sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Um ano de poucas palavras

Lembro-me do dia em que percebi que as coisas não estavam mais no lugar certo. Era para ser, aliás, uma ocasião especial, pois íamos a um concerto de uma das bandas que mais gosto. Vê-los tocar, para mim, é quase como ver os Beatles. Quer dizer, claro que gosto mais dos Beatles e de suas músicas, mas acompanho a outra banda desde adolescente, aprendi a executar várias canções, mesmo que elas durassem 20 minutos, e elas significam muito para mim.
Eu assisti o show e me diverti, mas quis ir embora. Mesmo diante dos Beatles da pós-modernidade, eu quis ir embora para casa. Na época, coloquei a culpa em uma das nossas companhias. Hoje, não tenho dúvidas de que a culpa era minha mesmo. Eu é que estava estragado.
Então, decidi crer que estávamos vivenciando a falência da civilização ocidental e que a popularização do MMA seria um sinal claro disso: a pancadaria tornou-se parte do cotidiano e do entretenimento das pessoas. 
No último fim de semana, recebemos a visita de um sujeito incrível, com sensibilidade ímpar, que fez observar que não é a falência da civilização, pois a civilização é assim mesmo. É assim mesmo, oras. Não há falência da civilização, mas falência da alma, o total descolamento entre um sujeito e sua sensibilidade. "Comigo me desavim", diria Sá de Miranda. 
Por isso, não escrevo mais. 

Um comentário:

  1. com esse tag não tinha como não responder.
    esqueci de comentar no último post que a história de não reclamar de cabelo na comida acontece comigo também...
    o senhor pode ter várias características mas nunca de estragado.
    é engraçado como várias conversas que tivemos vão se ligando. o tempo está curto para conversas.
    o mundo, a civilização não dá a mínima, a gente é que espera demais deles.

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