sexta-feira, 28 de abril de 2017

PEDRÃO 38 ANOS DEPOIS

Hoje, 28 de abril o lado deste blog, masculino e feminino, foi manifestar-se "contra o que aí está" trinta e oito anos depois. Sim, meninos. Em 1979, ditadura militar, o lado masculino do blog participou de uma manifestação em frente ao Teatro Pedrão II (para os íntimos) contra a ditadura militar. Não foi a primeira participação, evidentemente. Outras tinham ocorrido e todas terminaram numa "alegre" olimpíada. Manifestantes versus a Repra. A gente corria na frente e a Repra sentava o pau atrás.
Nossa maior tristeza desde sempre é que a lógica Homeriana (de "seu" Homero) prevalece: mudam os canos e a merda é a mesma.
Este que vos tecla e a rainha da mansão aderiram ao chamamento cívico e, ideologias à parte (porque esta não existe no nível civilizado no brasil) fomos participar da manifestação do dia 28 de abril contra as reformas que levam o país de volta ao séc. 18.
Enfim, o que interessa ao blog é a divertida(?) vigilância paranóica deste que vos tecla aos milicos no entorno do Pedrão no dia de hoje. Nos velhos tempos, ao avistar um milico (ou alguém tido como "infiltrado", ou seja, civil com cara de "vendido" ) a gente já mapeava as rotas de fuga.
Loucão, hoje, eu vigiava os movimentos de quem (descobri no fim) fechavam o trânsito para a passagem de nossa civilizada passeata. Vai saber se não iriam bloquear nossa rota de fuga.
De qualquer maneira, minha vantagem sobre os meninos fardados é que conheço as ruas alternativas para uma eventual fuga. Ou seja, entrar em alguma loja de departamento e realizar compras, como um alienado qualquer, alimentando o imperialismo ianque.
O que nos levou às ruas hoje não diz respeito àqueles tempos de fim de curso da Química (1979).
Queríamos, naquela época,  respeito aos anseios para uma volta da democracia e o voto livre para presidência da república e a supressão dos atos que permitiam a prisão arbitrária de quem quer que fosse.
Hoje, infelizmente, a situação é outra mas, ainda, os direitos da população estão sempre para serem jogados ralo abaixo.
Quando, em passeata, vislumbrava as antigas fachadas (muitas sem grandes mudanças) das ruas dos tempos passados. Tristemente, constatei que aqueles tempos estão presentes. Toda aquela luta na esperança de um país melhor e (mais) consciente desaguou numa situação anacrônica onde bandidos mudam as leis para livrar-se de uma justiça que tudo faz para livrá-los da justiça.
Vindo para casa comentamos que mais do que a vontade de continuar a luta, existe o desânimo ante os ignorantes (e alguns burros mesmo) que acreditam no que é oferecido na hora do jantar em forma de jornal nacional.
Trinta e lá vai oito anos depois, estamos vivendo a mesma luta contra a vilipendiação de direitos básicos. 
Meninos, isto cansa. E, para aqueles que pensam em sair deste buraco sem fundo digo que vão em frente e nos levem junto. 
Cansei...

Ah, ah. Sim, do lado esquerdo o Pinguim 


Um comentário:

  1. Valéria (rainha da mansão)30 de abril de 2017 às 11:11

    Excelente reflexão!
    Triste mesmo acompanhar aqueles que não conseguem sequer entender que continuam sendo massa de manobra. Basta a mídia manipuladora veicular que se trata de movimento partidário para que os reacionários de plantão se aprontem para a guerra.

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