sábado, 11 de abril de 2015

"TUDO ERA MATO"

Gosto de contar aos meus desafortunados familiares algumas histórias "dos antigamentes".
Uma delas diz respeito a uma visita de véio Mero a esta cidade infernal Rib's.
Nos anos 1990.
Eu, bancando o motorista da trupe. Véio Mero, meu tio Mário e minha tia Eda. E, por onde passávamos meu pai dizia "aqui tudo era mato".
Achei engraçado a ponto de adotar o bordão. "Tudo era mato". Como se seus irmãos não soubessem. Afinal, cresceram na mesma cidade.
Quando mudamos para nossa atual morada "era tudo mato". Hoje o concreto nada poético toma conta. Mas, é matéria para outro post.
Sempre gostei de comparações do "antes" e "depois" de imagens das cidades. 
Vendo a imagem que ilustra este post lembrei de meus tempos (gloriosos e sombrios) de cursinho pré-vestibular nos atos 1974 (sécs atrás).
Vivia uma situação irônica. Cursava o cursinho (ai!) CAPI (falecido faz tempo) na Liberdade.
As aulas tinham início sete e meia da madrugada. Eu frequentava o Colegial (no famoso CEDOM, no jardim São Paulo, zona norte) no período noturno. Chegava em casa por volta da meia noite.
A ironia era a seguinte: véio Mero saía para trabalhar cinco e meia (mais ou menos) da madrugada. Se eu quisesse carona tinha que estar sentadinho no banco do fusca neste horário.
Noves fora desembarcava na Praça do Correio por volta das seis. Sim, o homem pisava fundo.
Se eu dispensasse a carona teria que acordar no mesmo horário e pegar o busão até a mesma praça. Chegaria no cursinho no horário de início das aulas. Portanto, não compensava. O negócio era ir feito zumbi (pelo sono) até o centro.
Não existia o Metrô, apesar de sua inauguração ser dessa época.
O busão do nosso bairro ia até a citada praça do Correio. Para quem não é daquele tempo: Praça do Correio é onde se situa o buraco do Ademar (hoje buraco do Maluf.  Tutti buona gente).
Então, eu teria que gastar o tempo até o cursinho que ficava na Liberdade na rua Américo de Campos.
Pelo que vi no Street View o antigo prédio do cursinho virou "não sei o quê".
Meu problema (ou não) era ter que gastar mais ou menos uma hora e meia até o cursinho (que abria por volta das sete e quinze.
Então, lá ia eu fazer hora pelo centro velho da cidade.
Fazia trajetos alternativos dependendo do dia.
Naquele tempo o inverno era rigoroso neste horário matinal. Lembro de gostar do frio porque lembrava Curitiba onde quase congelava indo para a escola.
A face até dói com o vento gélido. Enfim, em um dos trajetos subia o viaduto do chá caminhava pela rua Direita até o páteo do Colégio. Tinha consciência de estar no lugar embrionário da porra da cidade que não para de crescer (bordão de uma rádio, na época). Dali, muitas vezes visitava o largo São Francisco, a praça da Sé (um ambiente sempre tenso pelos trombadinhas e trombadões). Depois do tour central pegava a Av. Liberdade até a Américo de Campos.
Os tempos de cursinho sempre são de indecisão sobre os caminhos a tomar em termos de profissionalização. Engraçado que nunca mudei de ideia acerca do curso. Química e pronto.
Alguns colegas meus mudavam de rumo logo após o primeiro simuladão. Fico curioso em saber onde estão hoje em dia.
Mas, como nada era mato um fato recorrente é que tinha receio nessas caminhadas por conta da violência mesmo caminhando tão cedo.
Hoje, visitamos o chefe do blog, caminhando com ele no centro de sampa admiro seu despreendimento como se a fauna o reconhecesse e respeitasse.
tem um matinho seco ali

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