terça-feira, 22 de março de 2016

MENINOS VIVI PARA VER

Cresci em meio à guerra fria. Lembro que um dos meus livros prediletos era de um general americano que descrevia um ataque soviético à Europa através da Alemanha Oriental. Ele dizia, no livro, que o exército comunista era imbatível e, num determinado momento, os bonzinhos da Otan, e EUA, teriam que fazer uso das armas nucleares para preservar o mundo livre. Como assim, cara pálida? Os soviéticos não iriam revidar? Iria sobrar algum mundo para ser livre?
Nunca soube ao certo o pensamento político de véio Mero mas, ele adorou quando o "barbudo" desceu da Sierra Maestra e botou para quebrar. Eu era pequeno. Não dava muita importância para estas coisas de adulto. Mesmo assim achava incongruente aquela foto de Fidel Castro bebendo uma Coca-Cola entre um tiro e outro.

aqui ó, imperialistas americanos
O tempo passou o livro do general foi para o lixo, a Alemanha Oriental voltou a ser a grande Alemanha, a União Soviética foi para o vinagre e por aí vai.
O hilário da história é que, até outro dia, Cuba de Fidel era uma sanguinária ditadura a aprisionar qualquer um que pensasse em liberdade. Uma ilha no meio de um paraíso sofrendo sanções dinossáuricas incabíveis num mundo moderno.
A revista Veja sempre vinha com umas notinhas a respeito. Fidel era o diabo (barbudo) em pessoa.
Sobre outras ditaduras maiores e mais ferozes, tipo China, nem uma linha.
Sobre violação de direitos humanos dos norte-americanos nadica de nada. Lembrem-se de Guantánamo, que por sinal fica em Cuba.
Por essas e por outras, deixei de ler essa revista porta voz do fascismo.
Mas, meninos eu vivi para ver.
A foto diz tudo. O gordinho ao lado de carros do século passado observando o futuro que chega em um 747 tunado. Por sinal, predominantemente azul.
Aos poucos o séc 21 vai se fazendo presente.





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