mais rápido se sobressaia, não para que o carro mais leve largue na frente. É muito mais bonito ver os caras descendo o chinelo com o carro nas melhores condições para tanto. Acho, ainda, que a regra de não se poder mexer no carro do sábado para o domingo deveria ser revista. Assim, poderia haver mais surpresas na corrida, caso a equipe consiga achar alguma coisa trabalhando no carro.
A proibição do reabastecimento pode tornar as corridas ainda mais interessantes. A estratégia vai ter que ser melhor pensada; quer dizer, o piloto terá que pensar melhor a sua estratégia, sua abordagem de corrida, acerto do carro etc. Isso porque saber lidar com a diferença entre o comportamento do carro pesado no começo da corrida e do carro leve no fim exige habilidade. Pode-se ter um carro muito bom mais pesado e não tão bom leve, ou vice-e-versa. Isso pode ocasionar aquelas perseguições do meio para o fim da corrida que me parecem bem interessantes. Sem o reabastecimento, o controle de desgaste dos pneus passa a ser mais refinado, já que é preciso tomar cuidado para não acabar com eles ainda com o tanque cheio.
Aliás, justamente o desgaste de pneus pode ser um ponto interessante: sem precisar abastecer, podemos ter aquelas tentativas malucas de terminar uma prova sem pit-stop, o que pode levar a resultados surpreendentes. Veja-se, por exemplo, o GP do México de 1986, vencido por Gerhard Berger, utilizando uma combinação de pneus duros e macios no carro e fazendo-os durar até o fim da prova - interessante a Benetton de Berger utilizava pneus Pirelli; também em Paul Ricard, 1990, Ivan Capelli e Maurício Gugelmin tentaram levar seus Leyton House até o fim sem troca de pneus; Gugelmin abandonou com problemas de motor quando estava em terceiro, enquanto Capelli só não venceu porque teve problemas com motor há 3 voltas do fim, sendo superado por Alain Prost, com a Ferrari. O italiano, mesmo assim, terminou em segundo.
As perspectivas para a temporada 2010 não poderiam ser melhores: com 26 carros no grid e esse novo regulamento, a Fórmula-1 vai voltando a ter cara de Fórmula-1.

Ah, 26 carros no grid, sim, porque a BMW-Sauber, visando repassar o espólio a um comprador, confirmou a inscrição para a próxima temporada.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ultrapassar a qualquer custo

Três semanas sem corridas é muita coisa.
Esquentando os motores para o GP da Europa, achei por acaso este fantástico vídeo. É uma compilação de ultrapassagens do primeiro finlandês voador Keke Rosberg.
Eu não gosto muito das musiquinhas em vídeos de carros: quem gosta de corrida gosta de barulho de motor. Mas é bom assim mesmo.
Dispensa maiores apresentações. Aproveitem!




Esse vai para meu grande amigo, cuja origem está na baía vizinha ao país de Rosbeg - deve ser comum aos escandinávos gostar de ultrapassagem a qualquer custo.

domingo, 16 de agosto de 2009

O Leão

Em tempos de proibição de testes e do retorno frustrado de Michael Schumacher à Fórmula-1, foi bastante interessante encontrar no YouTube este vídeo com um teste de Nigel Mansell em ser retorno à categoria em 1994.
Mansell venceu o campeonato de 1992 e, em 1993, tranferiu-se para a Fórmula-Indy, sendo campeão por lá de forma arrasadora em seu ano de estréia.
Após a morte de Ayrton Senna, a Williams havia colocado David Coulthard para ocupar o carro número 2 da equipe. Entretanto, contratou Nigel Mansell para fazer o GP da França e as três últimas corridas da temporada. Mansell acabou vencendo o GP da Austrália, última corrida do ano, que coroou o primeiro título da carreira de Schumacher, com aquela já tão conhecida manobra sobre Damon Hill.
Interessante no vídeo abaixo é ver: 1) um carro de Fórmula-1 em Brands Hatch (não há corridas de F-1 lá desde 1986); 2) um carro de Fórmula-1 andando devagar (Mansell aliviou nas primeiras voltas, é claro); 3) o público lotando as arquibancadas para ver um teste; 4) Mansell é um espetáculo por si só.
Aproveitem!




