quarta-feira, 31 de julho de 2013

Adeus, dentinhos

_ Bom isso é que podemos fazer. No resto, vai ficar tudo bem, mas um dia, quando você tiver lá os seus trinta anos, vai ter que colocar implantes. Não tem outra coisa a fazer.

Foi assim que, há muitos anos atrás, quando os trinta anos pareciam distantes, o ortodontista me avisou que não tinha todos os dentes na boca - ou melhor, que os tinha, mas que nem todos durariam por uma vida. Em algum momento, teria que colocar dentes artificiais para continuar mastigando apropriadamente. 
Até há uma semana, os dentinhos de leite estavam aqui. Pequeninos, bem gastos, já desproporcionais a uma boca que cresceu. 
A possibilidade de alguém perfurar meu osso para inserir o implante nunca me agradou e temi por anos o dia da cirurgia. Mas era inevitável e, em uma manhã, aconteceu. Ao deitar na cadeira do cirurgião, tive a sensação de que algo importante estava acontecendo, algo que não poderia ser desfeito e que, em alguma medida, mudaria o modo de olhar para mim mesmo.
Aqueles dentinhos foram feitos para durarem, sei lá, seis, sete anos. Duraram bem mais que isso e, com os trinta chegando, chegava também a hora de substituí-los. Mais de 15 anos esperando a temida cirurgia; agora, não tenho mais dentes de leite. Talvez deva me tornar um homenzinho. 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

KOBA VIVE!

Kalmaí Kobacrash mostrou que está vivo e forte.
Lá na frente do sorvete de Kremelin estampou o gradil em uma demonstração dessas inventadas para, vamos dizer, aproximar o povo da categoria.
Como a F1 é apreciadora voraz de verdinhas anda algum tempo rodeando os gélidos russos. Taí o Pedro Petróf que não me deixa mentir.
Agora tem mais um na bica uma vez que um conglomerado (sempre gélido e sombrio) russo comprou a Sauber e vão enfiar um tal de Sergião Tironoskin, de apenas dezessete anos.
Sei lá.
Sei que com essas batidas e outras ocorrências Kalmaí vai ficando apenas como destruidor de carros velhos.

http://stream.ig.com.br/v1/streams/b/ddf/ddfbb48a6ee0d1bd92a54afc1ba3d1b3/cebbcb9a5bf89b8ff828220a4e36f60f.mp4

sexta-feira, 19 de julho de 2013

PERDENDO O BONDE DA HISTÓRIA

O chefe do blog já se cansou de ouvir este véio escriba dizer que a F1 não reconhece talentos.
Incontáveis talentos, por sinal,  que não tiveram chances/momentos de mostrar a que vieram.
Ele, chefe do blog, abraçou um deles outro dia destes. Um tal de Alex Dias Ribeiro, de minhas ternas memórias.
Esbravejo aos quatro ventos dos quatro desertos (que fazem parte do ranking) que o mundo do automobilismo, nos tempos que correm, perde o bonde da história ao ignorar um alemão que está com meros vinte e seis anos (26, negada) de idade deixando sua marca no muro dos imortais.
Bastião Vettor vai fazendo história feito um trator derrubando mitos (shushu?). Mas, por incrível que pareça o mundo da F1 (esta entidade futebolística) insiste em render homenagens ao babaquara Don Prima Dona de Las Choraminguetas.
Ele, Prima Dona, é bão?
Si, desde que não acione a tecla "trago mir granas e quero títros".
Estou lendo aqui que o enorme Emersão está quase se rendendo ao talento de Vetor.
Pôrra!
Começo a pensar que vivemos um conto Kafkiano ( do cara tarado por baratas).
Afinal, o bonde vai passando e ninguém se dá conta que, daqui a algumas temporadas, Vetor vai ser o avassalador de estatísticas e Don Chorão vai ser mais um que abraçou um puta patrocínio e não foi a lugar algum.

"eu, me preocupar?

