quinta-feira, 19 de abril de 2012

BAHREIN - A CORRIDA

Apesar de algumas expectativas em contrário o circo da F1 está lá onde Judas perdeu o Bahrein.
Leio que funcionários da Força Aí Índia acabaram envolvidos em um confronto e quase levaram um coquetel Molotov no lombo.
Coquetel Molotov não é um drink qualquer. Ele é, digamos, fogo.
Mas, temos diversas manifestações a favor e contra a posição da F1 e seus integrantes a respeito dos acontecimentos na sede do próximo GP.
A origem da insatisfação popular não é muito diferente do que a gene está acostumado a ver em outros lugares pelo mundo afora. Uma minoria, no caso xiita, governada por um rei de origem sunita, Hamad.
Guardadas as devidas proporções em relação aos motivos da falta de segurança realmente com razão aqueles que dizem ser a situação no país parecida com a de outros lugares do mundo.
No Bahrein a questão que envolve a segurança diz respeito a protestos políticos. Grupos de opositores podem, e devem, aproveitar o fim de semana da corrida e realizar manifestações que certamente terão maior repercussão com a presença da F1.
Leio que Vettel declarou temer estar em alguns lugares no Brasil, quando vem para cá disputar o GP do Brasil.
Bruno Senna disse que tentam não ser um alvo como ocorre quando estão no Brasil, ou seja, nada que possa identificá-los como pilotos cheios da grana.
Antes que algum brazuca fanático declare ser o Brasil o paraíso na terra vamos lembrar a tentativa de assalto sofrida por Button em 2010. Estava em um carro blindado conduzido por um policial especialista em tática evasiva. O carro parou em um semáforo e atraiu a atenção dos bandidos que se viram frustrados. Não com a mesma sorte pessoal técnico da Sauber que relataram perder um monte de quinquilharias em um assalto.
Tenho uma relação pessoal com o aparato montado para o GP Brasil uma vez que durante um tempo fiquei com a bunda quadrada e a paciência esgotada nas arquibancadas de Interlagos.
A presença da segurança no entorno do autódromo é digna de nota. Não impede sustos eventuais e roubos isolados. Afinal, tem muito gnus (torcedores cheios de bugigangas tecnológicas e dinheiro vivo) e alguns predadores são atraídos (principalmente bandos de hienas).
E, problemas com marginalidade de todo tipo não é privilégio de um só lugar neste mundão véio.
Basta ler o noticiário.
Muitas vezes o indivíduo está no lugar errado na hora errada.
Por outro lado, é muita exigêcia atribuir aos pilotos de F1 uma posição ou declaração maior que os clichês de sempre ao se tratar de política.
Em sua maioria são jovens de classe média com o único objetivo na vida que é alcançar a gostosa da Glória.
Jogar responsabilidade em liderar um boicote a um evento grandioso como o GP de Bahrein aos pilotos é querer muito. A realidade é bem outra.
Focando no Brasil e sua insegurança crônica a mudança na sociedade que possibilita trazer mais tranqüilidade e esperança ao povo deve partir daqueles que detém o poder da caneta. O governante deve ter o feeling de antecipar os anseios do povão.
Nossa Hilária Clinton, bãbãbã dos Estados Unidos contra o resto do Mundo, declarou (espero que gargalhando por dentro) que a presidenta Dilma estabelece um exemplo global no que diz respeito ao combate à corrupção. Qual exemplo?
Sabemos que no Brasil as iniciativas políticas estão na mão do executivo. E, portanto, cabe ao executivo tomar providências no sentido de endurecer leis que abordam a questão dos crimes de colarinho branco enviando ao Legislativo projetos de leis que tratem com mais rigor esses crimes que compensam. Mas, Dilma contrariando Hilária nada faz neste aspecto.
E, como diria “seu” Homero vendo este troca–troca de gente corrupta no governo, “muda o cano, mas a merda é a mesma”.
Enquanto isso o circo da F1, quando nos visita, morre de medo em sair da bolha.




Bahrein também é isso.

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