A parte dois está aqui.

sábado, 15 de agosto de 2009

RONCO

Como já relatei em outros posts algo que impressiona o assistente quando vai ao autódromo é o ronco do motor.
Sentimos o som no estômago. Pela TV ou coisa que o valha não é possível dimensionar toda a potência da manada de cavalos que são soltos quando o piloto pisa fundo.
No youtube existem alguns videozinhos on board que são legais porque, principalmente, não temos aquela narração buena tão irritante que nos aflige durante a transmissão global.
Este vídeo é particularmente interessante porque o Niki (Mickey) Lauda usa, no início, o motor como uma buzina tamanho é o congestionamento dentro dos boxes.Pessoas, carros, sapos, fiscais e seus trejeitos carnavalescos e tudo o mais. Só faltou o chamado flanelinha a pedir "cinco real" para ajudar o Lauda a sair da bagunça. Nada que lembre o ambiente hospitalar de hoje. Provavelmente pediram a ele que andasse mais devagar por causa da câmera (deve ser daquelas antigas e não as mini de hoje) porque ele está sempre rodeado de carros e não vai tão fundo assim no acelerador. Vale pelo ronco do motor Alfa e pelo carro que usava um ventilador para sugar o ar pressionando o carro contra o solo. Depois de arrasar no GP da Suécia em 1978 a Brabham BT-46 acabou banida. Segue o link para o vídeo e de lambuja uma foto da traseira do carro e seu discreto ventilador.



MONEY

Todos sabemos que a mola (êpa) mestra do mundo é o money. Se acompanhado de um pouco de fama melhor para o ego.
Na F1 não é diferente. Ao acompanharmos as transmissões nos acostumamos em ver no vídeo famosos e nem tanto fazendo pose de entendido nos boxes. Quando não, atrapalhando mesmo.
Durante um tempo víamos o empresário alemão do alemão Schumacher que sabe apertar o da direita Willi Weber nos boxes da Ferrari. Apesar do nome de astro de cinema ele está mais para mafioso italiano. Muitas vezes com a barba por fazer dando a impressão de que saiu da balada direto para a pista, mesmo levando em consideração o fuso horário. Lembro que ele sempre dava um jeito de aparecer mais que os mecânicos, usando cores diferentes do padrão Ferrari. Bem diferentes. Em certa ocasião, todos de vermelho feliz e ele de amarelão cheguei.
O que eu quero dizer é que não entendo certas coisas. Entendo se entrar o money aí de cima na equação. Leio que o alemão com jeitão de mafioso italiano declarou que o Schumacher que sabe apertar o da direita continua firme e forte nos treinamentos e que pode voltar a pilotar um F1 ainda neste ano.
O que me leva a pensar: o alemão piloto se aposentou. Disse que ia curtir a família dentre outras coisas. Foi andar de moto e levou um tombaço. Além da bunda ferrou o pescoço. Resolveu, segundo o pai alemão, largar as duas rodas. Agora, picado pela mosquinha vermelha e pela mosquinha verdinha, resolveu voltar nas quatro rodas.
Mas, o pescoço doeu e o Luca Badoer agradeceu aos orixás pela ajudinha.
Enfim, se o alemão com cara de italiano tiver razão e o alemão que sabe apertar o da direita voltar a correr neste ano onde será? O Massa está pronto para voltar porque sabe que se bobear não volta mais. Então vão chutar o silencioso Raikkonen? Ou ele volta pela Force India? Se era para voltar por que parou? Parou por que?
No fundo, no fundo, o alemão que sabe apertar o da direita abandonou as corridas porque dá trabalho ficar no topo apertando o pescoço de quem está tentando subir. Rubim que o diga. Se ele voltar vai ser porque não aguenta mais o alemão com cara de mafioso italiano sussurrando no ouvido dele "money, money".

terça-feira, 11 de agosto de 2009

ESSA JÁ ACABOU

Com o anúncio da desistência do Dick Vigarista em correr em substituição ao Massa acaba de forma prematura mais uma novela da F1.
Toda a expectativa em torno do retorno (ui!!!) estoura feito bolha de sabão.
O homem sente dores no pescoço.
Sei lá.
Sei que tem muita viúva gastando lencinhos perfumados e o Mickey Lauda guardando seus palpites (sim palpites e não opiniões fundamentadas) na gaveta.
Raikkonen deve estar morrendo de rir. Isso se prestou atenção. Tenho a impressão de que ele não assiste novela.
Legal mesmo é ver os gananciosos como o empresário do Schummy perderem a oportunidade de faturarem algum.
Mas, sempre tem algum na reserva. Lembrem-se que o irmão ruim de braço já se ofereceu para voltar. Quem não tem schumabão caça com schumaruim.
Te cuida, Badoer

