quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

PEDRA NO LAGO

Muitas vezes me pergunto o que um artista deve incutir em nós pobres mortais?
O que faz, no meu caso, parar, ver, ouvir, sentir a obra?
E gostar?
Fui apresentado a David Bowie no início dos anos 70 pelo meu irmão.
Ele, por sinal, foi responsável em apresentar diversos artistas que desconhecia. Cinco anos mais novo sempre gostou de música e cinema. Hoje, estamos afastados. Acontece nas melhores famílias. Imaginem na minha.
Enfim, quando vi o bolachão de Pinups estranhei muito um sujeito com olhos arregalados e pupilas diferentes uma da outra.Sem falar no visual. E, o que fazia a modelo Twig deitada no ombro dele?
Não dei importância ao disco mas, também de 1973 meu irmão comprou Aladin Sane. Novamente uma capa estranha. Ouvia meu irmão tocar e percebi que o cara era diferente. Uma voz com trejeitos femininos e marcante. Daí, ouvi sua versão para "Let's Spend the Night Together", dos Rolling Stones. Foi a pedra no lago. A perturbação que todo artista deve provocar em seu público. O querer mais. 
Comecei a ouvir tudo o que me caía nas mãos de David. Lembrem-se que, naquele tempo, só as bolachas caras. Fitas cassete também custavam o olho da cara (um deles, não os dois).
Em seguida "Diamond Dogs" um disco meio desconcertante. E, por aí vai.
Ele entrou para minha galeria de artistas com passe livre. 
Coincidência, ou não, o toque de meulular é uma versão de "Prettiest Star" música inspirada em Angela, sua primeira mulher. 
Não a versão original, do disco "Aladin Sane", e sim esta:








Outro dia (anos atrás) baixei uma versão dele para "Growin Up" de Bruce Springteen. Sua voz, irreconhecível foi marcante para ela ficasse durante muito tempo em primeiro lugar na minha parada de sucessos.



Li outro dia que ele morreu.  Minha irmã chorou, Mariana chorou. Mas, um cara desses não morre. Volta para o planete de onde veio.

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