sexta-feira, 26 de junho de 2020

UM BAILE NO CHEFE

Um dia, na vida profissional, quase todos nós fomos subordinados a um chefe.
Chefe chato, chefe que sabe das coisas, chefe chato, chefe que não sabe das coisas, chefe chato, chefe que te usa para "aparecer" para o chefe acima do chefe (seu), chefe chato, chefe que te ajuda, chefe chato e por aí vai.

Em várias situações profissionais tinha a impressão que era o único índio (sem preconceitos, por favor) nas paradas. Um monte de cacique e eu no meio carregando a aldeia nas costas.

E, de vez em quando, a gente dá um baile no chefe. O cara fala uma baboseira qualquer e a gente, com o ânus na mão, bate de frente com o "home". Lógico que, com a certeza de estarmos certos. Caso contrário, é "morte" certa.
Sempre lembro de um "deus" dizendo que "não erro" quando eu (índio) apontei um erro. Era uma defecada homérica (de véio Mero).  Deus errou, ninguém é perfeito. Corrigir é preciso. Mas, deus não erra, segundo este "deus".
Na ocasião não sabia se ria ou se mandava o "deus" à merda. Ri (por dentro) e o mandei à merda (por dentro).

Mas, o blog é sobre a f-1.
Em 1980 a finada equipe dos irmãos Fittipaldi (Copersucar como é mais conhecida) comprou a tal Theodore Racing e adotou entre outros o piloto Keke Rosberg e o projetista Adrian Newey, este em início de carreira.
Na primeira prova do campeonato, Keke destruiu vários chassis nos treinos. Mas, lembro muito bem, era muito mais rápido que o chefe Emersão. De cara, nos treinos, botou dois segundos e o carai no chefe. Tá certo que era um cavalo novo encarando um cavalo véio que já estava de saco cheio por carregar o carro "brasileiro" nas costas desde 1976.
Nesta corrida o novato chegou em terceiro lugar. Um puta baile no chefe que acabou por abandonar na volta 37.
E, foi assim durante a  temporada toda. O segundo piloto bailando em cima do dono da equipe.
Lembro que, na época, vislumbrei a aposentadoria de Emersão. Não aguentaria, por motivos acima expostos, um novato fogoso como o finlandês, sendo mais rápido que ele.
Deu no que deu. No final da temporada Emersão disse adeus.
Voltou para a glória (essa gostosa) em outras paragens. Mas, é outra história.
E sem o menino que (então) que lhe deu um baile.
Keke é um dos meus pilotos preferidos com menos títulos que mereceu ao longo de sua carreira. Um destemido.


"Tá vendo este pedal do meio? É o acelerador!!"


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