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

AGORA VAI

Parece que a novela com final conhecido por todos vai terminar enfim.
A Ferrari vai anunciar a contratação de Fernando Alonso para a temporada de 2010.
Sei lá no lugar de quem. Se Massa não mostrar que continua andando mais que o carro pode ser ele o degolado. Tudo indica que será Kimi Raikkonen, uma vez que Massa tem um bom trânsito dentro da Ferrari.
Além disso, coisas interessantes estão por ocorrer.
Vejamos: será mais uma vez o fim da Renault que só terá o dirigente sem caráter como atrativo. Carro que é bom.....
Se Raikkonen sair de duas uma. Ou vai para o rallye ou para a McLaren, no lugar do Kovalainen que só ameaçou ser um piloto de ponta.
De qualquer maneira, Alonso é melhor que Massa e exige toda a atenção para si. Senão, é chilique na certa. É uma prima dona. Massinha vai assistir ao velho filme.
Só que sai o Dick Vigarista e entra o toureiro gordinho. Vamos ver no que dá.
Lembrando que na Ferrari quem manda é o cavalinho rampante e não o touro chifrudo.

sábado, 8 de agosto de 2009

Jungle man p* da vida

Antônio Pizzonia, piloto brasileiro mundialmente conhecido, que atualmente corre na Stock Car brasileira, está realmente bravo com o modo de gestão da categoria pela qual compete.
Pizzonia utilizou-se do Twitter para expressar seu descontentamento. A linguagem do piloto foi bastante ácida.
Pizzonia acusou a organização de encerrar o treino antes do tempo para favorecer Cacá Bueno, que estava em sexto àquela altura. Apenas os seis primeiros passariam para a próxima fase da classificação. Ainda via Twitter, o piloto convidou o público a acompanhar ao vivo amanhã mais uma etapa da "Fórmula Cacá Bueno".
O amazonense falou com o pessoal do Grande Prêmio, confirmando o que já havia dito pelo Twitter. Acrescentou, ainda que Amir Nasr, chefe de sua equipe estava na cabine de cronometragem e teria ouvido Carlos Alberto Montagner dizer "dê a bandeirada o primeiro carro que cruzar a linha independentemente do tempo". Disse que os briefings são ridículos, que se está sempre tentando mudar as regras e que não há profissionalismo na categoria. Pizzonia foi direto: "toda corrida é uma palhaçada".
A Stock é, realmente, uma palhaçada. Os caras fazem teste com o carro novo na última semana antes do início da temporada e descobrem que é uma bomba; na primeira corrida, um erro de projeto faz com que meia dúzia de carros perca a capô, inclusive o vencedor da etapa, que foi desclassificado por algo que não tinha absolutamente nada que ver com ele ou com sua equipe; além disso, tem os toques, pilotos empurrando os outros competidores para fora da pista, os casos de dopping que até hoje não foram devidamente esclarecidos.
Pizzonia não se intimidou, falou exatamente o que pensa. Se a história do dopping não foi suficiente para colocar a categoria nos eixos, não é a reclamação do amazonense que vai transformar a categoria.
Contudo, é preciso ainda ouvir o outro lado. Cacá Bueno não quis comentar o assunto por enquanto. Carlos Col disse Pizzonia disse o que disse por estar com cabeça quente. Bom, não deve ter sido só isso.
No que se refere a mim, não assisto a uma corrida. Até porque não dá para saber quando a boa vontade global vai transmitir a etapa inteira ao vivo. De qualquer modo, simplesmente não interessa.
Abaixo, vai o print screen a página do piloto.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

De novo, a Ferrari

O blogueiro oficial Flávio Gomes foi ao ponto, hoje, em sua coluna semanal. O jornalista lembra da indelicadeza da equipe Ferrari ao se prununciar sobre o veto ao teste de Schumacher no F60.
Foram lembrados os anos de sucesso da equipe Williams, que foram também os anos mais amargos da Ferrari, em que a equipe inglesa nunca se dirigiu aos vermelhos de forma desrespeitosa. Foi lembrado, também, o curioso episódio, ocorrido entre 1990 e 1991, em que Jean Alesi havia assinado com a equipe Williams para a temporada de 1991, mas desistiu, assinando com a Ferrari em seguida. Frank não fez escândalo, não foi à justiça, nem nada assim; apenas respeitou a decisão de Alesi e quis um caso vermelho para colocar em seu museu.
Para não ficar fazendo resenha, a coluna está aqui.

