quinta-feira, 30 de novembro de 2017

FAÇO FILMES

Certa vez resolvi fazer um "farveste" no estilão clássico. Tipo John Ford ou Sergio Leone. Aquelas imagens do deserto e closes de nariz.
Por incrível que pareça consegui financiamento num desses bancos generosos. Tipo pagando uma "taxa" para o desembaraço rápido da grana.
Vamos ao filme.
Começa com o amanhecer do dia. Silhueta de um cavaleiro solitário montado num puta cavalo puxando outro por uma corda. Ao fundo o sol inclemente começa a arder a areia. O personagem se direciona ao vilarejo Drybone. Desses recorrentes nos filmes. Duas ruas, um banco, um hotel com o bar dos bêbados no térreo, um celeiro onde um velho cego de um olho cuida dos poucos cavalos (quadrúpedes) do lugar. E, claro, a garota mais linda do velho, novo e médio oeste. Filha do prefeito, naturalmente. Poeira para todo lado.
O cavaleiro vem lentamente meio curvado no cavalo como se não dormisse há muito tempo. Não vai, no entanto, direto ao destino. Próximo desses lugares sempre há um oásis. Um rio com árvores nas margens e pequena cachoeira. 
Nosso personagem desce o barranco em direção ao rio. Certifica-se que ninguém havia visto sua chegada. Neste ponto, o primeiro close. Um rosto suado, barba por fazer, cabelos desgrenhados e ar cansado. Então, do segundo cavalo surge um verdadeiro estúdio de beleza. Nosso personagem toma um belo banho, com direito à sabonete, faz a barba, penteia o cabelo e passa banha de porco para segurar os longos fios. Por fim veste a roupa com que entrará em Drybone. Calças e camisa preta com filetes dourados.  Botas pretas também com filetes dourados. Chapéu preto com iniciais "K" na frente. Por fim o toque final. Uma cartucheira com dois revólveres Colt 45. Dourados, claro. Trocou a sela do cavalo principal e adicionou alguns adornos. No peito do cavalo, numa correia de couro, uma peça de metal em forma da letra "K". Pensei em mudar algumas coisas nesta viadagem toda. Mas, desisti ao ver Clint Eastwood em alguns filmes.
Montou o equino, subiu o barranco, olhou em direção ao vilarejo e incorporou o personagem. Seu corpo ereto e olhar penetrante. Um leve toque e o cavalo parte em passadas largas. 
O dia começa em Drybone. 
A câmera mostra a rua principal. A outra, menor, corta a principal mais ou menos no meio da cidade.
Vemos uma mãe levando uma criança pela mão atravessando em direção à escola. A criança, uma garotinha, avista o cavaleiro já na entrada da rua e grita para a mãe, chamando sua atenção.
A mulher fita a figura por momentos. Um calafrio percorre sua espinha. Dá meia volta e corre para casa. A cena do homem entrando na cidade, todo de preto, já é conhecida de todo o velho oeste. Vem confusão, na certa. O homem é uma lenda.
Num instante a rua fica vazia. 
A câmera mostra o interior das casas e as silhuetas dos moradores olhando pelas janelas, enquanto lá fora o cavaleiro passa. Finalmente, um velho morador olha para sua mulher e murmura temendo ser ouvido, "é o Killer".
Nosso personagem é uma lenda. Killer é o assaltante de banco mais eficiente que já se ouviu falar. Sua fama precede a chegada nas cidades onde rouba o banco matando quem se opõe. Não tem misericórdia. Dizem que quanto entra e manda todos deitarem ao chão conta até três. Terminado o tempo quem estiver de pé, ou algo assim, leva chumbo. Certa vez, matou um cadeirante que não conseguiu se atirar ao solo.
Pelo olhar da câmera vemos sua vagorosa caminhada até o bar que fica exatamente em frente ao único banco.
Desce do cavalo, dá uma olhada significativa para o banco e adentra ao bar carregando uma pequena mochila de couro.
Para na porta prescrutando o ambiente. Normalmente os habituais já estariam tomando um uísque que matou o padre (não tinha guarda naquela época). Hoje, só o barman treme atrás do balcão.
Dirige-se ao pobre homem fitando-o longamente. Olhos penetrantes de matador. Por fim pede um uísque. Toma de um só gole. Pede outro. Com o copo erguido perto da boca pergunta por um quarto no hotel do andar acima. Sim, quer se hospedar.
Neste ponto uma observação: fiz com que o ator segurasse o copo com a mão esquerda e a direita sempre próxima ao coldre. Um bom pistoleiro não descansa nunca. O ator é canhoto mas, não vem ao caso.
