terça-feira, 27 de dezembro de 2011

No one knows quite how he does it...

Sempre fico encantado com este vídeo de Ayrton Senna sentando a bota em Spa-Francorchamps, 1991. Acompanhar a volta sem nenhuma narração é muito interessante, pois dá para perceber, pelo barulho do motor, os momentos em que o piloto começa a acelerar ou desacelerar e, com isso, ter uma ideia das técnicas utilizadas para frenagem e retomada de velocidade.
A volta é incrível porque, mesmo com a poeira levantada por alguém e tendo que ultrapassar a Tyrrel de Stefano Modena (era mesmo Modena? Ou Nakajima? Se não era, alguém me corrija) na Bus Stop, Senna põe mais de um segundo no que, até então, era o melhor tempo - não tenho certeza, mas devia ser o tempo de sexta-feira. Reparem que a diferença em relação ao tempo de referência só cresceu mesmo no último setor do circuito, justamente onde Senna teve que fazer a ultrapassagem sobre o retardatário, o que pode revelar que a McLaren do brasileiro carregava menos pressão aerodinâmica que os demais. Este dado, no entanto, torna ainda mais impressionante sua velocidade no setor intermediário.
Senna não conseguiu melhorar a marca de 1:47:811 - ninguém mais conseguiu. Quem mais se aproximou foi um pilotinho francês chamado Alain Prost, que cravou 1:48:821, ficando a 00:01:010 do tempo de Senna. Ou seja, a pole position foi conquistada por Ayrton com mais de um segundo de vantagem sobre todos os demais. Seu companheiro de equipe, Gerhard Berger, ficou a 00:01:674, número que também é conhecido como "uma eternidade".



É difícil entender como ele conseguia ser tão mais rápido. No vídeo abaixo, Jonathan Palmer, que foi piloto de testes da McLaren, tenta explicar. Eu fiquei com preguiça de fazer as legendas desta vez, mas basta saber que a linha azul é a de Palmer, que freia mais e por mais tempo, e a linha vermelha, a de Senna, que além de frear menos e por menos tempo, acelera antes e mais forte. O resultado é que, em apenas uma curva, Senna colocava dois décimos de segundo sobre Palmer, utilizando, em tese, o mesmo equipamento. Dois décimos em apenas uma curva, repito.



Como diria Jorjão, "No one knows quite how he does but it's true they say/He's the master of going faster".

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