domingo, 28 de outubro de 2012

O novo Alain Prost

Creio que a ala patriarcal do blog tenha feito uma comparação interessante, neste post aqui, ao relacionar o mimimi do mimadinho Alfosino com o mimimi do mimadão Alain Prost.
A comparação, no entanto, pode se estendida para além das reclamações de ambos em relação ao  desenvolvimento do carro proporcionado pela equipe Ferrari ao longo da temporada. Afonso e Prost são pilotos muito parecidos, tanto dentro quanto fora da pista. 
Assim como seu antecessor francês, Prima Dona é um piloto cerebral, arrisca na medida certa, não deixa escapar qualquer oportunidade de pontuar, tem uma regularidade incrível e uma visão especial de todos os aspectos de uma corrida. Por outro lado, em termos de classificação, ambos são pilotos apenas ok
Mas as semelhanças estão, também, fora das pistas. Prost era, assim como Afonso é, um piloto mesquinho, que nunca admitia seus erros e a culpa por suas derrotas. No combate ao seu arquirrival Ayrton Senna, o francês utilizou-se de todas as manobras políticas possíveis, aproveitando-se do contato pessoal que tinha com o então presidente da FIA, nosso eterno amor, Jean-Marie Ballestre. No vídeo abaixo, Senna atesta os mimimis prostitutos:


Alfonso também usa bem o jogo político da F-1, aproveitando-se da força da Ferrari nos bastidores. No último sábado, após tomar um couro de Sebastian Vettel no treino classificatório para o GP da Índia, Prima Dona disparou que sua briga não é contra o piloto alemão, mas contra o projetista Adrian Newey. 
Foi uma declaração pensada, daquelas que não são ditas por conta do calor do momento, mas para desestabilizar o adversário, bem ao estilo que Prost fazia contra Senna e que lhe rendeu bons frutos até o brasileiro aprender a por a cabeça no lugar. 
O objetivo mediato do espanhol foi o de colocar as autoridades que trabalham a favor dos mafiosos de vermelho de prontidão: foi um recado do tipo "vocês precisam fazer alguma coisa para que este cara não consiga largar na frente". Ao longo desta temporada, já se reclamou do tal mapeamento do motor e este foi proibido; já puniram o Vettel por razões pouco justificadas e, mesmo assim, Vettel e a Red Bull não deixaram de incomodar a Ferrari e o principal banco da F-1. 
A premissa do discurso de Alonso é que a Ferrari não é um carro bom o suficiente para competir com o time dos energéticos. Pura balela. A Ferrari pode não ser tão rápida - ou Alonso pode não ser tão bom - em classificação, mas o ritmo de corrida dos dois carros é muito parecido. Se Afonso conseguisse largar mais à frente, daria muitos problemas para Vettel e Webber. Aliás, a superioridade na corrida de hoje em relação aos carros da McLaren e da Red Bull de Webber demonstram isso. Massa não pode acompanhar  porque pilota a Ferrari do Massa e não a do Alonso, e teve, desde muito cedo, problemas com consumo de combustível. 
Afonso também afirmou que luta "contra um exército". Quase chorei de pena do espanhol. É uma grande bobagem lançada aos desavisados. A Ferrari tem uma estrutura imensa e bem preparada, gasta mais dinheiro que o banco que a banca, além de ficar com uma gorda fatia dos lucros da F-1, só por ser a Ferrari, conforme levantamento acurado feito pela Julianne Cerasoli.
Enfim, Prima Dona parece ter aprendido bem as lições do professor Prost, tanto no que se refere a pilotagem, quanto na sujeira atirada contra os adversários por meio das declarações aos jornalistas. 

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