sexta-feira, 9 de março de 2018

ATÉ QUE DELFIM!!

Um tempo atrás o brasil-sil-sil acordava esperando ver o japonês da Federal levando alguém para o xilindró. Conhecendo esta tenebrosa terra sempre imaginei que o japonês deveria ir em cana junto com o "prendido". E, é verdade. Meninos não escapa ninguém. Nem o japonês.

Sei também, está cada vez mais claro, que o interesse destas ações todas não é punir quem deve ser punido. Escolhem a dedo os que vão para a prisão. Os amigos do gilmar (principalmente) são imunes. Tudo vai prescrever. Tudo acaba em pó. Ou, no pó, se é que me entendem.

Mas, o post não é sobre o ilusionismo de justiça sendo feita.

Cresci ouvindo a mídia profetizar que havia um gênio a comandar a economia deste país. Tá certo. Ditadura militar e (como hoje) a mídia mansa e obediente repetindo o que os chefes queriam.
Eu herdei o ceticismo de "seu" Homero. Buscava aqui e ali certas informações que escapavam, talvez por descuido. Uma delas dizia respeito à dívida externa. Mas, não é um problema, diziam.
O gênio é um gordo pedante de falas muitas vezes incompreensíveis para nós mortais. Um tal de Delfim Neto. 
Perpetrou o milagre brasileiro por volta de 1970 e que teve a copa do México como a grande coroa colocada na cabeça do gigante verde amarelo.  

Mas, as coisas não eram tão verde/amarelas assim. Havia a inflação crescente e a tal dívida externa que já era impagável. O Fundo Monetário Internacional (FMI) passou a ser o grande vilão. Como se tivessem culpa do descalabro administrativo que reinava, e reina, neste país.

Quando entrei para a Química, de volta para minha abrasiva terra natal, Delfim estava curtindo um exílio dourado em Paris. Havia sido nomeado embaixador. A mídia tinha uma certa liberdade em atacá-lo. Soubemos então que o apelido dele na França era 10%. Negociava acordos financeiros mediante o famoso dez por cento. Apesar de tudo voltou a reinar e como ministro do planejamento ajudou a afundar ainda mais o paquiderme verde/amarelo no lodaçal de dívidas públicas, externas, dinheiro pelo ralo (corrupção? Jamais!) e etc. Quando as finanças apertavam ele simplesmente aumentava os impostos. Gênio. Lembro que aumentou imposto sobre os chamados supérfluos, como whisky, cigarros, carros de determinada cilindrada e por aí vai. Véio Mero berrava que assim era fácil ser ministro. Com toda razão. Quando a locomotiva veio em desabalada carreira lá no fim do túnel houve a famosa desvalorização do cruzeiro em  1980. O dólar passou a valer por volta de 50%  mais que o então cruzeiro. Uma manobra milagreira. Da noite para o dia quem havia comprado dólar estava rindo balançando a pança.
Nunca houve uma investigação séria sobre quais "amigos" receberam a informação privilegiada sobre a desvalorização. Mas, sabemos que muita gente ganhou dinheiro. 

Delfim, pulando alguns capítulos, ao sair da esfera governamental, foi contratado pelo grupo Folha que, dizem as más línguas, recebeu a informação da desvalorização do cruzeiro. Mera coincidência. Lembro que escrevia (!) para o jornal metendo o pau no gordo. Cartas mesmo. Na máquina de escrever (que deve estar com o chefe do blog) envelopada e levada ao Correio. O tamanho de minha indignação em ser obrigado a ler o falso gênio dar aulas de economia no jornal que assinava.

Para encerrar. Delfim sempre foi "investigado" e nunca condenado. 

Hoje, estou lendo que a Lava PT faz busca e apreensão nas coisitas dele. Acusação velha sobre a usina de Belo Monte.

Lógico que nada vai acontecer com o dito. Ele nunca foi do PT ou "comunista". 

Mas, dá uma certa satisfação em ver que as gerações futuras não vão ler a biografia do "gênio" com olhos verdes/amarelos. 






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