Deve ser piada

Peter Windsor, ex- jornalista e um dos sócios da equipe USF1, que fará sua estréia na Fórmula-1 no próximo ano, afirmou hoje que sua equipe é muito pequena para as possíveis pretensões de Danica Patrick na Fórmula-1. Sei...
Danica é uma piloto talentosa, com bons resultados na Indy, mas que, até aqui, conquistou apenas uma vitória em pista oval. Só para lembrar, Bourdais foi quatro vezes campeão da categoria e fez apenas uma temporada e meia na Fórmula-1.
Talvez ela conseguisse, sim, bons resultados também na Fórmula-1, se tivesse a chance. Mas, diante do currículo da moça, é um pouco exagerado pensar que qualquer equipe que tenha carros alinhados no grid da Fórmula-1 seja muito pouco para ela.
A notícia está aqui.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Briatore, Nelsinho, di Grassi

Ontem, o piloto brasileiro da GP2, Lucas di Grassi participou do programa "Linha de Chegada" no canal SporTV.
O piloto foi perguntado a respeito de Flávio Briatore, se ele concordava com as críticas do Nelsinho Piquet. Foi interessante ver que di Grassi não foi tão político quanto achei que pudesse vir a ser diante de uma pergunta como essa, já que ele é piloto do programa Renault de desenvolvimento de pilotos.
Di Grassi afirmou que, ao longo de todo o programa, os pilotos são submetidos a esse tipo de pressão, com os caras vindo antes da corrida dizendo "se você não ganhar está fora" e coisas assim. Segundo ele, colocar o piloto sob pressão é a política do programa, para tentar separar, logo de cara, o que não serve para os interesses da equipe.
Talvez seja um indicativo de que Nelsinho não exagerou quando falou de seu manager italiano. Talvez, também, seja um bom indicativo em relação a di Grassi, já que o piloto não se preocupou em poupar críticas ao seu time, sendo firme e aparentemente justo em suas afirmações. Ponto para ele.

Williams diz não (e diz certo)

A Ferrari e os ferraristas ficaram nervosinhos, mas o poder de veto utilizado por Williams e Red BulA Ferrari e os ferraristas ficaram nervosinhos, mas o poder de veto utilizado por Williams e Red Bull em relação ao teste de Schumacher com o F60 antes do GP da Europa está correto. A própria Williams, em seu comunicado, lembrou o que houve com Alguersuari, que estreou sem testar em uma situação muito mais desfavorável que a de Schumacher.
O pronunciamento da Ferrari no que concerne ao tema foi deprimente. Disseram: "Indovinate un po’ chi si è opposto al test con la F60? Una scuderia che non vince da molti anni e che non ha perso l'occasione per dimostrare ancora una volta scarso spirito sportivo". Ora, ora ora... A Ferrari, até 2000, era um equipe que não vencia há muitos anos. Vinte e um anos, para ser mais preciso. 2000 foi a primeira vez que vi a Ferrari levar um campeonato. Acho que se dirigir à equipe do velho Frank dessa forma é um desrespeito e, aí sim, falta de espírito esportivo, já que o que Williams e Red Bull querem é nada além do cumprimento do regulamento. Um grande amigo certamente invocaria o provérbio latino: dura lex sed lex...

Mas, mesmo assim, acho que o fantástico alemão (que, aqui, não é o Goethe), leva pelo menos uma corrida até o fim do ano, não só por ser fantástico, mas porque a Ferrari, pelo que mostrou na Inglaterra e Hungria, parece poder chegar lá. É esperar para ver.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Piquet fora, Piquet dentro. Será?

