quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

DAVY JONES

Um dos meus ícones da música pop morreu hoje aos 66 anos (novinho, novinho).
Davy Jones integrante da banda formada em laboratório The Monkees.
A banda foi criada a reboque do sucesso dos Beatles. Escolheram uns carinhas não necessariamente músicos que passaram a estrelar um programa de TV lá nos States x World.
Aqui o programa era exibido aos domingos à tarde e eu raramente perdia um.
O baixinho era meu favorito pela voz poderosa em corpo miúdo.
Diz a lenda que David Bowie, na verdade David Jones, adotou o sobrenome de marca de faca para não ser confundido com o já famoso compatriota.
O fato é que, mesmo com tendências rockeiras, eu adorava o programa nonsense desses rapazes.
Em homenagem uma de minhas preferidas.


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Maior que a soma das partes que o compõem

Trezentos e vinte e dois GPs disputados em 19 temporadas completas na F-1, 11 vitórias, 14 pole-positions, 658 pontos somados, 2 vice-campeonatos mundiais. Bastariam esses dados para concluir que o dono dessas marcas teve uma belíssima carreira na Fórmula-1. Tais números, entretanto, sendo, em alguma medida, aleatórios, não contam toda a história.
Quando eu era menino, tinha um poster da revista Grid com uma foto do Nigel Mansell vencendo o GP do Brasil de 1989. O verso deste poster continha uma outra imagem, com um jovem piloto fazendo seu primeiro ano de F-Ford. Por alguma razão, a face visível do poster pendurado no meu quarto não era a da consagrada Ferrari guiada pelo inglês, mas a que exibia a foto daquele jovem rapaz promissor que, conforme o previsto, chegaria em poucos anos à Fórmula-1.
A corrida em que a foto foi tirada realizou-se em Florianópolis sob muita chuva. Era a estreia daquele piloto que venceu sem grande dificuldades, embora nunca tivesse competido de monoposto anteriormente.


Quando escolhi qual lado do poster ficaria voltado para a parede e qual ficaria voltado para os olhos, escolhi, também, qual seria minha torcida na F-1 por anos e anos. Torceria por Rubens Barrichello.
E muitos vão pensar: "que destino cruel, torcer para o Barrichello!". Mas esses muitos provavelmente são os mesmos que nunca sentaram a bunda numa arquibancada de autódromo ou no sofá de casa para ver uma corrida inteira. São os que não tem a menor ideia do que efetivamente é uma competição automobilística. Vencer assim...



... ou assim...


... tem significados especiais e apenas uma categoria muito seleta de pilotos conseguiu correr neste nível pelo menos uma vez na vida.
No entanto, não é apenas pelos resultados nas pistas que uma carreira deve ser celebrada. A vida é muito mais que estatísticas e bons resultados profissionais. Números não contam como foi vencer o GP da Alemanha de 2000, o da Inglaterra de 2003, o GP da Europa de 2010, como é vencer em Monza pela Ferrari; contam menos ainda o que significa fazer o terceiro melhor tempo em Interlagos em 1999 com um carro branquinho dotados de toneladas de cavalos a menos que os outros; não se encontra nas estatísticas o que é perder o GP da Áustria de 2002 na última curva e como a F-1 teve que mudar depois do episódio; números não contam nada sobre seu relacionamento com o pai e o avô; não contam nada sobre como é constituir família e ter filhos excelentes; não contam como é manter-se íntegro mesmo quando o mundo que o cerca é só sujeira.
Se os números contassem todas essas histórias, Barrichello talvez fosse o maior piloto da era moderna da F-1. Sem dúvida, deixa muito menino mesquinho no chinelo.
E que venha a F-Indy!

