sexta-feira, 29 de abril de 2016

A cabeça por trás da proteção

O "Aeroscreen", versão da Red Bull alternativa ao Halo, de sei lá quem, é menos feio que seu irmãozinho pouco mais velho.
Antes de ler o texto do Véi, fiquei pensando nesta coisa de um eventual ganho aerodinâmico em função da presença do dispositivo acrílico.
Já é cediço há anos que o carro de corrida é tão mais rápido quanto maior a possibilidade de desviar o fluxo de ar para longe daquilo que represente a ele uma barreira, notadamente os pneus e a cabeça do piloto. O Halo, por ser vazado, aparentemente não permite seu uso para tal finalidade. O Aeroscreen, ao contrário, parece ideal para tanto.
Em 2010, a Red Bull desenvolveu, pelas mão de Adrian Newey, o protótipo X1, que seria o "carro de corrida ideal". O projeto foi utilizado no jogo de automobilismo Gran Turismo 5, do Playstation 3.


O desenho apresenta, como se vê, a proteção para a cabeça. Certamente, ela não está ali para a segurança do piloto, já que se trata de um modelo puramente ideal, mas para a eficiência aerodinâmica. 
Olhando o protótipo e o Aeroscreen, lembrei de uma entrevista do Lucas Di Grassi publicada há algumas semanas - não encontrei de novo texto. Dizia ele que os carros de Fórmula 1 contemporâneos parecem velhos. Quando li, achei que não fazia muito sentido a afirmação, mas, no final das contas, parece que ele tem razão. O carro de F-1 já não parece o que pode existir de mais rápido, como foi até, sei lá, uns dez anos atrás. Talvez, se fosse permitido um desenvolvimento mais "orgânico" na categoria, os engenheiros já teriam coberto a cabeça do piloto há muito tempo. 
Claro que isso muda tudo: a relação do piloto com o vento, do público com o piloto, a função da cor do capacete, etc. No entanto, quando Colin Chapman colocou uma asa ao contrário sobre o Lotus 49, deve ter tido um que disse: "isso vai acabar com o automobilismo". E não foi bem assim, foi?

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