Nelson Ângelo Piquet foi, oficialmente, demitido da equipe Renault na Fórmula-1. No comunicado que publicou em seu site oficial, Nelsinho dirige críticas à parte da equipe e, principalmente, a Flávio Briatore, que teria sido seu principal "adversário" em sua passagem pela Fórmula-1.
Briatore é conhecido por suas encrencas, polêmicas e bobagens que espalha por aí. Se um piloto ligado ao italiano vai muito bem ou muito mal, é sempre possível desconfiar de alguma coisa.
Se as críticas de Nelsinho são pertinentes ou não, é difícil dizer. É difícil dizer, também, qual será o seu futuro na categoria. Há quem diga que permanece em uma equipe própria, já que há a possibilidade da compra do espólio da BMW-Sauber pelo Piquetzão.
Há algum tempo atrás, surgiram alguns boatos no sentido de que a Renault encerraria suas atividades na Fórmula-1 e que o espólio poderia ser comprado por Flávio Briatore. Quem sabe não possa haver aqui uma manobra do Piquetzão para entrar na Fórmula-1 com sua equipe?
Por enquanto, o futuro de ambos os Piquets mais ilustres é bastante nebuloso. Por mais críticas que se possa fazer ao Piquetzinho, um retorno dos dois juntos à Fórmula-1 seria uma ótima notícia para o automoblismo. Ver pai e filho trabalhando juntos em um projeto ambicioso como esse seria bem interessante. Além de que, o retorno de uma equipe brasileira à categoria máxima do automobilismo seria um grande atrativo para a torcida nacional.

sábado, 1 de agosto de 2009

Roubo


Como já amplamente anunciado, Michael Schumacher estará de volta à Fórmula-1, substituindo o atual vice-campeão Felipe Massa, acidentado na Hungria.
Em primeiro lugar, é uma boa notícia. Não seria tão interessante para o público realizar uma substituição burocrática, apenas para preencher buracos. Felipe foi a estrela da fábrica italiana no ano passado, é um piloto extremamente combativo e que vem andando bem este ano, dentro das limitações do carro. Sua substituição teria que ser por um piloto consagrado ou um novato muito promissor.
O retorno de Schumacher veio bem a calhar. Surgem várias perguntas a serem respondidas: Como ele se sairá? Como o Kimi se sairá diante dele? Vencerá alguma corrida? A Ferrari melhorará com sua presença?
Essa excitação toda em volta do retorno do grande alemão é boa para os negócios - e põe a Ferrari na mídia em um ano de atuações apagadas, se comparadas ao período de enorme sucesso protagonizado pelo próprio Schumacher.
A Ferrari já havia progredido bastante. Vimos Raikkönen chegar em segundo na Hungria, Felipe em terceiro na Inglaterra e é provável que o brasileiro pudesse brigar por um lugar no pódio no GP magiar. Então, é provável que Schumacher ande bem e belisque os primeiros postos, podendo até brigar por vitória.
Agora, vejamos o seguinte. Os testes intra-temporada estão proibidos neste ano, por conta da política de diminuição de custos empreendia pela FIA para a Fórmula-1. Eu me pergunto: se por acaso a mola não tivesse atingido a cabeça de Massa, mas a de Nick Heidfeld, da BMW, e o time viesse a trazer Jacques Villeneuve de volta para substituí-lo, será que o canadense poderia testar o carro antes de fazer sua reestréia?
Apenas lembro que o jovem Jaime Alguersuari, que fez seu primeiro GP justamente na Hungria, aos 19 anos de idade, sem nunca ter testado um Fórmula-1 na vida, não pôde.
Será que o heptacampeão de quarenta anos necessita de mais treinamento e oferece mais riscos aos demais pilotos do que o jovem de 19 anos? Não me parece ser o caso.
É claro que é prudente que se faça testes com quem está voltando, assim como seria prudente que se fizesse com o estreante. Contudo, o teste está proibido, é contra o regulamento.
A FOTA permitiu o treino de Schumacher, o que demonstra quem é que manda entre os construtores. A justificativa dada pelo vice-presidente da Fota, John Howett não me parece muito convincente. Howett diz que a permissão foi uma atitude esportivamente aceitável em vista do que houve com Felipe.
De um modo ou de outro, Schumacher será o piloto mais velho, o piloto com mais vitórias, com mais títulos, com mais poles-positions, com mais pontos e todo o mais no grid em Valência; por tudo isso, ele já entrou, merecidamente, na história; não posso deixar de observar, contudo, que é, também, o piloto com o maior lobby da história.
Eis, abaixo, vídeo divulgado com algumas imagens do teste em Mugello. Vale a pena ver. O carro é de 2007 e foi emprestado por um milionário que adquiriu o bólido. O modelo não contém, aparentemente qualquer adaptação às regras atuais da Fórmula-1 e dá até para ouvir o controle de tração funcionando no vídeo.

