quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Drive thru pa nóis


Felipe Massa nunca foi meu piloto favorito. A injustificada preferência por ele esboçada pelo público em geral sobre Barrichello sempre me irritou um pouco.
Com o tempo, no entanto, passei a gostar do rapaz e respeitá-lo como piloto. Inclusive, há exatos 3 anos - na verdade, o aniversário durou até até uma hora e meia atrás, quando ainda era 2 de novembro -, tive a maior emoção automobilística já experimentada graças a ele, no GP do Brasil de 2008, que, um dia, vai ter um texto próprio.
Além disso, Massa e sua carreira se tornaram constantes fontes de analogia em relação à minha própria vida. Então, eu posso escrever sobre mim e sobre os outros fingindo que estou falando de F-1, como aconteceu neste caso aqui, que é a maior mentira. Pelo menos, era mentira na época. Talvez, para hoje, seja mais verdadeiro.
Fato é que Felipe foi injustamente punido na última corrida. Já falei a respeito em um comentário a um post do patriarca do blog.
Vamos de novo. Massa estava na frente, assumiu uma linha interna sem espremer o Hamilton. A curva adiante era bem rápida, em 4ª ou 5ª marcha, o que significa que a freada não seria forte. Significa também que, ao frear mais tarde do que Massa, se fosse o caso, sem estar na linha de tangente ideal, o inglês passaria reto na curva. Vamos lá, abram o GP4 e tentem fazer igual. Não dá.
Hamilton insistiu e acabou acertando Felipe na sua roda traseira. Não encostou roda, não forçou o carro de Massa para o lado de fora, nada disso. Bateu na roda traseira.



Não que Lewis tenha feito de propósito, claro que não fez. Mas cometeu um errinho e acabou estragando a corrida dos dois. E esses erros de julgamento na pista acontecem o tempo todo. No fundo, é coisa de corrida.
Mas foram lá e puniram o Massa. E o Massa teve que andar devagarinho no pit-lane, louco da vida, percebendo que os carros lá fora estavam todos a ultrapassa-lo. Uma decisão mais ajustada, quem sabe, teria sido punir ninguém.
Após a corrida, o brasileiro disse que não aceitava e não aceitaria nunca ter sido punido por aquele acidente. "Foi como se eu tivesse feito alguma coisa errada. Eu não fiz. Se tivesse uma corrida amanhã e acontecesse o mesmo, eu iria repetir o procedimento, porque não fiz nada de errado", afirmou Felipe.
E estamos com ele. Envolver-se em um acidente acontece, perder posições na corrida por causa dele acontece, estragar o carro por causa da batida, é tudo normal. Não existe coisa pior, todavia, do que ter que passar lentamente pelo pit-lane por causa de um erro que não se cometeu.
Mas quem decide isso são os comissários da vida.

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