CIDADE

hell

rain

light

quinta-feira, 18 de julho de 2013

ISSO É "LEVANTAR A POEIRA"



Um DC-6 desce em uma pista poeirenta.
Notem o gajo sentado numa pá de escavadeira. Má que camarote que nada.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

CHAPOLIN COLORADO

"Acredito em vidas passadas uma vez que já vivi várias.
Meu fim em uma delas foi muito engraçado. Quero dizer, hoje acho engraçado. Na época doeu.
Na primeira guerra mundial era comandante de um monte de bastardos.
Estávamos em uma trincheira que era uma bosta. Nada de serviço de quarto e muito menos água quente.
Numa manhã gritei para um reco qualquer por um chá decente. Ele, numa voz quase inaudível, relatou que não havia chá e muito menos água quente. Essa informação me enfureceu. Que porra de guerra é essa? Onde estão os bons costumes? Como é possível não haver condições mínimas de uma boa convivência bélica sem um bom chá?
Lembro que aos berros gritei: que faço para ter água quente para um bom chá?
E a voz quase inaudível respondeu: lá na trincheira dos inimigos tem chá, água quente, cerveja de trigo e o scambáu. Dizem que eles tem internet wifi e canais de TV a cabo. Inclusive canais pornô.
Foi o estopim. Empunhei minha pistola, agarrei minha metralhadora (cromada), embolsei um monte de granadas último tipo, cravei meu capacete heavy metal (iron maiden, se não me falha a memória), escalei a trincheira fedorenta, e iluminado pelas primeiras luzes do dia (sim admito, uma cena meio gay) berrei a plenos pulmões:
SIGAM-ME OS BONS
Corri para o campo aberto sem saber ao certo qual objeto bélico usar primeiro. Olhei para o lado procurando a porra do estagiário (ou reco) para explicar o que fazer. Nada, ninguém.
Olhei para trás e percebi que estava sozinho em meio ao campo aberto.
Mas, não deu tempo de xingar ninguém.
Ao mesmo tempo em que ouvia risadinhas daqueles filhos da puta que não me acompanharam, senti uma bala passando pelo meu cérebro. Doeu para carai, mas, foi um segundo só.
Hoje, tenho vontade de fazer o mesmo (balamente falando) quando ouço meu bordão ser usado em programinhas chulés. Tudo bem que o patriarca do blog sempre fala que detestava o programinha porém, assistia por causa dos filhos. Por esse motivo (os filhos)  não entro com um processo contra todo mundo.
Mas, que dói, dói." 

terça-feira, 16 de julho de 2013

FILHOTE DE SHUSHU

Não é de hoje que temos reservas em relação ao piloto espanhol don Prima Dona de Las Choraminguetas.
Junto com o chefe do blog assistia novamente a corrida passada lá no ringue do Nurbur. Na sexta volta o chefe exclamou "que faz Alonso com a asa aberta?"
Estas tecnologias para dar mais merdança à F1, na teoria, não permite que o piloto acione a abertura da asa sem que esteja no mínimo a l segundo do piloto que vai à frente.
Prima dona estava a seis segundos ou mais do adversário.
Então, pergunto, que faz Alonso com a asa aberta?
Ninguém fiscaliza?
Não há punição?
Não esquecendo que ele abandonou o carro logo após a chegada dando a entender que não teria os cinco litros de combustível no tanque. O regulamento diz que o carro deve ir por conta própria de volta aos boxes e o tanque deve conter cinco litros de gasosa.
Até o pessoal de dona Globo fãs declarados do espanhol disseram que viria punição. Não veio.
Tem cheiro de chucrutes de Shushu no ar.
Durma-se com um barulho desses.
 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Compostura

Com peso, potência e técnica equivalentes, ganha quem tem a cabeça no lugar.

