sábado, 1 de junho de 2013

Um outro sábado

Acordei  num sábado de manhã um pouco atordoado. Notei que a televisão, ainda ligada, exibia um programa qualquer de fim de madrugada e que não havia visto o que ocorrera com o treino da F-1 para o GP da Austrália. Adiaram? Terminou? A chuva deu trégua?
Corri para checar na internet e confirmar que o treino tivera apenas um terço da duração programada. Dormi o resto da manhã.
O sábado automobilístico não parou por aí. À tarde, fomos ao Conjunto Nacional onde ocorreu o Velocult - uma exposição temática sobre a história das Mil Milhas de Interlagos. Carros que ajudaram a construir a história do automobilismo nacional expostos gratuitamente aos olhos dos admiradores. 
Estava lá a lendária Alfa Romeo do também lendário Belisse. Nunca vi o Belisse correr, nunca vi um vídeo dele correndo, nunca vi uma foto sua, mas sei que o cara mandava a bota, pois os suecos que viram atestaram que não tinha para ninguém, não. Mais importante que isso, foi ele que apresentou meu companheiro de equipe ao seu primeiro amor: o Kadettão I, hoje já falecido em algum canto do país. Está em curso, agora, o projeto Kadettão III, que será um kart, e o tal Belisse, que mandava a bota, está no começo de tudo isso. 
Eis a "alfinha": 



Drogaria Raia, a propaganda fica de graça, mas se quiserem financiar o próximo post, podemos começar a tratar de analgésicos por aqui.

A poucos metros dali, estava o Maverick pilotado por Luiz Pereira Bueno e Reinaldo Hernandez: 


Outra relíquia das mais preciosas, a Carretera 18, que venceu as 500 Milhas de de Interlagos de 1966. Curioso que 18 era o dia do aniversário de Wilma, mulher de Camillo Christófaro, o "Lobo do Canindé", que venceu a glamorosa prova em São Paulo em parceria com Eduardo Celidônio: 


Notável a presença do bonito bólido pilotado por Bia Figueiredo creio que na IndyLights (é isso mesmo?): 


Deixamos para o final as três peças que mais me encantaram. O primeiro carro abaixo é um protótipo HEVE, fabricado pela Herculano Veículos, de Herculano Ferreirinha, da equipe Hollywood: 



Foi ótimo ver também o Willys Interlagos, que foi pilotado por Bird Clemente. O bólido pertence a Sérgio Jorge e tem, na lataria, uma dedicatória de seu ilustre piloto ao proprietário: 




O carro abaixo me encheu de emoção. Trata-se do Karmann Ghia pilotado por Wilson Fittipaldi, José Carlos Pace e também por Emerson Fittipaldi no início de suas carreiras. O número 77 fez a pole-position em 1966, terminando a prova na oitava colocação: 





Enquanto andava de um lado para o outro contemplando o Karmann Ghia, avistei, a alguns passos dali, um senhor sentado atrás de uma mesa, ao lado de uma senhora que, imaginamos, seria sua mulher. Encarei o sujeito de maneira até mal educada. 

"O que você está olhando?"
"Acho que aquele senhor ali é o Alex Dias Ribeiro". 

E era mesmo. Autografava, na ocasião, seu novo livro. Depois de muito hesitar, aproximei-me, comprei o livro, imaginei aquele pequeno e simpático senhor que posava para uma foto ao meu lado em todos os carros que pilotara ao longo de sua carreira. Ainda recebi dele um presente: 

"Aqui está o último número da revista Racing. Saiu e hoje e, na página 14, tem uma carta que o Bird Clemente, o meu herói, escreveu para mim". 

Pois é, Sr. Alex. Nada melhor que encerrar o dia recebendo "aquele abraço" de nossos heróis. 

Um comentário:

  1. Nestas ocasiões a vantagem de morar em sampa.
    Será que eles não pensam em trazer uma exposição dessas para o interior?

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