Enquanto Killer descansa no quarto a cidade entra em polvorosa. Ele, certamente, planeja o roubo ao banco.
Os figurões se reúnem na casa do prefeito e dono do banco e dono de quase tudo por ali. Sua filha assiste à reunião entre ofegante, assustada e excitada. Viu a figura de preto e seu coração disparou. Nada nele se comparava aos homens que conhecia. Todos suados, sujos pelo trabalho no campo. A maioria nem sabia ler. Pensou mesmo que o pistoleiro cheirava à colônia.
Começa uma reunião. O gerente do banco choraminga dizendo que não quer morrer. Tem mulher filhos e amante. Lógico que não mencionou a amante. Mas, a cidade é pequena demais para todos não saberem uns da vida dos outros. O prefeito pedia calma e vamos planejar algo. O xerife, um homem já entrado em anos, murmurou algo que ninguém entendeu. O padre, que a todo momento ia até a janela de onde se avistava o banco e o hotel, dizia que era preciso tomar uma atitude porque deus não estava preocupado com aquele fim de mundo. O velho ferreiro, cego de um olho, desanda a contar que ouviu falar histórias das mais escabrosas sobre a lenda. A tensão aumenta. Por fim, o ferreiro diz que Killer estupra as virgens, as casadas, as avós, as mães e mesmo alguma égua (quadrúpede) jeitosa.
A filha do prefeito, Mary Hot, quase tem um orgasmo. Sim, estava apaixonada por aquele misterioso homem.
Enquanto os cidadãos de bem discutem o que fazer ela resolve entrar em ação. Sem que ninguém perceba vai ao hotel, entrando pelos fundos.
A câmera mostra Killer, vestido como chegou à cidade, em pé próximo à janela em prontidão. Hot bate à porta. Killer abre com o revólver em punho. Não se espanta com a presença de uma suposta virgem. Aconteceu em outras ocasiões.
Nesta parte do filme uma cena erótica cabe bem. Dá ibope, como se diz.
Ela entra e pergunta quase num sussurro o que ele quer. Killer, com o famoso olhar paralisante, nada diz. Apenas olha o decote generoso.
Pulamos para a cena seguinte com os corpos nus roçando uns nos outros. Nada como nos filmes norte-americanos onde os caras transam sem tirar a roupa. Aqui é peito e bunda "mermão".
Mary Hot, satisfeita, prepara-se para sair não sem antes anunciar que preparam a defesa do banco.
Killer que estava quieto, nada falou. Só ergueu as sobrancelhas. E, sim, o pistoleiro exalava um perfume de colônia.
Cena seguinte. Fim de tarde. Por volta das quatro horas.
Batem à porta do pistoleiro. Novamente abre a porta de arma em punho.
A cidade enviou um mensageiro. O último da hierarquia. O velho ferreiro que até se mostrou satisfeito em ocupar um lugar na história. Lógico. Poderia ser num caixão, mas, alguém precisava fazer algo.
Começa uma ladainha sobre a cidade de cidadãos do bem e pacífica. Sabem o que ele pretende. Vamos negociar. Evitar um banho de sangue. Estavam dispostos a oferecer um valor considerável para que o pistoleiro desistisse do ataque ao banco. Finalmente Killer deixa transparecer um sorriso irônico. Cidadãos de bem bosta.
Apenas murmura "quanto"?
Cena seguinte. Vemos Killer saindo da cidade ao entardecer. Sol nas costas e andar do cavalo sem pressa. Em dois alforges quantia razoável em dinheiro negociado para não meter bala em todo mundo.
Volta ao barranco sabendo que não vai ser seguido. Já viveu este momento tantas vezes que não se lembra mais. Tudo começou quando plantou notícias em jornais sobre o matador de preto.
Despe seu traje de trabalho. Sai do personagem e volta a ser William Meek um ator sem chances ao estrelato.
Nunca disparou um tiro sequer. A lenda em torno de Killer, seu personagem, fazia com que negociassem para evitar banhos de sangue. Provavelmente sangue dele, uma vez que nem sabia manejar direito o Colt 45.
Cena final. Meek cavalgando em direção ao horizonte com seu puta cavalo puxando outro com seus apetrechos de teatro.
Deixa para trás a cidadezinha de Drybone com os figurões aliviados por evitarem um massacre, um velho cego de um olho que virou herói, ao encarar o pistoleiro desalmado, um coração partido e um hímen rompido.
Sobem os créditos finais.






