quarta-feira, 22 de novembro de 2017

PÍLULAS

Não. Não se trata daquelas coisinhas de várias cores que tomamos quando doentes ou para repor algo que nosso corpinho se recusa a fornecer.
Mas, o que vem em forma de notícia, hoje em dia.
Lembro que tomei gosto pela leitura de jornais e revistas (sem esquecer as do "Valter Disney) com véio Mero, ainda em Curitiba.
Meu pai vivia lendo e comentando. Não era um intelectual a ler esses livros complicados cheios de letras que parecem não ter conexão entre elas.
Mas, era um cara que sabia discutir política no bar. Depois de algumas, durante certa época, era melhor ir para casa antes que a repra chegasse. Diria que meu pai era um anarquista. "Hay, gobierno ?
Soy contra". Sempre apontando os defeitos dos governantes. Desde a chegada do Cabral.
Tomei o hábito da leitura diária das notícias, apanhando o jornal que ele largava pelos cômodos. Cada caderno em um.
Hoje, não leio a imprensa escrita. Tentei manter uma assinatura da "Folha" mas, depois de vociferar contra o fascismo escancarado desisti. 
Tem até uma história engraçada. Um dia ligou uma dessas moças do telemarketing oferecendo a assinatura.
Comecei um infindável discurso contra a posição política do jornal. Cheguei ao ponto em que disse que, já que todos são fascistas, preferia o "Estadão" que tinha uma cobertura melhor em relação à F-1. Descobri, pelo silêncio, que a moça nem me ouvia. E, o que ela tem com a linha editorial da porra do jornal?
Décadas atrás, as notícias eram mais esmeradas. Não eram fruto da pressa moderna, apesar dos horários rígidos do fechamento das edições. Tudo era devidamente explicado. Havia, por sinal, um programa na Rádio Bandeirantes em que o locutor enfatizava o ensinamento máximo do bom jornalismo, "quem, quando, onde e por que".
Eram, para o jovenzinho, fascinantes as crônicas dos grandes jornalistas. Nem vou citar nomes, uma vez que, a maioria me decepcionou. Um deles virou malufista e assumiu no seu espaço na "Folha".
Hoje, existem os grandes portais de entretenimento. Não podemos dizer que são de notícias porque misturam tudo. De política até aquela dita que fala que não teve homem que a recusou, como se fosse a glória (essa sim, a gostosa).
E, ultimamente, as notícias estão nas manchetes. A maioria dos cliques revela uma repetição da "chamada". Nada a acrescentar porque não interessa o aprofundamento. Temos que mudar a página inicial para vencer a concorrência pelos dedinhos nervosos dos "navegantes". 
O motivo do post, no entanto, é a nota (nem notícia pode ser considerada) sobre o interesse dos mandões atuais da F-1 em levar a categoria para a Netflix. Sim, esta é a notícia. Abrimos, ansiosos, a "página" e nada é acrescentado à "manchetinha". Nem uma notinha sobre o que será de quem não tem o bagúio (não sei defini-lo). Ah, como brinde uma foto do "bigode" Carey. Essas pílulas não curam nossa vontade em conhecer mais profundamente o assunto em questão. 


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