segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

MUDANÇA DE ARES

Sabemos que a equipe Toro Rosso (os mirins) vão mudar de nome. Vão responder por Alpha Tauri, marca da roupa dos Toro.
Sabemos, também, que os proprietários da escuderia são fabricantes de uma bebida energética.

A sugestão do blog para as mudanças é a da foto abaixo.
Mudança radical. Toro Loco como nome da equipe, vinho ao invés de "bebida energética" e a contratação dos pilotos lôcos da Haas.
Garanto que vai ser um sucesso.


quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

GENTE COMO A GENTE

Bernie Ecclestone é aquele duende que já foi dono da F-1. Famoso pelas abobrinhas esparramadas. Bom, com a grana e posição ele está podendo falar quantas abobrinhas quiser.
Tem o outro lado, no entanto, na vida do sujeito. 
É lado gente como a gente.

Em 2010 foi assaltado juntamente com a namorada ao sair de seu escritório em Londres. Roubaram uma cacetada de coisas no valor estimado de duzentas mil alfacinhas inglesas. Um pouco antes Jenson Button havia sofrido uma tentativa de assalto lá em sampa no fim de semana do GP do Brasil. Ele, Bernie, foi irônico ao dizer que os assaltantes procuram pessoas mais lentas, dando a entender que ele, no alto de sua magnifica altura estaria a salvo. Sifu.

"levei porrada, mano!"
Seguindo o baile, em 2016 sequestraram a sogra dele. Ele casou com uma brasileira e o sequestro se deu em Cotia. Uma história muito mal contada, em verdade. Pediram uma fortuna pelo resgate. Nada, porém, foi pago, os sequestradores presos e o acusado de ser o chefe da quadrilha disse que armaram contra ele.
Sei que ele, espero que por brincadeira, declarou que não pagaria um centavo por ela. Sogra é sogra.

Finalmente o capítulo atual da série "gente como a gente".
Ladrões entraram na super protegida  mansão de sua filha em Londres e roubaram jóias e quetais no valor de 50 milhões de libras. Preciso repetir 50 milhões de libras. Só a casa está avaliada em 70 milhões de libras. Tem 57 quartos. Presente de papi.
Ela é socialite, modelo, personalidade de TV. É filha de Slavica Ecclestone, que foi mulher do duende.
Bom, dizem que gente de dentro da mansão ajudou e etc. 
Para nós, mortais, o que importa é que, de vez em quando, a realidade atropela essas pessoas.

"Tô tiste e irritada."



quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

O JURAMENTO

Completando o post anterior.
Fui dispensado do exército "por excesso de contingente". Está escrito no meu certificado de reservista. Por sinal não sei o paradeiro dele.

No início de 1972 (sim, faz tempo) foi marcado o dia do recebimento do certificado e o juramento à pátria.
Tudo no estádio do Pacaembu.
Para variar a cerimônia foi marcada para muito cedo.
Véio Mero não podia me levar e acabei numa efeméride busal (de ônibus). Como morava fora das rotas acabei por fazer um tour por sampa. Mas, cheguei ao estádio são e salvo e a tempo.

A rapaziada, feliz por escapar do serviço obrigatório, enchia a arquibancada coberta. Muita gente.
E, lógico, os recos estavam lá. Fardados, fazendo cara de poucos amigos e (surpresa) baionetas no fuzil. Aquilo não era bom. Não sei se o cara que me classificou como um alemão estava lá. Não procurei, é claro.
Havia uma mesa enorme instalada no gramado lá embaixo e um sistema de som estridente. Repentinamente entram os fardados graduados dando início aos trabalhos. Tome discurso na base da ordem e progresso. Lembrem-se, ditadura militar. Vários discursaram no mesmo sentido. Não era porque não iríamos "servir o exército" que estaríamos livres de defender o solo sagrado.
E, por aí vai.
Bom, fiquei imaginando que os certificados iriam ser entregues via correio ou algo assim. A gente iria jurar e pronto.
Qual nada. Começaram a chamar um por um dos zilhõe que ali estavam. Foi um balde de gelo. Aquilo iria demorar. Pelo menos não esperavam o agraciado descer. A chamada era do tipo batelada. Chato é que alguns faltaram e foram execrados pelos fardados no discurso final (sim, teve discurso antes juramento e hino). Sem saber o porque da ausência.

Num dado momento a gente começou a ouvir sirenes no entorno do estádio. Muitas. O medo era algum atentado ou algo assim. O tal servir a pátria poderia vir mais cedo do que pensávamos.

Bom, séculos depois acabou a entrega dos certificados vindo o juramento. Antes cantar o hino nacional. O famoso "ouviridum"
Aqui cabe uma observação. Naqueles tempos bicudos vira e mexe os alunos eram obrigados a ir ao pateo das escolas e cantar o hino nacional. Eu estudava no famoso CEDOM em Santana no horário noturno onde os alunos eram bastante engajados. Ante a nítida falta de vontade da maioria em cantar a prática acabou esquecida. Inevitável associar o hino à ditadura e a obrigatoriedade em cantá-lo tipo ordem unida. E, jogue a primeira pedra quem, da minha época, lembra a interminável letra sem uma colinha.