terça-feira, 28 de novembro de 2017

LAMBÃO EM ABU DHABI

Não assistimos a corrida ao vivo em Bubu Dadá. E, lutamos com o sono ao assistir gravado.
Foi um tédio tão grande que dona Gertrudes só mandou um zap-zap ontem de manhã. "Escolha quem quiser".
Pois bem. Nas primeiras curvas tivemos maldonadices, por um misto de sacanagem e aquele sentimento que os malucos de primeira volta carregam com si. Ou seja, a corrida tem uma volta só.
Em primeiro lugar vamos analisar a atitude de Incrível Hulck, que não é maluco de primeira volta. Na briga com Chapolim Perez saiu da pista, foi até a marina e, voltou na frente do mexicano. Temos uma bela questão fedorenta neste incidente. E, não tem relação com a Força Aí Índia, escuderia de Chapolim.
A questão é grana. Com a ultrapassagem, ainda que em início de prova, Incrível Hulck acabou chegando na frente de Perez e sua equipe marcou mais pontos que os Toro Mirins levando uma grana extra para o ano que entra. Tivemos uma bela briga entre as duas equipes porque o pum atômico Renault equipa os quatro carros. Nos últimos tempos os Mirins amargaram diversas quebras estranhas. Tá certo que a equipe oficial também. Mas, .... não acrescenta nada para a credibilidade do esporte atitudes esquisitas na calada da noite.
Enfim, o que diz o regulamento?
Incrível Hulck deveria ter devolvido a posição. O que fez? Continuou belo e pimpão como se não houvesse nada errado. A equipe disse que não mandou que devolvesse porque "o replay demorou". Puta que la merda. Hulck mostrou que não é tudo isso que pensamos dele. Sabia muito bem que levou vantagem indo até a marina e ganhando posição cortando a pista. Levou cinco segundos de punição que não serviram para nada. Deveria mesmo "suckar" umas bolas.
Agora o lambão.
Quem faz nossa alegria nas corridas são os pilotos da Rás. Romã da Granja e Ken Magnificúzem.
Não respeitam ninguém e vivem se esfregando nos outros feito gatos no cio.
Por sinal, o gagá bueno elogiou "horas" a fio Romã. Não entendi. O cara não passa de um braço duro reclamão. 
Mas, seu companheiro aproveitou, ou não, essa bosta de pista que não oferece obstáculo para quem não consegue manter o carro dentro das "quatro" linhas. Os caras (mandões) pensam que as linhas pintadas no chão vão ser respeitadas.
Vejam que Magnificúzem vem que vem, esquece de frear, vai até Shangri Lá, volta acelerando e acaba rodando. Por sorte não levou ninguém com ele. Para nosso azar conseguiu voltar para a corrida.
Mas, leva o leitão porcamente assado por tudo que tem feito na categoria. Ou seja merda (ih, entreguei o recheio especial).





