quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Boas Novas!

A FIA divulgou nesta quarta-feira as regras para o campeonato de Fórmula-1 do ano que vem.
As alterações não são radicais, mas terão grande relevância. Vamos às duas principais:

1) Não haverá mais reabastecimento ao longo da corrida. O piloto deverá largar com o combustível suficiente para chegar; como nos velhos tempos;
2) Os treinos de qualificação ainda serão divididos em três partes. Contudo, a última delas, o Q3, não exigirá que se faça a volta rápida com o combustível da corrida. Então, é tanque vazio e pé na tábua.

O sistema de pontuação foi mantido, assim como a possibilidade de se usar o KERS e a proibição dos testes intra-temporada.
Muito positivas as alteraçõs com relação ao reabastecimento e ao Q3. Qualificação serve, justamente, para que o piloto mais rápido se sobressaia, não para que o carro mais leve largue na frente. É muito mais bonito ver os caras descendo o chinelo com o carro nas melhores condições para tanto. Acho, ainda, que a regra de não se poder mexer no carro do sábado para o domingo deveria ser revista. Assim, poderia haver mais surpresas na corrida, caso a equipe consiga achar alguma coisa trabalhando no carro.
A proibição do reabastecimento pode tornar as corridas ainda mais interessantes. A estratégia vai ter que ser melhor pensada; quer dizer, o piloto terá que pensar melhor a sua estratégia, sua abordagem de corrida, acerto do carro etc. Isso porque saber lidar com a diferença entre o comportamento do carro pesado no começo da corrida e do carro leve no fim exige habilidade. Pode-se ter um carro muito bom mais pesado e não tão bom leve, ou vice-e-versa. Isso pode ocasionar aquelas perseguições do meio para o fim da corrida que me parecem bem interessantes. Sem o reabastecimento, o controle de desgaste dos pneus passa a ser mais refinado, já que é preciso tomar cuidado para não acabar com eles ainda com o tanque cheio.
Aliás, justamente o desgaste de pneus pode ser um ponto interessante: sem precisar abastecer, podemos ter aquelas tentativas malucas de terminar uma prova sem pit-stop, o que pode levar a resultados surpreendentes. Veja-se, por exemplo, o GP do México de 1986, vencido por Gerhard Berger, utilizando uma combinação de pneus duros e macios no carro e fazendo-os durar até o fim da prova - interessante a Benetton de Berger utilizava pneus Pirelli; também em Paul Ricard, 1990, Ivan Capelli e Maurício Gugelmin tentaram levar seus Leyton House até o fim sem troca de pneus; Gugelmin abandonou com problemas de motor quando estava em terceiro, enquanto Capelli só não venceu porque teve problemas com motor há 3 voltas do fim, sendo superado por Alain Prost, com a Ferrari. O italiano, mesmo assim, terminou em segundo.
As perspectivas para a temporada 2010 não poderiam ser melhores: com 26 carros no grid e esse novo regulamento, a Fórmula-1 vai voltando a ter cara de Fórmula-1.

Ah, 26 carros no grid, sim, porque a BMW-Sauber, visando repassar o espólio a um comprador, confirmou a inscrição para a próxima temporada.

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