terça-feira, 26 de julho de 2016

OS INTÉRPRETES

As interpretações das portarias e quejandos em todas as áreas são, muitas vezes, entendidas por uns e desentendidas por outros.
Sei que posso arrumar encrenca no "tabáio" mas, acabo me divertindo com as amalucadas interpretações sobre as regras que regem (ui) nossa vida cotidiana do direito aplicado.
Os melhores são os analistas. Para quem não sabe são os caras que não conseguem passar no concurso para magistratura. Passam para o cargo de analista. Normalmente (na prática isso não acontece) são aqueles que ajudam a minutar sentenças. 
Encurtando a parada. Uns tempos atrás publicaram uma portaria. Importância tão grande que não lembro sobre o que se tratava.
Mas, caí na besteira em comentá-la com um analista.
Mais ou menos assim.
Eu: "a portaria define o abacate".
Analista: "lógico que não. Não diz que abacate é verde e tem caroço."
Eu: "mas diz que o abacate é fruta comestível e apetitosa".
Analista: "não. A portaria diz que existem frutas comestíveis e apetitosas. Pode ser abacate, ou não."
Eu: "diz que o abacate tem forma de lâmpada".
Analista: "Pera também tem forma de lâmpada."
Eu: "vá à merda".
Analista: "para isso é necessário outra portaria." 
Esclarecendo mais um pouco e sem puxar a brasa para a sardinha dos técnicos judiciários. 
Depois que entram na justiça muitos técnicos cursam faculdade de direito. A maioria. Aqui em casa são dois. Nossa interpretação é mais prática do que aqueles "poetas" do direito. Que procuram o significado oculto do escrito. "O que o legislador pensava?" Lembrando: as leis saem "daquele" Congresso. 
O problema é que "subir" para o cargo de analista só participando de outro concurso enfrentando uma legião de "concurseiros". Difícil.
Então, a grande maioria dos técnicos são mais práticos que os analistas. "Viajam" menos.
E, são Químicos, Dentistas, Físicos, formados em Letras, História. Só para citar alguns que conheço.
Analista gosta de dizer que os técnicos não devem interpretar e sim cumprir. Eu digo que técnico bota o troço (processo) para andar e o analista gosta de discutir o sexo dos anjos esquecendo da celeridade.
Enfim, se não voltar a escrever é porque algum analista leu o post e resolveu dar trânsito em julgado e baixa findo neste que vos tecla.

Na visão do analista um abacate

2 comentários:

  1. Como poeta frustrado e amante do sexo dos anjos, lembro que, segundo me contou um professor normando, na Inglaterra os escritórios preferem contratar, para solicitor, pessoas com graduação em história e não em direito...

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  2. Discutir com conhecimento é uma coisa, mas o que ocorre normalmente é que uma simples interpretação literal vira grande elucubração ... irrita um pouco mesmo

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