quarta-feira, 22 de novembro de 2017

PÍLULAS

Não. Não se trata daquelas coisinhas de várias cores que tomamos quando doentes ou para repor algo que nosso corpinho se recusa a fornecer.
Mas, o que vem em forma de notícia, hoje em dia.
Lembro que tomei gosto pela leitura de jornais e revistas (sem esquecer as do "Valter Disney) com véio Mero, ainda em Curitiba.
Meu pai vivia lendo e comentando. Não era um intelectual a ler esses livros complicados cheios de letras que parecem não ter conexão entre elas.
Mas, era um cara que sabia discutir política no bar. Depois de algumas, durante certa época, era melhor ir para casa antes que a repra chegasse. Diria que meu pai era um anarquista. "Hay, gobierno ?
Soy contra". Sempre apontando os defeitos dos governantes. Desde a chegada do Cabral.
Tomei o hábito da leitura diária das notícias, apanhando o jornal que ele largava pelos cômodos. Cada caderno em um.
Hoje, não leio a imprensa escrita. Tentei manter uma assinatura da "Folha" mas, depois de vociferar contra o fascismo escancarado desisti. 
Tem até uma história engraçada. Um dia ligou uma dessas moças do telemarketing oferecendo a assinatura.
Comecei um infindável discurso contra a posição política do jornal. Cheguei ao ponto em que disse que, já que todos são fascistas, preferia o "Estadão" que tinha uma cobertura melhor em relação à F-1. Descobri, pelo silêncio, que a moça nem me ouvia. E, o que ela tem com a linha editorial da porra do jornal?
Décadas atrás, as notícias eram mais esmeradas. Não eram fruto da pressa moderna, apesar dos horários rígidos do fechamento das edições. Tudo era devidamente explicado. Havia, por sinal, um programa na Rádio Bandeirantes em que o locutor enfatizava o ensinamento máximo do bom jornalismo, "quem, quando, onde e por que".
Eram, para o jovenzinho, fascinantes as crônicas dos grandes jornalistas. Nem vou citar nomes, uma vez que, a maioria me decepcionou. Um deles virou malufista e assumiu no seu espaço na "Folha".
Hoje, existem os grandes portais de entretenimento. Não podemos dizer que são de notícias porque misturam tudo. De política até aquela dita que fala que não teve homem que a recusou, como se fosse a glória (essa sim, a gostosa).
E, ultimamente, as notícias estão nas manchetes. A maioria dos cliques revela uma repetição da "chamada". Nada a acrescentar porque não interessa o aprofundamento. Temos que mudar a página inicial para vencer a concorrência pelos dedinhos nervosos dos "navegantes". 
O motivo do post, no entanto, é a nota (nem notícia pode ser considerada) sobre o interesse dos mandões atuais da F-1 em levar a categoria para a Netflix. Sim, esta é a notícia. Abrimos, ansiosos, a "página" e nada é acrescentado à "manchetinha". Nem uma notinha sobre o que será de quem não tem o bagúio (não sei defini-lo). Ah, como brinde uma foto do "bigode" Carey. Essas pílulas não curam nossa vontade em conhecer mais profundamente o assunto em questão. 


sábado, 18 de novembro de 2017

TRÓFEU XEPA!!!

Além de nome de novela, a hora da xepa, é por demais conhecida de todos. Quem nunca?
O blog está lançando mais um trófeu.
Então é assim: dona Gertrudes costuma ligar na quinta ou sexta feira, quando não há corrida no fim de semana para comentar as abobrinhas perpetradas por aqueles que vivenciam ou frequentam ou qualquer coisa o mundo do automobilismo.
"Parece fim de feira. Os caras tentam vender qualquer coisa podre. Desde abobrinha até peixe".
A hora da xepa!
Está lançado o troféu. Não há dia ou hora para a oferta. Feira tem todo dia. Tá certo. Segunda-feira não é de feira. Claro que o lançamento ocorreu com pompa e circunstância no terraço, cada vez mais atulhado, aqui da mansão alada.
O blog foi o primeiro a experimentar a Torta de Xepa que será ofertada ao personagem, ou personagens, do post.
Trata-se de algo cozido em forno à lenha (roubada, claro) constituída de todo tipo de verdura, peixe, carne vermelha, branca, azul, verde (são as melhores porque cobertas com musgo), massa de pastel, restos de refrigerante, e bigatos especialmente selecionados na feira que acontece nas proximidades da casa de nossa cozinheira preferida. Como ela é pão-dura, pãodura, pão dura, mão fechada, foi vista aos tapas com alguns sem teto, disputando salmão podre descartado por Shi Fhu Di, o peixeiro. "O must dos muitos musts", segundo ela.
A torta foi lançada acompanhada de várias garrafas de Sidra guardadas desde o natal de 1987. "Liguei para Nersão Piquet dizendo que preparei uma ceia do carai para ele. Afinal, levantou o título do ano enfrentando o chato do Mansell.  Pois o cara resmungou alguns palavrões e desligou na minha cara!"
Nossa impressão foi a melhor possível. A torta é ótima para desencalhar intestinos, uma vez que teclo do banheiro, de onde não saio há dois dias.
Enfim, tamu de zóio.
E, caçando nosso primeiro agraciado.....

