sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A carniça e os urubus

A Fórmula-1 é um ambiente podre: bastou um desempenho ruim - tudo bem, péssimo - de Luca Badoer para que pilotos em atividade, em mais ou menos atividade ou parados passassem a criticar o italiano, cobiçando seu lugar no carro vermelho.
Badoer foi muito mal, muito pior do que eu esperava. Confesso que torcia para que ele fizesse seus pontos na Fórmula-1. O italiano detém um recorde negativo: é o piloto que mais vezes largou sem marcar um ponto, tendo andado sempre com carros lentos - Lola e Minardi.
A ocasião em que esteve mais próximo de pontuar foi naquele famoso GP da Europa, em Nurbürgring, em 1999. Badoer trazia sua Minardi, bravamente, na quarta posição, quando o motor falhou e ele foi forçado a abandonar faltando poucas voltas para o fim.
Aliás, aquela foi uma de suas últimas corridas na Fórmula-1 antes de substituir Felipe Massa. Honestamente, não há muito o que dizer sobre Badoer: não competia há dez anos e é um piloto de testes em uma época em que testes estão proibidos; é certo, contudo, que a Ferrari talvez devesse ter pensado melhor a substituição de Massa, já que teve muito tempo para isso entre os GPs da Hungria e Valência. Pelo visto, eles só foram atrás de Schumacher e, como não deu certo, coloram o Badoer lá.
Uma coisa é trazer de volta o heptacampeão que não corre há três anos; outra coisa é um piloto que não compete há dez anos - dez anos! - e que não tem um ponto sequer no currículo. Um alvo ideal para os urubus.


(Badoer lamenta os pontos perdidos em Nurbürgring, 1999)

2 comentários:

  1. Pois é.
    E o lado de lá?
    Será que Badoer não pensou que seria um desastre?
    Não seria melhor fingir uma dor qualquer?
    Sem treinar com um carro totalmente diferente do que ele testava não era para dar certo mesmo.
    Um pouco de autocrítica não faz mal a ninguém.

    ResponderExcluir
  2. Justíssimo. Mas, se fosse eu, não deixaria de andar de Ferrari nem a pau, mesmo com autocrítica... hehe

    ResponderExcluir