segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

LOTUS VOADORA - 1


TUDO POR UMA BELA FOTO


LOTUS VOADORA


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

PEDRA NO LAGO

Muitas vezes me pergunto o que um artista deve incutir em nós pobres mortais?
O que faz, no meu caso, parar, ver, ouvir, sentir a obra?
E gostar?
Fui apresentado a David Bowie no início dos anos 70 pelo meu irmão.
Ele, por sinal, foi responsável em apresentar diversos artistas que desconhecia. Cinco anos mais novo sempre gostou de música e cinema. Hoje, estamos afastados. Acontece nas melhores famílias. Imaginem na minha.
Enfim, quando vi o bolachão de Pinups estranhei muito um sujeito com olhos arregalados e pupilas diferentes uma da outra.Sem falar no visual. E, o que fazia a modelo Twig deitada no ombro dele?
Não dei importância ao disco mas, também de 1973 meu irmão comprou Aladin Sane. Novamente uma capa estranha. Ouvia meu irmão tocar e percebi que o cara era diferente. Uma voz com trejeitos femininos e marcante. Daí, ouvi sua versão para "Let's Spend the Night Together", dos Rolling Stones. Foi a pedra no lago. A perturbação que todo artista deve provocar em seu público. O querer mais. 
Comecei a ouvir tudo o que me caía nas mãos de David. Lembrem-se que, naquele tempo, só as bolachas caras. Fitas cassete também custavam o olho da cara (um deles, não os dois).
Em seguida "Diamond Dogs" um disco meio desconcertante. E, por aí vai.
Ele entrou para minha galeria de artistas com passe livre. 
Coincidência, ou não, o toque de meulular é uma versão de "Prettiest Star" música inspirada em Angela, sua primeira mulher. 
Não a versão original, do disco "Aladin Sane", e sim esta:








Outro dia (anos atrás) baixei uma versão dele para "Growin Up" de Bruce Springteen. Sua voz, irreconhecível foi marcante para ela ficasse durante muito tempo em primeiro lugar na minha parada de sucessos.



Li outro dia que ele morreu.  Minha irmã chorou, Mariana chorou. Mas, um cara desses não morre. Volta para o planete de onde veio.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

PAGANDO SAPO

Notem que a risada do rapaz (ao fundo do histerismo mulheril) é de alguém meio "lesado".

CADA UM COM SEU FARDO


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

OH DÓ!!


VIVENDO "PEREGOSAMENTE" - O RETORNO DA MISSÃO

Mais sobre os tempos setentões.
Tinha um gosto estranho para roupas. Dona Alzira (Ziri Yonara para os íntimos tamanha sua predileção por horóscopo) não explicava para o filho que, por ex., camisa preta com tecido brilhante não era para ser usada durante o dia. Eu adorava uma essas. De manga comprida ainda por cima.
Bom, quando vim para Rib's no início de 1976 era comum a realização de  assembleia estudantil. Depois de tanto tempo entendo que o movimento aqui no campus era uma verdadeira salada. Havia uma coisa em comum. Todos queríamos a volta da democracia e votar nosso destino de nação. Santa ironia, nénão? Votamos e o país está nesse lodaçal onde bandidos fazem acordos com bandidos para se manter no cargo e que se foda o resto.
Voltando, tínhamos uma série de organizações como a Libelu (liberdade e luta), ALN (Aliança Libertadora Nacional) e várias outras. A maioria não se identificava como integrante dos grupos por motivos óbvios. Mas, as faixas apareciam nos muros e no restaurante. Logo sumiam. 
A maioria das assembleias ocorria no ginásio de esportes na foto abaixo.


O prédio lateral é o restaurante, que também tem história.
Em 1976 participava, como calouro, das assembleias extasiado pela descoberta de pessoas falando abertamente sobre os malefícios da ditadura militar. Lógico, que os grupos antagonizavam entre si. Muitas vezes a reunião nem acabava porque tínhamos que voltar para as aulas e as discussões se tornavam infindas. 
Também era comum a imprensa participar. Gozado, né? Com a censura tesourando tudo jornalistas apreciam junto com fotógrafos dos jornais. Ou não.
Nesse meio normalmente compareciam os dedo duros e fotógrafos da ditadura. 
Quando pediam fotos a gente ficava de costas para a mesa onde estavam os dirigentes da reunião e o autor só tirava foto do pessoal de costas. Vez ou outra algum espertinho tirava fotos de frente (da mesa principalmente) e, descoberto, saía correndo perseguido pela turba enfurecida. Uma vez também corri. O cara entrou num fusca que o esperava e ficou tripudiando da gente. 
Bom, algumas matérias saíam nos jornais de Rib's porque tratavam de possível greve estudantil. E fotos da gente de costas.
Neste ponto entra dona Alzira e sua complacência com o filho sem noção de ridículo. Num belo dia um colega meu veio dizer que eu saí na foto sobre a assembleia. Como assim?
Eu tinha uma camisa estampada branca com faixas raiadas. Parecia o homem elétrico. Pois é. Só dava a tal camisa na foto. Mesmo em preto e branco impossível não identificar o Kojac (meu apelido logo após o trote).
Desnecessário dizer que a camisa foi para o lixo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

