terça-feira, 6 de março de 2012

INFERNAL INTERNET

Sempre me refiro à internet como infernal.
Mas, lógico que não penso em algo como os nove círculos do inferno de Dante.
No máximo uma argolinha.
Acredito que o excesso de facilidade em termos de pesquisa leitura de informação acabe por tirar a concentração das pessoas que não conseguem ler um livro, impresso ou algo que o valha, mais do que uma hora sem desviar a atenção. Li na Superinteressante que um jornalista, Nicholas Carr, escreveu um livro sobre este assunto.
No entanto, um link postado num comentário por um de nossos leitores que cabem numa Kombi remeteu minha atenção ao site Youtube e enquanto ouvia a música comecei a pensar sobre as mudanças na vida das pessoas provocadas por estas ondas de tecnologia.
Como exemplo: sempre fui fissurado por imagens aéreas. Fotos da terra vindas do espaço, tiradas ou não por E.T.s, fascinam na medida em que mostram a terra como uma caquinha em relação ao cosmos.
Minha ansiedade foi aplacada em grande parte pela chegada no Google Earth.
Aqui em casa todo mundo anda de saco cheio com minha mania de ficar repetindo “Google Earth” toda vez que aparece uma imagem aérea. É meu lado véio Mero.
Passeando pelas imagens e Street View posso viajar sem sair de casa.
Outro dia fui até Helsinki láááá na Finlândia e sentei num banquinho em frente ao porto.
Repentinamente surgiu esse sujeito pilotando algo que parece ser um kart pintado com as cores da Ferrari. Não deu tempo para perguntar “que porra é essa?”.


Em segundos fui até os apertados subúrbios de Tókio lááá no Japão e, erguendo os olhos, pensei que poderia estar num subúrbio qualquer aqui no Brasil. O poste parece ter ‘centos gatos. Lógico que no Japão gato em poste de energia elétrica é raro (se é que existem) uma vez que os japoneses são civilizados.

Agora o lado humano.
o excesso de tecnologia pode atrapalhar. A facilidade em comunicação e o fato de, supostamente, estarmos sempre acessíveis pelo celular ou algo assim nos remete a uma alienação em relação ao aqui e agora.
É preciso cuidar ou nos transformaremos em zumbis antenados no mundo e avoados com o que se passa ao lado.
Muito comum vermos motoristas ao fone móvel, pessoas no restaurante de olho não nos olhos da companhia, mas na tela do celular, que hoje faz um monte de coisas, até ligação telefônica.
Outro dia estávamos num restaurante e o casal da mesa ao lado começou a discutir porque ele atendeu o celular e ainda por cima levantou da mesa. Quando voltou, meia hora depois, o barraco estava armado. Barraco fino porque o restô era desses de chorar ao pagar a conta. Mas, barraco.
Bom, chegando ao ponto que me levou a batucar esse teclado.
A tecnologia internetical (inventei a palavra? Pelo menos o word ficou vermelho) permite que haja interação entre pessoas que ou não se conhecem ou que quase não se vêem.
Então, publicamos um post e alguém comenta. Inserimos um comentário num site qualquer. Acabamos por acompanhar alguns blogs ou sites de notícias porque descobrimos afinidades com o sítio.
Essa atividade acaba por criar afinidades entre pessoas que, como já disse, podem nem se encontrar. Mas, tem algo em comum que faz com que interajam e se comuniquem fazendo comentários ou enviando um link. Uma dessas pessoas até me chama de doutor!!!
Tudo porque assim é o ser humano. Partilhar nossas reminiscências e coisas afins faz parte de nossa essência.

Um comentário:

  1. Chamo de doutor porque o senhor e stricto sensu. Sempre na mosca. Alias, falava sobre esse assunto mesmo semana passada no meu blog de auto-ajuda. Acho preocupante esse treco de pessoas passarem a flor da idade sentadas diante de um monitor.

    ResponderExcluir