Era a segunda bateria do dia e largar em primeiro era um bom sinal para a corrida. Aquela rápida olhada em volta, um breve aceno entre companheiros de equipe para comunicar as qualidades do kart e, em breve partiríamos. 
A largada foi confortável, nem dei os tradicionais "pulinhos" para dar impulso. Tinha certeza de que sairia da primeira chincane liderando o pelotão. E foi assim. 
Aproximando-nos, pela primeira vez, do cotovelo, não via ninguém. Por causa da proximidade entre os karts, achei por bem fazer uma tomada mais por dentro, sem tangenciar completamente. Daquele modo, mostraria para quem viesse atrás - especificamente, ao meu amigo\companheiro de equipe - de que estava ali e queria continuar ali. Na freada, julguei estar confortável: era a primeira volta, ninguém largara melhor que eu e ninguém estaria disposto a arriscar tudo ali no cotovelo, especialmente tendo posicionado o kart na parte interna da pista. 
Foi uma grande surpresa avistá-lo por dentro na tomada, freando profundamente e perdendo levemente a tomada. Minha única reação foi frear ainda mais, buscando sair mais "justo" do grampo, tracionar melhor  e devolver a ultrapassagem na subida. 
O plano, elaborado em uma fração de segundo, foi por água abaixo quando senti a traseira escapando sem volta. Não sei bem o que houve - tive quase certeza de ter sido tocado, mas é possível que, no susto, tenha pisado demais nos freios ainda frios, tenha travado as rodas traseiras e virado sozinho. Tomei batidas de tudo quanto foi lado, agradeci por estar inteiro, endireitei o kart na pista e fiz a subida sem avistar ninguém a frente, não em razão de liderar, mas por estar em último, muito atrás do penúltimo. 
Enquanto o kart subia pela reta, eu calculava a distância para os demais e se valia a pena persegui-los ou parar no boxe para assistir o resto da corrida tomando um Gatorade. A frustração era imensa. Mais, perder a primeira disputa de freada acaba com a confiança.
Continuei, afinal, cada 20 minutos na pista custa uma pequena fortuna - e eles não dão desconto pelo abandono. No fim das contas, fiz uma prova muito boa, chegando em segundo e descontando boa parte da vantagem conquistada pelo meu companheiro de equipe após a rodada. 
Ótimo resultado final para nós! Uma dobradinha no território em que só correm caras com trinta quilos a menos que nós e que treinam semanalmente - luxo que nós não temos. Mas, ficou uma pontinha de decepção por não saber o que aconteceria sem a rodada. 

_ Você não me passaria de jeito nenhum, sentenciou meu amigo. 

O tom seco da afirmação foi tão surpreendente quanto a ultrapassagem naquela primeira volta. Ali, estava contida uma lição difícil de aprender: meu amigo - meu melhor amigo - faria tudo o que fosse preciso me vencer. Enquanto estou sentado aqui, escrevendo, julgo que estou em boa forma em termos de pilotagem. Mas, na pista, em determinada situação em que as coisas não estiverem saindo bem para mim, não vou me sentir desta mesma forma e, claro, não vou conseguir ir para frente - eis aí o aspecto mais difícil de qualquer competição. 
Pensei em inúmeras explicações para nossa diferença de abordagem, passando, como não poderia deixar de ser, pela origem nórdica dele, a minha origem latina. Mas o fato é que ter a cabeça no lugar determina se se vai perder ou vencer. É assim na pista, talvez seja assim na vida. A ideia, no fundo, é muito simples: manter a cabeça no lugar e não deixar o estresse nos desconectar de nossa sensibilidade. Endurecer, e endurecer na medida e na hora certas é um desafio para vida e para a pista.  
E se alguém tiver uma dose de autoconfiança para emprestar, encaminhe para a sede paulistana de nosso blog. 

sábado, 13 de julho de 2013

NADA É FÁCIL


"A busca pelo saber e o significado de nossa existência terrena não foi uma tarefa tranquila.
Lembro que no início caminhava na escuridão sem as ferramentas adequadas para absorver a sapiência cósmica. Então, paguei a conta de luz, tudo clareou. Comprei uns equipamentos e pude realizar alguns downloads providenciais."

sexta-feira, 12 de julho de 2013

CITANDO RICARDO


"Como diz Keith Richard é ótimo enxergar alguém. Qualquer alguém."

