sábado, 25 de abril de 2020

FOGO NO PARQUINHO

A situação atual do país lembra uma expressão muito usada por alguns do "baixo clero".
"Briga de cachorro grande".

Voltando no tempo, lá na Química (anos 70!) tínhamos alguns professores bem ruinzinhos. Sob vários aspectos.
Um deles em particular não sabia quase nada  da matéria que ministrava.
E, éramos obrigados a aguentar o tranco. 
Não era muito inteligente bater de frente com o cara que dava as cartas/notas némesmo?

Um belo dia, no entanto, descobrimos uma maneira de desopilar o fígado. Uma espécie de vingança.
Um desses professores iria defender a tese de doutorado no anfiteatro da Filô. Justo o ruinzinho.
E, sua tese era chupada de um outro pesquisador, este sim, fodão.
E, o "chupado" iria fazer parte da banca.

Resumindo: no dia marcado a galera foi assistir em peso. Nosso querido "chupador" foi execrado por todos os integrantes da banca. Não sabia explicar a própria tese. Nós, pobres alunos, exultantes com o massacre. Toma papudo.
O professor, cuja tese foi copiada descaradamente, deu uma aula para o pobre.
Mas, ele "passou" de ano. Lembro muito bem que tirou 9,50.
Escândalo. Fogo no parquinho.
De qualquer maneira fomos cumprimentar o professor após a defesa de tese. O cara era gordinho e estava suando em tricas. Mas, sua mão estava fria e ele em estado catatônico.
Passou mas, levou uma senhora piaba.
Em conversa com um professor mais próximo fiquei sabendo que se a banca foi reunida o dez estava garantido. Era muito difícil reunir pesquisadores da mesma área da tese. Enfim, dez seria demais.

Hoje, ou melhor ontem, me senti naqueles tempos, guardadas as devidas proporções. 
Briga de cachorro grande. Ninguém, nesta parada, é inocente. O marreco, por sinal, está acostumado a mandar gravações/zap para dona Globo. 
Fogo no parquinho. Fogo no circo. 
Pena que o Bozo é um palhaço absolutamente sem graça.
Seria cômico se não fosse trágico.
 
 

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