terça-feira, 22 de novembro de 2011

Retirada?

Há tempos não escrevemos sobre Rubens Barrichello. Nem consigo lembrar qual foi a última vez.
Talvez não exista palavra mais apropriada para iniciar, nesta semana do GP do Brasil, último de 2011 e, quem sabe, último da carreira de Rubens, que farewell. Adoro esta palavra, farewell, cuja sonoridade é tão melancólica quanto o significado. Dizer farewell parece dizer muito mais que adeus, tchau, ciao, bye, auf Wiedersehen, auf Wiederhören, tchüs, ou seja lá o que for.
Farewell parece mais do que uma despedida inevitável ou provisória. Parece carregar a sapiência da despedida daqueles que sabem, precisamente, o momento de se retirar.
Barrichello teve uma carreira de sucesso na F-1, apesar de não ter conquistado o título mundial. Venceu corridas maravilhosas, como aquela em Hockenheimring, em 2000, a de Silverstone, em 2003 e, mais recentemente, Valência, 2009. O que mais se pode cobrar de um sujeito que é o recordista de participações em GPs, o sétimo maior pontuador da história - embora tenha feito a maior parte de sua carreira em carros que não lhe davam a oportunidade de brigar o tempo todo por pontos?
O que podemos acusar Barrichello é de ter estado no lugar errado na hora errada, no lugar certo na hora errada, na lugar semi-certo na hora péssima.... enfim, de ter perdido, em algumas ocasiões, o timing da carreira.
É sempre possível, após perder o timing de tudo na vida - o que não é exatamente o caso do piloto brasileiro -, acertar o momento de dizer farewell em vez de desaparecer no escuro. Só existe um cara, todavia, que pode saber a hora certa da despedida. A única alternativa é perguntar a ele. E aí, Rubens, você nos diz: hora de se retirar?

Um comentário:

  1. Pelo jeito, um grande poeta (falo que voce nao e fraco, plastiquinho!) tambem preferia tal palavra. Diz Alcides Villaca: "Farewell'' surge (e por que só agora?) como o aceno definitivo que nos faz Drummond, caminhante desencantado, antes de desaparecer atrás da última ladeira."

    http://www.revista.agulha.nom.br/av01.html

    Mudando de assunto, ja que nao entendo de Rubinho, aqui em casa esta uma briga de foice pelo tal livro alcidico.

    "Quero a última ração do vácuo,
    a última danação, parágrafo penúltimo
    do estado - menos que isso - de não ser." (CDA)

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