quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

ESTAMOS DE PASSAGEM

Morremos.
Quando era mais jovem que hoje li um artigo de um médico que esclarecia o que, muitas vezes, não queremos saber. Começamos a morrer no dia em que fomos concebidos. Ou noite.
A minhoquinha junta com o óvulo e a pornografia (uêba!) gera um serzinho adorável. Que já nasce morrendo.
Este artigo mexeu comigo. Desde então olho para minhas mãos e tento voltar ao tempo em que elas eram crianças. E evoluindo em Rib's, em Curitiba, em Sampa, em Rib's (na Filô), em Santa Rosa do Viterbo (?), em Jaboticabal, em Sampa (novamente) e finalmente em Rib's onde espero sejam cremadas. Tenho uma brincadeira tétrica. Não existia forno crematório aqui em Rib's (parece que agora sim). Então eu digo que basta uma fogueira de São João......

A dona morte está conosco todos os dias. Como diz Henrique "hoje morreu um monte de gente". Esse moleque tem que ser estudado.

Enfim, as notícias não falam dos anônimos que partem de várias maneiras. Falam das pessoas em Brumadinho, dos jovens do Flamengo, do Boechat, da(o) menina(o) que morre por bala perdida em tiroteios envolvendo nossa gloriosa polícia. E, por aí vai.

Tento não me envolver com essas tragédias cotidianas. Para proteção. Algumas notícias sobre mortes foram chocantes para mim.
Tudo começou quando era menino e dormia na sala de nossa casa na gloriosa Djalma Forjaz, em sampa. Havia um programa parecido com esses em que o sangue escorre na tela da TV. Era o "Homem do Sapato Branco". Meu pai adorava. Eu tentava dormir com um travesseiro na orelha para não ouvir as tragédias. Uma noite, não teve jeito. Vi o corpo de uma menina sendo içado de um poço onde havia caído. Imagem forte. 
Desde então sempre me pergunto sobre a importância das mortes. E, não escapo de sentir emoções em uma escala de acontecimentos. 

Vivemos no brasil um momento em que o ódio toma conta. O tucano moro (em minúsculo como o indivíduo) apresenta um plano de segurança no qual a polícia vai ter permissão para matar. Tudo de acordo com o plano de governo apresentado pelos milicianos boçalnaros.

Então, para amenizar minha alma/espírito/de porco agarro a premissa segundo a qual estamos de passagem neste plano. Aqui fomos colocados para ascender a alma e partir para um plano superior.
Se não cumprir o planejado volta e começa tudo de novo.
Em vários aspectos voltarei. 
Estou resignado.
Mas, gostaria de voltar em Marte, fá favô!



Jacinto Figueira Júnior. Assombrando criancinhas desde 1960 e tantas 

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