domingo, 27 de novembro de 2011

Pontos finais

Chega ao fim a temporada 2011 da Fórmula-1. O ano já vai terminando e aquele sentimento de nostalgia vem vindo também.
A temporada foi bastante atípica. É muito raro ver um domínio como o imposto por Sebastian Vettel em 2011, ao mesmo tempo em que as corridas foram boas e emocionantes em sua maior parte. É muito raro ver um piloto como Lewis Hamilton ser superado pelo companheiro de equipe. Ao longo da última década, tornou-se raro ver a Ferrari ser tão pouco competitiva, ao mesmo tempo em que se tornou tão raro - ou mesmo impensável - ver Michael Schumacher engolido por seu parceiro como aconteceu nos dois últimos anos.
Tivemos altos muito altos, como as corridas de Mônaco, Canadá, Monza e outras. Tivemos baixos muito baixos, como as encrencas entre Hamilton e Massa, o absurdo de ver um piloto como Barrichello ter que levar dinheiro para alguma equipe para ter um lugar para correr, além da briga do Sutil no bar (!).
Foi um ano de quebras de recordes, recordes raros de serem quebrados, como as poles de Nigel Mansell e mais um marco da precocidade do menino Kid - com o perdão da redundância.
Interessante perceber que a temporada foi tão atípica dentro das pistas quanto fora delas. A equipe do F-1 Literária teve um ano bastante estranho. A começar pelo começo: tradicionalmente, toda a redação do blog se reúne para assistir junto a primeira prova do campeonato. Este ano, isso não ocorreu, e este modesto blogueiro sequer assistiu a corrida por conta de uma reunião importante que a MC talvez lembre bem.
Se deixar de ver uma corrida sempre foi considerado um absurdo, este ano perdemos mais de uma, além de várias largadas. E nem pareceu tão ultrajante quanto em outros tempos. No entanto, tivemos vergonha em não cumprir o dever e fingimos na conferência telefônica pós-corrida que havíamos visto a prova, sem, na verdade, ter acompanhado uma volta.
Em algumas oportunidades, desfrutamos volta a volta; em outras, desejamos profundamente que tudo acabasse logo por razões diversas, mas, principalmente, para podermos voltar a dormir.
Se, nas pistas, houve muitos altos e baixos, por aqui também tivemos momentos de grande deleite e momentos da mais absurda fossa. Coisas muito raras aconteceram, tanto lá em cima, quanto lá embaixo.
Notícias incomuns de filhas que viram mães, mães que viram avós, irmãos que viram tios e a certeza, no meio de tudo, que o mundo continua girando, girando, e temos que nos apressar para acompanhá-lo.
Termina a temporada, vai terminando o ano, vai terminando o prazo para os pontos finais. E, se querem saber, ver 2011 chegando ao fim é um alívio. Fim de ano é corrido, trabalha-se muito e as forças já faltam, mas a perspectiva de trocar "11" por "12" nos anima, como se a mudança do numeral, automaticamente, fosse uma mudança em nossas vidas.
O negócio agora é aproveitar a pré-temporada para recarregar as baterias que ainda não arriaram, testar todos os tipos de pneus e fazer o possível para que, aos 18 de março de 2012 - data da abertura do campeonato de F-1, na Austrália -, estejamos renovados e prontos para mais domingos de chuva, de sol e de sonhos, sejam eles da padaria ou de nossos corações.

3 comentários:

  1. Demorou pra acabar esse ano... Em 31 de dezembro eu serei a única gritando, furiosa: FOI QUE JÁ FOI TARDE!, e se 2012 se comportar dessa mesma forma, revogo em fevereiro e não quero nem saber.

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  2. A MC sempre lembra bem de tudo (tzzzz =), mas nao sabe de qual reuniao importante "estao a trataire" (foi em marco isso?). De qualquer forma, adianto que se arruinei treinos e lares, se constrangi pessoas a me fazerem companhia, se enfiei Biblia e comida nos outros ate sair pelas narinas... foi de bom coracao! hehehe

    E, por mais absurdo que possa parecer, se houver algum meio de compensacao dos danos emergentes e lucros cessantes, estou a disposicao

    E Vanessa, ja que meu comentario esta cheio de "ses", algo que a Ju mandou pra mim, apesar de nao sermos homens...
    http://www.everypoet.com/archive/poetry/Rudyard_Kipling/kipling_if.htm

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  3. Diria um professor meu: "bem se vê que não entendeu". Ninguém estragou nada, foi uma boa reunião.

    Quantos aos "ses", tem isso aqui também: http://www.youtube.com/watch?v=g42moVg2-g8

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