segunda-feira, 29 de março de 2010

GP2

Já comentamos, aqui, sobre os carros de GP2 que estão povoando o grid da F-1 neste ano.
Karun Chandock, companheiro de Senna na equipe Hispania, completou a corrida 4 voltas atrás dos líderes, o que significa que terminou muito, muito atrás.
Contudo, isso não é o fim do mundo. Carros que chegavam a 4, 5 voltas atrás do líder sempre houve. Ocorre que, nos últimos anos, as coisas foram bem diferentes. Principalmente no ano passado, quase não se via pilotos tomando volta dos líderes. Os grids de largada eram formados com quase todos os pilotos andando no mesmo segundo. Um equilíbrio assim é que era, realmente, inédito na F-1.
Este ano, como as coisas, digamos, "voltaram ao normal", estamos todos estranhando.
Dias desses, estava assistindo ao GP da Inglaterra de 1985. O líder era Senna, de Lotus, e antes da metade da corrida, Stephan Bellof, de Tyrrel, já estava 4 voltas atrás do líder.
No fim das contas, quando Senna abandonou sem combustível, faltando apenas 5 voltas para a bandeirada, somente ele e Alain Prost estavam na mesma volta. No fim, Prost foi o único a completar as 65 voltas previstas, já que o segundo colocado, Michele Alboreto, completou a prova uma volta atrás.
Senna, apesar do abandono, estava tão na frente que quase pontuou...
Quer dizer, carros mais lentos, retardatários, sempre existiram e sempre existirão - e a F-1 não vai acabar por isso. Os dois últimos anos, especialmente o último ano, é que foram exceções.
De todo modo, ser mais lento é uma coisa; prejudicar a segurança de todos na pista é que é complicado. Na primeira volta do GP da Austrália, houve um acidente forte envolvendo Nico Hulkenberg, Sebastian Buemi e Kamui Kobayashi. Minha primeira impressão foi "esse japonês é louco". Mas, na repetição, ficou claro que caiu a asa dianteira de seu carro, e o piloto nada pôde fazer para evitar o acidente, como ele próprio confirmou, após a corrida.
Esse tipo de acidente não é brincadeira. Foi algo assim que matou Roland Ratzenberger, em 1994. E o que é pior, a Sauber não é, nem de longe, uma equipe "nova".
Assim, o que preocupa não é ter que ultrapassar meia dúzia de retardatários por corrida, algo que sempre existiu, mas ter carros desmanchando no grid. Isso, sim, é que deve preocupar.

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