quarta-feira, 25 de março de 2015

CHRIS AMON

Quando comecei a gostar de F-1 (há muuuuiiiiiito tempo atrás) lógico que meu piloto favorito era Emersão Fintipaldi (como dizia seu Homero). Acompanhava por revistas e virei aficionado com as transmissões pela televisão. 
Com o tempo aprendi a gostar de outros pilotos por vários motivos. Principalmente porque eram, digamos, ligeiramente insanos.
Clay Regazzoni era um deles. O alvo de minha vuduzação naqueles tempos era o chato do escocês Jackie Stewart por sua rivalidade com o brasileiro. 
E o chamado ítalo-suiço Clay adorava jogar o escocês mimadon (eh eh) para fora da pista.
Mas, gostaria de falar sobre outro piloto que atraiu minha simpatia. 
Chris Amon. O cara tinha um urubu pousado na asa traseira. E, outro na dianteira.
É conhecido até hoje como o piloto mais sem sorte do circo.
Nasceu na Nova Zelândia que não é um celeiro de grandes pilotos. Quero dizer, hoje em dia.
Mas, temos grandes nomes nascidos lá. Denny Hulme, Bruce McLaren e Howden Ganley, para ficar nos mais conhecidos.
Enfim, Amon começou sua carreia nos anos 60. Naquele tempo os pilotos disputavam vários campeonatos dentro do automobilismo. Não eram exclusivos da F-1. Bobeasse e correriam até de bicicleta.
O que importa para nós, no entanto, é a carreira dele dentro do circo máximo.
Lembro de uma ocasião que adoro contar "ad eternum".
Em 1972 corria pela Matra que fabricava seus próprios motores. No GP da França em Clermont-Ferrand um desses circuitos monstruosos que faziam a nossa alegria. Quero dizer mais ou menos uma vez que não haviam câmeras disponíveis para cobrir todo o trajeto.
Amon dominou os treinos e largou na frente. Tinha uma carreta de vantagem sobre a concorrência quando sumiu do mapa. Quero dizer da TV. Ninguém sabia onde ele estava. Lembrem-se, a TV brasileira não tinha o aparato de hoje e, creio, os caras estavam aqui no Brasil-sil-sil assistindo tanto quanto eu.
De repente, lá vem a Matra se arrastando com um pneu furado. Mamma mia! Amon deveria dormir numa banheira de sal grosso. É o que dá não se prevenir.
Fiquei chateado. Até porque o segundo era Stewart que acabou vencendo com Emerson em segundo.
E, Amon acabou em terceiro mesmo com o furo. Diga-se de passagem que esta foi a última corrida de Helmut Marko, piloto austríaco, que levou uma pedrada no olho "chutada" pelo carro de Emersão. Ela, a pedra, trespassou o visor e atingiu o austríaco que perdeu a visão. Depois disso os capacetes começaram a ser fabricadas com visores à prova de balas.
Chris Amon, por seu turno, no final de 1973 quando corria com um carro chamado Tecno (uma porcaria, por sinal) resolveu montar sua própria equipe.
O projeto tinha chassi monocoque feito de alumínio, baseado no Lotus 72, com tanque de combustível entre o motor e o chassi (uma novidade na época) e radiadores laterais. Essa frente esquisita foi trocada por uma convencional na hora do "vamuvê".
Apesar disto tudo, a falta de dinheiro acabou atrapalhando e Chris Amon sumiu na poeira do tempo.
Não para nós que sempre lembramos com carinho do piloto tão azarado que foi atribuída a Mário Andretti a frase "se ele se tornasse um coveiro, as pessoas parariam de morrer ".
como diria um amigo do chefe do blog "um carro à frente de seu tempo"
"não sou azarado. Só não tenho sorte"
não dá para ver mas, os urubus estão ali

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