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O ERRADO PODE DAR CERTO


"Sempre digo que o errado pode dar certo. Tenho um amigo, médico psiquiatra, que prescreveu a um paciente com depressão uma grande viagem. Disse que ele merecia pelo menos uma alegria anual.
Tempos depois o paciente ligou dizendo que estava curado e muito feliz da vida.
Certo que, segundo meu amigo, ele confundiu alegria anual com alegria anal, mas, o que importa é a cura."

terça-feira, 9 de julho de 2013

MAIS UMA DE CÓLON


"Dizem que a escatologia é uma merda."

INTRODUZINDO XELOFANE


"Sempre digo que para ser um bom observador deste mundo não é necessário ter grandes pensamentos. Basta que sejam úteis. Por exemplo: Existo. Defeco. Limpo."

NOVO PERSONAGEM

Mariana, além de mãe do Henrique, é uma pessoa antenada em assuntos profundos como conspiração dos cinzas para tomar conta da terra. Para quem não sabe cinzas são os ETs do mal. Eu concordo com ela.
Herdou essa curiosidade do pai. Em seu aprendizado acaba por conhecer gente diferente e diz que o blog deveria ser mais desapegado do mundo da F1. Principalmente porque Butão não forneceu seu número de telefone.
Enfim, ela nos apresentou um personagem interessante. Um pensador, como gosta de ser apresentado. Não totalmente desapegado do mundo material. Mora no Tibet, um edifício de classe média altíssima (como diz) em São Paulo. Costuma viajar a maior parte do tempo ministrando palestras e conhecendo os bons restaurantes pelo mundo afora.
Bom, aos poucos vamos conhecendo melhor Xelofane de Cólon, nome herdado de um filósofo grego ou algo assim. Como ele mesmo diz "na verdade meu pai tava muito bebo quando foi me registrar".

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O CARRO LAMBÃO DA CORRIDA

Terminado o GP da Alemanha lá no circuito do Nurbur o que chamou a atenção foi um fato inédito em termos de F1. Penso que nunca um carro fugiu do guincho como a gente foge da injeção.
A Má Rússia do Júlio Branco soltou um gás legal e lá se foi o motor.
Depois de estacionar em lugar perigoso, Branco se mandou deixando o carro para os meninos do guincho.
E, o solitário carro tomou a atitude de procurar por conta própria um lugar mais seguro. 
Num primeiro momento foi preocupante uma vez que o dito resolveu atravessar a rua sem olhar.
Mas, depois a gente caiu na risada. O carro fujão anda acertou uma placa de publicidade.
Não sei quem apertou o botão que "solta" o carro deixando-o em ponto morto para ser empurrado livremente.
Funcionou da mesma maneira quando a gente solta um cachorro da corrente: ele sai correndo.
Leva, o carro, o leitão engordurado do dia.