Voltando, lá estávamos nós pronto para a execução do hino. E, os recos de olho nos"cantores". Estava na beirada das cadeiras (não lembro exatamente se eram cadeiras) próximo a um dos recos.
Pensei melhor e fui para o meio da turma porque não sabia a letra por inteiro.
Fiz bem. Começou a cantoria e os recos vinham com a baioneta no pescoço de quem exitava ou fingia que cantava. Diziam coisas tipo "não sabe a letra, mané?" Com aquela cara de maluco beleza.
Lá no meio eu mexia a boca todo pimpão (como dizia minha avó) dublando a música.

Terminada a tortura fomos dispensados. Lá fui eu de volta ao tour pela cidade.
Na rua observava a passagem dos caminhões de bombeiros, polícia, ambulâncias e quetais.
De dentro do primeiro ônibus vislumbrei a TV de uma padaria. Estavam transmitindo ao vivo um incêndio de grandes proporções.
Este é o lado triste do meu juramento à pátria.
Foi no dia 24 de fevereiro de 1972. Dia do fatídico incêndio do edifício Andraus.





terça-feira, 10 de dezembro de 2019

EU ALEMÃO

Sempre fui um sujeito tímido e seguidor das regras.
Mas, dependendo da situação subia nas tamancas (como dizia minha vó).
Há muito tempo atrás chegou a época da inscrição no exército para fins do serviço militar obrigatório.
A rapaziada, como hoje, não queria saber de "servir o exército."
Véio Mero, no entanto, estava entusiasmado com a ideia porque o mais velho dele iria ver o que era bom para a tosse (como diziam naquele tempo) e tomar jeito na vida. Não sei muito bem o que ele queria dizer. 

O clã Onofri morava em sampa. Como hoje os jovens, antes de completar os dezoito anos, faziam a inscrição na junta militar mais próxima tendo que acordar antes das galinhas.
No meu caso a inscrição era na vila Guilherme.
Antes de amanhecer lá estava véio Mero com aquele prazer mórbido em me levar até o local.
Já havia uma puta fila. Uma certa quantidade de pessoas eram atendidas por dia. Quem sobrava voltava em outra ocasião. Lembro que contei e estava entre os atendidos do dia. 
Aqui entra o que ocasionou, lá na frente, um grande problema para mim.
Alguns recos estavam designados para tomar conta da fila. Reco é aquele cara que esta cumprindo o serviço militar. Ou seja, um sujeito da nossa idade, fardado com um fuzil na mão. Sim, os caras adoravam apontar o dito como se fossem atirar quando julgavam haver um tumulto qualquer.

Então, veio o tumulto provocado por este que vos tecla. Alguns jovens chegavam e furavam a fila. Conversavam com os recos e entravam no meio da fila. Não sei se havia uma troca de favores ou algo assim. Longe de mim dizer que há corrupção neste país.
Quem estava no prejuízo começou a contar os integrantes da fila. Eu estava mais ou menos como nos treinos da F-1: na zona de corte. Ninguém reclamava e fui ficando puto. Naquele tempo quando ficava num certo nível de putice baixava um santo enfezado que me punha em situações difíceis.
Num dado momento explodi e comecei a reclamar em altos brados da furação de fila.
Veio um dos recos, com o fuzil em riste, perguntando que "caraio é este". Expliquei, berrando, a situação. Morava na casa do caraio e não iria voltar no dia seguinte. Mesmo porque meu pai não entenderia como passaram  o filhão dele para trás daquele jeito.

Meninos do céu. O cara estava vermelho. O fuzil (sei lá se tinha bala) babando de vontade de me dar uns pipocos (como diz o chefe do blog). 
Pensei que minha hora havia chegado. Pelo menos ficaria livre de "servir o exército".
O reco me olhava de alto a baixo. Virou e foi para o início da fila. 
Bom, abriram o portão da junta e a boiada começa a preencher a ficha.
Como, dentro do pátio, formaram duas filas o reco do fuzil e orelha quente pelos meus berros me chamou para formar em uma delas. Furei a fila.

Antes que pudesse ficar feliz notei que ele falava com os outros recos encarregados de datilografar (sim, uma demora do cacete) os dados dos infelizes. Passou por mim com olhar de riso. 
Entendi, de imediato, que iriam me sacanear no preenchimento.