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

PASSADINHA

Não. Não é assédio sexual. Pelamô.
Passadinha para ver como estão as coisas. 
Os Toro Mirins confirmam os sofredores para 2018. Pedrinho Galinha e Brendon Hartley ( vulgo Brandão Hardido). Nem tanto pelo pum atômico. Pela nossa torcida a Honda vai acertar a mão e a Renault vai sofrer na mão de Mimadon ("motor de GP2").
São dois pilotos jovens, nos Toro Mirins, com cara de não saberem acertar o carro. 

Hamiltão deu uma entrevista legal. Disse, entre outras coisas, que não viu graça nenhuma em suas ultrapassagens no Brasil. Todas movidas pela asa móvel. A estrutura de hoje não permite que os carros andem colados porque perde-se a aderência na pista. Portanto, ultrapassar para valer só com o ganho em velocidade pela diminuição do arrasto que a asa móvel produz. Ou seja, emoção fake.
E, estou imaginando os carros com a bosta do Halo (vulgo ralo). Quero, principalmente, ver o piloto sair do carro tendo que se livrar do Halo, proteção de pescoço, cinto, cueca borrada e etc.

Totó Lobão tentando voltar à velha forma em falar abobrinhas disse que "falta instinto assassino" ao Botas (o amigo de Dora, a aventureira). Nestes tempos bicudos seria melhor dizer que falta gana, vontade, sede....



quinta-feira, 16 de novembro de 2017

TEMPO

Comecei a ter embates com o tempo lá em Curitiba. Lembro que era fim de ano e estava puto com Papai Noel que insistia em não trazer uma bicicleta nova, adequada para meu tamanho. Eu usava uma que era de meu avô paterno. Italiana legítima porém, enorme. Tinha que pedalar por dentro do quadro sem usar o selim. Coisa de circo. Era também, dia 31 de janeiro, aniversário de meu irmão.
Alguém deve ter falado algo sobre o ano que agonizava. Então, na minha cabeça, a passagem de ano significa que um ano se passou. Mesmo que o evento tenha ocorrido uma semana antes. 
Lembro, nesta relação com o tempo, quando completei nove anos. Lá em Curitiba. Uma vizinha minha, mais velha uns dez anos, me abraçou no quintal de casa e disse "daqui a nove anos você vai ter dezoito!" Em tom de ameaça. Ou seja, naquele tempo era a maioridade chegando. Se cuida moleque! Tamu de zóio. Ou era um xaveco. O lindão derrubando corações desde os nove anos (ah ah)
Bom, o tempo (rá) passou e fui descobrindo coisas sobre. Por exemplo, o espanto ao descobrir que tinha memória de dez anos antes. Hoje, orgulhosamente, tenho memórias de uns 58 anos antes. 
Descobri que não temos um botão de "faster" ao enfrentarmos situações desagradáveis. Uma DR seria menos dolorida. Melhor dizendo, descobri que o botão não existe mas, um método paliativo sim.
Recentemente fiz uma via crucis. Percorri vários consultórios médicos, laboratórios de análise clínica os mais variados. Ora acompanhado de Valéria, ora de Mariana (nossa expert em diagnósticos). Ali, sentado na cadeira do horror, sendo lembrado que não cumpri minha parte, punha-me a pensar que dali a pouco estaria livre daquilo tudo. Meu corpo reagiu deletando metade (ou quase tudo) desses encontros. Lembro bem que liberaram minha viagem de férias. O resto.....
Valéria e Mariana lembram.
No retorno, a intervenção "siderúrgica" e outra vez o botão invisível "faster". Na dolorida recuperação o pensamento para que os dias passem rápido. E, os dias de 24 horas passaram rápido. Ainda em recuperação mas, sem dor. E, mais obrigações médicas futuras. Juro que não lembro quais são. Botão "faster" em ação. Mas, Valéria e Mariana sabem.
Em tempo.
Todos assistimos um filme em que alguém desperta em cama de hospital com a cena clássica: tela escura que vai clareando e pessoas em volta. Alguém sempre pergunta "tudo bem"? 
Pois é assim na vida real. Aconteceu comigo. Lembro até da resposta em face da pergunta. Um gemido: "dor!" 