sábado, 6 de julho de 2013

O FATOR ROSE

Minhas impressões sobre o treino de hoje para o GP da Alemanha no Ringue do Nurbur.
Não posso deixar de anotar a transmissão de Dona Globo e seus babacas. Rubim nem tanto.
Mas, só para terem uma ideia da parcialidade eles ficam o tempo todo procurando justificar a Ferrari.
Se anda bem, se não anda (mas, vai andar). Acabam esquecendo que são jornalistas. Hoje, em determinado momento, Reginaldo sem Leme exclamou algo como "uma boa notícia" o fato das Ferraris entrarem na pista com pneus novos.
Como assim? Boa para quem?
Nem valeria justificar pelo fato de massinha de modelar andar de Ferrari. As transmissões pecam por essa parcialidade.
Disseram que os carros vremeios optaram por guardar pneus para a corrida abdicando da luta pela pole. Só faltaram gritar que é coisa de gênio. Pode funcionar uma vez que a Ferrari anda bem na corrida. Mas, outras equipes fazem isso e não merecem destaque.
Enfim, hoje tivemos uma demonstração de como funcionam as coisas na F1.
Não conhecemos os bastidores de uma escuderia. Mas, o pontapé no saco de Roseberg desferido pela própria equipe doeu em todos que gostamos do esporte.
Sabemos que Hamiltão foi contratado para ser o protagonista na equipe prata de Dona Mercedes. Ele saiu da McLaren (na hora certa, aliás) para voltar a ser campeão. Sua contratação deve-se muito ao Mickey Lauda que é austríaco. No entanto algumas ponderações: Hamiltão é inglês. O ex-dono da equipe, e um cara que gosta de manobras escusas, também é inglês. Seu nome é Rose Bráu.
Todos os fatores para fazer com que Hamiltão possa (ou pudesse) desfilar seu talento nas pistas.
Mas, esqueceram de avisar Kico Roseberg,. O piloto alemão (ou algo assim) como Dona Mercedes, deveria ser coadjuvante. Entretanto, resolveu andar na frente de seu companheiro.
Depois do vexame na Malásia, quando impediu Roseberg, mais rápido, ultrapassar Hamiltão, Rose Bráu andava na muda pela repercussão negativa. Esperando o momento de dar uma pimba em Kico.
E, o momento chegou em grande estilo. Na Alemanha, terra da equipe e de Kico que chegou todo animado e embalado pela recente vitória em Silvastone. Tanto que muita gente o coloca como candidato ao título.
Roseberg tinha o segundo melhor tempo no Q2 e viu o mundo ultrapassá~lo. Ficou sentado dentro do carro nos últimos seis minutos de treinos quando todos os outros se esgoelavam para conseguir bons tempos. A equipe "pensou" que estava garantido. Tá bom. Tem dedo podre na decisão de mantê-lo nos boxes.
Noves fora esperamos (nós que gostamos deste esporte) que Kico Roseberg não se abale com essa paulada no saco e continue a andar do mesmo modo neste ano.
Em tempo: Hamiltão sai na pole e Kico em décimo primeiro.

"olha o tamanho da encrenca. Não basta ser bom. Tem que ter bons advogados"

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Cotidiano

Tratava-se de fazer café. Coisa simples, talvez a tarefa que mais execute ao longo da semana. São, pelo menos, três doses diárias. 
Posicionei o suporte com o coador sobre o recipiente enquanto a água era aquecida. O pó foi ali depositado na medida correta. Para aquecer a garrafa térmica e torná-la apta para receber a bebida, despejei nela um pouco de água quente. Iniciei o processo de passar a água pelo pó e a mistura, pelo filtro. O aroma tomou o ambiente, aumentando a vontade de tomar a bebida quente. Só depois de tudo pronto é que pude atentar que havia me esquecido de tirar a água quente da garrafa, o que diluiu o café, tornando-o intragável. Claro que, em certas culturas primitivas, toma-se café diluído, quase sem gosto. No entanto, aquilo é menos uma bebida que água suja.
Nova tentativa, nova água aquecida, tudo posicionado, vamos nós de novo. Mais uma vez, passei a despejar a água sobre o pó quando, a certa altura, julguei já ter o suficiente para uma quantidade adequada. Aguardei com ansiedade até que toda a água passasse pelo filtro e retirei o suporte para tampar a garrafa. Fiquei surpreso, entretanto, ao ver que quase não havia café no fundo do recipiente: apenas um fundinho de três ou quatro dedos, o que dá para um caneca, nada mais. Isso causou grande estranheza, já que quase toda a água aquecida foi para o coador. A previsão era que, ao final, pelo menos um litro de café tivesse sido produzido.
Sem entender para onde foi aquela água, julguei estar cansado e que a falta de tempo de sono faz essas coisas com a cabeça da gente. Entendi, por outro lado, o quanto é difícil estar ao meu lado. 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Pirelli, quem te viu, quem te vê