PIMBA NO GORDUCHINHO

Vemos de tudo em corridas de automóvel.
Nos Estados Unidos contra o resto do Mundo a coisa não é diferente.
Vejam a bizarrice cometida por, lógico, um latino gordinho de quem sou fã declarado.
João Paulo 100 kg em oposição ao João Paulo II antigo chefe da igreja católica.
A Daytona 500 é a prova mais tradicional da Stock Car deles. O campeonato é organizado por uma organização com o nome de Nascar e as corridas são entediantes. Ou quase. Na imensa maioria das corridas do campeonato os caras ficam girando por um circuito oval e quem não fica tonto ganha.
Só melhora quando eles enchem a lata no muro. E, muitas vezes o circuito tem uma inclinação monstruosa nas curvas. Daí os carros batem e vem escorregando para a canaleta de escoamento direto para o ferro velho. A imagem do carro descendo a ladeira vale uma latinha.
No caso em tela, havia uma bandeira amarela e os carinhas da organização passavam um ferro quente na pista para secar a dita.
Nosso amalucado herói (como diria o Peter Miau) vem todo faceiro dirigindo como se a pista estivesse seca e ele a ponto de marcar o melhor tempo em toda a galáxia.
O carro escorrega e catapimba bate num tal de caminhão turbina.
Essa é outra faceta interessante das corridas nos States X World. Em meio aos bólidos os sujeitos resolvem limpar a pista suja de restos de excrementos de passarinho, pedaços de carros, água, xixi, vômito, combustível, silicones descartados por alguma sirigaita, latinhas de cerveja jogada na pista por algum piloto mais porcão e etc.
Nós vemos os carros da limpeza fazendo seu trabalho e, atrás do carro madrinha, os possantes loucos para acertar algum gari.
Foi o que aconteceu.
Mais. Eles espalham câmeras por todo lado. Até no banheiro feminino. Vemos imagens de todos os ângulos. Mas, na hora que interessa (a tal de hora “h”) só tem imagem das câmeras de segurança.
Como eu gosto de falar em altos brados aqui na mansão ainda vou ser diretor de TV destas porras.
Em tempo: depois de seiscentas bandeiras amarelas, toneladas de hot-dog, hectolitros de milk shake, canos entupidos pelo excesso de urina, o vencedor foi Matt Kenseth.
Na foto vemos o Mate Leão comemorando e deixando a bebemoração para depois.




Agora prestem atenção no inicio do vídeo. Estamos acostumados a ver os pilotos da F1 magros de dar dó. O João Paulo 100 kg sai do carro andando com dificuldade como se tivesse pisado na merda. Mas, eu acredito que o excesso de peso pesou dificultando sua locomoção. Brincadeira. Juan Pablo Montoya, o nome da criança, é um desses pilotos que não se submetem para conseguir espaço e apoio dentro do automobilismo.
É dos chamados pilotos natos. Dessa estirpe só nos resta na F1 aquele que está voltando: Kimi Raikkonen. Já tem nossa torcida.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

TREINOS PARA QUE TE QUERO

Não é de hoje que nem presto atenção nos treinos e, principalmente, comentários dos envolvidos na F1 nestes testes pré-temporada.
Mas, não adianta fingir que não dou uma olhada no que está acontecendo.
Todos se dizem extremamente felizes por estar pilotando ou participando de projetos ou fazendo cobertura jornalística ou coçando o saco na beira da pista.
Ninguém é sincero o suficiente para dizer que o carro nasceu com defeito. Tipo com duas cabeças...
Os tempos realizados nos testes são capítulo à parte. Todo mundo tem o gostinho de andar na frente. Nem que seja preciso alguma sacanagem inocente. Carro com peso abaixo do permitido por ex..
Tem dia que é nosso querido prima dona alfonsina, tem dia que é o incrível Huck (lembram dele?). Tem o Vettel e por aí vai.
Até o Maldonado e a antiga porcaria da Williams tiveram o gostinho de andar na frente.
Apesar da distância dá para notar que a mamã Ferrari vai ter que espernear e resmungar contra alguma coisa nas outras equipes que fazem com que seus carrinhos vremeios andem atrás.
Agora engraçado mesmo é o todo poderoso e baixim ecllestone, o Berne.
Adora uma bobagem para chamar a atenção. Seria mais fácil pedir uma camisa para o tutor e empresário do shushu o willie. Daquelas amarelo “nunca vou ser atropelado”.
Ele quer o shushu na Red Bull para correr com um bom carro e vencer. Significa dizer que a dona Mercedes é uma fezes com rodas. Disse que o Hamilton sai da McLaren no fim do ano. E, perguntado sobre as dificuldades da mamã Ferrari disse que eles sabem onde está o problema. Ou seja, o carro nasceu com duas cabeças....
Por falar em carro eles estão cada vez mais feios.
De cisnes se transformaram em patos feios.
Agora, com a mudança do regulamento houve a necessidade de se criar um degrau acomodando a altura do bico.
Estão parecendo um ornitorrinco turbinado.
Vejam a comparação com o carro da Williams.