ARQUEOLOGIA (2)

Como já havia informado meu pai, o Sr. Luiz Alberto, dois posts abaixo, encontrei aqui em casa, remexendo em papéis velhos, o suplemento da Quatro Rodas que trata do GP da Holanda de 1973, marcado pela morte de Roger Williamson.
A mencionada entrevista de Jackie Stewart é bem interessante mesmo e vale a pena compartilhá-la integralmente, para que cada um tire sua conclusão. Por isso, a página foi escaneada e agora reproduzida logo abaixo. Basta clicar para amplicar a imagem.


(Revista Quatro Rodas número 157 - agosto de 1973, pág. 9)

Monopostos

A semana do dia 19 a 26 de julho foi, infelizmente, movimentada em termos de acidentes em competições automobilísticas. Dois graves acidentes ocorreram, um deles culminando na morte do jovem piloto Henry Surtees, de 18 anos, que competia pela Fórmula-2.
A coincidência entre os acidentes está em um dado problemático, inerente aos monopostos: a exposição da cabeça do piloto.
Henry Surtees foi atingido por pneu que vôou do carro acidentado de Jack Clarke, que havia batido na primeira curva do circuito de Brands Hatch, na Inglaterra. O pneu, pulando pela pista, atingiu a cabeça de Surtees pelo lado esquerdo. O piloto não resistiu e faleceu algumas horas depois.
Apesar de jovem, Henry carregava o lendário sobrenome Surtees. Seu pai, John Surtees, foi tetra-campeão mundial de motos nas 500 cc (1956, 1958, 1959 e 1960). Como se já não fosse muito, Surtees-pai transferiu-se para a Fórmula-1, obtendo o título mundial da categoria em 1964. Até hoje, nenhum piloto acumula os dois títulos máximos sobre duas e quatro rodas na carreira.
A morte de seu filho Henry foi trágica e espantosa. Não houve um acidente chocante, uma pancada em alta velocidade, o carro destruído, nada disso. Bastou um quique do pneu de outro carro para lhe tirar a vida.
De forma muito parecida, mas, felizmente, com um desfecho menos trágico, o piloto brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, foi atingido por uma mola que se despreendeu da suspensão do carro de Rubens Barrichello durante os treinos que antecediam o Grande Prêmio da Hungria de Fórmula-1.
A imagem onboard da Ferrari é assustadora: o piloto imóvel, pisando no acelerador e no freio ao mesmo tempo, rumando para a proteção de pneus. Confesso que, na hora em que foi mostrado o replay pela televisão, cheguei a temer o pior.
Felizmente, como todos sabem, Massa se recupera muito bem, e, inclusive, não quer deixar Michael Schumacher guiar seu carro no GP da Europa, insistindo que estará bem para correr daqui três semanas. Os médicos, contudo, descartam tal hipótese e Massa deve mesmo ser substituído por Schumacher. Até quando não se sabe.
Os dois acidentes comentados acima estão relacionados ao principal ponto fraco das corridas de monoposto, que é, como já dito, a exposição da cabeça do piloto. A FIA, ao longo dos últimos anos, conseguiu melhorar muito a segurança neste aspecto. Na Fórmula-1, os protetores laterais de cabeça são bastante altos, os capacetes são muito resistentes, como o próprio acidente do Massa demonstra, além da obrigatoriedade do uso do HANS (head and neck support: dispostivo apoiado nos ombros do piloto e atado ao capacete, cuja finalidade é evitar, na medida do possível, que, em caso de acidente, a cabeça seja desacelerada apenas pelo pescoço, enquanto o resto corpo é desacelerado, muito mais bruscamente, pelo cinto de segurança).
Entretanto, a proteção contra esse tipo de acidente nunca será de 100%. Como evitar que uma mola pulando na pista atinja a cabeça do piloto? Parafraseando Kimi Raikkönen, só com vidro a prova de balas sobre o cockpit, como em aviões de caça.