Quem viu os pneus Pirelli literalmente esfarelarem no último domingo em Silverstone talvez não imagine que a marca italiana já foi famosa por sua durabilidade. Durabilidade, aliás, que, indiretamente, pode ter decidido o campeonato de 1986.
México, Circuito Hermanos Rodriguez, dia 12 de outubro de 1986, penúltima corrida da temporada, em um tempo em que os pilotos de F-1 alinhavam para "apenas" 16 grandes prêmios por ano. Nigel Mansell chegava ali como favorito ao título, podendo levar o caneco antecipadamente naquele domingo. Os outros candidatos, como se sabe, eram Prost, Senna e Piquet.
Mansell sentiu a pressão, amarelou na largada e, como resultado, não conseguiu fechar o campeonato. Tudo ficaria para o GP da Austrália duas semanas depois.
Ocorre que, no México, todos ficaram surpresos com o excelente ritmo de corrida da Benetton, calçada com pneus Pirelli, que completou a corrida sem trocar a borracha nenhuma vez. As Williams com pneus Goodyear de Piquet e Mansell, por sua vez, pararam três vezes cada uma; Senna, de Lotus e Goodyear fez o mesmo. Em suma, todos fizeram pelo menos uma parada, exceto a Benetton de Berger, que não parou e venceu a corrida. Eis aqui o compacto da corrida:



A ideia da Goodyear para o GP da Austrália era dar o troco na Pirelli e mostrar que seus compostos também suportavam a um GP inteiro. A tentativa, no entanto, mostrou-se desastrosa. Prost parou cedo para troca devido a um pneu furado; Piquet teve problemas de superaquecimento nos pneus, o que provocou bolhas que o levaram a uma rodada; voltas mais tarde, Prost, com pneus novos, ultrapassava Mansell e, logo em seguida, o inglês vê seu pneu traseiro esquerdo estourar, provocando seu abandono da disputa pela corrida e pelo título. Era o fim para Mansell, que assistiu o azarão Alain Prost comemorar seu segundo título mundial. A cena é famosa:


Hoje, não existe mais a guerra entre os fabricantes de pneus e, mesmo assim, a Pirelli não consegue fazer um pneu que dure até o próximo pit-stop. Claro que isso não é culpa apenas do fabricante. A damn Fom tem interesse em manter esta borracha esfarelenta sob o pretexto de que torna as corridas mais emocionantes. Pessoalmente, eu gostava quando o piloto podia colocar pneu mole de um lado, duro do outro e ver se aguentava até o fim. Ficamos, hoje em dia, com esta emoção pré-fabricada e artificial, que tem tanta graça quanto uma torta de camarão congelada.  

segunda-feira, 1 de julho de 2013

ESTAVA ESCRITO

Terminado o GP de Silvastone nas Englands corrido e ocorrido neste último fim de semana ficou uma sensação de frustração.
Vamos às impressões.
Pneus que são uma porcaria não é novidade.
Se a pista não comportasse zonas de escape adequadas alguém iria rachar a cabeça.
A bagunça provocada pelos pneus e a entrada de carro madrinha a meu ver desnecessária (por duas vezes) foi decisiva na classificação final.
Nem tanto por Kiko Roseberg que estava na moita pronto para o bote.
Mas, Markão Uéber e sua péssima largada talvez não chegasse em segundo.
Prima dona creio que iria chegar bem uma vez que a Ferrari tem carro para corridas e não treinos. Largou em nono, por conta da sacanagem que restou ao Paulo, e fez uma boa prova de recuperação.
Massinha de modelar iria para a glória mas, foi uma das vítimas dos pneus. Graças ao carro madrinha, que juntou alhos e bugalhos por duas vezes, acabou em sexto. Que ficou de bom tamanho
Hamiltão foi o maior prejudicado porque o pneu de seu carro o deixou na mão no início da corrida, quando liderava, e longe dos boxes. Torci muito para que ele ultrapassasse prima dona no final da corrida mas, ele só ameaçou.
De resto, a equipe Lotus, essa não aquela, resolveu (sabe-se lá porque) não trocar pneus do carro de Vodkanen na última entrada do carro madrinha. Resultado: o finlandês acabou em quinto e procurando uma caneta para assinar com a Red Bull.
Quem viver verá.

o personagem da corrida