URUBU NO OMBRO

A visualização não é muito boa, mas vejam que alegria chegar para mais um dia de trabalho e ser recebido por tão simpáticas figuras pousadas no alto do prédio.
O lugar já é lúgubre por natureza.
Palco de lides com as partes buscando o que julgam ser um direito que está sendo violado por outro. No fundo todos perdem.
Portanto, nada mais simbólico dessa situação que nossos amigos alados encarapitados no teto.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Grandão

Billy Sheehan e Paul Gilbert na mesma banda. Não tinha como não sair coisa boa.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

ENGANO MUSICAL

Em primeiro lugar morri de rir ao tentar e não conseguir fazer uma só postagem do comentário no post anterior. É triste ficar véio.
O engano cometido por uma de nossas leitoras pensando que Stone Cold Crazy é uma música do Metallica é perfeitamente perdoável.
Basta ver o vídeo.
E Metallica é de impor respeito.
Certa ocasião um funcionário nosso lá em Jabotica’s ficou espantado uma vez que ouviu “And I Love Her” dos Beatles.
Roberto Carlos gravou uma versão em português e o carinha pensava que a música era do Reibeto.
Como visto todo mundo se engana.
E, vejam só, não vou cobrar nada por essa defesa.

Terminal vermelho, amarelo, azul e cor-de-rosa

Corridas de carrinho são eventos estúpidos. A rigor, corridas de um modo geral, sobre automóveis ou não, são coisas estúpidas. De meninos que correm descalços ao redor da casa à Fórmula-1, o que muda é a quantidade de dinheiro que se gasta e o nível de mesquinhez dos envolvidos. O princípio, no entanto - tão lúdico quanto idiota -, é sempre o mesmo: correr muito só para ver quem chega primeiro.
Por muito tempo, nas competições automobilísticas, correu-se de um ponto para outro, em estradas que ligavam duas ou mais cidades. Até hoje, as competições de rally são assim: começa-se em A para terminar em B. Um moço atento dirige o carro e outro moço, mais atento ainda, indica as direções a serem seguidas. No fim, mesmo que não se tenha chegado na frente - e, ainda que não se tenha ido tão rápido -, passou-se por obstáculos e vias desconhecidas que foram descobertas e chegou-se ao ponto final.
Com o passar dos anos, as corridas passaram a ter o mesmo ponto de largada e chegada. As Mille Miglia italianas, por exemplo, eram corridas em estradas ligando duas cidades, Bréscia e Roma. Começava-se em um ponto, terminava-se no mesmo.
A evolução demandou que os carros passassem a ser confinados em circuitos fechados. Na maioria das competições, os pilotos e seus bólidos giram, giram e giram em torno da pista, partindo de um ponto para retornar ao mesmo no final. As Mil Milhas brasileiras, por exemplo, criadas à imagem e semelhança das italianas, giravam no antigo traçado de Interlagos. A distância era a mesma que os destemidos pilotos percorriam no velho continente, mas partia-se da charmosa reta entre o Café e a Curva 1, para retornar ao mesmo ponto mil milhas depois.
Na Fórmula-1, os certames são assim também. Parte-se do grid de largada, percorre-se mais ou menos 305km, para voltar ao mesmo para ali em seguida.
E aí a gente se pergunta: para quê isso? Qual o propósito de arriscar o próprio pescoço, deixar a mulher ou marido, filhos e filhas em pânico em casa, para sair de um ponto, girar, girar, girar, e voltar a ele, inevitavelmente? Quer dizer, corre-se, corre-se, corre-se para não sair do lugar.
Eu não saberia responder à pergunta. De verdade, eu não sei qual o propósito disso. Mas, se olharmos as expressões, os gestos, os abraços entre os homens que giram, giram, giram para lugar nenhum, e aqueles que os esperam no final de tudo, pode-se concluir que alguma coisa acontece naqueles trezentos e poucos quilômetros que dá sentido a tudo:







Vejam que esses indivíduos, acostumados ao ambiente de carnificina que abriga as competições automobilísticas, sempre envolvidos por graxa e truculentos barulhos de motores, não resistem e se rendem aos abraços, como se o ponto de chegada fosse diferente do ponto de partida, como se, no lugar da reta dos boxes, a vista depois da última curva fosse a do próprio paraíso.
Quem sabe não seja esse mesmo o propósito da vida: você parte de um ponto, gira, gira, gira, corre, corre, corre, para voltar ali e ter capacidade para se encantar de novo.

