sábado, 2 de abril de 2016

ROBÔS SEM HUMOR

A F-1 nunca primou por pilotos com declarações bem humoradas. Lembro de Jackie Stewart, o vesgo com voz de pato Donald, e suas entrevistas reclamando de Clay Regazzoni que tinha como primeiro motivo jogá-lo para fora da pista.
O humor era por conta de sua vesguice que aumentava quando ficava puto.
Um pouco depois veio Jody Scheckter, sul africano que iniciou a carreira loucamente batendo em tudo quanto era canto, e suas declarações irônicas. Comecei a gostar de seu jeito maluco de ser.
Lembro que a revista Quatro Rodas tinha um suplemento, por volta de 1974, com colunas escritas por alguns pilotos. Emersão Fintinpaldi (como dizia véio Mero) era um deles. O sulafricano (ou sul-africano, ou sul africano, ou do sul da África) era outro.
Enquanto Emersão ficava em cima do muro com descrições formais e detalhes técnicos, Jody escrevia com informalidade e bom humor. Uma vez escreveu que saiu da pista perdeu as rodas e seu carro se transformou num skate. Adorava suas colunas. 
Hoje, os pilotos pensam, pensam pensam e nada dizem. Parecem robôs programados para ganhar din din e não se comprometer com nada. Raramente falam algo que não seja abobrinha de praxe. Mimadon, Vetor e massinha de modelar deitaram o verbo na nova classificação e no andar da carruagem da F-1 nos dias que seguem. Mas, são exceções. E, nada de bom humor. Mesmo porque o momento não é para isso.
Lógico, adoramos o banho de sol de Mimadon quando seu carro andou somente alguns metros no GP do Brasil do ano passado. E o "pódio" com Butão. Ganharam o ano.
Mas, tem um brasileiro que esbanja bom humor mesmo quando as coisas não vão bem.
Hélio Castroneves (vulgo Castrouoneves), piloto da Indycar, sempre tem uma tirada engraçada para certos momentos. Subiu no alambrado quando venceu em Detroit em 2000 e ganhou o apelido de homem aranha. 
Ontem foi pole no oval de Phoenix e disse que houve um código marrom por conta de um quase acidente. Bom humor até nas quase defecadas.

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