domingo, 21 de março de 2010

Cinquentão e ainda em forma

Ayrton Senna faria, hoje, como de conhecimento geral, 50 anos de idade.
Eu fiquei até espantado com a repercussão desse fato na mídia especializada. Não imaginei que fariam especiais, homenagens etc. Pensei que seria apenas uma data a ser lembrada.
O próprio blogueiro oficial Flavio Gomes fez uma série em lembrando alguns momentos pouco conhecidos da carreira do piloto brasileiro lá no seu blog.
O Grande Prêmio também fez um especial, mostrando como Senna ainda é referência entre outros pilotos e esportistas brasileiros.
Na verdade, é difícil de entender e explicar como, mesmo depois de tantos anos de sua morte, Senna continua sendo lembrado com uma certa comoção pelas pessoas. Até porque automobilismo não é um esporte tão fácil de entender e acompanhar. Tanto é assim que muitas pessoas não entendem nada do esporte, mas amam Ayrton Senna.
Exemplo disso são os mais de 2 mil comentário ao post do Flavio Gomes em que o blogueio oficial tentou expor seu ponto de vista no sentido de que Senna não era um deus nem um santo, e que deveria ser lembrado pelo que fez na pista. Quando olhei a última vez, tinha 2.304 comentários, quase todos espinafrando o jornalista. No Brasil, dizer qualquer coisa sobre o Senna que não seja um um elogio é mexer em um vespeiro.
Hoje em dia, quase 16 anos após sua morte, Senna é mais do que um piloto que faleceu em atividade. Sua memória invoca um sem número de outras coisas: projeto social, com o Instituto Ayrton Senna; atividades empreenderas de sucesso, com a marca Senna; invoca uma série de emoções que foram associadas à sua imagem, quisesse ele ou não, antes e depois de sua morte.
Para a "equipe" aqui do blog, é sempre complicado falar de Senna, pois somos, inegavelmente, fãs do piloto. É só olhar a "capa" do site. Em alguma medida, a própria existência do blog deve-se a Senna.
Entretanto, Senna foi, antes de tudo, um piloto de corridas profissional. Era o que ele fazia, era para isso que vivia e, consequentemente, moldava seu comportamento para ter sucesso em sua profissão. E ter sucesso no automobilismo, especialmente na F-1, não implica, de modo algum, ser "bonzinho". Muito pelo contrário, há quem afirme que o sucesso na categoria depende de uma dose de desumanização. Senna não fugiu a essa regra, tanto que o único companheiro de equipe do brasileiro que se tornou seu amigo foi Gerhard Berger.
O próprio Senna explica que o ambiente da F-1 implica "ser durão":




De qualquer modo, isso não significa que Senna fosse "mal caráter", ou coisa que o valha. Muito pelo contrário, ele apenas se adaptou às condições de sua profissão e por isso foi muito bem sucedido, tão bem sucedido que é lembrando ainda hoje pelas marcas que deixou no esporte a motor.
Por fim, como forma de homenagem, deixo abaixo o depoimento de David Crabtree, segundo mecânico do carro de Senna em 1993. O depoimento de Crabtree é interessante porque é um homem que trabalhou diretamente com Senna nos tempos de McLaren, mantendo com ele uma relação profissional. Pode-se dizer, então, que Crabtree conheceu muito bem o piloto Ayrton Senna. Suas palavras, pronunciadas antes da morte do brasileiro, não estão contaminadas pela comoção das condições de seu falecimento.
A frieza britânica deixa entrever a admiração do mecânico por seu piloto:




Em seu quinquagésimo aniversário, é assim que gosto de lembrar de Senna: como o melhor piloto de sua geração, que encantava por sua perícia, bravura e determinação pelas pistas mundo afora.

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