London, London...

É engraçado que todo mundo vai para Londres atrás do Caetano, mas, por um tempo, sou eu quem fica "wandering round and round, nowhere to go".




Da próxima vez, vamos todos para São Thomé das Letras.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

VACA LOCA

Calma que diz respeito às vacas quadrúpedes.
Não canso de assistir e rir (sozinho)dessa charge do site "charges.com.br".
Ela é velhinha (de 2008)mas, muuuuuiiiito loca.

Doidos de pedra

Alguns de meus melhores amigos e uma das minhas bandas favoritas.

Idoso

Tenho viva a memória de abrir uma revista qualquer de automobilismo há anos e anos atrás e aprender que Jan Magnussen era a bola da vez. Em 1994, ele havia sido campeão da F-3 Inglesa, quebrando, na ocasião, o recorde de vitórias de Ayrton Senna que durava desde 1983. A McLaren o contratou para ser piloto de testes em 1995.
Lembro que aquela reportagem sobre o dinamarquês me deixou anos esperando para vê-lo "botar para quebrar". Ler que um sujeito qualquer havia quebrado um recorde do Senna já o colocava, para mim, entre os melhores da história. Era só uma questão de tempo até que o jovem piloto fosse parar em uma equipe de ponta, ganhasse sua primeira corrida, seu primeiro título e se afirmasse como grande campeão. O tempo passou, Magnussen teve aparições discretas na F-1 e foi um daqueles sobre os quais se diz: "já era sem nunca ter sido".
Li, hoje, que a "McLaren confirma Magnussen para teste de novatos em 2012". Fiquei animado. Finalmente a velha promessa teria uma nova chance. Não demorou muito, entretanto, para perceber que não se trata do velho Magnussen, mas de seu filho, Kevin, contando com 19 anos de idade.
Eu ainda esperava para ver o pai.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O que o Oscar diria?

Voltando, com música.

SOBRE MÚSICA E URUBU

Nestas férias assisti novamente ao filme Let it be dos Beatles.
Nós beatlemaníacos sempre vamos pensar que a separação dos meninos de Liverpool se deve à interferência de Yoko Ono na vida de John Lennon.
Interferência que se deu de várias maneiras.
Mas, não vamos nos aprofundar no tema.
Porém, assistindo ao filme notei algo que, em verdade sempre esteve presente naquelas sessões filmadas que deram origem ao filme, mas que agora me fizeram pensar.
Em várias sessões em que o grupo tocava as músicas novas ou faziam releituras de antigas canções havia uma presença quase sempre de negro no cangote de John Lennon.
Sim, a nossa Koko Koko.
Agora vamos imaginar que somos um dos Beatles (uáu!).
Toda vez que olhamos para nosso companheiro avistamos aquela figura urubuzenta grudada no pobrezinho como se estivesse sofrendo de cólica renal. Catso! Ela estava a bordo do estúdio e parece não entender o significado de presenciar a criação de mais um álbum histórico. Em algumas imagens ela aparece lendo algo que parece um roteiro qualquer. Nem aí para a música!
Não dá, né mano!
Nem com reza brava!
Certamente essa presença tão baixo astral ajudou a entornar o Yakisoba.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

S.J.RIO PRETO - GUARULHOS

Este vídeo significa que "alguém" não amarelou.....

SEM EDUCAÇÃO




"filhinho!
Use o guardanapo pelo menos uma vez na vida. Olha só sua boca toda suja de goiaba!"

ALADOS

O SIRI E A DÚVIDA

Eu olhando o siri.
O siri olhando para mim.
Eu pensando porque que raios esse siri está cavando em meio ao povo transitando para lá e para cá.
Vai levar um pisão, vão destruir sua toca, alguma criança fidapu vai matá-lo na pancada.
Por um instante pensei, e não havia bebido nada, que ele iria responder minha angustiante dúvida.
Qual nada. Quando atraiu minha atenção deu uma piscadinha e correu para a toca.


