quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

O DILEMA DA FOLHA EM BRANCO

Há muito tempo atrás comecei a batucar textos numa máquina de escrever portátil que véio Mero trouxe de seu trabalho. Já escrevi sobre ela mas, não achei o link.

Quando sobrava  um tempo, cursava o colegial em sampa, corria para o quartinho transformado em copa para escrever o que viesse na telha. Em algumas ocasiões tendo loiras geladas para apimentar a relação com a máquina.
De lá para cá muita coisa mudou mas, não uma característica pessoal.
Sento, olho a folha em branco imaculada, virgem mesmo, tentando concatenar a ideia que veio durante o dia ou segundos atrás.  Lógico. Hoje a folha é o word.
Começo a batucar e o texto final sai completamente diferente. Tanto que, podem perceber, aqui no blog a impressão é de falta de revisão na hora do "enter".
É proposital porque resolvi só mudar quando o parágrafo fica sem sentido ou perdido no contexto.

Diria eu que sou um escrevinhador raiz.

Quando sento e me ponho a escrever vem o dilema da folha em branco. A sensação de estar sentado no vaso olhando o papel higiênico. Será que vai ser o suficiente?
A sensação de imprimir o exame de sangue nosso de cada mês (sim, hoje nós temos que imprimir o dito) e torcer para que os limites não estejam tão longe do ideal. Porque ideal não estão faz tempo.
A sensação que tinha quando montava gráficos no curso de Química torcendo para que os números da experiência resultassem numa esperada curva desaguando numa nota dez.
O famoso branco quando as provas escolares eram todas "abertas". Dizíamos que se sobrevivêssemos nos primeiros quinze minutos nem tudo estaria perdido.

O pessoal aqui de casa está acostumado a me ver balbuciar "preciso fazer um post" quase todo dia.
O dia a dia dessa loucura chamada vida não permite inspirações cotidianas que dizem respeito ao nosso pedaço da infernal internet. 

Então, vem o dilema da folha em branco. Que, por sinal, virou tema deste post. E, a inspiração veio na hora do jantar. Levantei correndo para pegar aquele caderninho que ganhei do chefe do blog para gravar as inspirações etéreas assustando a rainha da mansão. Deve ter pensado que a mistureba que comia já fazia efeito gerando o dilema do papel higiênico.

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