terça-feira, 14 de novembro de 2017

NÃO DEU PARA RUBIM

Segundo alguns sites de notícias Robert Kubica, vulgo Roberto Kúdebico, polonês que era bom de braço, volta à categoria máxima do automobilismo.
A equipe de dona Clara, a Williams, teria contratado o piloto de 32 anos para 2018.
É uma incógnita pelo fator físico?
Ele sofreu um acidente numa prova de Rallye em 2011 e, desde então, luta contra problemas decorrentes da dilaceração de seu braço direito.
Ninguém entrega um carro de F-1 sem que, quem o conduza, não tenha condições para tanto.
Mesmo porque existem equipes médicas da FIA a avaliar os pilotos.
Portanto, penso que essa é uma questão superada.
Aguardemos os próximos capítulos.
Em tempo: tem "especialista" dizendo que ele foi preterido da Renault por não suportar o ritmo de uma corrida de F-1.
Balela. A Renault entrou na suruba pelo pum atômico da Honda, que foi para os Toro Mirins saindo da McLaren indo, os franceses, para a McLaren numa pornografia envolvendo Carlinhos Sains (rumo). Com essa estonteante negociação sobrou para o polonês, que ficou sem entender nada.
Mais um em tempo. Lancei Troll vai descobrir o que é ter um companheiro sedento ao lado. Papi vai ter que soltar uma grana para o fraldento ter melhor equipamento.

NEM TANTO

Muita gente babou na corrida de Hamiltão dando de barato que o cara deu um show e outros quetais.
Os tontos da dona Bobo nem se fale.
No sábado o cara que consegue ser mais chato que o gavião ficou berrando, após a batida do britânico/inglês/venusiano, "amanhã vai ter show do Hamilton". A cada cinco segundos.
No domingo o chato mor do gavião berrava, a cada cinco segundos, "lá vem Hamilton".
Carai.
Na minha opinião Luís não fez nada mais que a obrigação. Pelo contrário. A obrigação do dito era o terceiro lugar que perdeu num afobamento no final da corrida travando a roda dianteira esquerda na entrada do "S" ao tentar aproximação em face de Kiwi Vodkanem e dar o bote na reta. 
Senão vejamos: aqui em terras assaltantis os Toro Seniores não iriam chifrar ninguém. O circuito não ajuda o carro e o pum atômico. Portanto, fazendo tudo de acordo com o manual, restavam as Ferraris e a outra Mercedes. E, o tempo para se chegar até elas.
Hamiltão foi ajudado pelo carro de segurança. Largando dos boxes, com pneus macios para um stint longo, beneficiou-se das maldonadices da primeira volta, grudando no pelotão traseiro da prova.
Com os pit stops de alguns pilotos durante o carro de segurança, na relargada estava em décimo quarto.
Então, foi ultrapassando um por um, bocejando por não enfrentar oposição. O cara tem o melhor carro do grid, mermão. Não dá outra.
Na vigésima sétima volta estava em quinto quando os meninos que estavam na frente, e de pneus supermacios, foram aos boxes. Portanto, ficou em primeiro. Com pneus macios e fazendo bons tempos.
Bom, e aí? O que nos reserva o futuro. Vamos fazer a porra da história? Largar em último e chegar em primeiro?
Era possível?
O que faria Luizão como chefe de equipe?
Botas (o amigo de Dora, a aventureira), seu companheiro de equipe trocou de supermacios para macios na vigésima sétima volta.
Pensamento do dia. "Devo trocar para supermacios faltando vinte e sete voltas para o final da prova".
Mas, o finlandês não forçou o carro para cima de Vetor. Deu a impressão de se acomodar com o segundo lugar e foda-se. Não desgastou tanto seus pneus.
Portanto, a sacada era ficar na pista até faltar umas vinte e três voltas. Ou até os tempos com macios caírem muito.
Então, trocar para os super e, realmente, voar para a glória (essa gostosa).
Só que Luizão não é o chefe de equipe e Hamiltão trocou faltando vinte e oito voltas. Babáu.
Quando chegou em Kiwi encontrou um senhor piloto que soube segurar a bagaça. Faltando cinco voltas cometeu um pequeno erro travando, como já dito, o pneu dianteiro direito. Com os pneus desgastados não conseguiu ultrapassar Vodkanem ficando com a quarta posição.
Vão dizer que não era possível a façanha? 
Pois ele chegou com cinco segundos e pouco de atraso em relação ao primeiro colocado, Vetor.
Contratem Luizão que as façanhas virão. 

