quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Com Sebastian, até que o mundo dê outra volta

A tônica do final da temporada será a disputa entre Sebastian Vettel e Fernando Alonso, a Prima Dona, pelo título mundial de 2012. Ambos lutam pelo tricampeonato e, mais que isso, ambos lutam para se tornar o tricampeão mais jovem da história, superando Ayrton Senna, que tinha 31 anos quando conquistou o certame no ano de 1991. 
Toda a grandiosa equipe do F-1 Literária torce, neste momento, por Vettel. Prima Dona é um cara nojento, a Ferrari é detestada por todos nós há séculos, o Vettel é um piloto mais limpo, menos mimadinho e mais talentoso - embora haja um consenso, hoje, de que Alonso é o melhor piloto do grid. 
O espanhol deu início a uma guerra psicológica, menosprezando a pilotagem Vettel, argumentando que o piloto da Red Bull só se destaca por causa da superioridade do equipamento. Nós sabemos que isso não é bem verdade, pois, se a Red Bull apresenta alguma efetiva superioridade, ela só é observada nos treinos classificatórios. Em corrida, a Ferrari está muito bem, e basta lembrar do ritmo de corrida na Índia para verificar que isso é verdade. 
Mas, enquanto vocifero contra a Prima Dona Alfonsina, uma lembrança não me deixa: houve um tempo em que a torci muito pelo Alonso porque era ele o homem que brigava com Schumacher e a Ferrari. É engraçado pensar que toda política e artimanhas que hoje se articulam em favor de Alfonso já estiveram contra ele. 
Em algum lugar do passado, já devo ter escrito sobre isso, mas não é demais lembrar. A temporada de 2006 foi a primeira última de Michael Schumacher, que anunciou, em Monza, que se aposentaria ao final do GP do Brasil daquele ano. 
Assim como ocorreu em 2012, em 2006, a Ferrari deu um jeito de proibir o grande diferencial da equipe Renault naquele ano: o tal amortecedor de massa. Afonso e Fisichella perderam desempenho, Schuchummy encostou no campeonato, e a gota d'água aconteceu no Grande Prêmio de Monza. No treino oficial, Alonso teve um pneu estourado, o que danificou alguns apêndices aerodinâmicos no seu carro (naquele tempo, os carros eram repletos de penduricalhos que ninguém sabia para quê serviam), foi para os boxes, trocou os pneus e voltou para pisto pouco a frente de Felipe Massa. O espanhol não podia abrir passagem, pois, se o fizesse, não teria tempo hábil de fazer uma volta lançada. Massa, após o treino, fez um papel ridículo, servindo aos interesses mafiosos da Ferrari e disse que foi bloqueado por Alonso em sua última volta rápida.  Por conta disso, Alonso foi punido com a perda de posições no grid e, durante a corrida, teve o motor quebrado. O GP foi vencido por Schuchummy, que na entrevista após a bandeirada anunciou sua aposentadoria. Tudo perfeitamente conforme o planejado, como quiseram os homens de vermelho. 
O absurdo da situação fica claro neste vídeo, contendo a entrevista de Afonso e a situação dele e Massa na pista: 



De lá para cá, o mundo girou e mudou. Hoje, Alonso é o homem da Ferrari, e as forças ocultas a favor dele conspiram. Claro que isso gera frustração no torcedor e, quem sabe, toda bronca que nutrimos hoje contra Afonso seja potencializada por este e outros episódios em que ele foi a vítima.
Como já dissemos, hoje, estamos com Vettel, esperando que ele se mantenha íntegro, na medida do possível, dentro deste ambiente tóxico da F-1. Mas, a verdade é que não se pode esperar que a integridade de um homem dure até o fim da temporada.  

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