sábado, 1 de agosto de 2009

Roubo


Como já amplamente anunciado, Michael Schumacher estará de volta à Fórmula-1, substituindo o atual vice-campeão Felipe Massa, acidentado na Hungria.
Em primeiro lugar, é uma boa notícia. Não seria tão interessante para o público realizar uma substituição burocrática, apenas para preencher buracos. Felipe foi a estrela da fábrica italiana no ano passado, é um piloto extremamente combativo e que vem andando bem este ano, dentro das limitações do carro. Sua substituição teria que ser por um piloto consagrado ou um novato muito promissor.
O retorno de Schumacher veio bem a calhar. Surgem várias perguntas a serem respondidas: Como ele se sairá? Como o Kimi se sairá diante dele? Vencerá alguma corrida? A Ferrari melhorará com sua presença?
Essa excitação toda em volta do retorno do grande alemão é boa para os negócios - e põe a Ferrari na mídia em um ano de atuações apagadas, se comparadas ao período de enorme sucesso protagonizado pelo próprio Schumacher.
A Ferrari já havia progredido bastante. Vimos Raikkönen chegar em segundo na Hungria, Felipe em terceiro na Inglaterra e é provável que o brasileiro pudesse brigar por um lugar no pódio no GP magiar. Então, é provável que Schumacher ande bem e belisque os primeiros postos, podendo até brigar por vitória.
Agora, vejamos o seguinte. Os testes intra-temporada estão proibidos neste ano, por conta da política de diminuição de custos empreendia pela FIA para a Fórmula-1. Eu me pergunto: se por acaso a mola não tivesse atingido a cabeça de Massa, mas a de Nick Heidfeld, da BMW, e o time viesse a trazer Jacques Villeneuve de volta para substituí-lo, será que o canadense poderia testar o carro antes de fazer sua reestréia?
Apenas lembro que o jovem Jaime Alguersuari, que fez seu primeiro GP justamente na Hungria, aos 19 anos de idade, sem nunca ter testado um Fórmula-1 na vida, não pôde.
Será que o heptacampeão de quarenta anos necessita de mais treinamento e oferece mais riscos aos demais pilotos do que o jovem de 19 anos? Não me parece ser o caso.
É claro que é prudente que se faça testes com quem está voltando, assim como seria prudente que se fizesse com o estreante. Contudo, o teste está proibido, é contra o regulamento.
A FOTA permitiu o treino de Schumacher, o que demonstra quem é que manda entre os construtores. A justificativa dada pelo vice-presidente da Fota, John Howett não me parece muito convincente. Howett diz que a permissão foi uma atitude esportivamente aceitável em vista do que houve com Felipe.
De um modo ou de outro, Schumacher será o piloto mais velho, o piloto com mais vitórias, com mais títulos, com mais poles-positions, com mais pontos e todo o mais no grid em Valência; por tudo isso, ele já entrou, merecidamente, na história; não posso deixar de observar, contudo, que é, também, o piloto com o maior lobby da história.
Eis, abaixo, vídeo divulgado com algumas imagens do teste em Mugello. Vale a pena ver. O carro é de 2007 e foi emprestado por um milionário que adquiriu o bólido. O modelo não contém, aparentemente qualquer adaptação às regras atuais da Fórmula-1 e dá até para ouvir o controle de tração funcionando no vídeo.

Um comentário:

  1. The trouble is money.
    Dick Vigarista is money´. F1 needs money para live.
    The outro is the outro. Quem sabe means gold in the futuro. Por enquanto é shit.

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