"quem porra é Luizão?"




O CANDIDATO

Todos sabem que Totó Lobão, o capo de dona Mercedes, manda e desmanda em questões pilotais no circo da F-1.
Tem vários pilotos no bolso do colete e saca um deles toda vez que negocia motores.
Não é que arranjou mais um?
Nosso eterno rubim deu as caras e o currículo (êpa!) para o austríaco.
Certamente visando a vaga na equipe de dona Clara Williams que precisa de alguém com mais de 25 anos por conta da proibição de menores desta idade propagandearem bebidas alcoólicas. Hipocrisia pura.
Brincadeiras à parte acreditamos que rubim (mesmo véião) daria conta do recado. 

"tamus combinados?"

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

LIMÃO? LIMONADA!

Parece música da Palavra Cantada.
Mas, no caso, é o tal do "feeling" que algumas pessoas tem e outras não.
A foto abaixo mostra um cara que entende do negócio.


No mesmo GP do Brasil, após abandonar no treino de 2015, Mimadon soube roubar a cena.


Ontem, Escovão Cocô foi obrigado a abandonar, pela maldonadice de Romã da Granja, e ficou ali meio perdidão olhando a paisagem (que, vá lá, é bonita). 
Lógico que sabia do safety car (ao que me consta não é cego) e poderia deduzir que alguma câmera estaria de "olho" nele. 
Faltou aproveitar o limão e fazer uma limonada.
O que poderia fazer?
O que eu (na mesma situação) faria?
Por exemplo, subiria no gradil e faria uma dancinha. Poderia invadir o cercadinho dos fiscais e roubar uma bandeira (sei lá. Hoje em dia seria preso. A Liberty não é de tanta liberty assim). Faria uma dancinha ameaçando um strip tease. Ameaçaria pular do barranco como se fosse uma piscina.
E, por aí vai.
Deve ser por essas e outras que não sou piloto de F-1.

LAMBÃO NO BRASIL

Antes dos comentários sobre o GP do Brasil, vamos ao lambão da corrida.
Dona Gertrudes estava num dia especial. Alugou uma casa próxima ao autódromo e estendeu uma faixa "galvão é babaca" na frente. A esperança era, vejam só, aparecer na transmissão da dona Bobo.
No quintal, instalou uma churrasqueira à moda antiga. Tijolos roubados de uma reforma próxima e lenha cortada de uma pobre árvore da rua. 
Terminada a corrida o telefonema tradicional. Para a escolha do lambão chegamos em dois candidatos.
Magnificúzem e sua lambança nos primeiros metros que resultou no abandono dele e de Stofado Vandormi. Fora a pancada que por pouco não elimina Sorrisão.
Mas, concordamos que Romã da Granja leva o leitão porcamente assado.
O cara lembrou que é um maluco de primeira volta.
Na curva do Laranjinha entrou forte demais na parte de dentro, rodou e (ó dia, ó azar) lá estava Escovão Cocô. No caminho do muro havia um Cocô. Este foi obrigado a abandonar enquanto seu algoz seguia pimpão como se não houvesse amanhã.
Granja foi considerado culpado e levou dez segundos de penalização. Sinceramente achei que foi coisa de corrida. O cara é braço duro mesmo. Vive saindo da pista e reclamando do carro. 
Mas, levou o leitão. Por sinal, dona Gertrudes informa que tentaram roubar o dito. Mas, desistiram quando sentiram o cheiro nausebundeante. 




