segunda-feira, 25 de março de 2019

VIRA O DISCO

Antigamente a gente ouvia os grandes sucessos em discos de vinil na eletrola. Tínhamos os Long Plays (com dez ou mais músicas), os compactos duplos (com quatro músicas) e os compactos com duas músicas (para estourar a boca do balão). As vitrolas mais sofisticadas vinham em móveis luxuosos e eu nunca achava o lugar de "botar" o disco. Sempre dava vexame. 

A noite sempre foi tenebrosa para mim. Lembram?
Quando pequeno dormia na sala com véio Mero vendo aqueles programas que escorriam sangue na tela. Fiquei ligeiramente traumatizado. Para ajudar, arrastar correntes pelo castelo parece ser a sina dos Onofris.
Enfim, ganhei um radinho de pilha que encostava no ouvido nas madrugas insones para afastar os monstros e esqueletos soltos pela casa. Funcionava como alho para espantar temeres. Buscava as rádios que tocavam rocks. Muitas e muitas. 
Quando acabava a música, em algumas destas rádios, havia um silêncio sepulcral até o sujeito "acordar" e dar continuidade à programação. Neste hiato eu murmurava para dentro "vira o disco".

Era também o bordão dos bailinhos nas casas vizinhas. Ou da prima. Todo mundo animadão, batendo papo, "ficando", bebendo escondido e tais. Acabava a música e ninguém se tocava até um qualquer gritar "vira o disco".

Pois é. 
Na F-1, vira e mexe, alguém ameaça sair do baile. 
Agora os laranjas Mclarentos ameaçam pedir o boné se "isto que aí está" não mudar.
Leio que Zak "castanho" Brown declara que as regras para 2021 são cruciais para a permanência da equipe no campeonato. 
Então tá.
As grandes gastam rio de dinheiro e não vão abrir as pernas facilmente para ajudas as nanicas (e outras nem tanto) a tornarem-se competitivas. 
Vejam mamã Ferrari que ganha a mó grana do cabaré e nem assim sai do lodaçal onde se meteu desde 2008. Com um orçamento menor vai bater cabeça no final do grid junto com dona Williams.

Enfim, "vira o disco". Esse papo seu já tá prá lá de Marrakesh. 

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