segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Dias estranhos



Ontem, mais uma vez em uma data emblemática, caímos, por acaso, em um tributo ao John Lennon. Da outra vez, não sabíamos que a data seria marcante; domingo, não sabíamos do tributo. E ficamos lá, sozinhos, ouvindo tudo de novo. Sem o guarda-chuva. Felizmente, não estava chovendo.
Os pontos finais vêm chegando e sendo apostos no meio de frases interrompidas. O que estava para começar, subitamente, terminou, e a sensação é de que o chão se abriu e caímos numa vala enorme que não tem fim. Antes que me acusem, não é um exagero. Estava tudo ali e estávamos entendendo tudinho sobre o inexplicável, até que não entendemos mais nada.
Agora, é questão de enterrar tudo lá no fundo, e aí, na quarta-feira, o dr. Marcos vai desenterrar, e na quinta enterramos de novo, e na outra quarta o dr. desenterra, e assim vai até que tudo vire sombra e as presenças de hoje se tornem os fantasmas de amanhã, as faltas que, hoje, tanto sentimos, sejam as ausências confortáveis do futuro, e o que dói hoje seja uma lembrança ruim - e nada mais - em muito breve. Amém.


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