segunda-feira, 6 de novembro de 2017

OH TÉDIO

De tempos em tempos mamã Ferrari ameaça deixar a F-1. Sabem aquela dona que pensa que é a melhor do puteiro e quer ganhar mais que as outras?
Sempre ameaçando sair?
Pois é.
Sergio Macarrão, a personificação da dona, se diz insatisfeito com os rumos da categoria. Não quer mudança em termos de motor (ou pum atômico) e teto orçamentário. E, diz que os italianos caem fora se as mudanças ocorrerem.
Berne Aquistone correu para dizer que a ameaça é séria. O duende, como mesmo admite, sempre puxou a brasa para a sardinha do cavalinho rampante. Lógico que iria dar a declaração que deu.
Para encurtar a história. Mesmo se contrariada mamã iria para outro puteiro?
Fabrica carros esporte. A F-1 é uma enorme vitrine para expor a marca. Conta outra vá.
Alguém precisa dizer para a dona que ela tem celulites.

"vá lá e defenda nossa causa!"

AGORA VAI

Massinha de modelar anunciou o fim de sua carreira na F-1 depois de se aposentar no ano passado.
É assim mesmo. O cara nos proporcionou cenas inesquecíveis ao, no ano passado, bater o carro na entrada dos boxes em Interlagos e ser homenageado por todo o universo, uma vez que aposentado estaria no final do ano. Foi realmente muito emocionante e inédito. Como comentei com alguém, talvez aqui, "coisa de filme".
Porém, a vida tem dessas coisas.
Dona Clara foi para a cozinha, preparou uma fornada de cookies recheados com verdinhas norte-americanas em conluio com os Stroll e o brasileiro acabou como um aposentado presenteado com um cockpit. Pelo seu desempenho neste ano é a imagem que resta. Um piloto de pijamas. Até evitou trançar rodas com o pimpolho endinheirado em algumas corridas.  
Bom, na opinião deste que vos tecla ele foi, entre os brasileiros que sentaram em carros competitivos o pior deles.
Não só pelos resultados, apesar de ser vice em 2008. Por sinal, mamã Ferrari foi a protagonista deste campeonato em que ele fez tudo direitinho e a equipe defecou em vários momentos.
Enfim, massinha sempre demonstrou na pista não ter feeling para não brigar na hora errada. Vendia caro ultrapassagens inevitáveis destruindo corridas que poderiam render mais do que rendiam.
E, cá entre nós: e se ele descumprisse ordens da equipe e foda-se o Alonso mais rápido que ele?
Rubim, em 2002 teve um episódio semelhante na Áustria em face de Shushu, mas não tinha as ordens de equipe sendo transmitidas pela TV.
Massinha poderia alegar que a situação era ridícula, parecida com 2002, e, se Mimadon era mais rápido que se virasse para ultrapassá-lo.
Lembram quando os Toro Mirins mandaram Mad Max ceder a posição para Kuajato? Quem está onde, hoje em dia?
Pois é.
Bom, saí dos trilhos do post.
Bye massinha. E, que venham os carros chocantes. Pelo visto ele vai para lá.

"bye"

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

PROFECIAS

Lembram daquela conversa segundo a qual a Renault iria ter problemas com sua parceria com a McLaren?
Quebras de motor e quetais.
E, a Honda iria encontrar a glória nos Toro Mirins?
Glória no sentido de quebrar menos e dar um certo empurrão nos carros mirins.
Pois é.
No GP do México os renautinos meteram a biela pelo cilindro e só o pum atômico de Mad Max sobreviveu. O resto pifou. Se bem que, adepto da teoria da conspiração, penso que incrível Huck e Ricardão (nem tanto) Sorrisão sofreram com o butão vremeio.
Os franceses saíram com a desculpa que exageraram no pum e o cheiro abateu o carro. Então, tá.
Do outro lado o pum atômico dos japoneses foi até o fim da jornada. 
El Mimadon foi décimo e Stofado Vandormi décimo segundo.
Sinais, sinais...

"carajo! Terei o pé podre?"