sábado, 11 de fevereiro de 2012

PEIXINHOS NEGROS

A familia em férias vinha feliz pela rua onde se hospedava na praia quando uma poça d’água chamou a minha atenção.
O que vi nadando na água da chuva que empoçou junto ao meio fio provocou em mim um calafrio e fui arremessado de volta à minha infância lá em Curitiba.
Vejam o vídeo desses lindos peixinhos pretos nadando alegremente.
Quando morei em Curitiba, a capital mais fria deste maluco país, tinha como atividade aquática brincar, como já disse, em enchentes como também em um riozinho próximo e num córrego que passava bem em frente minha casa entre outras maluquices de criança.
O tal córrego era na verdade um quase esgoto a céu aberto, como fui informado algum tempo depois pela dona Alzira, preocupada que estava com a saúde do filho pentelho.
Sempre digo que Curitiba se transformou em exemplo de urbanidade para o resto do país porque tudo precisava ser feito. Bem mais fácil do que destruir e reconstruir canalizações e ruas.
Eu morava praticamente no centro da cidade com o esgoto fazendo parte das minhas brincadeiras cotidianas. Fico imaginando como não morri de uma infecção qualquer.
Os piás (como os moleques eram chamados lá em Curitiba) costumavam brincar no rio que passava logo após o final da rua.
Hoje a rua Emilio de Menezes, onde morava, tem uma continuação e o riozinho continua lá todo estropiado mezzo canalizado mezzo a céu aberto.
Eu ia com os outros desbravadores pegar peixinhos, lambaris pulguentos, para colocar em aquários mambembes onde acabavam morrendo pelos “bons” cuidados que recebiam.
Um belo dia voltamos do rio com um monte de pobres peixinhos que caíram em nossa rede. Entre eles alguns interessantes peixinhos pretos.
Peguei minha parte e coloquei num aquário desses redondos sem logística alguma.
Alguns dias depois reparei que os pretinhos tinham saliências, uma de cada lado, junto à cauda.
Com o passar dos dias as saliências aumentavam e comecei a imaginar que eram patinhas. Chamei o sábio da família, véio Mero, que vendo a mutação dos pretinhos quase defecou de tanto rir.
Explicou sucintamente que o mané pescou girinos e que eles iriam se transformar em sapos.
As saliências eram as patas traseiras ganhando forma.
Disse todos os dois palavrões que conhecia na época e joguei o aquário e seu conteúdo no córrego em frente de casa.
Foi tão traumatizante que nunca mais freqüentei o riozinho e seus segredos molhados.
Enfim, eu vivia cercado de sapos e “sapas”.
Nosso bairro era o paraíso desses bichos feiosos e, dizem, ameaçados de extinção.
Estavam em toda parte. Nas ruas, jardins, nos porões, escondidos atrás de moitas e etc.
Alguns, juro, batiam à porta das casas. Penso que queriam pedir xícaras de açúcar emprestadas aos vizinhos. Na verdade, as luzes colocadas na soleira atraíam insetos que atraíam sapos em busca de comida. De vez em quando pulavam e batiam a cabeça na porta.
Por falar em luzes, uma de minhas travessuras prediletas era sair à noite e fazer xixi na horta mantida pelo meu pai.
Verdade!
Por isso até hoje evito comer alface. Sei lá com qual tipo de água foram regadas.
Essa arte de regar a horta tinha que ser feita com as luzes apagadas para evitar castigos daqueles que não entendiam a supimpa elevação cósmica em regar hortas com urina. É um ciclo divino. O que vem da terra alimenta o homem que devolve parte do alimento em forma líquida.
Bom, de vez em quando, sem enxergar patavina, eu tropeçava nesses montes gélidos e saltitantes que são os sapos. Minha força de vontade em manter a horta regada tinha que ser muito forte.
Finalizando. Sapo é um ser que se alimenta de insetos, não é mesmo?
Então, gostaria que explicassem por que o mundo anda cheio de insetos como os que atazanaram nossa vida nessas férias. Os pais desses girinos do vídeo não estão fazendo um bom trabalho.
Pela quantidade dos filhinhos estão mais preocupados em manter a espécie do que em cumprir seu papel.
Tem mais. Observem um sapo. Notem o ar irônico que ele sempre sustenta. Alguns parecem a Mona Lisa com aquele risinho que precede o peidinho.
Como sou adepto da teoria da conspiração tenho certeza que são descendentes daqueles lá de Curitiba, parte de uma irmandade secreta que tem a finalidade de me perseguir com seus risinhos irônicos.