Não deu outra. Por volta de meio dia peguei minha ficha. Ela era encaminhada para algum lugar. Os "fichados" tinham que conferir os dados, assinar uma declaração e ir embora.
Olhei e percebi a sacanagem. Altura: 1,85m. Tenho 1,77m. Cor dos olhos: azuis. Meus olhos são castanhos. Cor dos cabelos: loiros. Cabelo castanho.
Um perfeito alemão. Ideal para ingressar nas fileiras do exército.
Falei para o encarregado que não iria assinar porque estava tudo errado.
O cara disse algo como "não tem importância". Mas, bati o pé.
Nesta altura do dia quase ninguém na junta. O reco de orelha quente havia sumido. Para minha sorte.
Mudaram minha ficha e fiquei feliz com o meu santo enfezado. Foi um dia extenuante mas, venci.

A ironia veio depois. Lá em sampa zilhões se inscreviam para o serviço militar. Então, de cara, havia um sorteio no fim do ano para o primeiro corte. Mês par ou mês ímpar. Saía, o resultado, na imprensa. No meu ano o mês ímpar foi sorteado. Nasci em julho, ímpar.
Poderia ser um alemão no meu certificado de reservista
Mas, foi melhor não arriscar.....


quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

O DILEMA DA FOLHA EM BRANCO

Há muito tempo atrás comecei a batucar textos numa máquina de escrever portátil que véio Mero trouxe de seu trabalho. Já escrevi sobre ela mas, não achei o link.

Quando sobrava  um tempo, cursava o colegial em sampa, corria para o quartinho transformado em copa para escrever o que viesse na telha. Em algumas ocasiões tendo loiras geladas para apimentar a relação com a máquina.
De lá para cá muita coisa mudou mas, não uma característica pessoal.
Sento, olho a folha em branco imaculada, virgem mesmo, tentando concatenar a ideia que veio durante o dia ou segundos atrás.  Lógico. Hoje a folha é o word.
Começo a batucar e o texto final sai completamente diferente. Tanto que, podem perceber, aqui no blog a impressão é de falta de revisão na hora do "enter".
É proposital porque resolvi só mudar quando o parágrafo fica sem sentido ou perdido no contexto.

Diria eu que sou um escrevinhador raiz.

Quando sento e me ponho a escrever vem o dilema da folha em branco. A sensação de estar sentado no vaso olhando o papel higiênico. Será que vai ser o suficiente?
A sensação de imprimir o exame de sangue nosso de cada mês (sim, hoje nós temos que imprimir o dito) e torcer para que os limites não estejam tão longe do ideal. Porque ideal não estão faz tempo.
A sensação que tinha quando montava gráficos no curso de Química torcendo para que os números da experiência resultassem numa esperada curva desaguando numa nota dez.
O famoso branco quando as provas escolares eram todas "abertas". Dizíamos que se sobrevivêssemos nos primeiros quinze minutos nem tudo estaria perdido.

O pessoal aqui de casa está acostumado a me ver balbuciar "preciso fazer um post" quase todo dia.
O dia a dia dessa loucura chamada vida não permite inspirações cotidianas que dizem respeito ao nosso pedaço da infernal internet. 

Então, vem o dilema da folha em branco. Que, por sinal, virou tema deste post. E, a inspiração veio na hora do jantar. Levantei correndo para pegar aquele caderninho que ganhei do chefe do blog para gravar as inspirações etéreas assustando a rainha da mansão. Deve ter pensado que a mistureba que comia já fazia efeito gerando o dilema do papel higiênico.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

LAMBÃO EM ABU DHABI


Finalmente um campeonato longo, vinte e uma corridas, e extenuante chega ao fim.
Pelo menos houve demora em abençoar o que já sabíamos desde o início: o campeão seria Hamilton.
Houve sim uma tentativa de incluir na briga um e outro para vender jornal. Mas, dona Mercedes tinha o melhor carro e o melhor piloto.
Agora só nos resta esperar 2020 e mudanças que prometem deixar a categoria...... como está.

Indo ao que interessa.
A maldonadice do dia foi perpetrada pelo braço duro dono da extinta Força Aí Índia.
Lance Troll não é, esclarecendo, piloto pagante. É dono da equipe.
Logo de saída acertou Gasly, que do pódio do brasil-sil-sil foi para os boxes com a asa dianteira quebrada. E, para o fim do grid. Por sorte, dos outros, o maior prejudicado foi ele, Pierre. Chegou em décimo oitavo espumando de raiva, certamente.

De outro lado, Lance acabou abandonando depois de problemas no freio. 
Mas, sai agraciado com o leitão porcamente assado de dona Gertrudes pela falta de visão ao dar uma bica no pobre Gasly logo no acender das luzes (poético, não?).

Hilárias são as reações no bar dos Toro Mirins. Penso que são amigos, namoradas, esposas,  e por aí vai.
Uns estão no celular e nem percebem o que se passa, outros tentam explicar para o pimpolho o óbvio: Gasly levou uma pimba. A dona da pensão (penso eu) bate a mão na cabeça e olha como quem não compreende nada. 
No frigir dos ovos essas imagens deveriam ser mais divulgadas pela diversão que causam.