APROVEITANDO A ONDA


FURO

Trailer de Star Wars


VIVENDO "PEREGOSAMENTE" - O RETORNO

A andança no centro de Rib's fez aflorar lembranças dos tempos de passeata contra a ditadura militar e o salve-se quem puder quando a repra chegava o cacete. Ou seja, sempre.
Um amigo da época não conseguiu correr o suficiente e além de umas bordoadas foi preso.
Aqui em Rib's houve um tempo em que o pau comeu feio. Até o final de 1978 muita gente sumiu, foi torturada e os scambáu.
O ano era 1976. Pegaram meu amigo e o enfiaram num fusca com mais dois "sorteados".
Dois policiais civis (sim, civis) na frente praguejando porque eram de cidades vizinhas e perdiam tempo com os caras da "medicina". Naquele tempo quando a gente dizia para o cidadão comum que estudava na USP todos diziam "ah, na Medicina", porque o curso foi pioneiro no campus, por sinal, doado por um barão do café.
Voltando, meu amigo no banco de trás com duas garotas. Para fazer graça perguntou se não deveriam ligar a sirene. Tipo pacote completo. Para sorte dele os policiais civis não estavam muito interessados em apagar alguém ou algo assim. Foi levado para uma delegacia comum, fichado e solto.
Bom, passado um tempo esse amigo chegou na república com um fusca branco. Era noite e ele propôs irmos em busca do bar perdido. Topei, entrei no carro e lá fomos nós rumo ao centro da cidade. Nota: meu amigo não tinha carta de motorista. Detalhe insignificante na visão dele.
Começamos a rodar o centro e eu falando sobre os bares que pareciam legais e ele nada de parar. Sou paranóico e logo notei que havia um opalão seguindo a gente. Comentei com ele que olhava no espelho e deu uma risadinha sem graça. 
Foi quando tive um estalo. De quem é este fusca?
Meu amigo explicou: era de um dos líderes do movimento estudantil. Havia uma reunião marcada dos cabeças das manifestações e a repra sabia do encontro e queria pegar todo mundo com uma rede só.
Então, chamaram o porra loca e propuseram a ele a voltinha gratuita. Eles, meu amigo e o líder, tinham o mesmo físico. Cabelo enrolado e baixinhos. Perguntei para ele o que eu tinha com isso?
Ora, para os caras não desconfiarem que o motorista não era o alvo nada como pegar alguém e seguir para a reunião. Ou seja, o cara queimou nossa república e euzinho. Queimou porque se estávamos sendo seguidos eles iriam pesquisar quem era o barbudo e cabeludo que foi apanhado naquela casa.
Gelei. Tá certo que todo mundo tinha motivos para andar gelado naqueles tempos mas, o negócio poderia ficar sério. Ou não.
Aliás, não ficou. Continuamos a gastar gasolina por um certo tempo. O opalão desistiu de seguir a gente. Não sei porque.
Sei que nada aconteceu em relação a este episódio e me senti participante de um grande evento.



domingo, 3 de janeiro de 2016

OS COLE

Nos meus tempos de Curitiba o rádio em AM dominava ambiente em casa. Ligado o tempo todo em estações que tocavam músicas das mais variadas dos mais variados ritmos.
Portanto, ouvia desde Elvis Presley até Nat King Cole e sua voz de veludo (nova esta expressão).
Anos depois, quando o rock me dominou deixei de ouvir esses boleros (sim, até os Beatles gravaram algo parecido com bolero: And I Love Her). Afinal, o que meus amigos iriam dizer?
Mas claro, os brutos também são românticos. De vez em quando ouço Nat e sua voz de veludo.
Como na música abaixo, um sucesso pra lá de Bagdá (quando Bagdá era um charme).
O pai morreu cedo demais, em 1965 com 45 anos de idade



Nunca dei muita atenção aos filhos de artistas por inferir que estão nadando na esteira dos pais não herdando o dom mas aproveitando o fato de serem filhos "do home".
Portanto, até este dia, em 1990, não dei muita atenção à filha do home Natalie Cole.
Mas, esta interpretação de Ticket to Ride no show (inesquecível, por sinal) em homenagem à John Lennon em Nova York é coisa de gente grande. Ela lutou conta as drogas e morreu recentemente em decorrência de várias complicações de saúde.