segunda-feira, 29 de março de 2010

Valeu 2


Pódium do GP da Austrália de 2010 - a ausência sentida é, novamente, Sebastian Vettel (Fonte da foto: crash.net)

Foi, realmente, um grande corrida a que ocorreu no último final de semana. E não foi só por causa da chuva.
Claro que as gostas que caíram pouco antes da largada ajudaram a mexer no grid e fazer com que carros mais rápidos (Alonso, Hamilton, Webber e Schumacher) tivessem que avançar pelo pelotão, proporcionando uma quantidade absurda de ultrapassagens.
Mas a emoção da corrida se deu mais por conta das estratégias de pneus. Como já disse meu dileto progenitor, "quem pode
mais, pára menos". E, no domingo, puderam mais os quatro primeiros: Button, Kubica, Massa e Alonso.
Claro que o Hamilton deu espetáculo e foi atropelado pelo Webber duas vezes. Mas, com pneus mais novos, andando 2s ou 2,5s mais rápido que os carros da frente, ele não conseguiu ultrapassar o Alonso e partir para frente. Por que ele não tentou com mais ímpeto, é difícil dizer. Eu prefiro dizer que foi mérito dos carros a frente, que, mesmo com pneus mais desgastados, conseguiram manter uma boa velocidade a frente, impedindo o progresso de Lewis e Mark.
A F-1 sem reabastecimentos vai proporcionar corridas mais bonitas, em que não basta ao piloto acelerar como um doido até a próxima parada de boxes. As corridas vão ser mais bem pensadas (mais pelo piloto e menos pela equipe); vai se sair melhor aquele que souber dosar na hora certa e acelerar feito doido na hora certa.
A corrida de Alonso foi exemplar, caindo para o fim do grid na primeira volta e se recuperando para chegar em quarto, encostado na caixa de câmbio de Massa.
O brasileiro fez uma bela corrida, depois de uma largada excepcional e um carro menos adaptado às condições de pista que o de seu companheiro de equipe - ter um carro mais bem acertado, todavia, não deixa de ser mérito de Alonso.
Não ter cedido o pódium ao asturiano foi essencial para Massa na disputa interna da Ferrari. De certa forma, foi um troco pela largada no Bahrein. Agora, eles estão tecnicamente empatados. Alonso tem 4 pontos a mais que Felipe, mas, em um contexto em que a vitória vale 25 pontos, 4 são muito pouco.
Para mim, o nome da corrida foi Robert Kubica. Um sujeito bacana, que anda demais. Ele carregou o carro nas costas, ontem; verdadeiramente, tirou leite de pedra. Kubica corre de Renault que, embora seja equipada com motores - obviamente - Renault, os mesmos da Red Bull, é um carro muito mais lento e desequilibrado que a Ferrari ou McLaren.
Claro que o polonês contou com alguma sorte na largada, quando Alonso, Schumacher e Button tiveram uns "esbarrões", permitindo com que ele avançasse. Mas ter segurado Massa e Alonso atrás - lembrando que as Ferraris, por serem mais equilibradas, desgastam, teoricamente, menos os pneus - foi um feito digno de nota.
Pena que, dificilmente, o resultado será repetido ao longo do ano.
Button venceu pelo segundo ano consecutivo na Austrália. Fez uma corrida muito boa, ousando em sua primeira troca de pneus, calçando seu carro com slicks com uma pista ainda não totalmente seca. No fim das contas, quando todos ainda estava com intermediários, ele conseguia virar quase 2s mais rápido que o resto. O tempo que ele ganhou nesse período da corrida foi fundamental para sua vitória.
O resultado de Button é muito importante para ele. A estrela da McLaren é Lewis Hamilton, mas quem conseguiu a primeira vitória da equipe no ano foi Button. Isso joga alguma pressão sobre o piloto do capacete amarelo, que não gosta de andar atrás e não se dá muito bem com a pressão. Vamos ver como Hamilton reage.
Quanto aos demais brasileiros, Rubens Barrichello fez uma corrida correta, pontuando novamente, o que é muito importante para a Williams. Infelizmente, para nós, seu carro não permite brigar mais a frente. Segundo consta, os motores Cosworth contam com aproximadamente 25 cv a menos que os motores de ponta. Isso é uma pena, também, porque quase não teremos a oportunidade de ver como se comporta Hulkenberg, companheiro de Rubens, lutando por pontos.
Lucas di Grassi foi até onde seu carro permitiu - já não me lembro a volta em que abandonou. Mas deu um "X" no Schumacher. É algo para se colocar no currículo, já que o Schumacher anda de Mercedes e o di Grassi de Virgin.
Bruno Senna sequer apareceu, abandonou com 3 voltas completadas. Seu companheiro de equipe, Karun Chandock, conseguiu completar a prova 4 voltas atrás do líder - voltaremos a falar disso mais tarde.
Por fim, diga-se que o abandono de Vettel foi uma pena. O alemão, não fossem falhas mecânicas, poderia ter vencido as duas corridas. Infelizmente, para ele e para a Red Bull, não foi assim. Eles tem, certamente, o melhor conjunto carro/motor/piloto. Mas os abandonos permitem que os outros times, em especial a Ferrari, tenham tempo para se "ajeitar", ir pontuando, sem que a Red Bull dispare na liderança da tabela.

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